sábado, 23 de julho de 2011

EDUCAÇÃO - VÁRIAS FORMAS

E D U C A Ç Ã O

O tema educação tem sido confundido com instrução e servido de palco para férteis discussões e reformas do sistema educativo em várias épocas e nações. Educar é formar hábitos bons. A educação é o conjunto dos hábitos adquiridos na convivência, principalmente familiar, onde a criança passa a assimilar os bons costumes e os valores morais. Ela fala e imita o que aprende com as pessoas. A instrução é de responsabilidade e adquirida na escola, muito embora possa também ser ministrada no lar, onde a criança embora já sabendo falar, vai conhecer e aprender as primeiras letras do alfabeto. Muitos pais, querendo se eximir da responsabilidade de disciplinar e educar seus filhos prefere transferir aos professores, essa tarefa.

Para Licurgo, a educação é criar hábitos considerados saudáveis; é desenvolver aptidões inatas da criatura, que, estando adormecidas, devem dirigir-se para o bem geral; e educar, é preparar a pessoa para realizações nobres.

Para o professor Hippolyte Dénizard Rivail, no seu plano para a melhoria do ensino público, esclarece: “Todos falam da importância da educação, mas esta palavra é para a maioria, de um significado excessivamente impreciso. Em geral nós a vemos no sistema de estudos, e este equívoco é uma das principais causas do pouco progresso que ela obteve. A educação é a arte de formar os homens, isto é, a arte de neles fazer surgir os germes das virtudes e reprimir os do vício; de desenvolver sua inteligência e dar-lhes a instrução adequada às suas necessidades... Em uma palavra, o objetivo da educação consiste no desenvolvimento simultâneo das faculdades morais, físicas e intelectuais”.

Para o francês Jacques Delors, falando sobre educação para o Século XXI, na Unesco, apresentou um relatório denominado “Educação, um tesouro a descobrir” em que expôs os “Quatro pilares da educação moderna” a saber: 1- Aprender a conhecer: visa menos a aquisição de um repertório de saberes codificados e mais domínio dos próprios instrumentos do conhecimento, considerando meio e finalidade da existência humana. 2- Aprender a fazer: embora mais relacionado à questão da formação profissional, este pilar propõe que não basta ensinar alguém a realizar uma tarefa específica nem ser reduzida a simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, mas que a aprendizagem deve evoluir melhorando o homem como ser integral. 3- Aprender a conviver: este aprendizado representa, hoje, um dos maiores desafios da educação, quando se considera os conflitos e o extraordinário potencial de autodestruição, criados pelos seres humanos, amplamente acelerados no século passado. 4- Aprender a ser: a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido moral, responsabilidade pessoal e espiritualidade.

Para Sandra Maria B. Pereira, pedagoga, comentando os quatro pilares, diz que ele é rico material para as reflexões tão necessárias em momentos tão graves como os que vivemos em que se impõe a urgência de uma educação para todos, comprometida com o bem-estar sócio-moral de todos os habitantes da Terra. Temas importantes são tratados de modo objetivo e em fácil linguagem, como um exercício de espalhar luz, semear idéias e relatar fatos, capazes de fundamentar as propostas ali contidas, nos velhos ideais de igualdade e da solidariedade humana. Implica em construir uma identidade própria e cultural, situar-se com os outros seres compartilhando experiências e desenvolvendo responsabilidades sociais. As experiências sociais nos facultam o acesso ao saber, ao fazer, ao viver em conjunto, ao crescer em todas as nossas potencialidades... Sem qualquer sombra de dúvida é o mais importante entre todos os princípios. Ressalta a necessidade de superação das visões dualistas sobre o homem, das visões fragmentadas acerca da educação, fruto das limitações, dos preconceitos, das más paixões, da ignorância e do orgulho que lhe são próprios. Contempla a adoção da concepção integral do ser humano.

Para Allan Kardec: “...Quando se pensa na grande quantidade de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de admirar as conseqüências desastrosas que daí resultam ? Quando essa arte (educação moral) for conhecida, praticada e compreendida, o homem terá no mundo, hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus semelhantes, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar com menos dificuldade os dias ruins que não pode evitar...”

Para Emmanuel, há necessidade imprescritível da educação para todos os seres. Lembremo-nos de que Jesus o Eterno Benfeitor, em sua lição verbal, fixou na forma imperativa a advertência a que nos referimos: “Brilhe vossa luz”. Isso quer dizer que o potencial de luz do nosso espírito deve fulgir em sua grandeza plena. E semelhante feito somente poderá ser atingido pela educação que nos propicie o justo burilamento. Mas, a educação com o cultivo da inteligência e com o aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de conhecimento e bondade, saber e virtude, não será conseguida tão só à força de instrução, que se imponha de fora para dentro, mas da educação de sentimentos brotando de dentro para fora, pelos exemplos dignificantes absorvidos na intimidade da família.

A pessoa humana, hoje, ainda buscando a própria cidadania, distante da fraternidade, apegando-se as normas exteriores, extremamente confusa e angustiada, distante das possibilidades libertadoras que, intuitivamente sente mais não sabe o que é, desconhece qual sua origem e o propósito de sua existência na Terra.


Bibliografia:
Revista “O Reformador” – 11/2009
+ Acréscimos
Jc.
S.Luis, 01/2010

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