segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

NOSSAS PERDAS




 Todo ser humano, durante a sua existência na Terra sofre o problema da perda, muito embora a grande maioria, não se conforme com a situação de perder algum bem material, algum ente querido, e, até mesmo, de perder a própria existência.
No nascimento, perdemos o silêncio, a paz e o aconchego do útero, depois, o cordão umbilical; na infância perdemos o berço, a chupeta, a papinha, os brinquedos; na adolescência perdemos a infância, os coleguinhas, a inocência, a namoradinha, ás vezes, a virgindade, e, alguns, até os próprios pais; na mocidade, muitos perdem as facilidades, a começar pela fase de estudante, a mesada, as provas, o curso, a paciência, a humildade e a simplicidade; na fase adulta, muitos perdem o concurso, o emprego, o ânimo, o otimismo, a saúde, os sonhos de progressos e também os bens materiais que julgam lhes pertencer, embora saibam que nada lhes pertence, pois não trouxeram nada material ao nascer.
Chegamos depois á fase idosa, e perdemos o emprego por conta do tempo que passa e da chegada da aposentadoria, se chegarmos até ela pelo serviço ou por incapacidade, a perda do salário, das condições financeiras, a perda das atividades que ainda tínhamos condições de desempenhar, o convívio com os companheiros e amigos, as idas e vindas ao labor. Depois, perdemos a vontade de sair de casa, de ir ao cinema, de passear e até mesmo de ir a uma praia a um clube ou a uma excursão.
A existência é constituída de aquisições e perdas e a grande maioria dessas perdas são materiais (documentos, dinheiro, celular, tablete, bicicleta, moto, carro, casa, etc.) cuja posse é transitória, outras são perdas afetivas como a perda dos pais, irmãos, esposo/esposa, filhos, parentes, amigos; outras mais são perdas que comprometem o ser humano na sua trajetória de evolução espiritual, como a perda da existência através do suicídio, a fé em si mesmo, nos seus semelhantes, em seus protetores, e até mesmo em Jesus ou no Pai Celestial.
Muitas pessoas não aceitam perder, principalmente se for algum bem material; prendem-se a essa perda como se tudo na existência se resumisse a essa perda, e ficam a se lamentar por muito tempo, até que o mesmo tempo, lhes tire do pensamento e deixe apenas a recordação daquela perda, ou outras perdas vão se sucedendo fazendo com que o ser humano esqueça as perdas mais antigas e passe a lamentar as novas perdas.
Durante a existência, muitos por questões dos vícios como o cigarro, o álcool e as drogas, perdem a identidade, o respeito, as amizades, como ganhar o sustento; outros perdem a estima, o vínculo familiar e se perdem num emaranhado de situações tristes e lamentáveis, perdendo também as possibilidades de progresso.
Finalmente, chegamos a perder o gosto de viver e perdemos também a própria existência, encerrando um ciclo que se inicia no útero e termina quando o coração e o cérebro encerram suas atividades. Perdendo a existência, perdemos também a convivência com os parentes e amigos que ficam na Terra, só não perdemos a vida que é eterna, pois somos Espíritos Imortais. Só não podemos, em situação alguma, é perder a fé em Deus e na nossa destinação à felicidade, em decorrência de todo o bem que tivermos praticado aos nossos semelhantes, na nossa jornada que se finda...
Como não somos ainda Espíritos evoluídos, voltamos em novas existências, às vezes no mesmo ramo da família, onde deixamos afinidades que nos ajudarão e animosidades e malquerenças que temos de harmonizar e eliminar, aproveitando a nova jornada terrena que o Pai Celestial nos possibilita para nossa evolução.
Ninguém gosta de perder, mas ninguém que exista na Terra está isento de perder, e a perda assim como o ganho e a felicidade de ter e a tristeza de perder, faz parte da existência do ser humano. Por isso, todos nós temos que nos acostumar com as perdas, embora a perda maior seja a da nossa existência atual. Ganhar e perder faz parte da nossa vivência...

Jc.
São Luís, 11/7/2014

sábado, 13 de dezembro de 2014

COMEMORAÇÕES DO NATAL E DO FIM DE ANO




 Cerca de 80% das pessoas se sentem mais tensas nessa época; algumas ficam eufóricas outras ficam deprimidas, segundo pesquisa feita pela associação que estuda o estresse. Para a psicóloga Iracema Teixeira, o principal motivo são os excessos que marcam o mês repleto de festas e gastos extras. Mas, não devemos ficar nervosos; vamos contornar a irritação típica da época.
A cobrança nos chega pela pressão das compras, fechamento de projetos profissionais e frustrações sobre planos pessoais, que são os grandes fatores que geram o estresse de final de ano. É um período de grande excitação que acaba nos envolvendo, além disso, as comemorações e os eventos em família podem passar de festa e diversão para cobranças sociais. Tudo sai da rotina e todos se vêm obrigados a cumprir um papel.
São várias festas, várias compras, vários presentes e muito trabalho, resultando em pouco descanso e comida, e gastos em excesso. Crie forma de desacelerar a agitação e aprenda a dizer “não”, priorizando as comemorações nas quais quer participar e os presentes que irá comprar. Outra dica é encarar todas essas situações de Natal e fim de ano como uma oportunidade de lazer.
Aproveite para confraternizar com os amigos e familiares, e usufruir os momentos gratificantes, mesmo que simples. Porém, se você ficou muito estressada/o, coloque um banquinho debaixo do chuveiro e deixe a água cair sobre você para relaxar. Não deixe de beber muita água e procura momentos de pausa para relaxar, e, se possível, evite o excesso de bebida alcóolica e comidas gordurosas.
Neste período que antecede o Natal, muitas pessoas praticam ações pontuais de caridade, como doação de brinquedos a crianças, cestas básicas aos necessitados, outras pessoas participam em campanhas de fraternidade.
Se você quer participar da corrente do bem, procure alguma Instituição confiável e leve seu apoio, imitando os Magos que foram levar presentes ao menino Jesus. Outra diga é se cadastrar como Voluntária/o numa entidade beneficente que atenda crianças ou idosos desamparados. “O voluntário está contribuindo para tornar o mundo melhor e fraterno, sempre gerando satisfação por estar fazendo a diferença”.
Existe ainda uma Campanha dos Correios que ajuda a tornar realidade o sonho de Natal de muitas crianças, e para participar, basta ir a uma agência mais próxima, escolher a carta que mais lhe comoveu.
O Natal, antigamente uma festa de religiosidade e sentimento, hoje se transformou numa festa de comes e bebes, onde o que menos se constata é a satisfação pelo nascimento de Jesus, as encenações do Presépio, trocado pela fantasia do papai-noel, símbolo do consumismo.
Vivamos o verdadeiro sentido do Natal;  vamos abraçar e desejar aos nossos familiares e amigos, um Novo Ano de Paz, Harmonia e Saúde, e que os habitantes deste mundo sejam mais fraternos e caridosos...

Fonte:
Revista Malu – 12/2013
+  Modificações e acréscimos.

Jc.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

INFIDELIDADE




 A infidelidade não é um desvio de caráter, mas um comportamento-padrão a evitar, afirma um psicólogo após estudar durante alguns anos milhares de casais.
As traições sempre aconteceram em todos os tempos. Clássicos da literatura, como Anna Karenina, de Liev Tolstói, Madame Bovary, de Gustav Flaubert, e O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, trataram do poder destruidor da infidelidade. Mesmo assim, pesquisas mundo afora mostram que o número de adúlteros, entre homens e mulheres, só cresce – talvez porque mais pessoas tenha coragem de admitir. Pouco se avançou em tentar explicar as razões que levam à quebra do pacto de confiança e exclusividade, e entender como evitá-la.
Em “o que faz o amor durar” (editora Fontanar), o americano John Gottman, doutor em psicologia e pesquisador na Universidade de Washington, apresenta uma nova forma de olhar para esse desvio. Ao lado da mulher, também psicóloga Julie Schwartz Gottman, ele estuda o comportamento de casais há mais de quatro décadas. Para ele, existe um padrão de comportamento que leva à quebra do pacto, e há muitas formas de infidelidade independentes da temida traição física. “Nossa cultura relaciona a infidelidade a um desvio de caráter ou falta de disciplina, mas isso não é verdade”, diz Gottman. E complementa: “A maioria das traições não é causada pelo desejo sexual, mas sim por alguma carência afetiva”.
Um relacionamento amoroso convencional é um contrato de confiança, respeito e proteção mútua. Tudo que viole esse contrato constitui infidelidade. Trair vai além da intimidade física com outra pessoa. Além dessa, outros dez tipos de infidelidade existem na lista do psicólogo John Gottman:
Comprometimento condicional: Não se está inteiro na relação. O comprometido flerta e se mantém “atento ao mercado”;
Intimidade sem sexo: Há uma relação íntima com um terceiro, com quem troca confidências, e não conta isso ao parceiro/a;
Mentira: Cansado de discutir, um parceiro passa a mentir sobre coisas banais, como um jeito fácil de ficar em paz;
Aliança contra o parceiro: Um dos parceiros se une regularmente a um terceiro – parente ou amigo – para criticar o outro parceiro;
Ausência e frieza: O parceiro não detecta as necessidades emocionais do outro nem se esforça para aprender ou reaprender;
Perda de interesse sexual:  Desaparece ou diminui muito a atração pelo outro. Não há tentativa nem vontade de reavivar o interesse;
Desrespeito: Não há preocupação em ser gentil e amoroso com o outro. Grosseria e indiferença tornam-se parte da rotina;
Egoísmo:  Atenção apenas às próprias necessidades. Ocorre muito por medo de uma situação nova, como a chegada de um filho;
Injustiça: As decisões deixam de ser tomadas de comum acordo. Uma das partes impõe regularmente sua vontade;
Rompimento de promessas:  O casal faz um pacto (Como guardar dinheiro) e um deles quebra o acordo sem consultar o outro.
Apesar das credenciais acadêmicas de Gottman, alguns estudiosos questionam esses padrões na infidelidade. “Em relacionamentos, é difícil definir regras que sirvam a todos”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, autora do livro “Por que homens e mulheres traem?”. Ela estuda a infidelidade há mais de 20 anos. “Nos casos que estudei, cada casal funcionava de um jeito; não há um padrão”.
Gottman discorda. Afirma ter detectado um ciclo de ações e reações que mais comumente levam casais a sucumbir a quaisquer desses tipos de infidelidade, inclusive a física. Chama o primeiro estágio de “estado de negatividade”. Tem início quando um dos dois deixa de dar atenção ou apoio ao outro. Quando o sentimento de mágoa por essa falta não se expressa, ele também não é esquecido. O lado magoado passa a provocar o outro. Isso torna os atritos mais frequentes e leva ambos a assumir uma atitude defensiva. A comunicação fica mais difícil e está instalado o estado de negatividade. E aí começa a segunda etapa do ciclo que leva à traição: As comparações negativas.
Nesse ponto, um dos parceiros compara seu companheiro/a ao perfil de um estranho na internet, a um colega de trabalho, a um parceiro do passado ou a um amor platônico a maioria das comparações, o cônjuge perde, porque, no estado  de negatividade, é difícil perceber e lembrar as qualidades do outro. O distanciamento e a frustração criam o ambiente propício para a traição física e para os outros dez tipos de infidelidade.
 A estratégia mais aconselhável para manter-se um bom relacionamento, segundo Gottman, é evitar o início do ciclo, em vez de tentar interrompê-lo depois. E para isso é preciso conversar e expressar as emoções sobre os incômodos. É necessário também manter em dia o pacto e as combinações. Se uma parte não tem condições de cumprir o combinado, é melhor conversar e mudar o pacto, em vez de desrespeitá-lo continuamente. Ele ensina ainda técnicas que fazem a conversa render, como usar mais “eu” do que “você”. A ideia é mais explicar ao outro o que se sente e menos fazer críticas.
Os casais devem atentar para todas as formas de infidelidade e considerá-las sinais sérios. Melhor que tentar resistir às tentações, é impedir que elas se realizem...
O adultério, ás vezes, é consequência da infidelidade. Ele é condenado por Jesus, quando disse: “Aprendestes o que foi dito aos Antigos: Não cometereis adultério. Mas eu vos digo que todo aquele que tiver olhado uma mulher com um mau desejo por ela, já cometeu adultério com ela, em seu coração”. A verdadeira pureza não está somente nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração puro não pensa mesmo no mal; foi isso que Jesus quis dizer: Ele condenou o pecado, mesmo em pensamento, porque é um sinal de impureza.
À medida que o ser humano avança espiritualmente, se esclarece e se despoja, pouco a pouco, de suas imperfeições, segundo a vontade que emprega em virtude do seu livre arbítrio. Todo mau pensamento, pois, resulta da imperfeição da alma. Mesmo um mau pensamento torna-se para a alma uma ocasião de adiantamento, porque o repele com energia e não cederá se apresentar-se uma ocasião para satisfazer um mau desejo; e depois que tiver resistido, sentir-se-á mais forte e alegre com sua vitória. Aquele, ao contrário, que procura a ocasião para o ato mau, e se não realiza porque lhe falta oportunidade; ele é, pois, tão culpado como se o cometesse.
A pessoa que não concebe o pensamento do mal, o progresso já está realizado; naquele a quem vem esse pensamento, mas ele o repele, o progresso está em vias de se cumprir; naquele, enfim, que tem esse pensamento e nele se compraz, o mal está ainda com toda a sua força. Deus que é justo e misericordioso considera todas essas diferenças na responsabilidade dos pensamentos e dos atos do ser humano. Quem ama verdadeiramente, não pratica a infidelidade...

Fontes:
Revista Época – 11/8/2014
Jornalista Natália Spinacé
“Evangelho Segundo o Espiritismo”-  cap. VIII
+ Pequenas modificações

Jc.
São Luís, 18/8/2014

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO





 Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, filho de José Bento Marcondes e Olympia Monteiro Lobato. Um garoto que se tornaria o mais importante escritor de literatura infantil do país. Naquele tempo não existia televisão, nem cinema nem automóvel. Naquele ano estavam surgindo o ferro elétrico e o ventilador. Era uma época em que as crianças agiam como tal. Monteiro Lobato, como as demais crianças da época, inventava brinquedos com sabugos de milho, mamão verde, panos e material desse tipo. Juca – como era chamado – brincava com suas irmãs mais novas, Ester e Judite. Ele adorava os livros de seu avô materno, o Visconde de Tremembé. Mais tarde, em 1893, mudaria seu nome para José Bento Monteiro Lobato, por desejar usar uma bengala do pai gravada com as iniciais J.B.M.L.
Em 1898, aos dezesseis anos, perde seu pai e, no ano seguinte, sua mãe. Seu avô materno assume a tutela dos três netos. Ainda no colégio, Monteiro Lobato funda vários jornais e escreve com pseudônimo. Aos 18 anos tenta entrar para a Escola de Belas-Artes, mas, por imposição do avô, entra para a Faculdade de Direito. Forma-se em 1904 e em maio de 1907, é nomeado promotor em Areias (SP), e naquela cidade se casa com Maria Pureza Lobato, conhecida entre os amigos como Dona Purezinha, com quem teve os filhos Edgar. Marta, Rute e Guilherme. Em 1911, com a morte do avô herda a fazenda de São José de Buquira, para onde se muda com a família. Lá cria o personagem que viria a se tornar símbolo nacional: O Jeca Tatu, figura do folclore brasileiro. Em 1916 promoveu uma pesquisa de opinião sobre o Saci, no jornal O Estado de São Paulo. A pesquisa faria aparecer seu primeiro livro, “O Saci-Pererê: resultado de um inquérito”, lançado no início do ano seguinte. 1917 as dificuldades o fazem vender a fazenda e em 1918 vai morar em Caçapava.
No Natal de 1920, lança seu primeiro infantil: “A Menina do Narizinho Arrebitado”, no qual criou o fantástico mundo do “Sitio do Pica-Pau Amarelo”, onde Lúcia a menina do narizinho arrebitado dividia suas aventuras com Dona Benta, Tia Anastácia, o Visconde de Sabugosa – um sabugo de milho que adquiria vida – e a imprevisível Emília, uma boneca de pano que falava, agia e pensava como uma pessoa adulta. No ano seguinte o livro teve uma edição de 50 mil exemplares e foi adotado pelo governo de São Paulo como livro de leitura obrigatória para o primeiro grau. Monteiro Lobato dividia as histórias com personagens reais, mitológicos folclóricos e uns criados por outros escritores.
O senso crítico artístico do escritor aflorou em 1922. Em 1925, depois de enfrentar dificuldades, fecha á editora e constitui, no Rio de Janeiro, a Cia. Editora Nacional com outros dez sócios. Dois anos depois é nomeado adido comercial no Consulado do Brasil nos Estados Unidos. Em 1930, após a revolução que destituiu o presidente Washington Luiz, Monteiro Lobato é exonerado e retorna ao país no ano seguinte, pregando a redenção e desenvolvimento do Brasil pela exploração de ferro e do petróleo. Começa então a travar uma luta que o faria pobre doente e desgostoso. Ele foi perseguido, preso e criticado por dizer que no Brasil havia petróleo, contrariando assim, o interesse oficial. Retorna à literatura infantil, decepcionado com os adultos que o perseguem por suas ideias. Em 1933 lança “História do Mundo para Crianças”, que provoca reações e censura da Igreja Católica.
Em 1934, Getúlio Vargas lhe oferece a direção do Departamento de Difusão Cultural que ele rejeita, e nos anos seguintes denuncia o Departamento de Produção Mineral e o Conselho Nacional de Petróleo. Em 24 de maio de 1940, durante o Estado Novo, num ato de grande coragem, ele escreveu uma carta para o presidente Getúlio Vargas, alertando-o de que havia displicência por parte do Conselho Nacional de Petróleo, ao retardar a criação de uma indústria petrolífera nacional, apenas para satisfazer interesses estrangeiros. Em vista dessa correspondência e de outras declarações sobre o assunto, Monteiro Lobato foi detido e preso no dia 20 de maio de 1941, sendo depois indultado por Getúlio e liberado da prisão em 20 de junho do mesmo ano.
Passados mais de dois anos após a saída da prisão, Lobato descobriu o mundo espiritual, os Espíritos e sua capacidade de nos contatar. No livro “Monteiro Lobato e o Espiritismo”, de Maria José Sette Ribas, foram publicadas as Atas das reuniões em que ocorreram suas experimentações com a mediunidade. Os participantes das reuniões utilizavam um copo que, sob a ação dos Espíritos e sendo tocado pelo médium e por seus assistentes, deslizava sobre um alfabeto disposto de maneira circular, lembrando alguns aspectos das tábuas. No grupo, cabia a Monteiro Lobato anotar as letras do alfabeto que tinham sido escolhidas pelos Espíritos, em resposta às perguntas formuladas, bem como escrever as Atas. A médium do grupo familiar era sua esposa Dona Purezinha e os encontros duraram entre os anos de 1943 e 1947.
Durante esses encontros, Monteiro Lobato aprender a dialogar com os Espíritos comunicantes e chegou até mesmo a obter a transformação moral de um Espírito que se identificou pelo nome K, que inicialmente atormentava os encontros. Ele não era um simpatizante do Espiritismo, mas um espírita praticante. Ele realizou muitas experiências com as chamadas sessões do copinho e conseguiu comunicar-se com os filhos, parentes e amigos falecidos, inclusive com a famosa Anastácia das histórias infantis de Emília e Pedrinho, que realmente ela existiu. Ele se convenceu da imortalidade espiritual do ser humano e da possibilidade de comunicação com os mortos depois de uma sessão em que se manifestaram seis de seus grandes amigos.
A morte de seus filhos e as comunicações mediúnicas recebidas de amigos, já transferidos para a Pátria Espiritual, principalmente de Martins Fontes, foi o móvel de sua modificação filosófico-religiosa.  Após aqueles fatos, Monteiro Lobato dedicou-se com afinco ao aprendizado e às pesquisas sobre a Doutrina dos Espíritos, inclusive realizando sessões mediúnicas, das quais existem ainda hoje as competentes Atas.
Como prova de sua adesão definitiva às convicções espiritistas, há o registro de que, pouco antes do seu desenlace físico, dirigiu as seguintes palavras à sua dileta amiga Maria José Sette Ribas: “Minha filha, amanhã, ou depois, se vir no jornal que eu morri você não vai chorar. Sabe bem que não morremos, e esta foi apenas uma das minhas passagens sobre a Terra. Somos imortais”.
Monteiro Lobato desencarnou repentinamente em 1948, deixando vasta herança ao povo brasileiro, os relatos até hoje das aventuras ocorridas no “Sitio
do Pica-Pau Amarelo”, que encantam o imaginário popular; e por fim, pelas Atas de suas reuniões mediúnicas, que hoje podem ser utilizadas como mais uma comprovação da realidade dos Espíritos desencarnados e de suas comunicações. Ele desencarnou na madrugada do dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos, Em São Paulo, vitimado por um derrame.

Fonte:
Jornal “O Imortal”- 8/2014
Marinei Ferreira Rezende
+ Supressões e pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 21/8/2014

domingo, 9 de novembro de 2014

JESUS, FAROL DA HUMANIDADE




 No transcurso dos ciclos das existências, as páginas do tempo revelaram situações e principalmente personagens que não apenas marcaram a história humana, mas transformaram-na, agindo como faróis a iluminar e apontar, com segurança, os rumos mais seguros na infinita trajetória de evolução. Seres humanos e personalidades diferenciadas sempre existiram em diversos campos do cultivo humano nas glebas do conhecimento, ciência, fé e transcendência. Graças a esses personagens, herdamos uns dos outros, e de nós mesmos no ir e vir das sucessivas romagens em mergulhos carnais, as mais belas realizações de crescimento e incorporação de valores em existências menos sofridas, mais harmoniosas e plenas.
Os expoentes que trouxeram suas colaborações, que se traduziram posteriormente em verdadeiros saltos na evolução de seus pares em suas épocas, enfrentaram, sem exceções, rejeições de todas as ordens em ações de extremadas violência, recebendo ainda o antagonismo da ignorância aferrada em mesquinhos e restritos interesses. Essas ações sempre foram motivos para as mais variadas ações de conflitos, traduzidos em guerras e crimes que imprimiram e ainda marcam com sangue e lágrimas, o solo do nosso querido globo terrestre.
A ideia transcendente de um poder absoluto, originário e sobre-humano que a tudo responde pela criação, sempre levou a todos os povos, desde os primeiros habitantes da raça humana, a buscá-lo de alguma forma nas mais variadas expressões de espiritualidade. O caráter espiritual e divino da criatura é a marca de Deus no ser humano, servindo-lhe de código seguro para as melhores resoluções na existência. Esta foi e é, sem dúvida, a essência da tarefa educativa dos seres missionários em jornadas constantes no planeta em todas as épocas: auxiliar a extrair do íntimo dos seres humanos seus potenciais divinos, traduzidos em conhecimentos e valores imperecíveis.
Entre todos os grandes guias e educadores que passaram pela Terra em todos os campos do conhecimento humano, um se destacou de forma absoluta pela grandeza de que é possuidor e de sua mensagem, de seu amor infinito a Deus e aos homens – Jesus. Este ser especial, Farol dos faróis, governa e guia o nosso planeta,
sinalizando aos navegantes da nau terrestre, os rumos seguros pelos mares tormentosos da convivência humana. Seu faixo de luz indestrutível e amoroso, agindo em nome do Pai, oferece a misericórdia infinita em suas ações que não principiaram na manjedoura singela e tão pouco terminaram no madeiro infamante, vistos pelo prisma restrito da ignorância dos seres humanos.
Nenhum dos grandes sábios e expoentes da humanidade se equipararam à superioridade do meigo Rabi da Galileia, que reduz a intensidade da sua própria luz, abrandando-a de tal forma a não ofuscar os seus irmãos terrenos e para que pudesse estar ao nosso lado sem nos humilhar. Singra nossa atmosfera terrestre como faixo luminoso que desce ao charco iluminando-o sem se contaminar. Reacende as esperanças de um novo ciclo de vida renovada para todos, desce na noite escura das trevas das iniquidades humanas para acender estrelas de novos valores nos corações dos homens.
Ofertou a todos os que o procuravam, a palavra franca e magnética que traduzia a Lei em sua feição pura, a verdade desconcertante aos iludidos pela possa efêmera dos bens perecíveis e temporais da matéria, tais como: o poder político, o poder financeiro, o poder religioso, todos revestidos pelas túnicas das vaidades, orgulhos e egoísmos humanos. Dirigiu-se particularmente aos corações sinceros que habitavam as cidades singelas da Galileia, Magdala, Dalmanuta, Cafarnaum;  comunidades essas humildes que existiam à beira do rio Jordão.  Nos muros velhos das cidades de Israel, iniciava, ali, a epopeia de amor mais bela de todas na história da humanidade. O Mestre caminha estabelecendo amigável convite para formação do seu círculo de discípulos mais próximos, buscando, inicialmente entre os pescadores do mar da Galileia, os pescadores das almas sedentas de renovação.
Ainda, nos dias atuais, há muita dificuldade em dimensionar a superioridade, a grandeza, a importância e a envergadura moral do Messias. O homem do mundo, acostumado a reverenciar a vitória estabelecida através da imposição, do jugo do mais forte ao mais fraco, daqueles que impunham o peso de seus exércitos e de suas demonstrações de superioridade evidenciadas nas construções de seus palácios, seus templos, de sua força e posição social, de títulos de nobreza que os distinguiam dos demais, não O compreendiam e ainda hoje, muitos não O compreendem.
Que homem era aquele que falava de um Reino de Deus tão feliz? Onde as dores encontrariam o lenitivo, onde todos sem exceção tinham o direito de penetrar, principalmente aqueles deserdados do mundo, os sofredores, os doentes, esquecidos e vilipendiados pela sociedade? Que espécie de líder era aquele que arrebatava a alma de quem ousava simplesmente cruzar o seu olhar? Que inspirava nos corações mais endurecidos, um misto de admiração e medo!  Que majestade oculta exalava de sua personalidade augusta que dominava todas as Leis, todas as ciências e que revelava aos homens, um Deus acessível, misericordioso, justo e, sobretudo, amoroso e de bondade infinita?
Como guia, Ele não estabeleceu divisão entre Si e o povo. Não participava do conforto dos palácios e dos tronos dos governantes, símbolos de autoridade máxima da época, ditando regras e impondo o seu cumprimento. Não, indicava apenas o caminho, mas ia lado a lado explicando e vivenciando suas máximas morais, a aplicação da lei de amor no dia a dia das pessoas. Viveu a existência simples como as pessoas, sem exaltação de sua personalidade superior, demonstrando que ninguém precisava sair do contexto em que se encontrava, para viver em sintonia com as Leis de Deus e cumprir a vontade do Pai.
Era em suma, o divino pastor por excelência, que por andar e viver junto ao seu rebanho, usando as palavras do Papa Francisco, tinha nas vestes “o cheiro de suas ovelhas”. Educador amoroso, em nenhum momento foi visto julgando a quem quer que fosse e respeitou a tal ponto a liberdade de pensamento, de arbítrio e ação do homem, que mesmo sabendo ser inocente, se submeteu à prisão injusta, ao julgamento arbitrário e vil, ao açoite, escárnios públicos e, por fim, ao calvário humilhante. Exemplificou sua mensagem de amor até o momento extremo, pedindo ao Pai que perdoasse a ignorância do ser humano.
Como farol da humanidade, segue, Ele, ao longo dos milênios, iluminando os caminhos e alertando-nos dos perigos escondidos nas mentes das perturbações humanas. Muitos já se orientam pelo farol luminoso que é a luz de Jesus, nos roteiros das jornadas terrenas e, conscientes, tornam-se por sua vez, lanternas às vezes fracas, outras vezes verdadeiros faróis com a missão de espalhar a luz de amor do Cristo por toda a Terra.
A felicidade experimentada em auxiliar os outros irmãos infelizes, que ainda permanecem na retaguarda, deve constituir incentivo maior para que a pessoa humana deixe, em definitivo, a posição de náufrago no mar tempestuoso e passe a ser um farol na escuridão das tormentas daqueles que anseiam pelo mínimo sinal de luz...

Fonte:
Jornal “Brasília Espírita” – 5 e 6/2014
Maurício Curi
+ Supressões e pequenas alterações.

Jc.
São Luís, 11/6/2014

domingo, 2 de novembro de 2014

MÃES, COMO DEVEM CUIDAR DOS RECEM-NASCIDOS





Mitos e verdades sobre o primeiro ano do bebê. A falta de informações precisas, palpites e crenças populares podem deixar muitas mães confusas, especialmente as de primeira viagem. Descubra por que nem sempre é uma boa ideia seguir determinados conselhos.
Cerveja preta para estimular a produção de leite, moeda para cicatrizar o umbigo e até azia, são algumas das inúmeras teorias que as futuras mães passam a escutar assim que anunciam a gravidez. Embora grande parte dessas crenças não tenha qualquer embasamento científico, algumas mulheres fazem questão de seguir toda sorte de recomendação. Mas é preciso saber diferençar as verdades incontestáveis daquelas que não são e não passam de pura fantasia. Consultado especialista, este colocou a prova algumas “verdades irrefutáveis” para que você futura mãe, saiba o que realmente tem de ser levado em conta no primeiro ano de existência do seu filho.
Conversar com os bebês faz sentido? Sim. Muitas pessoas acreditam que o recém-nascido consegue assimilar o que é dito pela mãe. Segundo a professora de Psicologia, Isabella Paiva Monteiro de Barros, da Universidade Mackenzie (SP), essa despretensiosa “conversa” é superimportante. “Além de estreitar os laços dos pais com o filho, ela ajuda a atribuir sentido às informações que o bebê recebe do ambiente”.
Tomar mamadeira deitado pode causar dor de ouvido? Sim. Como o canal que liga a garganta ao ouvido é muito curto e horizontal no recém-nascido, o líquido tende a afluir com mais rapidez, principalmente se o bebê estiver deitado. Isso possibilita que o leite alcance o ouvido e suas bactérias se instalem ali, existindo o risco de se multiplicarem, provocando uma infecção. Até os dois anos de idade, a criança deve, portanto, estar inclinada em um ângulo de 30º a 45º para evitar o problema.
Levantar o braço da criança faz passar o soluço? Não. O soluço é resultado da contração involuntária do diafragma e, como os diferentes estímulos ao qual o recém-nascido é exposto podem contrair o músculo, o problema é frequente nessa fase.
O bebê passou meses na barriga da mãe, recebendo o alimento já metabolizado, pelo cordão umbilical e de repente, ele passa a ter de sugar, mamar, engolir digerir, urinar, evacuar... Começando a exercer uma série de funções, como uma máquina que acabou de ser ligada. Não há muito que fazer; o jeito é esperar o soluço cessar naturalmente. Algumas mães costumam colocar um pedaço de algodão molhado na testa da criança para parar o soluço.
Dormir de barriga para cima, aumenta os riscos do bebê regurgitar e engasgar?  Não. Quando dorme para cima, a criança consegue mexer a cabeça livremente para os dois lados, o que ela certamente fará se sentir algum incômodo. Se ainda assim ela engasgar, provavelmente ocorrerá a tosse. A posição que, de fato, oferece risco é a de barriga para baixo, por deixar o bebê sem liberdade de movimento e sujeito a inalar o gás carbônico liberado na respiração,  que pode asfixiá-lo.
A ansiedade da mãe aumenta a possibilidade de o bebê ter cólica? Sim. O sistema digestivo dos bebês é imaturo, implicando em movimentos de relaxamento e contração que podem resultar em gases e cólicas, bastante comuns. Ocorre que a criança é capaz de perceber as alterações de humor da mãe e também fica tensa, insegura. Daí o corpinho da criança reage, favorecendo a sensação dolorosa. Por isso, a mãe deve se acalmar e tentar evitar que a tensão transpareça e afete o bebê.
Bolsa de água quente melhora a cólica? Sim. O calor diminui o incômodo causado pela cólica. A elevação da temperatura provoca a dilatação dos vasos sanguíneos e o relaxamento muscular. A dica para esquentar o local da dor e aliviá-la é lançar mão da bolsa com água morna ou encostar a barriguinha do bebê na da mãe.
O leite sempre deve ser servido morno? Não. O leite materno, claro, deve ser sempre a primeira opção, e ele já sai na temperatura ideal para o consumo. Segundo o pediatra José Luiz Setúbal, presidente do Hospital Infantil Sabará (SP), o bebê pode tomar leite morno ou na temperatura ambiente. Para quem costuma armazenar o líquido no congelador, a dica é aquecê-lo em banho-maria, já que a fervura causa a perda de suas propriedades. As fórmulas de leite em pó precisam ser reconstituídas em água fervente para reduzir os riscos de infecção.
Vacina dá reação? Em termos. Por ser um corpo estranho ao organismo á vacina é capaz de provocar alguma reação. Entretanto, hoje em dia isso acontece com menos frequência, já que os processos de imunização são mais modernos do que os de antigamente. Após a aplicação da vacina BCG (antituberculosa), é esperado que o recém-nascido sempre apresente uma pequena ferida no braço que, depois de cicatrizada, forma uma marquinha. Já no caso da vacina Sabin (contra a poliomielite), a reação é raríssima. Com a vacina tríplice viral (contra caxumba, rubéola e sarampo), há o risco do bebê ter febre e dor local, isso porque a vacina é composta pelos próprios vírus causadores da doença, atenuados. Reações semelhantes, podem ser observadas na aplicação da vacina penta-valente (contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e hepatite B). Um antitérmico costuma resolver, mas só pode ser tomado com orientação médica e depois do sintoma se manifestar.
A erupção do dente provoca febre? Em termos. “Em casos raros, a criança pode até apresentar febre baixa, em torno de 37,5ºC”, afirma a pediatra Leda Amar de Aquino, do Departamento Científico de Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pediatria. Mas isso só ocorrerá segunda ela, se acontecer algum processo inflamatório na gengiva. Se ocorrer febre acima de 38ºC, a recomendação é consultar um médico.
Chupeta entorta os dentes da criança? Não. No primeiro ano de existência, a chupeta não prejudica a estrutura dentária. Mas se a criança já passou de dois meses e está ganhando peso, é sinal de que o aleitamento vai muito bem, obrigado. Mesmo assim, as mães precisam entender que a chupeta tem a função de acalmar e, por isso, não há necessidade de liberar seu uso. “Somente depois de dois anos, a utilização da chupeta prejudicará o desenvolvimento dos dentes, já que ela projeta a língua para fora, empurrando os incisivos para a frente”, justifica a pediatra Leda.
Bebê que brinca demais tem sono agitado? Em termos. “As crianças têm dificuldades para se desligar e despedir do dia e das pessoas. Então, dependendo do nível de excitação e do tipo de intervenção do adulto na brincadeira, a qualidade do sono pode ser prejudicada”, destaca a psicóloga Isabella. A maneira ideal é que a brincadeira termine cerca de duas horas antes de ir dormir o bebê.
Outras informações sobre a obesidade.
Se a desnutrição e o baixo peso estavam no topo da lista de problemas que rondavam as crianças nos anos de 1970, pais o mães de hoje precisam lidar com uma nova ameaça à saúde dos filhos que seguem uma dinâmica oposta: a do excesso de peso. A obesidade ganhou status de epidemia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A instituição já contabiliza 42 milhões de crianças com menos de cinco anos, obesas nos quatro cantos do planeta. Para suavizar esse problema as futuras mães devem observar certas regras:
Prevenção desde o útero.  Controlar o peso durante a gravidez é a primeira contribuição para um filho sadio. A conclusão é de cientistas das universidades norte-americanas de Minnesota e Wright State, que cruzaram dados de 912 crianças de 0 a 3 anos com informações sobre o parto. Os cientistas observaram que os cuidados durante os nove meses ajudam a prevenir o sobrepeso. Isso porque os quilos excedentes da mãe são fatores de risco para o diabetes gestacional e elevam a possibilidade do bebê nascer muito grande, criando, desde cedo, um padrão metabólico de acúmulo. Se você se descuidou na gravidez, não é preciso se sentir a pior mãe do mundo.  A amamentação é a segunda oportunidade de contribuir, bem cedo, para a boa saúde de seu filho.
Dieta no peito.  Além de proteger contra alergias e fortalecer o sistema imunológico, o leite materno combate a obesidade porque tem a quantidade exata de nutrientes que o bebê precisa em cada fase do seu desenvolvimento. “A amamentação evita que a criança consuma uma quantidade de alimentos maior do que o necessário”, explica a nutricionista Priscila Maximiano, da Nutrociência.
Outras orientações
No nascimento- A mãe deve dar de mamar logo após o nascimento. Até os 6 meses, o leite do peito é o único alimento necessário. A amamentação fornece o alimento e o carinho. O bebê já sente e aprende e gosta que falem e cante quem cuida dela;
2 meses- A criança responde ao sorriso com outro sorriso. A amamentação protege a criança contra doenças e ajuda e desenvolver sua inteligência;

4 meses- A criança já fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros. Continue amamentando e comece a dar-lhe outros alimentos. Ela gosta de colocar as mãos e tudo o que pega leva a boca. Seus brinquedos devem ser grandes para evitar colocar na boca e devem estar limpos. Coloque a criança em lugares diversos, mas atenção porque ela começa a rolar e pode cair;
6 meses- Ela já se vira para o lado do barulho; já pode comer duas refeições de sal, mas ainda precisa mamar. Converse com ela, repetindo os sons que ela faz. Coloque-a no chão para se movimentar melhor. Olha e pega tudo; cuidados com coisas pequenas para não se engasgar, e com tomadas de eletricidade;
9 meses- Arrasta-se ou engatinha. Brinque com a criança de fazer caretas, bater palminhas, e mostre alegria com o que ela for aprendendo. Converse com ela, ensinando-lhe o nome das coisas e pessoas. Ela já é muito curiosa; não deixe ao seu alcance: coisas pequenas, remédios, vidros, talheres e coisas perigosas;
1 ano- Já fala duas palavras e já come a comida de casa, mas precisa comer mais vezes que um adulto. Ela brinca de bater, encaixar e empilhar objetos. Já começa a aprender o nome das partes do corpo.
1 ano e 6 meses- A criança já anda sozinha. Ela gosta de brincar com água. Ajude-a á lavar as mãos e a escovar os dentes. Deixe que ela use o copo e a colher. Comece aos poucos a tirar a fralda e ensine ela a usar o peniquinho, com paciência;
2 anos- Ela já empilha as coisas, e gosta de brincar com coisas variadas e com outras crianças. Já tem vontade própria e fala muito a palavra não. Já sabe subir e mexe em tudo: cuidado com o fogão e cabos de panelas. Não esqueça de lhe falar de Jesus e lhe ensinar a rezar.
2 anos e 6 meses- Já fala frases curtas. Gosta de cantar, batucar, imitar as pessoas e animais. Ensine-lhe a dizer seu próprio nome e converse sempre com ela. Aprende muito pela imitação: o exemplo dos adultos é muito importante nessa fase, pois ficará para sempre;  deve colocá-la numa creche para desenvolver sua personalidade;
3 anos- Gosta de desenhar bolinhas ou rabiscos diversos. Ela precisa de outras crianças, de espaço para brincar, correr e pular. Ajude-a á vestir-se e a calçar os sapatos e aprender a contar e conhecer as cores; deve colocá-la na educação infantil;
4 anos-  Gosta de ouvir histórias e músicas; repetir pequenas histórias, cantarolar canções e ver revistinhas e TV. Por ter atração pelo fogo, tenha muito cuidado e lhe explique o perigo. Ensine-lhe a ser organizada, a cuidar das suas coisas e do lugar onde vive. Ajude-a sempre para que ela aprenda melhor
Daí em diante, os exemplos dentro do lar (carinho, amor, sinceridade, honestidade e fraternidade), e de outros que ela observar, vai influenciar na sua trajetória existencial, para com as pessoas, os animais, a sociedade, a natureza e o mundo em geral.

Fonte:
Revista “Crescer” – 09/2013
+ Acréscimos e modificações

Jc.
São Luís, 20/10/2013
Refeito em 2/11/2014



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

P E R D O E - S E




  Ainda pesa muito na consciência de certas pessoas o expecto terrível do inferno com suas penas eternas, criadas pelos teólogos que, esquecendo os ensinamentos de Jesus, relativamente à misericórdia de Deus, conceberam essa monstruosidade, que até hoje atormenta a muitos. Mesmo no meio espírita, há pessoas que, embora não temam o inferno eterno, acham que fatalmente irão para o Umbral por algum tempo, em razão de faltas cometidas nesta e em outras encarnações.
Recebemos, há alguns anos, carta de uma irmã que havia cometido um aborto, antes de se tornar espírita. Conscientizada da extensão do erro cometido e da necessidade de esforço para a sua reparação, começou a colaborar na Casa Espírita que frequentava, onde recebeu proposta de trabalho na evangelização infantil.
Como havia errado no passado, ficou num terrível drama de consciência, pois se julgava indigna de trabalhar junto aos pequeninos, ela que se negara a trazer uma criança ao mundo. Então escreveu-nos uma carta pungente, dolorida mesmo, expondo-nos sua angustiosa situação. Respondemos-lhe, dizendo:
“Estimada irmã. Recebi sua carta, que mereceu a minha melhor atenção, e que passo a responder: Você diz que fez um aborto. E  um aborto é coisa séria, mas não irremediável. A Doutrina dos Espíritos, trazendo-nos de volta os ensinamentos libertadores e consoladores de Jesus, nos ensina que não há condenação eterna, a não ser na teologia criada pelos seres humanos.
Você diz temer o Umbral, em função do seu erro. É justa essa  preocupação, pois demonstra que você não é uma pessoa impenitente, mas, pelo contrário, alguém que conhece a responsabilidade que assumiu quando errou. Entretanto, não devemos julgar os nossos equívocos do passado com o conhecimento que temos hoje. Os erros do passado, o fizemos dentro do conhecimento que tínhamos. O importante é agora, que conhecemos mais profundamente a Verdade, para não reincidir mais nos mesmos erros.
O perdão que o Evangelho nos ensina, minha irmã, deve chegar até nós também!  É importante que nos perdoemos e  compreendamos
que aquilo que está feito, está feito e não nos é possível mudar. Devemos olhar para o passado, não para lamentar, mas para tirar valiosas lições e experiências. Lembre-se de que depois que se foram aqueles que acusavam a mulher apanhada em adultério, Jesus lhe perguntou: “Mulher, onde estão os teus acusadores; ninguém te condenou?”  E ela disse: ”Ninguém, Senhor”. Disse-lhe então Jesus: “Nem eu também te condeno; vai e não peques mais”.
Lembre-se também, de Madalena que era uma mulher que vivia do seu corpo, entregando-se a homens ricos e poderosos, a fim de manter a vida de luxo e gozo. Quem sabe se ela não terá feito até abortos? Quando ela conheceu Jesus, acordou para uma nova existência, rompendo com aquele passado equivocado. Jesus lhe recebeu com o mesmo respeito com que recebia as outras mulheres que faziam parte do grupo que o acompanhava, e enfrentou até mesmo a incompreensão dos Apóstolos, que viviam presos aos preconceitos contra a mulher. O Mestre deu-lhe a oportunidade de dignificar-se através do trabalho no bem, que ela desenvolveu entre os leprosos. Ao final da existência, foi recebida pessoalmente por Jesus. (Leia o capítulo 20, com o título “Maria de Magdala” do livro “Boa Nova”, de Humberto de Campos, psicografia de Chico Xavier.)
Hoje, você não tem leprosos para tratar, mas tem crianças para evangelizar. Lembre-se de que podem ser leprosos da alma que, reencarnados, serão curados através do Evangelho de Jesus que você irá ensinar-lhes. O apóstolo Pedro, na sua Primeira Carta, no capítulo 4, versículo 8, diz: “A caridade (o amor) cobrirá a multidão dos pecados”. Em relação ao Umbral, que tanto a preocupa, lembre-se de que só irão para zonas de sofrimentos aqueles que continuam agindo no mal, que não despertaram para o bem.
Veja o exemplo, no livro “Voltei”, do irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier, no capítulo 7: - Você verá que um assassino estava sendo levado num grupo, conduzido por Bezerra de Menezes, a uma colônia espiritual, onde seria recebido com respeito e fraternidade. Por quê? Por privilégio? Não, nem proteção de última hora, mas sim por mérito adquirido depois que se arrependeu e pôs-se a trabalhar no bem, a fim de compensar o mal anteriormente praticado. O mal que fazemos exige reparação, e não punição.
Deus,  segundo nos ensina Jesus, não quer o nosso sofrimento.
Quer apenas que trabalhemos no bem, e quando uma pessoa está trabalhando no bem, ninguém vai tirar-lhe a oportunidade de servir, para colocá-la em regiões de sofrimento. Se você está evangelizando, vai continuar o seu trabalho abençoado depois de desencarnar, pois no mundo espiritual também há espíritos de crianças a carecerem de orientação.
Quanto ao filho que você não quis ter, lembre-se de que é filho de Deus e que poderá tê-lo numa nova encarnação, talvez até mesmo nesta, se encontrar um homem que a respeite e queira não apenas aproveitar-se de você, mas ser pai de seus filhos. Há, ainda, a alternativa de adoção, pois há tantas crianças carentes de uma mãe neste mundo. Quem sabe se você não está encaminhando – agora na evangelização – o mesmo Espírito que rejeitou, e que veio por outra mãe?
 Assim, minha irmã, não tema o futuro e nem guarde sentimento de culpa. Lembre-se de que não existe ninguém no mundo que não tenha errado, nesta ou em outra existência. É sempre tempo de renovação. Jesus nos ensinou que Deus é amor, é misericórdia, e não castiga nenhum dos seus filhos!
Observe que você – como diz em sua carta – queria apenas ser faxineira no Centro Espírita, mas os Espíritos, vendo a sua boa vontade e o seu desejo ardente de redimir um passado culposo, deram-lhe a oportunidade de trabalhar justamente no campo infantil. Não é isso significativo?  Seu arrependimento foi sincero e bem aceito pela Espiritualidade. O acaso não existe, minha irmã. Valorize a oportunidade que recebeu e agarre-se a ela. Sinta-se dignificada, esforce-se, estude, ore e confie. Jesus está com você. Esteja você com Ele! Receba um abraço do seu irmão”,  Passini
P.S. Já nos havíamos esquecidos do fato acima, quando, poucos anos depois, em cidade próxima, encontramos a referida irmã, feliz, no trabalho de evangelização infantil.
Fonte:
Revista  “Reformador” – maio/2014
+ pequenas modificações

Jc.
São Luís, 10/06/2014