Romeu Camargo nasceu na cidade de Rio Claro, estado de São Paulo, no dia 2 de fevereiro de 1882. Ele foi um grande vulto espírita, não só no estado de São Paulo, como em todo o Brasil. Autor de vários livros e em perfeita sintonia com o Evangelho, afirmou-se um dos mais proeminentes lideres do Espiritismo Cristão, cuja palavra autorizada era recebida e acatada pelos espíritas.
Ele
fez o curso primário com professores particulares. Formado pela antiga Escola
Complementar, anexa a Escola Normal da capital de São Paulo, ingressou no
magistério público em 1903, tendo exercido vários cargos de carreira, entre
outros, foi inspetor de ensino em Limeira, professor da Escola Normal do Brás e
diretor do Grupo Escolar Campos Sales, com mais de 3 mil alunos, na capital.
Bacharelou-se no ano de 1915, em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade
de Direito de São Paulo, exercendo a advocacia de 1917 a 1929.
Jornalista
e escritor, colaborou com diversos órgãos da imprensa diária, tanto da capital
como do interior. Católico de nascimento converteu-se ao Protestantismo em
1901. Membro professo desde 1902 foi eleito e ordenado diácono em 1913, pela 1ª
Igreja Presbiteriana Independente da capital de São Paulo, cuja assembleia era
constituída de mais de 800 membros e sob o pastorado de Revmo. Eduardo Pereira.
Oficial da Igreja desde julho de 1909 ocupou o púlpito de quase todas as
igrejas protestantes da capital paulista e de outras cidades do interior. Em
seu benéfico trabalho dentro do Protestantismo escreveu um folheto de leitura
edificante intitulado “Historia da Conversão de Um Criminoso” distribuído nos
presídios.
Estudando
sempre a Bíblia e obras teológicas, eis que os seus 22 anos de vivência
religiosa no meio protestante, não lhe apagaram as dúvidas acerca do fundamento
cristão dos dogmas da “predestinação divina” e da “eternidade das penas”. Em
1923, foi-lhe dado conhecer novas luzes nas páginas do Evangelho: as obras de
Allan Kardec esclareceram-lhe lógica e racionalmente aqueles pontos obscuros.
Dissiparam-se as suas dúvidas e as dificuldades que ofuscavam o sentido claro
das palavras de Jesus!
Definitivamente,
atraído para a Doutrina dos Espíritos, Romeu
Camargo
se ausentou da sua igreja, o que fez com que alguns pastores o fossem visitar e
procurassem afastá-lo da Doutrina
Espírita. Tudo em vão, porém. Em 21 de fevereiro de 1925, ele foi convidado a
comparecer a uma reunião da Igreja Presbiteriana Independente. Feita a “acusação” pelo secretário teve a
palavra o “acusado”, que durante duas horas
produziu a sua defesa, firmada no Evangelho de Jesus. No dia 1º de
junho de 1925, Romeu Camargo publicava em o “Reformador” a sua confissão pública de adesão ao
Espiritismo. Ele o fez com o artigo – Aos Pés do Mestre – em resposta a um
artigo do pastor protestante Isaac Gonçalves do Vale, publicado no
“Estandarte”, órgão da Igreja Presbiteriana Independente.
Convicto
das verdades contidas nas obras fundamentais da Doutrina dos Espíritos, o
professor Romeu Camargo tornou-se um pregador do seu aspecto moral-evangélico, tendo tomado parte,
de modo intensivo, em várias Instituições, e escrito quatro obras notáveis, que
enriqueceram as bibliotecas espíritas: “Protestantismo e Espiritismo à Luz do Evangelho”,
“De Cá e de Lá”, “Salvação pela Fé ou Pelas Obras?” e “Um Só Senhor”. Todas elas constituindo vibrante defesa e a
refutarem as objeções levantadas contra a doutrina, pelo bispo de Pouso Alegre
e o psiquiatra Pacheco e Silva.
Romeu
Camargo escreveu para os mais importantes jornais da imprensa espírita
brasileira, principalmente no “Reformador”, órgão da Federação Espírita
Brasileira, pois ele tinha grande saber das Escrituras Sagradas e vastos
conhecimentos sobre Filosofia e Religião. Ele foi presidente da União
Federativa Espírita Paulista, na época a principal sociedade espírita
bandeirante. Em 1936, tornou-se o 1º Secretário da recém-fundada Federação
Espírita do Estado de São Paulo. Contribuiu para a fundação da Rádio
Piratininga, a primeira estação espírita, em 30 de março de 1940, sendo ele
diretor-tesoureiro. Durante vários anos foi o redator–secretário da revista
“Verdade e Luz”, fundada pelo confrade Batuíra.
Em
1937, escreveu-lhe o Espírito Emmanuel através de Francisco Cândido Xavier:
“Continue na sua bela missão de levar a luz espiritual do Evangelho pelos
caminhos da Terra”. Romeu continuou seu trabalho até o fim de sua jornada
terrena e disse em 1943: “Educado na Igreja Protestante Presbiteriana, onde
realizei minha formação espiritual, o
que me interessa é por em prática o Evangelho de Jesus, que é “Luz para mim”.
Ele
desencarnou na cidade de São Paulo, em 10 de dezembro de 1948, quando
datilografava uma carta ao presidente da
Federação Espírita Brasileira, com o qual sempre mantinha correspondência.
Fonte:
Federação Espírita
Brasileira
Jornal “O Imortal”
12/2016
Jc.
São Luís, 12/2/2017
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