A
humanidade depende cada dia mais de energia, mas a produção da energia tem tudo
a ver com o aquecimento global do planeta. E o aquecimento se não for
controlado ou evitado, pode levar à impossibilidade da existência humana na
Terra.
É
urgente se questionar: será que a humanidade precisa mesmo de toda a energia
que consome para viver e ser feliz? Uma realidade precisa ficar clara: a
humanidade não precisa de tudo que as empresas capitalistas produzem. É o marketing
que cria as necessidades ilusórias. É possível reduzir muito a quantidade de
energia suja, consumida, e suprir com energia limpa, sem prejudicar a vida das
pessoas?
A
prioridade de uma política energética deve ser a diminuição e, se possível, o
abandono do uso dos derivados do petróleo, do carvão e do gás. Mas isso não
basta. É preciso examinar os custos
sociais e ecológicos da hidroeletricidade. É nessa direção que se costuma dizer
que a energia produzida pela hidroelétrica seria limpa, porém, em que sentido
se usa a expressão adjetiva “limpa?” – O primeiro uso é o comparativo. Por
exemplo. A energia hidrelétrica seria mais limpa porque usa fonte renovável, a
água dos rios, e não emitiria gases de efeito estufa como as usinas térmicas,
que usam como fonte a queima de petróleo, gás, carvão.
Estudos
científicos estão demonstrando que em todas as represas construídas para reter
as águas e mover as turbinas, e de modo especial em regiões de alta
biodiversidade como a Amazônia, há geração
e emissão significativa de gás metano para a atmosfera. Além disso, sua
construção significa interferir nas funções ecológicas dos rios, remoção de
algumas comunidades indígenas e ribeirinhas,
derrubada ou enterro de áreas
imensas de florestas, alteração do ambiente de vida de animais das águas e das
matas, portanto, nada limpa.
Partindo
dessa possibilidade, e sendo necessidade imperiosa rever o consumo de energia, vem à tona a
questão: a energia realmente necessária produzida com a emissão de dióxido de
carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera, como se dá com as águas das
represas, o uso do carvão, do petróleo, do gás nas Termoelétricas, agrava muito
o problema do planeta?
A
primeira geração de energia no Brasil
foi a Hidroelétrica. Em 1883, entrou em operação a hidroelétrica no Ribeirão
do Inferno, afluente do Rio
Jequitinhonha, em Diamantina, MG. Em 1889, entrou em operação a primeira
Hidroelétrica de grande porte, em Juiz de Fora, MG. Em 1901, foi á vez de
entrar em operação a Usina Hidroelétrica, pertencente a São Paulo Light, a
primeira a utilizar uma barragem com 15 metros de altura. Em 1913, entrava em
operação a Hidroelétrica Delmiro Gouveia, a primeira no Nordeste, para
aproveitar a Cachoeira de Paulo Afonso, no Rio São Francisco. Outras mais foram
surgindo com o tempo, em várias cidades do país: Três Marias,
Furnas, Tucuruí, Boa Esperança, Itaipu a maior, Belo Monte, etc. etc.
Em
seguida, 1954 entrava em operação, a primeira Usina Termoelétrica Piratininga,
a óleo combustível, sendo a primeira Termoelétrica de grande porte, no Brasil. A
energia gerada pelas Usinas Térmicas, que consomem óleo combustível, gás,
carvão e urânio, poluem mais do que as Hidroelétricas, além de prejudicar o meio ambiente, ainda
promove o aumento da bandeira tarifária de eletricidade, justificadas pela
falta de chuvas, contradizendo a própria Natureza. Para piorar a situação ainda
estão em construção mais 26 Termoelétricas.
A
geração de energia Nuclear, no Brasil, foi iniciada com a Central Nuclear nº 1, em 1985, em Angra dos Reis, e em 2000,
entrou em atividade a Usina nº 2. A 3ª
Usina que deveria entrar em atividade em 2015, com um custo de 25 bilhões,
foi prorrogada para iniciar em 2018, e
até hoje está paralisada por causa de denúncias de corrupção. Para a sua
conclusão ainda serão necessários mais 17 bilhões e é considerada um desastre
nuclear, em virtude do preço da sua energia tornar o projeto inviável.
Entre
os desastres provocados por Usinas Nuclear, temos o de Chernobyl, na Ucrânia,
em 26/4/1986, que vitimou 2.4 milhões de pessoas; O desastre do Césio, em Goiânia(Brasil) em
1987, onde morreram 11 pessoas e 600 outras foram contaminadas; Kyshtym, na União Soviética, com 10 mil
pessoas atingidas e 200 mortes;
Tokaimura em 1999 no Japão, que contaminou mais de 600 pessoas e não foi informado o número de vítimas;
Fukushima em 2011, no Japão, onde os níveis de radiação foram altos, e não foi
informado o número de pessoas contaminadas nem o número de vítimas fatais.
Enquanto
os outros países vão desativando suas Usinas Nuclear (O governo alemão já
informou que vai desativar todas as suas usinas até 2022 e nos Estados Unidos,
já foram desativadas 5 usinas e outras 4 serão desativadas em breve, e o Japão
já desativou algumas usinas) no Brasil, ainda estão querendo investir mais 17
bilhões para a conclusão da Usina 3.
Segundo
dados estatísticos, em 2018, a energia gerada no Brasil, ficou dividida da
seguinte maneira: Hidroelétrica 60,33%, Termoelétrica 26,21%, Nuclear 1,26%, Eólica 7,91% e Solar 0,71%, localizadas nos
estados do Paraná, no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Maranhão, Pernambuco,
Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Em face da pífia geração de energia,
proporcionada pelas Usinas Atômicas, no município de Angra dos Reis, que
consumiram uma fortuna para serem construída, e a terceira Usina que já
consumiu também muitos milhões e ainda está inacabada, não é aconselhável
concluí-la. O ideal seria desativar, desmontá-la e vender como sucata, em
virtude do que ainda precisaria de verba para ser acabada, e transferir os
milhões para fomentar as de energia limpa.
Em
relação às usinas nucleares, além dos riscos de contaminação das pessoas, de
outros seres vivos, das águas e do próprio solo nos processos de extração,
transporte e armazenamento do urânio, basta lembrar os desastres para perceber
que essa energia não pode ser definida como limpa.
Outra
mentira é a que apresenta os combustíveis extraídos de vegetais, como energia
limpa. Mas, se observarmos no presente o quanto tem aumentado o preço dos
alimentos por causa dos solos ocupados com a produção de cana de açúcar e soja,
e já se percebe como ela é socialmente suja, pois a produção é feita em imensas
monoculturas com o uso de muitos produtos químicos e venenos aplicados, onde os
estragos socioambientais são gravíssimos, tornando-a assim, uma energia nada
limpa.
As
gerações de energias acima mencionadas, todas poluidoras do Ar, das Águas, da
Natureza, da Terra e dos seres humanos, devem ser eliminadas, e não continuarem
a ser exploradas, e devem ser substituídas por outras fontes de energia que não
poluem o nosso mundo, como as que abaixo mencionamos:
Energia
Solar: Instalação de painéis de captação do calor
do sol, gerando energia limpa, fácil, e em comparação com as outras energias,
mais barata e que não poluem;
Energia
Eólica: Aproveitamento dos ventos e instalações de Cata
Ventos para a geração de outro tipo de energia limpa, fácil e mais barata em
comparação com as energias sujas e que não poluem o Ar, as Águas (rios e
oceanos), a Natureza, a Terra e os seres humanos.
Em
relação à energia eólica e solar, informamos: 1- Trata-se de fontes renováveis
e limpas, proporcionada pelos ventos e pelo sol; 2- Sua produção e uso é que podem ser
consideradas limpas, a saber: Os
processos de produção industrial dos componentes necessários – as torres e
hélices dos cata-ventos e as células fotovoltaicas
podem ser realizadas com cuidados e com o uso de mais ou menos energia, e a
produção pode ser feita de forma centralizada em grandes usinas ou de forma
descentralizada, em casas e prédios, no caso da solar, e em terrenos públicos e
espaços comunitários com gestão coletiva, no caso da eólica, tornando-se as
energias mais limpas.
Aqui
onde moro, na cidade de São Luís, é uma ilha, com ventos e sol muito fortes,
principalmente na orla marítima, durante o dia inteiro e o ano todo, onde, se
houvesse interesse, seriam colocados os cata-ventos, usando
a força dos ventos,
ou os painéis das células fotovoltaicas, usando o calor do
sol, para fornecer a energia limpa necessária a esta cidade e a outros
municípios vizinhos, como já ocorre na cidade de Fortaleza. Infelizmente, o setor público responsável nada
fez até hoje, para aproveitar essas energias que nos são oferecidas pela
natureza, e que seriam verdadeiramente limpas sem nenhum prejuízo para os seres
humanos. O Governo Federal e as autoridades do Maranhão devem se sensibilizem
para essa forma de energia barata e limpa e tratem de seguir os exemplos dos
outros Estados e países que estão produzindo as energias limpas e baratas que a
Natureza nos proporciona.
Esperamos
que as autoridades do Brasil tomem conhecimento das informações aqui relatadas
e resolvam a partir de hoje, tomar medidas que também venham a colaborar com o
Meio Ambiente, a preservação da Natureza e a saúde dos seus habitantes e das
futuras gerações que estão chegando ao mundo, que vão necessitar de melhores
condições de vida...
Fonte:
Jornal “Mundo Jovem”
– nº 14
Autor: Ivo Poletto
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Jc.
São Luís, 27/5/2019
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