terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O "LAR DE JOSÉ" E O SEU CRIADOR



   ANTÔNIO  ALVES  MARTINS

Antônio Alves Martins, mais conhecido como “Pequenino”, nasceu em São Luís no dia 11/4/1917, filho de Antônio de Castro Martins e Maria Alves Martins. Foi estudante do Liceu Maranhense, onde participou de vários torneios esportivos, conquistando várias vitórias.  A sua atividade profissional foi sempre como funcionário do Banco do Estado do Maranhão, sendo um dos fundadores da Instituição, onde trabalhou por 33 anos, só deixando por motivo do seu desencarne em 1980.

Integrado ao movimento espírita, fundou com outros companheiros de ideal, a Juventude Espírita Maranhense, no dia 03 de outubro de 1947. Preocupado ainda com a ideia de criar uma entidade para abrigar meninas carentes, conseguiu comprar em 1949, com a colaboração dos colegas de banco, que sempre o ajudaram, e outros irmãos, um terreno localizado no Anil e deu início a construção do que seria o “Lar de José”.

A primeira diretoria do “Lar de José” foi constituída por Antônio Alves Martins-presidente, Clóvis Ramos-secretário e José de Paula Bezerra-tesoureiro.  Em 1º de dezembro de 1950, com a chegada da Caravana da Fraternidade em São Luís, ele participou da fundação da Federação Espírita do Maranhão, juntamente com outros confrades, tendo sido eleito seu presidente, no período de 1952 até 1960.

Em 1963, “Pequenino” viu seu grande sonho ser realizado ao inaugurar o abrigo que até hoje serve de lar para meninas. Em 1966, voltou ele a ser presidente da Federação Espírita Maranhense, até 1980,  quando veio a desencarnar.   

Em 19/4/1980, ao se dirigir para uma reunião onde iria pedir ajuda para a Instituição, o Pai Celestial o chamou para continuar o seu trabalho na Espiritualidade, e ele deixou a existência terrena, causando tristeza em suas meninas e em todos os que o conheciam. “Pequenino”, pelo trabalho que realizou, consagrou-se na memória dos seus companheiros, dignificou a classe bancária e marcou de forma abnegada a sua existência em São Luís.

Esta é a história de um ser humano idealista e de sua obra que se perpetua até hoje, graças à contribuição dos sócios, das ajudas espontâneas, da proteção de Jesus, e as benção de Deus, pois sem elas nada seria possível.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
                                                                                                                              
O LAR DE JOSÉ

Fruto do idealismo de Antônio Alves Martins, mais conhecido como “Pequenino”, com a colaboração de jovens espíritas, entre eles, meus irmãos Inaldo e Salma e também com a minha presença, foi fundada a Juventude Espírita Maranhense no dia 03/10/1947, em homenagem ao dia do nascimento de Allan Kardec.

Posteriormente, Pequenino, preocupado com o amparo a meninas carentes, adquiriu uma grande área no bairro do Anil, na linha do bonde, hoje Avenida Edson Brandão nº 500, onde projetou e construiu a sede própria. Esse terreno que se estendia da linha do bonde (hoje, Avenida Edson Brandão) até a linha da Estrada de Ferro (atual Avenida dos Franceses), foi aos poucos diminuindo em virtude das doações que ele fazia de pequenos lotes a pessoas carentes e que constitui hoje, parte do bairro do Santo Antônio.

Do primeiro tijolo, no início da construção em 1949, até a primeira criança recebida carinhosamente em 1954,  “Pequenino” liderou um grupo de idealistas espíritas e companheiros do Banco do Estado, que o ajudaram a construir o “Lar de José”. Muitas pessoas ao passarem de carro em frente ao Lar, eram interceptadas por  meninas, que acenavam com uma sacola vermelha à mão, pedindo uma colaboração.

Em 1973, o “Lar de José” abrigava 70 meninas e, diante das dificuldades financeiras, para mantê-lo funcionando, “Pequenino” resolveu transformar a Juventude Espírita Maranhense  em uma Associação com a denominação  de Associação Espírita “Lar de José”, para poder com a ajuda dos associados manter e ampliar o trabalho assistencial, passando então a dedicar parte da sua existência às crianças ali abrigadas, a quem considerava como suas filhas. Nessa época, foi criado o “Centro Espírita Poço de Jacó” e ainda a “Escola Domingos Perdigão”, que funcionava em turnos matutinos e vespertinos, com ensino infantil e fundamental maior que atendeu os alunos até o ano de 2009.

Quantas meninas passaram como internas pelo Lar de José? Quanta dedicação elas receberam e que lhes facilitou uma existência mais feliz. Somente para confirmar, informo que a minha esposa e minha cunhada foram criadas pelo Lar de José e saíram formadas como professoras, assim como muitas outras meninas.

Muitas foram as  idosas que passaram pelo “Lar de José”, que lhes oferecia no último domingo de cada mês, um almoço de confraternização, uma palestra educativa religiosa e na saída, elas recebiam uma cesta básica, como forma de minorar as dificuldades de uma pequena parcela de idosas, relegadas pela sociedade. Esse trabalho com a terceira idade permaneceu até o mês de agosto de 2008, quando se encerrou meu mandato na diretoria, e a nova direção acabou com essas atividades.

Muitas, também, foras as pessoas que frequentaram o “Lar de José” para participarem da Feijoada Beneficente, sempre realizada nos primeiros domingos de cada mês.

A Associação Espírita Lar de José é uma entidade beneficente sem fins lucrativos, devidamente registrada no Conselho de Serviço Social, e considerada de utilidade pública federal, estadual e municipal, prestando serviços às comunidades  através dos seus departamentos.                      

Pelo seu trabalho de assistência, o “Lar de José” foi destaque
na edição especial da revista “Veja” de dezembro de 2001, em
que aparece entre as 430 entidades pesquisadas a nível nacional, como a única entidade merecedora de receber contribuições em São Luís, e uma das duas únicas entidades filantrópicas no Estado.

Com o falecimento de Antônio Alves Martins, assumiram a direção do “Lar de José” as senhoras, Maria José Berredo Martins, Maria Helena Valois Catanho e Antônia Melo Barros que cuidava das crianças como se fossem suas filhas, que já  auxiliavam Pequenino, na obra.  Atualmente a Associação Espírita “Lar de José”, se encontra sob a direção do irmão Jacob e alguns companheiros, com as atividades do Centro Espírita Poço de Jacó sendo realizadas nos seguintes dias: Segunda-feira, das 19 ás 22h; terça-feira das 20h ás 21,30h; quarta-feira das 19,30 ás 22h e sábados das 7,30 as 13h e das 18 as 20,30h; o Educandário Espírita Domingos Perdigão, no horário matinal, com o ensino do maternal  indo até o 2º ano do fundamental,  atualmente com 70 alunos; abriga atualmente 14 crianças e promove ainda a Feijoada da Fraternidade, no segundo domingo de cada mês, entre outras atividades.

Finalizando esta exposição, apresentei a história de Antônio Alves Martins, um idealista e de sua obra que se perpetua até hoje, graças aos esforços da atual diretoria,  a contribuição dos sócios, a colaboração de pessoas, firmas e instituições, a ajuda de muitos, e, principalmente, a proteção de Jesus e as bênçãos de Deus, pois sem elas, nada seria possível de se realizar. . .    Ao irmão de vivência espírita que partiu, elevamos preces de gratidão e pedimos que da espiritualidade ele possa ajudar os atuais dirigentes a dar continuidade a sua obra.

Desejo a todos, harmonia e saúde e que a Paz do Senhor continue em nossos corações...
                                                                             Jurandy  Castro



Fonte:
 Folder sobre a Entidade
+ Acréscimos e pequenas modificações.

Jc. 
São Luís, 17/2/2015

domingo, 8 de fevereiro de 2015

JOSÉ HERCULANO PIRES





  Assim como Allan Kardec, José Herculano Pires desencarnou também muito cedo, aos 64 anos e meio de idade. Nascido na cidade de Avaré (SP) em 25 de setembro de 1914, filho do farmacêutico José Pires Correia e da senhora Bonina Amaral Pires, ele fez seus primeiros estudos em Avaré, depois em Itaí e Cerqueira César. Sua vocação literária despontou ainda quando criança.
Aos 9 anos, escreveu seu primeiro soneto; aos 16 anos, publicou seu primeiro livro, e aos 18 anos, o segundo intitulado Coração, constituído de sonetos e outros poemas. Nessa mesma época, em 1932, assumiu a direção da tipografia do seu pai e tornou o jornal  “O Porvir”, órgão oficial da União Artística do Interior, que havia fundado em Cerqueira César. Em 1936, transformou o jornal em uma revista literária, dando-lhe o nome de “A Semana”. Nesse mesmo ano tomou contato com “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, convertendo-se a partir daí ao Espiritismo. Ainda em 1936, com 22 anos de idade, pronunciou sua primeira conferência doutrinária, fato que se deu numa concentração espírita realizada na cidade de Ipauçu, no interior de São Paulo, quando conheceu Maria Virgínia de Anhaia Ferraz, com quem se casou em 1938.
Em 1940 mudou-se para Marília (SP), onde adquiriu o jornal “Diário Paulista”, que dirigiu por seis anos. Em 1946 mudou-se para São Paulo (SP), onde lançou seu primeiro romance e, no campo profissional, trabalhou por cerca de 30 anos nos Diários Associados, em que exerceu diversas funções: repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário. Em 1954 publicou “Barrabás” que recebeu o prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o primeiro volume da Trilogia “Caminhos do Espírito”. Publicou em 1975, “Lázaro” e com o romance “Madalena”, completou a trilogia.
Jornalista, escritor e tradutor, foi ele presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e membro da Academia Paulista de Letras, mas, sobretudo, um dos grandes estudiosos e divulgadores da Doutrina Espírita, a quem Emmanuel, por meio de Chico Xavier, fez merecido elogio atribuindo-lhe o epiteto: “o metro que melhor mediu Kardec”. Autor de 81 livros de Filosofia, Histórias, Ensaios, Psicologia, Pedagogia, Parapsicologia, Romance e sobre a Doutrina Espírita, alguns em parceria com Chico Xavier, dizia sofrer de grafo mania, escrevendo dia e noite. A relação das obras que escreveu pode ser vista no “site” da Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires. O link é: www.fundacaoherculanopires.org.br.
Graduado em Filosofia pela USP em 1958, publicou uma tese existencial: “O Ser e a Serenidade”. De 1959 a 1962, ocupou a cadeira de filosofia da educação na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Araraquara (SP). Fundou o Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo em 23/01/1948, que funcionou por 22 anos. Foi diretor fundador da revista “Educação Espírita” publicada pela editora Edicel.
Traduziu cuidadosamente as obras da Codificação Espírita, enriquecendo-as com notas explicativas nos rodapés. Essas traduções foram doadas a diversas editoras espíritas no Brasil, Portugal, Argentina e Espanha. Colaborou também com o Dr. Júlio Abreu Filho na tradução da Revue Spirite, publicada pioneiramente pela editora Edicel. Além dos livros e dos artigos que escreveu dos inúmeros eventos que participou e das palestras que proferiu, por mais de 20 anos, Herculano Pires manteve uma coluna diária sobre a Doutrina dos Espíritos, em um dos mais importantes periódicos paulistas, pertencentes ao grupo dos Diários Associados, com o pseudônimo de “Irmão Saulo”. Durante 4 anos manteve no mesmo jornal, uma coluna em parceria com Chico Xavier, sob o título: “Chico Xavier pede licença”.
Ao desencarnar em 09 de março de 1979, deixou vários originais os quais vêm sendo publicados pela Editora Paidéia. Se ainda fosse vivo, neste ano de 2014, ele faria 100 anos de idade. Por tudo o que sabemos o centenário de Herculano Pires não poderia passar em branco, e não passou. Uma série de ações comemorativas foram organizadas e levadas a efeito, nos últimos doze meses, incluindo seminários, palestras e lançamento dos seus livros. Ao todo, foram realizados 25 encontros quinzenais, nos quais, a cada edição um estudioso da obra de Herculano, proferia palestra focalizando as diversas categorias do seu trabalho, no campo literário, jornalístico, filosófico, poético e doutrinário.
No dia 20 de setembro, no auditório da FEAL – Federação Espírita André Luiz, em São Paulo, ocorreu o evento que encerrou as comemorações do centenário de Herculano Pires, com a realização do simpósio “Herculano Pires 100 anos”, e o lançamento do filme do cineasta Edson Audi, “Herculano Pires: um convite para o futuro”, sobre a vida e a obra do homenageado.
Participaram do simpósio, Heloisa Pires, filha de Herculano, os confrades Marco Milani, Wilson Garcia e Paulo Henrique Figueiredo que focalizaram, em suas exposições, os temas seguintes:  Herculano Pires, o filósofo – Marco Milani; Herculano Pires, o jornalista – Wilson Garcia;  Herculano Pires, a coerência doutrinária – Paulo Henrique Figueiredo.
Para saber mais sobre Herculano Pires, assista ao vídeo da Videoteca Espírita PAF, de São Carlos (SP). As gravações foram feitas no Centro Espírita Cairbar Schutel, de São Paulo, com a participação de D. Virgínia e um de seus filhos. O vídeo faz parte do acervo da Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires, cujo link é: https://www.youtube.com/watch?v=Qez-WSANjdw
Fora do Brasil, no mês de abril deste ano, durante a Semana Espírita de Nova York foi realizada uma homenagem ao escritor com palestras em vários Centros Espíritas daquela cidade, quando foi lançado o livro “Mediumship” versão em inglês de “Mediunidade” de Herculano Pires, traduzido pelos irmãos de Nova York e pela Spiritist Society of Flórida, daquele país. Ao longo das comemorações, foram lançados os livros: “365 Momentos Espirituais” com J. Herculano Pires, com organização de Wilson Garcia, publicado pela editora EME, e “Kardec é Razão”, edição revista e ampliada e os livros “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, tradução, notas e comentários de J. Herculano Pires, editora Paideia.

Fonte:
Jornal “O Imortal” – 10/2014
Angélica Reis
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 16/10/2014

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

NOSSAS PERDAS




 Todo ser humano, durante a sua existência na Terra sofre o problema da perda, muito embora a grande maioria, não se conforme com a situação de perder algum bem material, algum ente querido, e, até mesmo, de perder a própria existência.
No nascimento, perdemos o silêncio, a paz e o aconchego do útero, depois, o cordão umbilical; na infância perdemos o berço, a chupeta, a papinha, os brinquedos; na adolescência perdemos a infância, os coleguinhas, a inocência, a namoradinha, ás vezes, a virgindade, e, alguns, até os próprios pais; na mocidade, muitos perdem as facilidades, a começar pela fase de estudante, a mesada, as provas, o curso, a paciência, a humildade e a simplicidade; na fase adulta, muitos perdem o concurso, o emprego, o ânimo, o otimismo, a saúde, os sonhos de progressos e também os bens materiais que julgam lhes pertencer, embora saibam que nada lhes pertence, pois não trouxeram nada material ao nascer.
Chegamos depois á fase idosa, e perdemos o emprego por conta do tempo que passa e da chegada da aposentadoria, se chegarmos até ela pelo serviço ou por incapacidade, a perda do salário, das condições financeiras, a perda das atividades que ainda tínhamos condições de desempenhar, o convívio com os companheiros e amigos, as idas e vindas ao labor. Depois, perdemos a vontade de sair de casa, de ir ao cinema, de passear e até mesmo de ir a uma praia a um clube ou a uma excursão.
A existência é constituída de aquisições e perdas e a grande maioria dessas perdas são materiais (documentos, dinheiro, celular, tablete, bicicleta, moto, carro, casa, etc.) cuja posse é transitória, outras são perdas afetivas como a perda dos pais, irmãos, esposo/esposa, filhos, parentes, amigos; outras mais são perdas que comprometem o ser humano na sua trajetória de evolução espiritual, como a perda da existência através do suicídio, a fé em si mesmo, nos seus semelhantes, em seus protetores, e até mesmo em Jesus ou no Pai Celestial.
Muitas pessoas não aceitam perder, principalmente se for algum bem material; prendem-se a essa perda como se tudo na existência se resumisse a essa perda, e ficam a se lamentar por muito tempo, até que o mesmo tempo, lhes tire do pensamento e deixe apenas a recordação daquela perda, ou outras perdas vão se sucedendo fazendo com que o ser humano esqueça as perdas mais antigas e passe a lamentar as novas perdas.
Durante a existência, muitos por questões dos vícios como o cigarro, o álcool e as drogas, perdem a identidade, o respeito, as amizades, como ganhar o sustento; outros perdem a estima, o vínculo familiar e se perdem num emaranhado de situações tristes e lamentáveis, perdendo também as possibilidades de progresso.
Finalmente, chegamos a perder o gosto de viver e perdemos também a própria existência, encerrando um ciclo que se inicia no útero e termina quando o coração e o cérebro encerram suas atividades. Perdendo a existência, perdemos também a convivência com os parentes e amigos que ficam na Terra, só não perdemos a vida que é eterna, pois somos Espíritos Imortais. Só não podemos, em situação alguma, é perder a fé em Deus e na nossa destinação à felicidade, em decorrência de todo o bem que tivermos praticado aos nossos semelhantes, na nossa jornada que se finda...
Como não somos ainda Espíritos evoluídos, voltamos em novas existências, às vezes no mesmo ramo da família, onde deixamos afinidades que nos ajudarão e animosidades e malquerenças que temos de harmonizar e eliminar, aproveitando a nova jornada terrena que o Pai Celestial nos possibilita para nossa evolução.
Ninguém gosta de perder, mas ninguém que exista na Terra está isento de perder, e a perda assim como o ganho e a felicidade de ter e a tristeza de perder, faz parte da existência do ser humano. Por isso, todos nós temos que nos acostumar com as perdas, embora a perda maior seja a da nossa existência atual. Ganhar e perder faz parte da nossa vivência...

Jc.
São Luís, 11/7/2014

sábado, 13 de dezembro de 2014

COMEMORAÇÕES DO NATAL E DO FIM DE ANO




 Cerca de 80% das pessoas se sentem mais tensas nessa época; algumas ficam eufóricas outras ficam deprimidas, segundo pesquisa feita pela associação que estuda o estresse. Para a psicóloga Iracema Teixeira, o principal motivo são os excessos que marcam o mês repleto de festas e gastos extras. Mas, não devemos ficar nervosos; vamos contornar a irritação típica da época.
A cobrança nos chega pela pressão das compras, fechamento de projetos profissionais e frustrações sobre planos pessoais, que são os grandes fatores que geram o estresse de final de ano. É um período de grande excitação que acaba nos envolvendo, além disso, as comemorações e os eventos em família podem passar de festa e diversão para cobranças sociais. Tudo sai da rotina e todos se vêm obrigados a cumprir um papel.
São várias festas, várias compras, vários presentes e muito trabalho, resultando em pouco descanso e comida, e gastos em excesso. Crie forma de desacelerar a agitação e aprenda a dizer “não”, priorizando as comemorações nas quais quer participar e os presentes que irá comprar. Outra dica é encarar todas essas situações de Natal e fim de ano como uma oportunidade de lazer.
Aproveite para confraternizar com os amigos e familiares, e usufruir os momentos gratificantes, mesmo que simples. Porém, se você ficou muito estressada/o, coloque um banquinho debaixo do chuveiro e deixe a água cair sobre você para relaxar. Não deixe de beber muita água e procura momentos de pausa para relaxar, e, se possível, evite o excesso de bebida alcóolica e comidas gordurosas.
Neste período que antecede o Natal, muitas pessoas praticam ações pontuais de caridade, como doação de brinquedos a crianças, cestas básicas aos necessitados, outras pessoas participam em campanhas de fraternidade.
Se você quer participar da corrente do bem, procure alguma Instituição confiável e leve seu apoio, imitando os Magos que foram levar presentes ao menino Jesus. Outra diga é se cadastrar como Voluntária/o numa entidade beneficente que atenda crianças ou idosos desamparados. “O voluntário está contribuindo para tornar o mundo melhor e fraterno, sempre gerando satisfação por estar fazendo a diferença”.
Existe ainda uma Campanha dos Correios que ajuda a tornar realidade o sonho de Natal de muitas crianças, e para participar, basta ir a uma agência mais próxima, escolher a carta que mais lhe comoveu.
O Natal, antigamente uma festa de religiosidade e sentimento, hoje se transformou numa festa de comes e bebes, onde o que menos se constata é a satisfação pelo nascimento de Jesus, as encenações do Presépio, trocado pela fantasia do papai-noel, símbolo do consumismo.
Vivamos o verdadeiro sentido do Natal;  vamos abraçar e desejar aos nossos familiares e amigos, um Novo Ano de Paz, Harmonia e Saúde, e que os habitantes deste mundo sejam mais fraternos e caridosos...

Fonte:
Revista Malu – 12/2013
+  Modificações e acréscimos.

Jc.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

INFIDELIDADE




 A infidelidade não é um desvio de caráter, mas um comportamento-padrão a evitar, afirma um psicólogo após estudar durante alguns anos milhares de casais.
As traições sempre aconteceram em todos os tempos. Clássicos da literatura, como Anna Karenina, de Liev Tolstói, Madame Bovary, de Gustav Flaubert, e O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, trataram do poder destruidor da infidelidade. Mesmo assim, pesquisas mundo afora mostram que o número de adúlteros, entre homens e mulheres, só cresce – talvez porque mais pessoas tenha coragem de admitir. Pouco se avançou em tentar explicar as razões que levam à quebra do pacto de confiança e exclusividade, e entender como evitá-la.
Em “o que faz o amor durar” (editora Fontanar), o americano John Gottman, doutor em psicologia e pesquisador na Universidade de Washington, apresenta uma nova forma de olhar para esse desvio. Ao lado da mulher, também psicóloga Julie Schwartz Gottman, ele estuda o comportamento de casais há mais de quatro décadas. Para ele, existe um padrão de comportamento que leva à quebra do pacto, e há muitas formas de infidelidade independentes da temida traição física. “Nossa cultura relaciona a infidelidade a um desvio de caráter ou falta de disciplina, mas isso não é verdade”, diz Gottman. E complementa: “A maioria das traições não é causada pelo desejo sexual, mas sim por alguma carência afetiva”.
Um relacionamento amoroso convencional é um contrato de confiança, respeito e proteção mútua. Tudo que viole esse contrato constitui infidelidade. Trair vai além da intimidade física com outra pessoa. Além dessa, outros dez tipos de infidelidade existem na lista do psicólogo John Gottman:
Comprometimento condicional: Não se está inteiro na relação. O comprometido flerta e se mantém “atento ao mercado”;
Intimidade sem sexo: Há uma relação íntima com um terceiro, com quem troca confidências, e não conta isso ao parceiro/a;
Mentira: Cansado de discutir, um parceiro passa a mentir sobre coisas banais, como um jeito fácil de ficar em paz;
Aliança contra o parceiro: Um dos parceiros se une regularmente a um terceiro – parente ou amigo – para criticar o outro parceiro;
Ausência e frieza: O parceiro não detecta as necessidades emocionais do outro nem se esforça para aprender ou reaprender;
Perda de interesse sexual:  Desaparece ou diminui muito a atração pelo outro. Não há tentativa nem vontade de reavivar o interesse;
Desrespeito: Não há preocupação em ser gentil e amoroso com o outro. Grosseria e indiferença tornam-se parte da rotina;
Egoísmo:  Atenção apenas às próprias necessidades. Ocorre muito por medo de uma situação nova, como a chegada de um filho;
Injustiça: As decisões deixam de ser tomadas de comum acordo. Uma das partes impõe regularmente sua vontade;
Rompimento de promessas:  O casal faz um pacto (Como guardar dinheiro) e um deles quebra o acordo sem consultar o outro.
Apesar das credenciais acadêmicas de Gottman, alguns estudiosos questionam esses padrões na infidelidade. “Em relacionamentos, é difícil definir regras que sirvam a todos”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, autora do livro “Por que homens e mulheres traem?”. Ela estuda a infidelidade há mais de 20 anos. “Nos casos que estudei, cada casal funcionava de um jeito; não há um padrão”.
Gottman discorda. Afirma ter detectado um ciclo de ações e reações que mais comumente levam casais a sucumbir a quaisquer desses tipos de infidelidade, inclusive a física. Chama o primeiro estágio de “estado de negatividade”. Tem início quando um dos dois deixa de dar atenção ou apoio ao outro. Quando o sentimento de mágoa por essa falta não se expressa, ele também não é esquecido. O lado magoado passa a provocar o outro. Isso torna os atritos mais frequentes e leva ambos a assumir uma atitude defensiva. A comunicação fica mais difícil e está instalado o estado de negatividade. E aí começa a segunda etapa do ciclo que leva à traição: As comparações negativas.
Nesse ponto, um dos parceiros compara seu companheiro/a ao perfil de um estranho na internet, a um colega de trabalho, a um parceiro do passado ou a um amor platônico a maioria das comparações, o cônjuge perde, porque, no estado  de negatividade, é difícil perceber e lembrar as qualidades do outro. O distanciamento e a frustração criam o ambiente propício para a traição física e para os outros dez tipos de infidelidade.
 A estratégia mais aconselhável para manter-se um bom relacionamento, segundo Gottman, é evitar o início do ciclo, em vez de tentar interrompê-lo depois. E para isso é preciso conversar e expressar as emoções sobre os incômodos. É necessário também manter em dia o pacto e as combinações. Se uma parte não tem condições de cumprir o combinado, é melhor conversar e mudar o pacto, em vez de desrespeitá-lo continuamente. Ele ensina ainda técnicas que fazem a conversa render, como usar mais “eu” do que “você”. A ideia é mais explicar ao outro o que se sente e menos fazer críticas.
Os casais devem atentar para todas as formas de infidelidade e considerá-las sinais sérios. Melhor que tentar resistir às tentações, é impedir que elas se realizem...
O adultério, ás vezes, é consequência da infidelidade. Ele é condenado por Jesus, quando disse: “Aprendestes o que foi dito aos Antigos: Não cometereis adultério. Mas eu vos digo que todo aquele que tiver olhado uma mulher com um mau desejo por ela, já cometeu adultério com ela, em seu coração”. A verdadeira pureza não está somente nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração puro não pensa mesmo no mal; foi isso que Jesus quis dizer: Ele condenou o pecado, mesmo em pensamento, porque é um sinal de impureza.
À medida que o ser humano avança espiritualmente, se esclarece e se despoja, pouco a pouco, de suas imperfeições, segundo a vontade que emprega em virtude do seu livre arbítrio. Todo mau pensamento, pois, resulta da imperfeição da alma. Mesmo um mau pensamento torna-se para a alma uma ocasião de adiantamento, porque o repele com energia e não cederá se apresentar-se uma ocasião para satisfazer um mau desejo; e depois que tiver resistido, sentir-se-á mais forte e alegre com sua vitória. Aquele, ao contrário, que procura a ocasião para o ato mau, e se não realiza porque lhe falta oportunidade; ele é, pois, tão culpado como se o cometesse.
A pessoa que não concebe o pensamento do mal, o progresso já está realizado; naquele a quem vem esse pensamento, mas ele o repele, o progresso está em vias de se cumprir; naquele, enfim, que tem esse pensamento e nele se compraz, o mal está ainda com toda a sua força. Deus que é justo e misericordioso considera todas essas diferenças na responsabilidade dos pensamentos e dos atos do ser humano. Quem ama verdadeiramente, não pratica a infidelidade...

Fontes:
Revista Época – 11/8/2014
Jornalista Natália Spinacé
“Evangelho Segundo o Espiritismo”-  cap. VIII
+ Pequenas modificações

Jc.
São Luís, 18/8/2014

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO





 Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, filho de José Bento Marcondes e Olympia Monteiro Lobato. Um garoto que se tornaria o mais importante escritor de literatura infantil do país. Naquele tempo não existia televisão, nem cinema nem automóvel. Naquele ano estavam surgindo o ferro elétrico e o ventilador. Era uma época em que as crianças agiam como tal. Monteiro Lobato, como as demais crianças da época, inventava brinquedos com sabugos de milho, mamão verde, panos e material desse tipo. Juca – como era chamado – brincava com suas irmãs mais novas, Ester e Judite. Ele adorava os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé. Mais tarde, em 1893, mudaria seu nome para José Bento Monteiro Lobato, por desejar usar uma bengala do pai gravada com as iniciais J.B.M.L.
Em 1898, aos dezesseis anos, perde seu pai e, no ano seguinte, sua mãe. Seu avô materno assume a tutela dos três netos. Ainda no colégio, Monteiro Lobato funda vários jornais e escreve com pseudônimo. Aos 18 anos tenta entrar para a Escola de Belas-Artes, mas, por imposição do avô, entra para a Faculdade de Direito. Forma-se em 1904 e em maio de 1907, é nomeado promotor em Areias (SP), e naquela cidade se casa com Maria Pureza Lobato, conhecida entre os amigos como Dona Purezinha, com quem teve os filhos Edgar. Marta, Rute e Guilherme. Em 1911, com a morte do avô herda a fazenda de São José de Buquira, para onde se muda com a família. Lá cria o personagem que viria a se tornar símbolo nacional: O Jeca Tatu, figura do folclore brasileiro. Em 1916 promoveu uma pesquisa de opinião sobre o Saci, no jornal O Estado de São Paulo. A pesquisa faria aparecer seu primeiro livro, “O Saci-Pererê: resultado de um inquérito”, lançado no início do ano seguinte. 1917 as dificuldades o fazem vender a fazenda e em 1918 vai morar em Caçapava.
No Natal de 1920, lança seu primeiro infantil: “A Menina do Narizinho Arrebitado”, no qual criou o fantástico mundo do “Sitio do Pica-Pau Amarelo”, onde Lúcia a menina do narizinho arrebitado dividia suas aventuras com Dona Benta, Tia Anastácia, o Visconde de Sabugosa – um sabugo de milho que adquiria vida – e a imprevisível Emília, uma boneca de pano que falava, agia e pensava como uma pessoa adulta. No ano seguinte o livro teve uma edição de 50 mil exemplares e foi adotado pelo governo de São Paulo como livro de leitura obrigatória para o primeiro grau. Monteiro Lobato dividia as histórias com personagens reais, mitológicos folclóricos e uns criados por outros escritores.
O senso crítico artístico do escritor aflorou em 1922. Em 1925, depois de enfrentar dificuldades, fecha á editora e constitui, no Rio de Janeiro, a Cia. Editora Nacional com outros dez sócios. Dois anos depois é nomeado adido comercial no Consulado do Brasil nos Estados Unidos. Em 1930, após a revolução que destituiu o presidente Washington Luiz, Monteiro Lobato é exonerado e retorna ao país no ano seguinte, pregando a redenção e desenvolvimento do Brasil pela exploração de ferro e do petróleo. Começa então a travar uma luta que o faria pobre doente e desgostoso. Ele foi perseguido, preso e criticado por dizer que no Brasil havia petróleo, contrariando assim, o interesse oficial. Retorna à literatura infantil, decepcionado com os adultos que o perseguem por suas ideias. Em 1933 lança “História do Mundo para Crianças”, que provoca reações e censura da Igreja Católica.
Em 1934, Getúlio Vargas lhe oferece a direção do Departamento de Difusão Cultural que ele rejeita, e nos anos seguintes denuncia o Departamento de Produção Mineral e o Conselho Nacional de Petróleo. Em 24 de maio de 1940, durante o Estado Novo, num ato de grande coragem, ele escreveu uma carta para o presidente Getúlio Vargas, alertando-o de que havia displicência por parte do Conselho Nacional de Petróleo, ao retardar a criação de uma indústria petrolífera nacional, apenas para satisfazer interesses estrangeiros. Em vista dessa correspondência e de outras declarações sobre o assunto, Monteiro Lobato foi detido e preso no dia 20 de maio de 1941, sendo depois indultado por Getúlio e liberado da prisão em 20 de junho do mesmo ano.
Passados mais de dois anos após a saída da prisão, Lobato descobriu o mundo espiritual, os Espíritos e sua capacidade de nos contatar. No livro “Monteiro Lobato e o Espiritismo”, de Maria José Sette Ribas, foram publicadas as Atas das reuniões em que ocorreram suas experimentações com a mediunidade. Os participantes das reuniões utilizavam um copo que, sob a ação dos Espíritos e sendo tocado pelo médium e por seus assistentes, deslizava sobre um alfabeto disposto de maneira circular, lembrando alguns aspectos das tábuas. No grupo, cabia a Monteiro Lobato anotar as letras do alfabeto que tinham sido escolhidas pelos Espíritos, em resposta às perguntas formuladas, bem como escrever as Atas. A médium do grupo familiar era sua esposa Dona Purezinha e os encontros duraram entre os anos de 1943 e 1947.
Durante esses encontros, Monteiro Lobato aprender a dialogar com os Espíritos comunicantes e chegou até mesmo a obter a transformação moral de um Espírito que se identificou pelo nome K, que inicialmente atormentava os encontros. Ele não era um simpatizante do Espiritismo, mas um espírita praticante. Ele realizou muitas experiências com as chamadas sessões do copinho e conseguiu comunicar-se com os filhos, parentes e amigos falecidos, inclusive com a famosa Anastácia das histórias infantis de Emília e Pedrinho, que realmente ela existiu. Ele se convenceu da imortalidade espiritual do ser humano e da possibilidade de comunicação com os mortos depois de uma sessão em que se manifestaram seis de seus grandes amigos.
A morte de seus filhos e as comunicações mediúnicas recebidas de amigos, já transferidos para a Pátria Espiritual, principalmente de Martins Fontes, foi o móvel de sua modificação filosófico-religiosa.  Após aqueles fatos, Monteiro Lobato dedicou-se com afinco ao aprendizado e às pesquisas sobre a Doutrina dos Espíritos, inclusive realizando sessões mediúnicas, das quais existem ainda hoje as competentes Atas.
Como prova de sua adesão definitiva às convicções espiritistas, há o registro de que, pouco antes do seu desenlace físico, dirigiu as seguintes palavras à sua dileta amiga Maria José Sette Ribas: “Minha filha, amanhã, ou depois, se vir no jornal que eu morri você não vai chorar. Sabe bem que não morremos, e esta foi apenas uma das minhas passagens sobre a Terra. Somos imortais”.
Monteiro Lobato desencarnou repentinamente em 1948, deixando vasta herança ao povo brasileiro, os relatos até hoje das aventuras ocorridas no “Sitio
do Pica-Pau Amarelo”, que encantam o imaginário popular; e por fim, pelas Atas de suas reuniões mediúnicas, que hoje podem ser utilizadas como mais uma comprovação da realidade dos Espíritos desencarnados e de suas comunicações. Ele desencarnou na madrugada do dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos, Em São Paulo, vitimado por um derrame.

Fonte:
Jornal “O Imortal”- 8/2014
Marinei Ferreira Rezende
+ Supressões e pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 21/8/2014

domingo, 9 de novembro de 2014

JESUS, FAROL DA HUMANIDADE




 No transcurso dos ciclos das existências, as páginas do tempo revelaram situações e principalmente personagens que não apenas marcaram a história humana, mas transformaram-na, agindo como faróis a iluminar e apontar, com segurança, os rumos mais seguros na infinita trajetória de evolução. Seres humanos e personalidades diferenciadas sempre existiram em diversos campos do cultivo humano nas glebas do conhecimento, ciência, fé e transcendência. Graças a esses personagens, herdamos uns dos outros, e de nós mesmos no ir e vir das sucessivas romagens em mergulhos carnais, as mais belas realizações de crescimento e incorporação de valores em existências menos sofridas, mais harmoniosas e plenas.
Os expoentes que trouxeram suas colaborações, que se traduziram posteriormente em verdadeiros saltos na evolução de seus pares em suas épocas, enfrentaram, sem exceções, rejeições de todas as ordens em ações de extremadas violência, recebendo ainda o antagonismo da ignorância aferrada em mesquinhos e restritos interesses. Essas ações sempre foram motivos para as mais variadas ações de conflitos, traduzidos em guerras e crimes que imprimiram e ainda marcam com sangue e lágrimas, o solo do nosso querido globo terrestre.
A ideia transcendente de um poder absoluto, originário e sobre-humano que a tudo responde pela criação, sempre levou a todos os povos, desde os primeiros habitantes da raça humana, a buscá-lo de alguma forma nas mais variadas expressões de espiritualidade. O caráter espiritual e divino da criatura é a marca de Deus no ser humano, servindo-lhe de código seguro para as melhores resoluções na existência. Esta foi e é, sem dúvida, a essência da tarefa educativa dos seres missionários em jornadas constantes no planeta em todas as épocas: auxiliar a extrair do íntimo dos seres humanos seus potenciais divinos, traduzidos em conhecimentos e valores imperecíveis.
Entre todos os grandes guias e educadores que passaram pela Terra em todos os campos do conhecimento humano, um se destacou de forma absoluta pela grandeza de que é possuidor e de sua mensagem, de seu amor infinito a Deus e aos homens – Jesus. Este ser especial, Farol dos faróis, governa e guia o nosso planeta,
sinalizando aos navegantes da nau terrestre, os rumos seguros pelos mares tormentosos da convivência humana. Seu faixo de luz indestrutível e amoroso, agindo em nome do Pai, oferece a misericórdia infinita em suas ações que não principiaram na manjedoura singela e tão pouco terminaram no madeiro infamante, vistos pelo prisma restrito da ignorância dos seres humanos.
Nenhum dos grandes sábios e expoentes da humanidade se equipararam à superioridade do meigo Rabi da Galileia, que reduz a intensidade da sua própria luz, abrandando-a de tal forma a não ofuscar os seus irmãos terrenos e para que pudesse estar ao nosso lado sem nos humilhar. Singra nossa atmosfera terrestre como faixo luminoso que desce ao charco iluminando-o sem se contaminar. Reacende as esperanças de um novo ciclo de vida renovada para todos, desce na noite escura das trevas das iniquidades humanas para acender estrelas de novos valores nos corações dos homens.
Ofertou a todos os que o procuravam, a palavra franca e magnética que traduzia a Lei em sua feição pura, a verdade desconcertante aos iludidos pela possa efêmera dos bens perecíveis e temporais da matéria, tais como: o poder político, o poder financeiro, o poder religioso, todos revestidos pelas túnicas das vaidades, orgulhos e egoísmos humanos. Dirigiu-se particularmente aos corações sinceros que habitavam as cidades singelas da Galileia, Magdala, Dalmanuta, Cafarnaum;  comunidades essas humildes que existiam à beira do rio Jordão.  Nos muros velhos das cidades de Israel, iniciava, ali, a epopeia de amor mais bela de todas na história da humanidade. O Mestre caminha estabelecendo amigável convite para formação do seu círculo de discípulos mais próximos, buscando, inicialmente entre os pescadores do mar da Galileia, os pescadores das almas sedentas de renovação.
Ainda, nos dias atuais, há muita dificuldade em dimensionar a superioridade, a grandeza, a importância e a envergadura moral do Messias. O homem do mundo, acostumado a reverenciar a vitória estabelecida através da imposição, do jugo do mais forte ao mais fraco, daqueles que impunham o peso de seus exércitos e de suas demonstrações de superioridade evidenciadas nas construções de seus palácios, seus templos, de sua força e posição social, de títulos de nobreza que os distinguiam dos demais, não O compreendiam e ainda hoje, muitos não O compreendem.
Que homem era aquele que falava de um Reino de Deus tão feliz? Onde as dores encontrariam o lenitivo, onde todos sem exceção tinham o direito de penetrar, principalmente aqueles deserdados do mundo, os sofredores, os doentes, esquecidos e vilipendiados pela sociedade? Que espécie de líder era aquele que arrebatava a alma de quem ousava simplesmente cruzar o seu olhar? Que inspirava nos corações mais endurecidos, um misto de admiração e medo!  Que majestade oculta exalava de sua personalidade augusta que dominava todas as Leis, todas as ciências e que revelava aos homens, um Deus acessível, misericordioso, justo e, sobretudo, amoroso e de bondade infinita?
Como guia, Ele não estabeleceu divisão entre Si e o povo. Não participava do conforto dos palácios e dos tronos dos governantes, símbolos de autoridade máxima da época, ditando regras e impondo o seu cumprimento. Não, indicava apenas o caminho, mas ia lado a lado explicando e vivenciando suas máximas morais, a aplicação da lei de amor no dia a dia das pessoas. Viveu a existência simples como as pessoas, sem exaltação de sua personalidade superior, demonstrando que ninguém precisava sair do contexto em que se encontrava, para viver em sintonia com as Leis de Deus e cumprir a vontade do Pai.
Era em suma, o divino pastor por excelência, que por andar e viver junto ao seu rebanho, usando as palavras do Papa Francisco, tinha nas vestes “o cheiro de suas ovelhas”. Educador amoroso, em nenhum momento foi visto julgando a quem quer que fosse e respeitou a tal ponto a liberdade de pensamento, de arbítrio e ação do homem, que mesmo sabendo ser inocente, se submeteu à prisão injusta, ao julgamento arbitrário e vil, ao açoite, escárnios públicos e, por fim, ao calvário humilhante. Exemplificou sua mensagem de amor até o momento extremo, pedindo ao Pai que perdoasse a ignorância do ser humano.
Como farol da humanidade, segue, Ele, ao longo dos milênios, iluminando os caminhos e alertando-nos dos perigos escondidos nas mentes das perturbações humanas. Muitos já se orientam pelo farol luminoso que é a luz de Jesus, nos roteiros das jornadas terrenas e, conscientes, tornam-se por sua vez, lanternas às vezes fracas, outras vezes verdadeiros faróis com a missão de espalhar a luz de amor do Cristo por toda a Terra.
A felicidade experimentada em auxiliar os outros irmãos infelizes, que ainda permanecem na retaguarda, deve constituir incentivo maior para que a pessoa humana deixe, em definitivo, a posição de náufrago no mar tempestuoso e passe a ser um farol na escuridão das tormentas daqueles que anseiam pelo mínimo sinal de luz...

Fonte:
Jornal “Brasília Espírita” – 5 e 6/2014
Maurício Curi
+ Supressões e pequenas alterações.

Jc.
São Luís, 11/6/2014