sexta-feira, 14 de junho de 2013

A IMPORTÂNCIA DA FAMÌLIA




A família, como todos sabem, é o bem maior e mais valioso que Deus nos concede no processo reencarnatório. Por esse motivo a Doutrina dos Espíritos nos tem ensinado sobre o papel e a importância dessa instituição, que muitas pessoas só valorizam, quando a perdem.

Emmanuel  nos diz  que  habitualmente,  somos  nós  mesmos que  escolhemos  a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos, engenheiros, pedreiros e auxiliares. Chico Xavier afirmou também:  “chamamos a nós, antigos companheiros de aventuras infelizes programando-lhes a volta em nosso convívio e prometendo-lhes socorro e oportunidades, em que se lhes reedifique a esperança de resgates e evolução”. Outras vezes vemos dois seres nascidos de pais diferentes, serem mais irmãos pelos laços espirituais do que se o fossem pelos laços de sangue.

O ambiente familiar tem, pois, suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, na Espiritualidade, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva e de fraternidade real e definitiva. Preponderam nesse instituto divino, os elos do amor para alicerçar as experiências de outras existências. Mas, acorrem igualmente os ódios e as perseguições do passado tenebroso, a fim de se transformarem pela aceitação sanguínea, em solidariedade fraternal com vistas ao futuro.

Os integrantes das famílias humanas quase sempre, são espíritos vinculados ao casal, ora mais fortemente ao pai, ora mais ligados ao lado materno, em face das próprias necessidades de aprimoramento e auto corrigenda, resgate e progresso. Em vista disso, cooperam em ações decisivas, na aproximação dos futuros pais, que lhes possibilitem a nova existência pelos processos da gravidez, reclamando naturalmente, a quota de carinho e atenção que lhes é devida. Entretanto, pode acontecer que um mau espírito peça a oportunidade de renascer como filho/a de pais bons, na esperança de que seus conselhos e exemplos o encaminhem para uma jornada melhor, e, frequentemente, Deus concede essa solicitação, como registra “O Livro dos Espíritos” na questão 209. Falando de uma pessoa cujo caráter, gostos e inclinações não têm nenhum semelhança com  os de seus  parentes,  parece que ela  não  é da  família.   A animosidade e a rebeldia de certos filhos têm essa origem, como também pode ser que sejam espíritos endividados ou credores, uns dos outros, que precisam vir na mesma família, para que sejam efetuados os resgates necessários para a evolução de todos.

Os pais podem melhorar os espíritos dos filhos a quem deram nascimento e que lhes foram confiados, através de conselhos, orientações e exemplos, pois esse é o dever. Os maus filhos são uma prova para os pais, prova essa que pode ser vencida, se os pais encararem os filhos, não como um peso, mas como uma oportunidade real de progresso para todos os envolvidos.

Na questão 385 do “Livro dos Espíritos”, podemos colher os esclarecimentos a que entendamos o porquê e a finalidade da existência da infância. As crianças – ensina o Espiritismo – são os seres que Deus envia em novas existências, dando-lhes novas aparências da inocência. Mesmo em uma criança cujo espírito é mau, suas faltas são desculpadas com a não consciência dos seus atos. Essa inocência não representa uma superioridade; é tão somente a imagem de que elas deveriam ser, quando crescerem, e se não o forem, é sobre esses espíritos que as animam que recai o resgate. Se não fora assim, o amor dos pais seria enfraquecido à vista do caráter inferior e rude do filho/a; enquanto que, crendo-os dóceis e bons, dão-lhes toda a sua afeição e os cuidam de todas as atenções. Logo, porém, que os filhos não têm mais necessidade dessa assistência, por terem crescidos, seu caráter real reaparece em toda a sua realidade. Conservam-se bons, se já eram espíritos com alguma evolução, ou se revelam com as suas deficiências, ocultas na infância, se são espíritos atrasados.

A infância tem, ainda, outra utilidade. É que os espíritos reencarnam para se aperfeiçoarem, e a fraqueza da pouca idade, os torna flexíveis e acessíveis aos conselhos da experiência e dos bons exemplos, daqueles que os devem fazer progredir. É quando se pode reformar seu caráter e reprimir suas más inclinações. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual deverão responder. Por isso a infância na existência, não é somente útil, necessária, indispensável, mas ainda é a conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.

A missão dos pais é um dever muito grande, que obriga a ter responsabilidades muito mais do que pensamos. As questões de nºs 208, 582 e 928 do “Livro dos Espíritos”, tratam com detalhes do assunto. Deus coloca o filho/a sob a guarda dos pais, para que estes o dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa dando ao filho/a uma organização frágil e delicada, que torna acessível a todas as impressões. Entretanto, há pais que se ocupam mais com outros assuntos, sem assumirem o trabalho de encaminhar e cuidar do caráter do seu filho/a. Se este fracassar, carregarão a pena e os sofrimentos tanto o filho como os pais, porque não fizeram o que tinham de fazer encaminhando-o para o caminho do bem. 

Com respeito ainda á responsabilidade dos pais com relação aos filhos, é importante ter em mente a seguinte questão formulada por Kardec aos Espíritos Superiores, sob o nº. 892: “Quando os pais têm filhos que lhes causam desgostos, são os pais desculpáveis por não terem por eles a ternura que teriam no caso de serem bons?” Resposta dos Espíritos: “Não, porque isso é um fardo que lhes é confiado, e a missão dos pais é fazer todos os esforços para reconduzi-los ao bem. Estes desgostos são também com freqüência resultado dos maus hábitos que os pais deixaram os filhos tomarem desde pequena idade: eles colhem então a semeadura da indiferença que dispensaram aos filhos”.

Evidentemente, ensina a Doutrina dos Espíritos, se o filho se torna mal apesar dos cuidados e exemplos dignos dos pais, estes não serão responsáveis. Entretanto, quanto mais as disposições da criança forem más, mais penosa é a tarefa e maior será o mérito dos pais, se conseguirem desviá-la do mau caminho. A natureza deu à mãe, o amor para com o seu filho, no interesse de sua evolução. Se entre os animais, esse amor é limitado às necessidades materiais, e cessam quando os cuidados se tornam inúteis, entre os seres humanos, esse amor dos pais pelos filhos, persiste por toda a existência, comportando um devotamento e uma abnegação que constituem uma virtude, e muitas vezes, perduram até mesmo após a morte física que os separa.
Existem, no entanto, casos em que a mãe odeia o filho, às vezes até antes do nascimento. Por que isso ocorre?  – Responderam os Espíritos Superiores: “Algumas vezes é uma prova escolhida pelo espírito do filho, ou uma expiação (resgate), se ele foi mau pai ou mãe em outra existência. Em outros casos, a mãe má, não é senão um espírito inferior, que se esforça por dificultar a existência do filho; mas essa violação das leis da natureza, pela mãe, não ficará impune, e o espírito do filho será recompensado pelos obstáculos que haja superado”.

Orientam ainda os Espíritos na questão 888: “Todo Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento e sua situação como reencarnante ou errante, está sempre colocado entre um superior que o guia e o assiste, e um inferior diante do qual tem os mesmos deveres a cumprir”. Os laços da família espiritual não são destruídos pela reencarnação, como pensam muitas pessoas. A reencarnação apenas os separa momentaneamente, e após a volta para a Espiritualidade, os espíritos afins se reencontram. Frequentemente, esses espíritos que formam a família espiritual, se juntam numa mesma família, ou num mesmo círculo familiar, para trabalharem em conjunto, o progresso de todos.

É bem conhecida a posição de Kardec e dos instrutores espirituais acerca da importância da educação principalmente para a reforma do ser humano e do mundo em que vivemos, assunto em que o lar e a família têm influência decisiva.

Tratando das mazelas sociais e das leis que são criadas para coibi-las, os instrutores espirituais asseveram que, infelizmente, essas leis visam punir o mal quando já praticado, e não combater o mal na fonte. Somente através da educação e da religião é que se podem reformar os seres humanos. E reformados não terão mais necessidades de leis tão rigorosas e de prisões. Esse é o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança e da paz para todos. Kardec não se refere a educação intelectual, pois o ser humano pode direcionar essa inteligência para fazer o mal, mas àquela que consiste na formação do caráter; a que dá hábitos saudáveis, porque a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Quando se observa na população, grande massa de indivíduos sem princípios, sem freios e entregues aos seus próprios instintos... podemos imaginar as consequências desastrosas que disso resultarão. Quando o ser humano receber a educação na família, terá no mundo hábitos de ordem, de respeito que lhe permitirá viver dias menos difíceis e dolorosos.

Allan Kardec na questão 775, do “Livro dos Espíritos”, pergunta a respeito dos laços de família e os Espíritos Superiores, respondem: “O relaxamento desses laços faria o recrudescimento do egoísmo”. Emmánuel,  pensa também desse modo ao dizer:” De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a existência”. É preciso que tenhamos em mente, no entanto, que a casa não é apenas um refúgio de alvenaria e madeira; é o lar onde a união e o companheirismo deve se desenvolver.

André Luiz diz que a paisagem social da Terra, se transformaria para melhor se todos nós, quando na condição de seres humanos, nos tratássemos, dentro de casa, pelo menos com a cortesia que dispensamos aos nossos amigos na rua. Enfeitemos o nosso lar com os recursos da gentileza e do bom-humor. Colaboremos no trabalho dentro do lar, tanto quanto possível. Sem a organização o companheirismo e a distribuição de tarefas, torna-se impossível conservar a ordem e o bem estar dentre de casa. Recordemos que precisamos tanto dos nossos entes queridos e familiares,  quanto eles precisam de nós. Os pequenos sacrifícios em família formam a base da felicidade para todos no lar.

Jesus nos ensina na passagem em que sua mãe e irmãos lhe procuram que existem duas espécies de família; as famílias pelos laços corporais e as famílias pelos laços espirituais; as primeiras são frágeis, como á matéria e se dissolvem com o tempo; as segundas, são duráveis, se fortalecem e se perpetuam no mundo espiritual, através das diversas existências terrenas. Jesus não negligenciou nenhuma oportunidade de dar um ensinamento; tomou a que lhe oferecia a chegada de sua família para estabelecer a diferença que existe entre o parentesco corporal e o parentesco espiritual. Foi isso que Jesus quis fazer compreender, ao dizer aos apóstolos: “Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Divaldo Franco foi abordado certa vez, por uma mãe desesperada que lhe pediu socorro, por causa de uma filha que estava muito revoltada com ela. Divaldo disse-lhe que deveria durante o sono da sua filha, conversar e orar por ela, diariamente, até que a filha melhorasse. Essa situação muito atual, nos dias de hoje, leva muitos pais a consultórios médicos e psiquiatras, buscando socorro para os filhos com problemas de irritação, ansiedade, pavores, agressividade, timidez, etc. Diz um Espírito Superior que com essa atitude dos pais, principalmente da mãe, utilizando-se do período em que a criança dorme, para infundir-lhe coragem e anular as impressões negativas, conversando e envolvendo-a com amor, poderá minimizar e até eliminar os problemas. O inconsciente receberá as informações que serão arquivadas e posteriormente, irá reestruturando a personalidade infanto-juvenil. Não apenas o ato de falar, mas a vibração e a emoção da oração acompanhada da palavra é que fará alcançar o desejado.

O psicoterapeuta francês, Émile Coué, do Instituto de Educação Psíquica de Nancy, na França, dá o seguinte conselho aos pais: “Devemos contribuir para extinguir os defeitos e as qualidades negativas da criança, aplicando-lhe a sugestão da seguinte maneira:  “Todas as noites, assim que a criança adormecer, se achegar ao leito, com cuidado para não despertá-la, parar  a meio metro de distância, e dizer-lhe de quinze a vinte vezes seguidas, em voz baixa (murmurando), a coisa ou coisas que se deseja dela, como, que seja uma criança boa, fraterna e caridosa”. A orientação, portanto, é que a mãe converse com muito carinho com a criança enquanto dorme, dizendo-lhe que a ama muito e que como mãe fará o possível para ajudá-la. Que aproveite a oportunidade que o amor divino lhe concede para harmonizar-se e melhorar-se. Com fé em Deus, tudo vai melhorar.

Vivemos momentos dolorosos de agressividade acentuada. Por isso é necessário que nos melhoremos, amando um pouco mais e ensinando os nossos filhos a amarem também e serem pacíficos. Se assim fizermos, um dia as penitenciárias se esvaziarão e as armas ficarão inúteis, pois é pela elevação moral que se melhora um povo, uma nação, e não por leis...  Procuremos fazer a nossa parte, não importando a tempestade que existe lá fora, porque ela também vai passar e nova aurora vai surgir.
Hoje é o dia, agora é o momento, para que os pais demonstrem e pratiquem a boa-vontade, a amizade, a solidariedade e o amor, tanto para com os seus filhos como para os parentes, os amigos, e ainda, para todos que necessitem de uma oração, conforme nos ensinou o Mestre Amado Jesus. Quantas vezes já dissemos aos nossos filhos que os amamos?  uma, duas, mais vezes.. ou nunca dissemos que o amamos ? Por que? Porque também nunca ouvimos dos outros que somos amados? Vamos começar a botar para fora esse sentimento que guardamos e precisamos externar aos nossos entes queridos.

É sempre bom lembrar também aos pais que eles são responsáveis pelas almas que Deus os confiou como seus filhos, e devem ser seus amigos e confidentes sinceros, em qualquer situação, em qualquer tempo, em qualquer idade...



Que a Paz do Senhor permaneça em nossos corações.




Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Divaldo Franco
Émile Coué




Jc.

S.Luis, 12/03/1996

Nenhum comentário: