Rita nasceu em 29 de abril de 1888, em Angustura, Distrito de São José, Além Paraíba, Estado de Minas Gerais, e desencarnou em Três Rios, Estado do Rio de Janeiro, em 6 de abril de 1951.
Ela
desempenhou vários cargos como, diretora do Lar Manoel Pessoa de Campos, e do
Grupo Espírita Fé e Esperança, na qualidade de diretora de assistência aos
necessitados. Foi também orientadora da Mocidade Espírita Bezerra de Menezes,
tendo arregimentado os jovens para o trabalho da caridade, incentivando-os para
o conhecimento da Doutrina dos Espíritos. Era procurada diariamente por uma
multidão de aflitos, cujos problemas ela procurava solucionar, através de suas
palavras evangelizadas e persuasivas. Ao seu Espírito perseverante e realizador,
devem-se grandes empreendimentos na cidade de Três Rios, em vários setores de
atividades.
Rita
ficou órfã de pai aos nove anos de idade, passando a viver sob a tutela de sua
avó materna, D. Raquel Saldanha Marinho,
grande educadora, austera e boa, que exercia o magistério em Além Paraíba. Sua
avó desenvolveu na menina Rita sentimentos elevados, o amor aos semelhantes e a
fé inabalável em Deus. Bem menina ainda, conheceu o jovem Francisco Ferreira
Cerqueira e com ele contraiu matrimônio aos 18 anos de idade. Em 1910
transferiram-se para a cidade de Três Rios, jamais pensando em residir em outra
cidade.
Por
volta de 1918, foi acometida de uma enfermidade para a qual a medicina
convencional não encontrou solução, chegando a ser desenganada por uma junta médica.
Toda a família ficou desesperada e inconsolável, somente ela não perdia a
esperança, suplicando fé em Deus, porque em breve haveria de se curar. Nessa
altura dos acontecimentos ela teve conhecimento da existência de um médium
espírita em Porto Novo da Cunha. Cheia de fé e na certeza de que Deus haveria
de curá-la, pediu ao seu esposo que fosse consultá-lo, inspirada pelos amigos
espirituais. Francisco Cerqueira, já sem esperança pelos resultados médicos,
foi buscar a receita. De volta, trouxe consigo remédios homeopáticos ervas e a
recomendação para que lhe fosse ministrados passes, pois a sua doença, segundo
o médium, era de origem espiritual. Confiantes, seguiram as instruções e as
melhoras se fizeram e ela logo ficou boa de saúde.
Seu
esposo amava-a de coração e uniram-se ao trabalho dignificante, ajudando-se
mutuamente nas tarefas do bem. Foi ele exemplar servidor da Central do Brasil,
estimado e considerado por seus chefes e colegas. Tiveram eles, sete filhos,
sendo que um desencarnou com um ano de idade, e os restantes foram criados
dentro dos princípios da Doutrina Espírita. D. Rita Cerqueira enviuvou em 1928,
ficando com os seus filhos menos de idade. José Ferreira de Cerqueira, o mais
velho, já um rapazinho, foi o esteio da família. A fé inabalável de D. Rita e o
comportamento e união dos filhos fizeram com que fossem vencidas todas as
dificuldades e em pouco tempo tudo se tornava paz e tranquilidade no lar. Sua
vida como espírita não foi menos grandiosa.
Depois
desse acontecimento, passaram a ocorrer
os primeiros fenômenos de mediunidade, com aquela que seria mais tarde grande
médium, consagrando toda sua existência aos menos afortunados. Certo dia ela
sentiu-se fora do corpo físico; conversou com alguns irmãos, porém não se apercebeu
que não estava no corpo. Após momentos de ansiedade compreendeu que seu
Espírito se exteriorizara e era preciso regressar ao envoltório carnal, e então
rogou a Deus para que ela regressasse ao
corpo, porque tinha uma missão a cumprir, além de esposa e mãe, e no mesmo instante voltou ao
normal.
No
dia seguinte, foi ao Centro Espírita, do professor Alexandre José Lacerda, para
desenvolver a mediunidade o que foi feito bastante rápida. Então, comunicou-se por seu intermédio, um
Espírito que cientificou a todos da grande tarefa que ela tinha pela frente. Rita
Cerqueira regressou alegre ao lar, certa de que dali em diante, poderia ser
muito mais útil aos seus semelhantes. Nessa mesma noite, foi provada a sua fé.
Foi ela chamada para socorrer uma enferma em grande sofrimento e aflição.
Confiante em Jesus e, à beira da cabeceira da doente, impôs suas mãos e o seu
pensamento em prece, recebeu a ajuda do Alto. Quando ela saiu, deixou em paz
aquele lar onde até então reinava a apreensão e o desespero. Daí por diante,
sua mediunidade desabrochou ostensivamente no campo da cura, sendo a
intermediária entre o Céu e a Terra.
Em
1930 fundou-se o “Lar Manoel Pessoa de Campos”, instituição de amparo a
crianças do sexo feminino, cuja primeira diretora foi Helena Chaves Armeiro. Em
1940, devido a um período de licença da diretora, D. Rita Cerqueira a
substituiu no cargo, com grande eficiência, dedicação e carinho. A palavra dela
era esclarecedora, pois ela possuía notável poder persuasivo, sendo por isso
muita apreciada por todos os espíritas. A sua predileção era para os temas
evangélicos, esclarecendo às parábolas de Jesus. Em sua oratória salientava a
necessidade da prática do amor ao próximo, dando ainda, muita ênfase a temas
sobre a fé, a esperança, a bondade e, sobretudo, a caridade.
O
seu exemplo levou muitas pessoas para a Doutrina dos Espíritos e seus conselhos
eram acatados por todos, pois era dotada de elevado senso de responsabilidade e
sabia fazer que a paz se restabelecesse nos lares, serenava os ânimos e reatava
a amizade entre as pessoas que eram desafetas. Quando ela desencarnou, por
decreto municipal, foi declarado luto oficial por três dias, “por motivo do
falecimento da ilustre dama trirriense e grande benfeitora da infância
desamparada, ocorrido no dia 6 de abril de 1951, nesta cidade”. O seu nome foi
dado a uma das ruas centrais da cidade de Três Rios-RJ.-
Fonte:
Marinei Ferreira
Rezende – De Londrina
Jornal “O Imortal” de
11/2016
+ Pequenas
modificações.
Jc.
São Luís, 20/11/2016
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