sexta-feira, 20 de outubro de 2017

AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA GUERRA, HOJE.




  O planeta Terra, desde o surgimento do ser humano, já foi palco de inúmeros conflitos em diferentes épocas e regiões. Evidentemente, a motivação, os objetivos e os armamentos têm mudado muito à medida que o tempo avança e o ser humano progride intelectualmente. As guerras alteram significativamente o curso da história, pois elas acabam influenciando diretamente em civilizações, costumes e territórios, geralmente movidas pela ganância.
A grande preocupação é que, com o advento da tecnologia, os conflitos alcançaram um grande poder bélico devastador. Os combatentes deixaram de lado as lanças e as espadas para dar espaço à pólvora e o rifle e, nos dias atuais, às armas químicas e nucleares, que detêm grande capacidade de destruição e de dizimar civilizações inteiras. A última guerra, por exemplo, conhecida como 2ª Guerra Mundial, foi o conflito mais letal da história da humanidade, resultando em aproximadamente 70 milhões de mortes, e foi o único até hoje que fez o uso de armas nucleares.
Há mais de 6 anos estamos acompanhando o dramático conflito que envolve a Síria, uma guerra civil que já produziu um número de mortes assustador. Segundo a ONU, são mais de 400 mil mortos e quase 5 milhões de refugiados desde o início do conflito. Alguns fatos pioraram a situação. O governo sírio fez um duro ataque aos rebeldes com arma química que vitimou 86 pessoas, dentre elas 27 crianças. Imediatamente os Estados Unidos bombardearam uma base militar da Síria como retaliação ao uso de arma química, e a Rússia se manifestou a favor da Síria. Os olhos do mundo estão voltados para esse conflito que ganha status de guerra entre potências.
Desde o ano 2000 quando Bashar al-Assad assumiu o governo após a morte de seu pai, a população síria vem enfrentando  uma série de problemas e dificuldades, como o desemprego, a corrupção, o autoritarismo e a repressão por parte do governo. O estopim do despotismo se deu em 2011 quando um grupo de jovens foi preso e torturado pelas forças de segurança do governo, por pintarem frases revolucionárias em um muro de uma escola. A partir desse fato a população iniciou uma série de manifestações pedindo a saída de Assad, tendo o governo respondido com violência, o que reforçou a manifestação.
É evidente que esse conflito resiste á tanto tempo porque é alimentado por interesses escusos, tanto pelas potências regionais como a Rússia que tem interesse político naquele pais, em função da ganância do petróleo existente no país. Com todo esse contexto, o conflito na Síria está se tornando uma guerra que está trazendo problema para a Europa, em virtude do êxodo de refugiados, talvez o maior da história moderna, buscando asilo o que gerou uma crise nos países daquele continente.
As consequências de uma 3ª guerra mundial são inúmeras, desde problemas de ordem política e econômica até a morte de civis inocentes, passando por graves questões humanitárias e destruição de muitas nações. Não há que pensar apenas nas mortes, mas também em pessoas mutiladas, em doenças disseminadas, em problemas psicológicos e traumas de todas as ordens, levando em conta que a maioria esmagadora das vítimas, é constituída de pessoas comuns que não estão preocupadas com a geopolítica ou com as estratégias militares; que só querem que seus filhos vivam e cresçam com saúde. Essas pessoas não se preocupam com a “segurança nacional”, mas com a segurança pessoal e da família, com alimentos, abrigos, cuidados médicos e paz.
Certamente, o grande temor desse nosso tempo é de que aconteça uma nova guerra mundial, envolvendo as maiores potências militares do mundo, com todo o seu poder bélico de armas químicas e nucleares. Tomando por base o ataque atômico ao Japão no final da 2ª guerra mundial, vimos que 200 mil pessoas morreram instantaneamente e outras milhares de mortes ao longo dos anos, como consequência da radiação de uma pequena bomba, podemos ter uma ideia do que seria um grande conflito armado nos dias de hoje, com o arsenal  químico e nuclear existente atualmente.
Algumas pessoas nos indagam o porquê das guerras à luz da Doutrina Espírita. Por que os conflitos existem, ou ainda, por que Deus permite que eles aconteçam? Para responder a esses questionamentos sob o ponto de vista da doutrina, devemos considerar três importantes aspectos:
1º  O livre-arbítrio:  Ao ser humano é facultado o direito de pensar e agir. É o que chamamos de livre-arbítrio. Sem ele, seríamos marionetes nas mãos de Deus, como explicaram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, nas obras da Codificação, quando respondem: “Pois quem tem a liberdade de pensar, tem igualmente o direito de agir. Sem o livre-arbítrio, o ser humano seria uma máquina”.   É pela liberdade de agir que nós cometemos equívocos que por vezes causam sofrimentos a nós mesmos e aos outros.  Se, somos livres em nossa ações, não podemos responsabilizar o Criador pelos nossos atos e pelas suas naturais consequências;
2º  Progresso  moral:  A qualidade das nossas ações são diretamente proporcionais ao nosso progresso moral; quanto mais evoluído o ser humano, mais nobres serão seus atos. Espíritos moralmente evoluídos não provocam guerras, ao passo que espíritos ignorantes e gananciosos tendem a buscar os conflitos para satisfazer seus interesses. As guerras quase sempre são movidas por poderes, interesses e pela ganância, reflexos de instintos primitivos de espíritos ainda atrasados.
3º  Lei de causa e efeito:  Como nada acontece por acaso, a Providência Divina se encarrega de fazer sempre os ajustes necessários, mesmo em atitudes puramente humanas; dessa forma, as guerras, além de acelerar o progresso coletivo de espíritos reencarnados, também serve como expiação para aqueles que foram os verdugos de outrora. Se analisarmos o conflito sírio de maneira superficial, podemos imaginar que os refugiados de agora foram os algozes que no passado expulsaram os que vivam em suas terras por meio das guerras.
Allan Kardec questiona sobre a guerra em “O Livro dos Espíritos”, quando pergunta: 742-  “Qual a causa que leva o ser humano à guerra?”
Resposta dos Espíritos Superiores:  “A Predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é um estado normal. À medida que o ser humano progride, a guerra se torna menos frequente, porque ele evita suas causas e, quando ela se faz necessária, ele sabe adicionar-lhe humanidade.”
Kardec volta a inquirir na pergunta 743:  “A guerra vai desaparecer um dia da face da Terra? -  Resposta: “Sim, quando os seres humanos compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus;  então todos os povos serão irmãos”.
Kardec insiste ainda na pergunta 744:  “Qual o objetivo da Providência Divina ao tornar a guerra necessária?” – Resposta:   “A liberdade e o progresso”.
O ser humano evolui intelectualmente a passos largos, mas não é capaz de aperfeiçoar a moralidade na mesma proporção. Utiliza a inteligência contra si próprio produzindo armas de destruição em massa com tecnologia de ponta, guiadas por satélites, que podem atingir longas distâncias e aniquilar  comunidades inteiras. Por outro lado, ainda não conseguiu cultivar em si a tolerância, a compaixão, a fraternidade e o amor. Neste momento em que o planeta Terra passa por uma transição, estamos submetidos à Lei da Destruição.
Muitos espíritos reencarnados estão desfrutando da última oportunidade no orbe terrestre correndo o risco de, não mais permanecerem neste mundo e serem exilados para outros planetas compatíveis com seu grau de evolução, pois a marcha do progresso determinada pela Providência Divina é contínua e não retroage nunca. Da mesma maneira estão reencarnando Espíritos melhores e mais evoluídos para contribuírem na transição do mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. Mas antes que isso se realize, temos que passar ainda por grandes tribulações de acordo com o Sermão Profético de Jesus (Marcos C-13 vs.1 a 23). Veja também as Profecias de Chico Xavier, sobre as tribulações.
“O conflito dos homens não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância, assim como a Natureza não tem recompensas nem castigos: tem consequências.”
Façamos a nossa parte, cultivando a fraternidade e o amor e mantendo-nos em paz, para que a paz se faça no mundo...    

Fonte:
Jornal “O Imortal” – 10/2017
André Luiz Alves Jr. 
“O Livro dos Espíritos”
+ Modificações e acréscimos.

Jc.
São Luís, 17/10/2017                      

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