O planeta Terra, desde o surgimento do ser humano, já foi palco de inúmeros conflitos em diferentes épocas e regiões. Evidentemente, a motivação, os objetivos e os armamentos têm mudado muito à medida que o tempo avança e o ser humano progride intelectualmente. As guerras alteram significativamente o curso da história, pois elas acabam influenciando diretamente em civilizações, costumes e territórios, geralmente movidas pela ganância.
A
grande preocupação é que, com o advento da tecnologia, os conflitos alcançaram
um grande poder bélico devastador. Os combatentes deixaram de lado as lanças e
as espadas para dar espaço à pólvora e o rifle e, nos dias atuais, às armas
químicas e nucleares, que detêm grande capacidade de destruição e de dizimar
civilizações inteiras. A última guerra, por exemplo, conhecida como 2ª Guerra
Mundial, foi o conflito mais letal da história da humanidade, resultando em
aproximadamente 70 milhões de mortes, e foi o único até hoje que fez o uso de
armas nucleares.
Há
mais de 6 anos estamos acompanhando o dramático conflito que envolve a Síria,
uma guerra civil que já produziu um número de mortes assustador. Segundo a ONU,
são mais de 400 mil mortos e quase 5 milhões de refugiados desde o início do
conflito. Alguns fatos pioraram a situação. O governo sírio fez um duro ataque
aos rebeldes com arma química que vitimou 86 pessoas, dentre elas 27 crianças.
Imediatamente os Estados Unidos bombardearam uma base militar da Síria como
retaliação ao uso de arma química, e a Rússia se manifestou a favor da Síria.
Os olhos do mundo estão voltados para esse conflito que ganha status de guerra entre potências.
Desde
o ano 2000 quando Bashar al-Assad assumiu o governo após a morte de seu pai, a
população síria vem enfrentando uma
série de problemas e dificuldades, como o desemprego, a corrupção, o
autoritarismo e a repressão por parte do governo. O estopim do despotismo se
deu em 2011 quando um grupo de jovens foi preso e torturado pelas forças de
segurança do governo, por pintarem frases revolucionárias em um muro de uma
escola. A partir desse fato a população iniciou uma série de manifestações
pedindo a saída de Assad, tendo o governo respondido com violência, o que
reforçou a manifestação.
É
evidente que esse conflito resiste á tanto tempo porque é alimentado por
interesses escusos, tanto pelas potências regionais como a Rússia que tem
interesse político naquele pais, em função da ganância do petróleo existente no
país. Com todo esse contexto, o conflito na Síria está se tornando uma guerra
que está trazendo problema para a Europa, em virtude do êxodo de refugiados,
talvez o maior da história moderna, buscando asilo o que gerou uma crise nos países
daquele continente.
As
consequências de uma 3ª guerra mundial são inúmeras, desde problemas de ordem
política e econômica até a morte de civis inocentes, passando por graves
questões humanitárias e destruição de muitas nações. Não há que pensar apenas
nas mortes, mas também em pessoas mutiladas, em doenças disseminadas, em
problemas psicológicos e traumas de todas as ordens, levando em conta que a
maioria esmagadora das vítimas, é constituída de pessoas comuns que não estão
preocupadas com a geopolítica ou com as estratégias militares; que só querem
que seus filhos vivam e cresçam com saúde. Essas pessoas não se preocupam com a
“segurança nacional”, mas com a segurança pessoal e da família, com alimentos,
abrigos, cuidados médicos e paz.
Certamente,
o grande temor desse nosso tempo é de que aconteça uma nova guerra mundial,
envolvendo as maiores potências militares do mundo, com todo o seu poder bélico
de armas químicas e nucleares. Tomando por base o ataque atômico ao Japão no
final da 2ª guerra mundial, vimos que 200 mil pessoas morreram instantaneamente
e outras milhares de mortes ao longo dos anos, como consequência da radiação de
uma pequena bomba, podemos ter uma ideia do que seria um grande conflito armado
nos dias de hoje, com o arsenal químico
e nuclear existente atualmente.
Algumas
pessoas nos indagam o porquê das guerras à luz da Doutrina Espírita. Por que os
conflitos existem, ou ainda, por que Deus permite que eles aconteçam? Para
responder a esses questionamentos sob o ponto de vista da doutrina, devemos
considerar três importantes aspectos:
1º O livre-arbítrio: Ao ser humano é facultado o direito de pensar
e agir. É o que chamamos de livre-arbítrio. Sem ele, seríamos marionetes nas
mãos de Deus, como explicaram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, nas obras
da Codificação, quando respondem: “Pois
quem tem a liberdade de pensar, tem igualmente o direito de agir. Sem o
livre-arbítrio, o ser humano seria uma máquina”. É pela liberdade de agir que nós cometemos
equívocos que por vezes causam sofrimentos a nós mesmos e aos outros. Se, somos livres em nossa ações, não podemos
responsabilizar o Criador pelos nossos atos e pelas suas naturais
consequências;
2º Progresso
moral: A qualidade das nossas
ações são diretamente proporcionais ao nosso progresso moral; quanto mais
evoluído o ser humano, mais nobres serão seus atos. Espíritos moralmente
evoluídos não provocam guerras, ao passo que espíritos ignorantes e gananciosos
tendem a buscar os conflitos para satisfazer seus interesses. As guerras quase
sempre são movidas por poderes, interesses e pela ganância, reflexos de
instintos primitivos de espíritos ainda atrasados.
3º Lei de causa e efeito: Como nada acontece por acaso, a Providência
Divina se encarrega de fazer sempre os ajustes necessários, mesmo em atitudes
puramente humanas; dessa forma, as guerras, além de acelerar o progresso
coletivo de espíritos reencarnados, também serve como expiação para aqueles que
foram os verdugos de outrora. Se analisarmos o conflito sírio de maneira
superficial, podemos imaginar que os refugiados de agora foram os algozes que
no passado expulsaram os que vivam em suas terras por meio das guerras.
Allan
Kardec questiona sobre a guerra em “O Livro dos Espíritos”, quando pergunta:
742- “Qual a causa que leva o ser humano
à guerra?”
Resposta
dos Espíritos Superiores: “A Predominância da natureza animal sobre a
espiritual e a satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos só
conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é um
estado normal. À medida que o ser humano progride, a guerra se torna menos
frequente, porque ele evita suas causas e, quando ela se faz necessária, ele
sabe adicionar-lhe humanidade.”
Kardec
volta a inquirir na pergunta 743: “A
guerra vai desaparecer um dia da face da Terra? - Resposta: “Sim, quando os seres humanos compreenderem a justiça e praticarem a lei
de Deus; então todos os povos serão
irmãos”.
Kardec
insiste ainda na pergunta 744: “Qual o
objetivo da Providência Divina ao tornar a guerra necessária?” – Resposta: “A
liberdade e o progresso”.
O
ser humano evolui intelectualmente a passos largos, mas não é capaz de
aperfeiçoar a moralidade na mesma proporção. Utiliza a inteligência contra si
próprio produzindo armas de destruição em massa com tecnologia de ponta,
guiadas por satélites, que podem atingir longas distâncias e aniquilar comunidades inteiras. Por outro lado, ainda
não conseguiu cultivar em si a tolerância, a compaixão, a fraternidade e o
amor. Neste momento em que o planeta Terra passa por uma transição, estamos submetidos
à Lei da Destruição.
Muitos
espíritos reencarnados estão desfrutando da última oportunidade no orbe
terrestre correndo o risco de, não mais permanecerem neste mundo e serem
exilados para outros planetas compatíveis com seu grau de evolução, pois a
marcha do progresso determinada pela Providência Divina é contínua e não
retroage nunca. Da mesma maneira estão reencarnando Espíritos melhores e mais
evoluídos para contribuírem na transição do mundo de provas e expiações para
mundo de regeneração. Mas antes que isso se realize, temos que passar ainda por
grandes tribulações de acordo com o Sermão Profético de Jesus (Marcos C-13 vs.1
a 23). Veja também as Profecias de Chico Xavier, sobre as tribulações.
“O
conflito dos homens não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a
ignorância, assim como a Natureza não tem recompensas nem castigos: tem
consequências.”
Façamos
a nossa parte, cultivando a fraternidade e o amor e mantendo-nos em paz, para
que a paz se faça no mundo...
Fonte:
Jornal “O Imortal” –
10/2017
André Luiz Alves Jr.
“O Livro dos
Espíritos”
+ Modificações e
acréscimos.
Jc.
São Luís, 17/10/2017
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