segunda-feira, 1 de maio de 2017

ROMEU DO AMARAL CAMARGO




  Romeu Camargo nasceu na cidade de Rio Claro, estado de São Paulo, no dia 2 de fevereiro de 1882. Ele foi um grande vulto espírita, não só no estado de São Paulo, como em todo o Brasil. Autor de vários livros e em perfeita sintonia com o Evangelho,  afirmou-se um dos mais proeminentes lideres do Espiritismo Cristão, cuja palavra autorizada era recebida e acatada pelos espíritas.
Ele fez o curso primário com professores particulares. Formado pela antiga Escola Complementar, anexa a Escola Normal da capital de São Paulo, ingressou no magistério público em 1903, tendo exercido vários cargos de carreira, entre outros, foi inspetor de ensino em Limeira, professor da Escola Normal do Brás e diretor do Grupo Escolar Campos Sales, com mais de 3 mil alunos, na capital. Bacharelou-se no ano de 1915, em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito de São Paulo, exercendo a advocacia de 1917 a 1929.
Jornalista e escritor, colaborou com diversos órgãos da imprensa diária, tanto da capital como do interior. Católico de nascimento converteu-se ao Protestantismo em 1901. Membro professo desde 1902 foi eleito e ordenado diácono em 1913, pela 1ª Igreja Presbiteriana Independente da capital de São Paulo, cuja assembleia era constituída de mais de 800 membros e sob o pastorado de Revmo. Eduardo Pereira. Oficial da Igreja desde julho de 1909 ocupou o púlpito de quase todas as igrejas protestantes da capital paulista e de outras cidades do interior. Em seu benéfico trabalho dentro do Protestantismo escreveu um folheto de leitura edificante intitulado “Historia da Conversão de Um Criminoso” distribuído nos presídios.
Estudando sempre a Bíblia e obras teológicas, eis que os seus 22 anos de vivência religiosa no meio protestante, não lhe apagaram as dúvidas acerca do fundamento cristão dos dogmas da “predestinação divina” e da “eternidade das penas”. Em 1923, foi-lhe dado conhecer novas luzes nas páginas do Evangelho: as obras de Allan Kardec esclareceram-lhe lógica e racionalmente aqueles pontos obscuros. Dissiparam-se as suas dúvidas e as dificuldades que ofuscavam o sentido claro das palavras de Jesus!
Definitivamente, atraído para a Doutrina dos Espíritos, Romeu
Camargo se ausentou da sua igreja, o que fez com que alguns pastores o fossem visitar e procurassem  afastá-lo da Doutrina Espírita. Tudo em vão, porém. Em 21 de fevereiro de 1925, ele foi convidado a comparecer a uma reunião da Igreja Presbiteriana Independente.  Feita a “acusação” pelo secretário teve a palavra o “acusado”, que durante duas horas  produziu  a sua defesa,  firmada no Evangelho de Jesus. No dia 1º de junho de 1925, Romeu Camargo publicava em o “Reformador”  a sua confissão pública de adesão ao Espiritismo. Ele o fez com o artigo – Aos Pés do Mestre – em resposta a um artigo do pastor protestante Isaac Gonçalves do Vale, publicado no “Estandarte”, órgão da Igreja Presbiteriana Independente.
Convicto das verdades contidas nas obras fundamentais da Doutrina dos Espíritos, o professor Romeu Camargo tornou-se um pregador do seu  aspecto moral-evangélico, tendo tomado parte, de modo intensivo, em várias Instituições, e escrito quatro obras notáveis, que enriqueceram as bibliotecas espíritas: “Protestantismo e Espiritismo à Luz do Evangelho”, “De Cá e de Lá”, “Salvação pela Fé ou Pelas Obras?” e “Um Só Senhor”.  Todas elas constituindo vibrante defesa e a refutarem as objeções levantadas contra a doutrina, pelo bispo de Pouso Alegre e o psiquiatra Pacheco e Silva.
Romeu Camargo escreveu para os mais importantes jornais da imprensa espírita brasileira, principalmente no “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira, pois ele tinha grande saber das Escrituras Sagradas e vastos conhecimentos sobre Filosofia e Religião. Ele foi presidente da União Federativa Espírita Paulista, na época a principal sociedade espírita bandeirante. Em 1936, tornou-se o 1º Secretário da recém-fundada Federação Espírita do Estado de São Paulo. Contribuiu para a fundação da Rádio Piratininga, a primeira estação espírita, em 30 de março de 1940, sendo ele diretor-tesoureiro. Durante vários anos foi o redator–secretário da revista “Verdade e Luz”, fundada pelo confrade Batuíra.
Em 1937, escreveu-lhe o Espírito Emmanuel através de Francisco Cândido Xavier: “Continue na sua bela missão de levar a luz espiritual do Evangelho pelos caminhos da Terra”. Romeu continuou seu trabalho até o fim de sua jornada terrena e disse em 1943: “Educado na Igreja Protestante Presbiteriana, onde realizei  minha formação espiritual, o que me interessa é por em prática o Evangelho de Jesus, que é “Luz para mim”.
Ele desencarnou  na cidade de  São Paulo, em 10 de dezembro de 1948, quando datilografava  uma carta ao presidente da Federação Espírita Brasileira, com o qual sempre mantinha correspondência.

Fonte:
Federação Espírita Brasileira
Jornal “O Imortal” 12/2016

Jc.
São Luís, 12/2/2017

Nenhum comentário: