Jesus foi um médium de Deus e um terapeuta,
(ramo da medicina que trata da escolha e administração dos remédios) cujos
métodos e processos de cura por Ele utilizados, estão à espera de estudos e
pesquisas que aprofundem o conhecimento sobre seus mecanismos. Como terapeuta,
o Mestre demonstrou, objetivamente, não só um profundo conhecimento como também
um poder que Lhe permitiram intervir e curar múltiplas situações patológicas.
Prova de sua operosidade é o expressivo número
de curas relatadas pelos evangelistas, que se sabe, não relataram todas.
Mateus, no Cap. VII do seu Evangelho, faz um relato das curas mais marcantes,
que mencionamos para reflexão. Refere-se ele, às curas de um leproso; do criado
do centurião, que estava paralítico; da sogra de Pedro, que estava acamada de
muitos endemoninhados, cujos espíritos foram expulsos pela palavra de Jesus; do
paralítico de Cafarnaum, a quem mandou tomar o leito e ir para casa; da filha
de Jairo, que era julgada morta e a quem Jesus tomou pela mão levantando-a; da
mulher que tinha hemorragia, que foi curada pela fé, apenas por ter tocado as
vestes de Jesus; dos dois cegos, a quem Jesus tocou os olhos, curando-os; de um
mudo endemoninhado, a quem Jesus expulsou o demônio, fazendo-o falar. Foram
bastantes casos, curados de forma simples, algumas vezes apenas com um gesto,
uma frase, ou mesmo um toque, como ocorreu com os cegos cuja visão foi
restabelecida. As curas foram os fatos mais marcantes da trajetória do Mestre,
por atraírem multidões, permitindo a disseminação das mensagens evangélicas, em
Suas pregações.
Diz mais Mateus no Cap. IX: “Percorria Jesus todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino de Deus e curando todos
os tipos de doença e enfermidades”. Mais adiante diz ainda que instruindo os
apóstolos, Jesus transfere a eles as faculdades curativas que Lhe eram
peculiares, dizendo: “é chegado o reino dos céus, curai os enfermos, limpai os
leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes de graça daí”. Vê-se que
Jesus associava a missão de ensinar e pregar o Evangelho a de curar os doentes;
além disso, Ele admitia a possibilidade dos apóstolos adotarem os mesmos
procedimentos que Ele. No exercício de Sua missão curadora, Ele utilizou
métodos e procedimentos não habituais (espirituais), o que se tornou motivo de
questionamentos e admiração, por onde quer que Ele fosse.
Tudo indica que, de acordo com Sua hierarquia
espiritual, Ele detinha um poder extraordinário, acompanhado de grande
conhecimento e poder de intervenção nas leis que regem a agregação e a
desagregação das estruturas, não só dos seres, objetos e até das forças da
natureza; demonstrando isso nas curas de doenças crônicas e congênitas, na
multiplicação dos pães e peixes, como na ação sobre a tempestade e até na
ressuscitação de Lázaro. Três, era os aspectos da ação curativa ministrada pelo
Mestre: 1ª- O exercício da Sua vontade,
e do paciente de ser curado; 2ª- A fé de
cada um; 3ª- A prática de bons atos ou a desistência da prática do mal; eram
requisitos para a cura.
Falando sobre as origens e as conseqüências
das doenças, o espírito de Dias da Cruz, através de Chico Xavier, transmitiu
algumas considerações. Disse ele que “todos os nossos pensamentos, palavras ou
atos, definidos por vibrações, criam em nós raios específicos, sendo
indispensável cuidar de nossas próprias atitudes, na autodefesa, e na defesa
dos nossos semelhantes; porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a
maledicência, a calúnia e a crueldade, a brutalidade e a violência, a tristeza
e o desânimo, produzem elevada percentagem de agentes de natureza destrutiva,
em nós e em torno de nós, sujeitos a se fixarem por tempo indeterminado, em
deploráveis labirintos de desarmonia mental. Em muitas ocasiões, nossa conduta
pode ser a causadora da nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento
pode representar a restauração e a nossa cura”.
Emmanuel, por Chico Xavier, na obra
“Pensamento e Vida”, diz o seguinte: “Ninguém poderá dizer que toda enfermidade
esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental; mas podemos
garantir que os processos da vida mental exercem positiva influência sobre
todas as doenças”. A partir das
colocações de Dias da Cruz e de Emmanuel, e considerando que a Terra é um planeta
de expiação e provas, isto é, destinado à habitação de espíritos em início de
caminhada evolutiva, portanto, carentes de sabedoria, fica fácil compreender as
dificuldades que temos de enfrentar para conseguir um nível de saúde
satisfatório, e comprova porque existem tantos doentes perambulando pelos
consultórios, em busca de uma cura que nem sempre conseguem.
A terapêutica espírita recomendada tem que
ser direcionada para as causas efetivas das doenças, conseqüência da ignorância
e do atraso espiritual, razão porque terá sempre um fundamento educativo. E,
pensar em educação à luz do Espiritismo, é cuidar do aprimoramento progressivo
do espírito, que deve vencer suas limitações, adotando um padrão de
comportamento compatível com a dignidade humana. O tratamento efetivo do corpo
deverá começar pelo aprimoramento do espírito, através de bons pensamentos,
falas construtivas e elevadas, e atos de caridade e amor, num processo em que à
proporção que o espírito melhora, o corpo recebe o reflexo e se torna mais
sadio.
As libertações de possessos e as curas
figuram entre os atos mais numerosos de Jesus. A imensa superioridade do Mestre
dava-lhe tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, então chamados de demônios,
que lhe bastava mandá-los se retirarem. Nas curas que Ele operava agia como
médium de Deus. Era Ele um poderoso médium curador. Podemos dizer que se Ele
recebia alguma assistência, esta só poderia ser de Deus, embora a Sua condição
superior lhe permitisse assistir os outros, agindo por si mesmo, em virtude do
seu imenso poder. Do mesmo modo que as doenças físicas são resultado de
influências perniciosas exteriores, a doença espiritual é sempre causada por
imperfeição moral. A uma causa física combate-se com a medicação física; a uma
causa moral, é necessário se opor uma força também moral. Para se evitar as
doenças, que não sejam congênitas, fortifica-se o corpo; para se livrar de uma
perturbação espiritual é preciso fortificar a alma, no trabalho do próprio
aprimoramento.
A prática médico-espírita se inspira e se
sedimenta nos ensinos de Jesus. Não o faz de forma aleatória, mística, mas
dentro de um entendimento de tais ensinamentos, obedecendo a leis naturais e
têm origem nas mesmas fontes dos princípios científicos. Em razão disso, aceita
os princípios da medicina convencional que se constitui na prática, o socorro
àquele que sofre, associando os procedimentos médicos habituais ao estudo do
Evangelho e da Doutrina dos Espíritos, e usando os passes magnéticos, a água
fluidificada, as preces e, principalmente, o convite ao paciente para a mudança
de hábitos, isto é, a moralização e edificação pessoal.
Examinando o problema das curas, Allan Kardec
na obra “A Gênese”, no cap. 14, diz o seguinte: “Os efeitos da ação fluídica
sobre os doentes são extremamente variados, segundo as circunstâncias; esta
ação é algumas vezes lenta, e reclama um tratamento mais demorado; outras vezes
é rápida, como uma corrente elétrica. Há médiuns dotados de tal poder, que
operam sobre certos doentes, curas instantâneas, por somente a imposição das
mãos, ou mesmo por um ato de vontade. Entre os dois pólos extremos de tal
faculdade, há infinitas variações. O princípio é sempre o mesmo: o fluído que
desempenha o papel de agente terapêutico, e cujo efeito é subordinado a vontade,
a fé e ao merecimento da pessoa”.
Considerando-se que muitas universidades já
estão envolvidas nesse assunto, é possível que, em tempo não muito longo,
tenhamos informações mais completas, tal como acontece com a tese da
reencarnação, que vem recebendo reforço e estudo de técnicos sem nenhuma
vinculação com a Doutrina dos Espíritos. Eles estão constatando fatos
compatíveis com os ensinamentos e práticas criadas por Jesus que são praticados
no meio espírita há muito tempo.
Ao longo do seu ministério Jesus realizou, em
muitas ocasiões, os chamados milagres, na verdade fatos incomuns, considerados
sobrenaturais, dada a Sua condição de Espírito Superior, médium e médico
divino, mas que, graças aos esclarecimentos dos mentores espirituais, sabemos
terem se produzido dentro da ordem natural, mediante o emprego de leis e
recursos até então desconhecidos, que o Mestre sabia utilizar com absoluta
segurança, valendo recordar que Ele afirmou que não vinha destruir a Lei
(divina), mas sim dar-lhe cumprimento.
Bibliografia:
“Evangelho de Jesus”
Livro “Pensamento e Vida”
“ “A Gênese”
Jc.
São Luís, 29/05/2000
Refeito em 30/7/2019
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