quarta-feira, 8 de agosto de 2012

TRAGÉDIAS E AS PROVAÇÕES COLETIVAS

TRAGÉDIAS E AS PROVAÇÕES COLETIVAS Antes de apresentarmos este assunto, vamos primeiro saber o que são as provações, as expiações e as abnegações. Provações, são as dores e sofrimentos solicitados; as provas aceitas por nós mesmos antes de reencarnar (assumir um corpo físico na Terra), para resgatar nossos débitos para com a Justiça Divina. Na provação o Espírito reencarna com uma programação que foi feita na Espiritualidade, da qual ele participou, consciente de que deverá enfrentar para livrar-se de seus débitos. Expiações, são as dores e sofrimentos impostos compulsoriamente pela Lei Divina para os resgates das dívidas. Nesta o espírito reencarna com a sua programação feita pelos seus mentores espirituais, por se negar em reconhecer ou aceitar os seus débitos perante as leis divinas, e se recusa a aceitar os resgates. Abnegações, são as dores e sofrimentos suportados por todo missionário autêntico que vem à Terra, em missões, para seu aprimoramento moral e da humanidade. Nesta o Espírito já com certa evolução, escolhe uma existência difícil enfrentando privações e dificuldades, a fim de não se desviar do caminho escolhido, e dar exemplo de vida, de aceitação, de resignação e de caridade; igual á passagem evangélica, do homem que nasceu cego não por culpa sua ou de seis pais, mas para que “se manifestassem nele as obras de Deus...” ( João 9: 1 a 3 ) As dores avassaladoras e aparentemente indiscriminadas que têm alcançado o ser humano durante séculos, através de flagelos naturais e/ou provocados pelo próprio homem, deixam muitos questionamentos nos corações descrentes... Naquela noite, da época recuada do ano l77, o “Concilio” de Lião estava reunido, para estudar as comemorações para o dia seguinte, quando da chegada de Lúcio Galo, famoso general que desfrutava as atenções especiais do Imperador Marco Aurélio. Por esse motivo, enquanto lá fora se acotovelavam gladiadores e jograis, o patrício Álcio Plantus, descendente do fundador da cidade, presidia a reunião, programando os festejos. Marco Aurélio reinava e embora não houvesse lavrado nenhum decreto em prejuízo dos cristãos, permitia se aplicassem na cidade, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles. Ninguém examinava necessidades ou condições; mulheres, crianças e velhos doentes, tanto como homens sadios e personalidades prestigiosas, que se declarassem seguidores do Nazareno, eram detidas, torturadas e eliminadas sumariamente, sem julgamento. Por esse motivo, multiplicavam-se as prisões e improvisaram grande circo com enorme arena. As pessoas após serem barbaramente espancadas, eram sacrificadas pelas feras, que, enfastiadas por massacrarem dezenas de vítimas, já não se mostravam tão ferozes. Por isso, inventavam-se novos suplícios... Álcio Plantus abrindo a reunião, disse que além das saudações ao general Lucio Galo, era preciso que o circo apresentasse alguma cena de exceção... O lutador Setímio poderia arregimentar os melhores gladiadores; contudo já eram comuns as lutas. A equipe de dançarinas poderia apresentar novos bailados que agradassem; mas, em consideração ao visitante, era imperioso acrescentar alguma novidade que Roma ainda não conhecesse. Alguém então gritou da assembléia: - Cristãos às feras! O chefe da reunião voltou a dizer: - Isso já não constitui novidade! Os leões recém-chegados da África estão preguiçosos... Depois das gargalhadas, Álcio continuou irônico: - Ouvi, ainda pela manhã, alguns companheiros que me apresentaram uma idéia que espero a aprovação de todos. Poderíamos reunir, nesta noite, centenas de crianças, mulheres, homens e velhos cristãos, guardando-os nos cárceres... E amanhã, coroando as homenagens, as colocaremos na arena, molhadas de resinas e devidamente cercadas de farpas embebidas em óleo, deixando apenas estreita passagem para a libertação dos mais fortes. Depois de mostrá-las festivamente em público, incendiaremos todas as pessoas, a área, e as estacas, e os mais fortes na ânsia de fugirem, nos proporcionarão muitos lances emocionantes e inéditos... Muito bem! muito bem! – rugiu a multidão apoiando a idéia. Plantus então disse: - O tempo urge e precisamos do concurso de todos. Centenas aplaudiram em delírio e concordaram em cooperar. Encorajado pelo entusiasmo geral e desejando distribuir a tarefa, o dirigente da reunião anunciou sarcástico e inflexível: - Cada um de nós saia á caça dessas pragas cristãs que ficam escondidas por toda parte... Caçá-las é o serviço de hoje. E saíram para a empreitada. Durante o dia e a noite inteira, muitas pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes, e no dia seguinte, ao sol vivo da tarde, grandes filas de crianças, mulheres e homens, em gritos e lágrimas, eram embebidas em resinas e colocadas na arena, cercada de farpas embebidas em óleo. No fim do trágico espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas ao sopro do vento, ou despedaçadas e pisoteadas pelos mais fortes, na tentativa de fugirem do inferno do fogo... Dezoito séculos se passaram desse tenebroso acontecimento. Entretanto, a Justiça de Deus, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis que, em diversas posições de idade, se reuniram para a dolorosa expiação, o que aconteceu no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, em comovente incêndio na vesperal de estréia do “Gran Circo Americano”, que vitimou centenas de pessoas; e para sepultá-las, foi necessário que a Prefeitura de São Gonçalo, cidade vizinha de Niterói, cedesse um terreno onde surgiu o Cemitério de São Miguel... Esta narrativa do Irmão X faz parte do livro “Cartas e Crônicas”, edição da FEB. Como eu na época havia me mudado para a cidade de Niterói, fui testemunhar o local desse resgate coletivo. Passemos agora ao sul da França, onde residiam os povos albinenses ou cátaros (no grego: puros), nos séculos 10 e 13 de nossa era. Os cátaros constituíam na época, uma civilização muito mais adiantada do que o resto da Europa. Sua capital era a cidade de Toulouse-França; tinham um grande intercâmbio cultural com grande parte dos países do continente. Essa cultura era divulgada pelos trovadores e cantores populares que iam de cidade em cidade, transferindo a cultura evoluída da região. Os judeus eram aceitos entre os cátaros e praticavam sua religião em sinagogas sem serem molestados, o que não acontecia no resto da Europa onde eles eram perseguidos. Existiam terras e trabalho para todos, e todos eram convidados a aprender a ler, inclusive mulheres. As artes eram estimuladas e os artistas valorizados. A alimentação era abundante e dividida entre todos. Todo esse progresso tinha um motivo: A religião seguida por esse povo. Desde o fim do século X, os cátaros professavam a filosofia cátara, uma religião cristã dos primeiros anos do Cristianismo. Os princípios fundamentais se baseavam em que: - o mundo material era um lugar de expiações; - os seres humanos haviam sido postos na Terra, por causa do pecado do orgulho, por isso deviam aqui passar por diversas encarnações para se purificar. – Homens e mulheres eram iguais, com direitos e deveres. Eles possuíam pregadores, tanto homens como mulheres, que se dedicavam a educar as pessoas, principalmente as crianças, em escolas abertas para toda a população, onde alfabetizavam e ensinavam sua religião. Eles tinham que ganhar seu próprio sustento, trabalhando, porque diziam que ninguém era obrigado a sustentá-los. Seu lema era: “O trabalho é uma prece”. Eles não acreditavam no Velho Testamento, embora aceitassem alguns trechos, como os “Dez Mandamentos”, pois diziam que o Deus ali representado, era cruel e vingativo, representando o mal. Seguiam o Novo Testamento e diziam que representavam a verdadeira Igreja do Cristo, pois seguiam a Sua doutrina e dos seus apóstolos, em palavras e atos. Eles desprezavam os mandamentos da Igreja Romana e diziam que o Papa e os bispos eram homicidas por causa de suas guerras por posses terrenas. Ensinavam que ninguém é maior ou melhor que outro na Igreja, concordando com Jesus quando disse: “...vós todos sois irmãos, e aquele que quiser ser o maior, que se faça servo dos seus irmãos”. Ensinavam também que ninguém deve ser forçado a qualquer crença. Eles faziam a imposição das mãos sobre as pessoas, para curar males do corpo e do Espírito. Diziam que a cruz que supliciou o Cristo, não deveria ser venerada, porque ninguém venera a forca na qual o pai, amigo ou parente fosse enforcado... (Eu também sou da mesma opinião, porquanto a cruz, a forca e a guilhotina são instrumentos de suplício e morte). Quando o Papa Eugênio III enviou, em 1147, o monge Bernardo, posteriormente consagrado pela Igreja como São Bernardo, para converter os cátaros ímpios, e este, constatando a vida correta e religiosa dos ditos hereges, desistiu da missão, e comunicou ao Papa, a devassidão e a corrupção existente no clero. O Papa Inocêncio III, durante o seu mandato, inconformado com a rebeldia dos cátaros, decretou indulgência plena (perdão: ir para o céu) para quem fosse matar os cátaros... Os cátaros indiretamente foram por sua independência de Roma, os responsáveis por duas das mais cruéis atitudes tomadas pela Igreja Católica Romana. 1- Contra eles foi decreta e constituída uma das cruzadas pelo Papa, em 1207; 2ª- Por causa deles, em 1215, o Papa Inocêncio, criou o “Santo Ofício”, mais conhecido com ‘”A Inquisição”, que trouxe o terror, as torturas, as fogueiras e a morte para milhares de humanos. Os escritos históricos registram as atrocidades da “Inquisição”: Giordano Bruno é queimado vivo em Roma; Galileu Galilei teve que negar a tese heliocêntrica sobre a Terra e tornar-se um prisioneiro, para evitar ser queimado. O padre Jan Huss, foi sacrificado na fogueira. Milhares e milhares de pessoas foram mortos em nome de Jesus, que só ensinava o Amor. Os participantes das Cruzadas podiam violentar roubar e matar a todos sem distinção de sexo, idade ou situação, que seus pecados seriam imediatamente perdoados pelo Papa. Nessa cruzada de extermínio, comandada pelo fanático padre espanhol Domingos de Gusmão, participaram os reis Felipe Augusto e depois Luiz VIII, interessados que estavam nas terras e riquezas dos cátaros... Os historiadores estimam que mais de 500 mil pessoas, foram assassinadas durante o extermínio dos cátaros, acabando com esse povo e sua cultura elevada. Avancemos agora no tempo até o século XVI, na mesma França, em Paris. Corria o ano de 1572, e vamos encontrar a cidade num clima de extremada intolerância religiosa, contra os seguidores da Reforma de Martinho Lutero, conhecidos como huguenotes (protestantes), que eram vistos como inimigos pelos católicos romanos. Margarida de Valois e Eurico de Navarra, duques, ela católica e ele protestante, se conheceram e se apaixonaram. O casamento dos dois representaria o traço de união que poderia pacificar aquele clima de intolerância religiosa. Porém a reação a essa união estava sendo tramada e encabeçada pela rainha Catarina de Médicis, com o apoio de suas conselheiras. Elas, católicas, passaram a elaborar o fatídico plano de extermínio dos chamados “Cristãos da reforma”, e para isso, escolheram o dia 24 de agosto de 1572, um domingo, dia da festa em Paris, consagrada a São Bartolomeu, mártir do Cristianismo. O plano seria executado à noite. Margarida, por sua vez, sente maus presságios e manifesta a Eurico imensa preocupação com o que poderia vir do Palácio do Louvre. Chegada a hora, Catarina de Médicis dá a ordem aguardada pelos sicários da maldade, iniciando a caçada aos huguenotes, que ficou conhecida na história como “A Noite de São Bartolomeu”. Centenas de protestantes foram, pregados a cruzes e colocados nas estradas que davam acesso a Paris; muitos eram antes torturados e depois queimados até que a morte chegasse... Alguns séculos se passaram desses tenebrosos acontecimentos na França, e, para reabilitá-la, e também a cidade de Lion, renasce naquela cidade, Hippolyte Leon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, o Codificador da “Doutrina dos Espíritos”, o “Consolador” prometido por Jesus. Ainda nos lembramos de Alexandre Magno, o Grande, nas suas conquistas pelo poder, que só na batalha de Arbenas, enfrentou e venceu um milhão de homens, sendo poucos os que sobreviveram. Do terrível Átila, no século V, à frente dos hunos que devastou e matou milhares de pessoas na Europa e na Ásia. Temos também na lembrança, a figura de Nero, que ordenou uma sangrenta perseguição aos cristãos e ainda os culpou pelo incêndio de Roma, que ele havia provocado. Do infeliz Adolfo Hitler, que mandou matar milhões de pessoas, só judeus foram seis milhões e dizimar nos fornos, milhares de criaturas. Das bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas de Nagasaki em 06/10/1945, e Hiroxima em 09 do mesmo mês, que eliminaram milhares de pessoas. Do terremoto no Irã que ceifou milhares de vítimas na cidade histórica de Bam. Ainda mais recente, lembramos também da destruição das “Torres Gêmeas” na América do Norte, em 11/09/2001, que vitimou centenas de pessoas. Para não nos alongarmos, comentaremos o último terremoto e maremoto que atingiu o sudeste da Ásia, no dia 26 de dezembro de 2004, deixando um rastro de 225 mil mortos. O tremor de 9 graus provocou ondas de até 10 metros de altura e diversos “tsunamis”, onda oceânica de alto poder destrutivo quando chega à região costeira... As diferentes crenças religiosas evitam analisar essas tragédias por não terem como explicá-las, enquanto a Doutrina dos Espíritos nos fornece as razões, nos levando às reflexões. Vejamos o que nos orienta a filosofia espírita, sobre o assunto: - Pergunta nº. 737 de Allan Kardec, aos Espíritos Superiores; “Com que propósito fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?” – Resposta dos Espíritos: “Para fazê-la progredir mais depressa. A destruição é uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí os qualificardes de flagelos, por causa do prejuízo que vos causam.” – Volta Kardec a fazer a pergunta n º 738: “Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?” – Resposta dos Espíritos: “Pode, e os emprega todos os dias, pois deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O ser humano, porém, não se aproveita desses meios.” Permitam-me fazer algumas observações: 1- Sabemos que o acaso não existe, e o ser humano passa pelos resgates e experiências que contribuem para o seu progresso; 2- Essas ocorrências mobilizaram as nações e os povos que prontamente abraçaram a causa da solidariedade. Para que se tenha uma idéia, pela primeira vez na história, um avião israelense pousou no maior país muçulmano, a Indonésia, com uma ajuda humanitária e uma equipe de voluntários. Esta operação poderá no futuro promover as relações entre esses dois países que se consideram inimigos, por questões religiosas. 3- Um bebê de 20 dias dormia quando o maremoto atingiu a costa e ele sobreviveu graças ao colchão que flutuou; um garoto foi encontrado boiando, agarrado num galho de árvore... Por que milhares foram arrastados pelas águas e morreram, e alguns conseguiram se salvar? Sorte? Privilégio? Ventura? – Sabemos que não. Porque Deus permite esses desastres que promovem tantas lágrimas, espalham tantos sofrimentos e deixam marcas tão terríveis? – Kardec esclarece que Deus a ninguém pune e a ninguém concede privilégios. Apenas estabelece Leis Justas e Sábias, e quem a elas obedece é feliz e abençoado. Quem não as segue, sofre por causa dos seus atos, de acordo com a Lei de Causa e Efeito. Os dolorosos quadros do passado e atual, da vivência do ser humano na Terra, podem ser modificados e revertidos no futuro, desde que, apoiado nos conhecimentos já divulgados; sejam orientadas às novas gerações, até serem assimilados e vivenciados, os códigos morais deixados pelo Cristo, e relembrados e ampliados pelo “Consolador”. Devemos todos orar uns pelos outros, estabelecendo uma corrente protetora de energia benéfica, que é movimentada pela ação da oração. Caso tenhamos que enfrentar um dia de horas dolorosas, recordemos que Jesus dizia que Ele sempre estaria conosco. Um dia, livre das existências terrenas, porque livres das imperfeições, seremos amparados pela Bondade do Pai Celestial... Paz, harmonia e saúde, eu desejo a todos. Bibliografia: “Livro dos Espíritos” Jc. S.Luis, 15/6/2005 Revisado em 7/8/2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

BRASIL, PÁTRIA DO EVANGELHO

BRASIL, PÁTRIA DO EVANGELHO Quando o sol irrompeu, generoso, naquele dia, em bela manhã de oito de abril de 1500, inundando de luz a embocadura do rio Tejo, em Portugal, D. Manuel I deleitava-se com uma Lisboa engalanada e possuída por febril expectativa. A descoberta do caminho para as Índias tinha sido o motivo feliz. Urgia assegurar-se o comércio das especiarias e a esquadra de D. Manuel estava preparada para essa missão, pilotada por homens de larga experiência, como Bartolomeu Dias, seu irmão Diogo, Afonso Lopes e outros, tendo na parte espiritual o franciscano D. Henrique Soares, que tinha sob sua obediência outros seis frades, um vigário e oito capelães. Para capitão-mor, como chefe supremo da expedição, fora escolhido o senhor Pedro Álvares Cabral, natural de Belmonte. Lisboa inteira estava presente porque o monarca queria que essa expedição fosse marcada por muita pompa. A multidão acotovelava-se na praia para as despedidas e as lágrimas eram muitas porque as viagens oceânicas constituíam-se, na época, uma viagem de ida e talvez sem volta. Convidado do rei D. Manoel, Cabral toma assento ao seu lado. Ao sermão pronunciado pelo bispo D. Diogo Ortiz, seguiu-se a benção do lábaro (bandeira) da Ordem do Cristo, que entregue ao rei D.Manuel, foi repassada para as mãos de Cabral. A seguir o rei entregou ao capitão-mor o barrete vermelho que é usado por bispos e cardeais, que fora bento pelo papa. Assim, quando foram içadas as velas das naus, ostentando as enormes cruzes vermelhas da Ordem do Cristo, a multidão foi tomada de entusiasmo diante do belo espetáculo. A esquadra então ultrapassou o rio Tejo e, afrontando o Oceano seguiu viagem. Como os ventos estavam fracos, Pedro Álvares Cabral rumou para o sudeste. Os portugueses possuíam seguros indícios da existência de terras ao ocidente, de acordo com Vasco da Gama, que anotara á presença de aves marinhas que sobrevoando os navios, rumavam para oeste. Humberto de Campos (espírito) em seu livro “Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”, assim disse: “No oceano imenso, o capitão-mor considera a possibilidade de levar a sua bandeira às terras desconhecidas do hemisfério sul, seguindo o plano elaborado no plano espiritual. As falanges de navegadores espirituais do Cristo se desdobram em guiar as caravelas embandeiradas. As noites de Cabral são povoadas de sonhos sobrenaturais e as caravelas ao impulso de uma orientação maior, abandonam os caminhos da índia.” E assim, foram seguindo o caminho pelo mar longo, até a terça-feira das oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril. Topamos alguns sinais de terra, estando da dita ilha, segundo os pilotos diziam, a distância de 660 léguas. Na quarta-feira, pela manhã, topamos aves a que chamam “fura-buchos”. Neste mesmo dia, a horas da tarde, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixos ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto, o capitão pôs o nome de “Monte Pascoal, e a terra o nome de “Terra de Vera Cruz.” Eis aí um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, que anuncia o encontro das terras brasileiras, ao rei de Portugal”. Chama-nos a atenção o fato de ter acontecido na Páscoa, quando se comemora a ressurreição de Jesus. Se a humanidade, àquela época, era ignorante das verdades do espírito, o Evangelho do Cristo, em nosso entendimento ainda estava vinculado ao materialismo. Na Europa vivia-se o mandonismo religioso. Escreve o espírito de Emmanuel, por intermédio de Chico Xavier, esse acontecimento: “O Cristo localiza, então na América, as suas fecundas esperanças. O século XVI alvorece com a descoberta do novo continente, sem que os europeus compreendessem, na época, a importância de semelhante acontecimento. Nesse campo de novas e regeneradoras lutas, todos os espíritos de boa-vontade poderiam trabalhar pelo advento da fraternidade e da paz do futuro humano; e foi por isso que, laborando para os séculos vindouros, os mensageiros do Cristo definiram o papel de cada região no continente; localizando o cérebro da nova civilização, no ponto onde hoje se encontra localizado os Estados Unidos da América do Norte, e o coração nas terras fartas e acolhedoras onde está localizado o Brasil, na América do Sul. O primeiro, com os poderes materiais; o segundo, possui as primícias dos poderes espirituais, destinados à civilização planetária do futuro”, conforme psicografia de Chico Xavier no livro “A Caminho da Luz”. Determinou então o Cristo que a árvore do seu Evangelho deveria ser transplantada, no tempo próprio, para a nova terra, cuja conformação geográfica foi logo estabelecida, com a forma simbólica de um coração; assinalando em seguida: “A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopéia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração. Acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante, estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os espíritos.” Ao Brasil é então destinada a missão de ser “O Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho”, no dizer de Humberto de Campos. À primeira vista, parece imprópria a expressão “Coração do mundo e pátria do Evangelho”, empregada pela espiritualidade para referir-se à tarefa de nosso país, no concerto dos povos. Afinal, conhecemos as dificuldades que têm assinalado a vida da nossa nação. É necessário, entretanto, observarmos também algumas características que, ao longo do tempo, se desenvolveram entre nós, marcando fortemente nossa coletividade. Seguindo as orientações precisas do Mestre, cumpria-se a implantação das bem-aventuranças no solo escolhido. Aos puros de coração, personificados pelos indígenas da terra, juntaram-se também com o descobrimento, os sequiosos de justiça, representados pelos degredados portugueses, e, mais tarde, vieram se juntar a estes, especialmente selecionados na África, os negros escravizados, representando os humildes. Estes três elementos, física e originariamente tão diversos, se constituíram na base de uma etnia nova com características únicas, diversa de qualquer outra da face da terra, mas tão receptiva e amável que convive harmoniosamente com todas as demais raças, tal a sua índole, igualmente única. Somos hoje uma nação multirracional; convivemos com liberdade e fraternidade, com portugueses, italianos, espanhóis, japoneses, chineses, alemães, franceses, judeus, árabes, russos, palestinos e muitas outras nacionalidades. Vivemos muito bem e com harmonia com os povos de todas as partes do planeta, que aqui se estabeleceram, superando até as diferenças conflituosas entre eles, existentes nos países de origem. A mistura de raças do povo brasileiro, originada dos puros de coração, dos sequiosos de justiça e dos humildes, deu origem a uma atitude de não rejeição e até de acolhimento daquilo que “não é nosso”, ou daquele que “não é um de nós”. A ausência de guerra proporcionou a formação de uma cultura de paz; a solidariedade presente nas relações com nossos visinhos, tem sido facilmente observada por estrangeiros que nos visitam e admiram esse fato; numerosas obras sociais, sobretudo de inspiração religiosa, atestam o ideal de fraternidade; a mediunidade que realizou e continua a realizar uma grandiosa obra, beneficiando não apenas nós mais também outros povos aqui radicados; tudo isso atesta a missão destinada ao Brasil. Ainda atencioso para com nossas necessidades, Jesus prometeu um novo Consolador, dizendo:” Pedirei ao Pai e Ele vos enviará outro Consolador.” Jesus indica claramente que esse Consolador não seria Ele, pois do contrário teria dito: “Voltarei a completar o que vos tenho ensinado.” Não disse tal, como acrescentou: “A fim de que fique eternamente convosco, e ele estará em vós.” Assim dizendo, Jesus não se referia a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem estar em nós; fazia Ele referência a uma doutrina, que, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. Portanto, pelo que foi dito, o Consolador é segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina consoladora, cujo inspirador é o Espírito de Verdade. A Doutrina dos Espíritos comprova todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino de muitos Espíritos Superiores, ensino esse presidido pelo Espírito de Verdade. Ela nada suprime do Evangelho; pelo contrário, complemente, e elucida os ensinamentos. Com o auxílio das novas leis que revela e às leis que a Ciência já descobrira, faz que se compreenda o que era antes ininteligível e considerado inadmissível. Teve precursores e profetas que lhe anunciaram a vinda. Pela sua força moralizadora, ela prepara o reinado do bem na Terra. A doutrina de Moisés incompleta ficou circunscrita ao povo judeu; a de Jesus, mais completa, se espalhou por quase toda a Terra, mediante o Cristianismo, mas não converteu a todos; a Doutrina dos Espíritos, ainda mais completa, com raízes nas crenças, converterá a Humanidade, conforme diz a “A Gênese”, nas páginas 387 e 388. A unidade se fará em religião, como já tende, por meio da globalização, a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos, pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem. Pressente-se essa unidade e todos a desejam, para que se estreitem os laços de fraternidade entre as nações e os povos. Havia já três séculos que muitos sábios de primeira grandeza, como Comenius e Descartes, se preocupavam com a criação de uma língua internacional para uso de todos os povos, e chegavam a idealizá-la muito bem: deveria ser neutra, para não despertar ciúmes nacionais; ser tão fácil que todos pudessem aprendê-la facilmente. Quando chegou o momento marcado no cronômetro do Altíssimo, surgiu o Esperanto, que vem crescendo rapidamente. O Esperanto não é uma língua estrangeira como o inglês, o chinês ou o russo; é a língua neutra e comum a todos. As línguas nacionais dividem os povos, formando a torre de Babel da lenda bíblica. O Esperanto, ao contrário, une os povos em uma família mundial; por isso os Guias Espirituais nos recomendam o cultivo e a divulgação do Esperanto. Pela graça de Deus, essa língua já é oficial na O.N.U. e também já temos nossos livros espíritas publicados em Esperanto, que estão iniciando sua missão no mundo, de realizar a unidade religiosa, porque seus fenômenos e seus ensinamentos são universais e eternos. Isso pode demorar ainda um pouco, devido á resistência em muitos paises, mas o tempo não importa perante a eternidade. O livro espírita em Esperanto é lido por idealistas de todos os paises e facilmente traduzidos para outras línguas, sendo a língua-ponte para os demais idiomas de todas as partes do mundo. Temos então a Doutrina dos Espíritos, que veio nos libertar do Mar Tenebroso do materialismo. Veio nos trazer, através das comunicações dos espíritos, os sinais precursores do Mundo Espiritual tal como os pássaros e as folhagens deram notícia do Novo Mundo à esquadra de Cabral. O novo ensinamento veio até o Brasil e aqui criou raízes. No dizer dos católicos, o Brasil é o maior país católico; nós espíritas dizemos que ele é muito mais; é também o maior país espírita, pátria do Evangelho, de onde se irradia a Luz Divina para todo o mundo. Isto seria para nós motivo de alegria? Acreditamos que se trata de imensa responsabilidade para nós. Aqui se encontram os “poderes espirituais”, delegados pelo Mestre, que deve nortear a Humanidade do futuro. Somos os novos navegadores, singrando mares revoltos com a responsabilidade de apresentar ao Mundo a realidade espiritual. Pela filosofia, mostramos racionalmente a existência do Plano Espiritual; pela Ciência, demonstramos a sua existência; pela Religião, buscamos nos religar ao Criador e aos nossos irmãos de todas as partes do globo, comprovando o intercâmbio dos dois planos de vida. Bezerra de Menezes, conhecido como o “médico dos pobres”, grande vulto espírita brasileiro, nos oferece bela mensagem sobre o assunto, dizendo: “Irmãos, prossegue o Brasil na sua missão histórica de “Pátria do Evangelho” colocado como “Coração do Mundo”. Nem a tempestade de pessimismo que assola nem a vaga de dúvida que açoita os corações, impedirão que se consume o vaticínio da Espiritualidade quanto ao seu destino espiritual. Apesar dos graves problemas que nos compromete em relação ao futuro, o Brasil será o coração espiritual da Humanidade, Não se tenha em mente a construção de uma sociedade, que se celebrize pelos triunfos do mundo, caracterizando-se como primeiro no concerto das nações. Sem dúvida, os fatores de desrespeito à consciência nacional, e a maneira incorreta com que atuam alguns homens públicos, nas posições relevantes, e representativas do País, fazem que vejamos o Brasil, momentaneamente em situação de derrocada irreversível. Tenha-se, porém, em mente que vivemos uma hora de enfermidades graves na Terra, na qual, o vírus da descrença gera as doenças de sofrimento individual e coletivo, chamando o ser humano a novas reflexões. A História sempre se repete !... As grandes nações do passado, que escravizaram o mundo, não se furtaram à derrocada dos seus impérios, ao fracasso dos seus propósitos e ambições; assírios, babilônicos, egípcios e persas, ficaram reduzidos a pó e seus monumentos açoitados pelos ventos, guardam as marcas da falência, das glórias do que foram um dia... Somente Jesus, de braços abertos, converteu-se em amparo perene para a Humanidade de todos os tempos. O Brasil recebeu das Suas mãos, pelo Espírito de Verdade, a missão de implantar no seu solo, a libertação das consciências, de onde o amor alçará o vôo para abraçar as nações cansadas de guerras, os povos trucidados pela violência, os corações vencidos nas pelejas da dominação, as mentes cansadas de negar, apontando o rumo novo para que restaurem o coração, a esperança, a fé e a coragem para a luta de redenção. Permaneçam confiantes os espíritas do Brasil, na missão espiritual, silenciando o pessimismo, e não colocando o combustível da descrença, nem das informações negativas, nas labaredas deste final de tempos. Jesus confia em nós e espera que cumpramos com nosso dever de divulgar o seu Evangelho vivo e atuante, no espírito da Codificação Espírita. Consideremos a advertência de Jesus, quando disse: “Os primeiros serão os últimos, e estes serão os primeiros.” Ser espírita é viver religiosamente em toda a intensidade do compromisso, caindo e levantando, retificando os passos e prosseguindo fiel em favor de si mesmo e da Era do Espírito que se aproxima. Chamado para essa luta que começa na consciência e se exterioriza no lar, no grupo social, na Pátria, em direção ao mundo, lutai para serdes escolhidos. Perseverai para receberdes a condição de servidores fieis. Jesus, que prossegue para muitos dos nossos irmãos de outras crenças, crucificado e sendo vendido, é livre em nossos corações, caminha pelos nossos pés, afaga com nossas mãos, fala por nossas elevadas palavras, e só vê belezas pelos nossos olhos. Trabalhemos pela melhora que já se aproxima, divulgando a Doutrina dos Espíritos Libertador, com o nosso exemplo, onde quer que nos encontremos, sem fanatismo, sem a covardia que teme revelar a verdade da nossa condição de espírita, com medo de sofrer a chacota ou ficar mal colocado no grupo social. O Brasil prossegue com a sua missão histórica, como Pátria do Evangelho e Coração do Mundo, mesmo com a descrença de muitas pessoas que tentam diminuí-lo, em nome de ideologias materialistas e interesses mercantilistas. “Que nos ampare Jesus, o Amigo de ontem, que já era antes de nós; o benfeitor de hoje, que permanece conosco e nos convida a participar do Seu banquete, que nos dará a Paz e a Felicidade”, finaliza Bezerra de Menezes. Nesta passagem dos 512 anos do Brasil, vamos refletir sobre o trabalho que nos compete, sobre as dificuldades e os problemas; identificar, diagnosticar os erros e acertos e procurar as soluções. A nós Espíritas, cabe ainda uma reflexão maior; A Lei de Causa e Efeito. Sabemos que apenas com a educação moral é que formaremos uma nova sociedade e construiremos um mundo mais próximo da Lei Divina. Por isso, nossa missão é a de Evangelizar. Somente através da evangelização, do exemplo digno em família, em nosso ambiente de trabalho, em nossas casas espíritas e onde quer que estejamos, faremos o Brasil e a Humanidade melhor. Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações. Jc. 21/05/2000 Refeito em 2/08/2012

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A CLONAGEM NA VISÃO ESPÍRITA

A CLONAGEM, NA VISÃO ESPÍRITA O século XX ficará marcado na memória da Humanidade, como a época em que o homem descobriu, entre outras conquistas notáveis, que pode fazer cópias fiéis dos seres à sua volta. A questão agora é saber se será feito também com o ser humano. Caso futuramente se concretize esta possibilidade, o que acontecerá ao Espírito? Saberá a Humanidade utilizar esse processo na conquista para o bem? Qual a orientação da Espiritualidade Superior sobre o assunto? Primeiramente, a clonagem fará a Ciência descobrir o Espírito. O surgimento da tecnologia para a clonagem humana deverá vir junto com a descoberta do mundo espiritual pela Ciência. “Não se conseguirá clonar um ser humano em dez anos. Vai demorar mais tempo, porque existem impedimentos éticos e legais que atravancam os experimentos. Com animais tudo é mais simples, o que não acontece com o gênero humano que é muito mais complexo.” O autor dessas previsões é o médico e mestrado da Universidade de São Paulo, Sérgio Felipe de Oliveira. Para ele, essas experiências possibilitarão maiores certezas de que a Espiritualidade existe. Quando se fizer a clonagem humana e constatar-se o nascimento de dois seres diferentes, embora com carga genética igual, as indagações exigirão respostas convincentes. Perguntar-se-á: O que está por trás dessas diferenças? O clone, em termos científicos, é um objeto fisicamente copiado de outro, igual a uma xérox. Clonar é fazer cópia. Esse princípio sempre existiu na natureza e é um fenômeno até bem conhecido por nós. Quando fincamos um ramo de alguma planta na terra, para fazer uma nova muda, estamos fazendo uma clonagem, ou seja, uma reprodução de uma espécie. A clonagem é uma reprodução onde não ocorre a união de gametas de sexos diferentes: uma célula pode formar todo um ser completo, mantendo a constituição genética do ser original. O caso de gêmeos monozigóticos é considerado um fenômeno de clonagem, uma vez que, após a fecundação de um único óvulo por um espermatozóide, houve uma divisão mitótica (divisão igual) do ovo e separação subseqüente em duas, três ou mais células. Cada célula separada dará origem a uma criança, e todas com o mesmo genótipo, ou seja, com características genéticas iguais. Em cada criança de uma gestação de gêmeos, reencarnará um espírito diferente. Consequentemente, haverá corpos iguais, porém espíritos diferentes em cada corpo. Por isso, se as crianças gêmeas monozigóticas são fisicamente semelhantes, terão, entretanto, personalidades bem diferentes, uma da outra, porquanto a personalidade é um atributo do espírito durante uma reencarnação. Uma vez que é quase impossível termos espíritos iguais em evolução, podemos concluir que não teremos pessoas iguais, mesmo tendo quase sempre corpos iguais. Ora, se a natureza já faz uso da clonagem, isso é um fenômeno natural. E se é natural, é de ordem divina. Quando o ser humano de ciência utiliza as leis naturais para construir os alicerces do conhecimento humano, está lançando mão do princípio divino da inteligência, para desvendar os segredos da natureza. O bom uso desse conhecimento fará a diferença entre o bem e o mal. O fato é que a Humanidade, em sua maioria, está suficientemente evoluída para absorver um novo conhecimento, e, dele fazer bom uso. A Espiritualidade que governa o planeta permite que ele seja descoberto pelos homens de ciência. Emmanuel nos esclarece quando diz: “A Espiritualidade inspira e acompanha os progressos da Ciência e os pesquisadores não conseguem realizar o que não tem apoio nos laboratórios do Infinito...” Podemos disso interpretar que, quando um experimento científico é de êxito, nos laboratórios da Terra, é porque foi aprovada a sua manifestação entre nós, pela Espiritualidade Superior. No caso contrário, se os dirigentes espirituais avaliam que ainda não temos suficiente evolução para fazer bom uso de um conhecimento, os experimentos terrestres não têm sucesso. Assim sendo, se os experimentos da técnica da clonagem foram coroados de sucesso em laboratórios terrenos (caso da ovelha Dolly), houve a aprovação superior e temos a responsabilidade de fazer bom uso desses conhecimentos. Ainda sobre o assunto, a revista “Isto É” de l6/12/1998, publica uma reportagem sobre Biologia, em que declara ter cientistas japoneses conseguidos clonar vacas leiteiras. A notícia soou como um “pote de ouro” para os criadores de gado. É a terceira vez que uma espécie de mamífero é duplicada geneticamente, depois da ovelha Dolly e de alguns ratos. Daqui pra frente, produtores de carne e leite de vacas poderão reproduzir cópias perfeitas das melhores raças existentes nos pastos de todo o mundo. A clonagem bovina foi dirigida pelo cientista Yukio Tsunoda, da Universidade de Kinki, em Nara, Japão. “Isso significa que a tecnologia pode ser desenvolvida e usada quando quisermos, e logo vai estar na indústria biomédica e pecuária.”, disse ele. Gina Kolata, jornalista do New York Times, diz em artigo que “é cada vez mais difícil duvidar que dentro de mais alguns anos, um ser humano possa ser clonado.” Por enquanto as técnicas de clonagem de animais ainda estão no início. Tudo, entretanto é questão de tempo e ajuste nos procedimentos experimentais. Hoje, ainda para termos um filho é preciso que, por processos naturais (união sexual) ou laboratoriais (reprodução assistida), o óvulo feminino seja fecundado pelo gameta masculino; o produto formado, chamado embrião, é colocado e se desenvolve dentro de um útero materno até sua completa formação biológica, quando então, se dará o seu nascimento. Nasce uma criança possuindo as características genéticas do pai e da mãe. Dentro de mais alguns anos, com o avanço do processo da clonagem, o nascimento de um filho poderá não ser mais necessário um dos sexos envolvidos na geração de um filho como hoje. Exemplifiquemos: Uma mulher vai a um laboratório de clonagem, retira uma só célula de seu corpo, que será processada pelo laboratório de modo que ela se torne uma célula embrionária. Será então colocada no útero dessa mulher e se desenvolverá como uma gravidez normal. A criança nascerá somente com a carga genética da mãe e será uma cópia fiel fisicamente. Mãe e filha terão corpos semelhantes, porém espíritos diferentes; pois se há possibilidade do ser humano fazer clones de corpos, nunca lhe será possível clonar um espírito. Esse é único, criado por Deus, sem possibilidade de cópias. Por outro lado, se for um homem que quiser ter um filho-clone, dele também será retirado uma só célula, e então após ser processada num laboratório, terá que conseguir uma mulher para lhe ceder o útero para a rotina do desenvolvimento embrionário, para depois dar à luz um filho com as características iguais às do pai, somente dele, sem nenhuma carga genética da mãe de aluguel. Reafirmamos: Tal pai, tal filho, apenas no corpo físico, pois os espíritos serão diferentes. Vimos que ainda é necessário o útero de uma mulher para que o nascimento de uma criança se realize. Já se falou até que o útero da mulher é a porta da esperança de espíritos endividados com a Justiça Divina, que necessitam reencarnar. No entanto, até esse fato a Ciência está cuidando de modificar. Os laboratórios científicos terrestres estão construindo o útero mecânico, a exemplo do que já é feito com outros órgãos. É claro que isso ainda está em fase de experimentação. Tudo isso parece filme de ficção científica; entretanto não o é. Os fatos comprovam essa realidade com a ovelha Dolly, a vaca leiteira, que nasceram de um processo um pouco semelhante. As diferenças de técnicas serão modificadas e melhoradas com o tempo. Pergunta-se então: “O progresso científico chegará um dia em que os pais poderão interferir na aparência física dos filhos antes deles nascerem? Se assim acontecer, muitos pais não aceitarão ter filhos deficientes. Como ficarão os espíritos que necessitam passar por essas provas?” – Quem responde a estas indagações é o escritor espírita, Celso Martins. Diz ele: “Poderá sim, a ciência genética atingir um estágio em que os pais possam de fato interferir nas características dos filhos, e aí, só quererão crianças saudáveis, o que é perfeitamente compreensível. Entretanto, quem pode garantir que um filho saudável fisicamente, não venha a sofrer um acidente, mesmo brincando, resultando um aleijão ou uma deficiência de que aquele espírito encarnado necessita passar na existência, para resgate de erros passados? – Desse modo, se um espírito tem que passar por uma determinada situação de deficiência física ou mental, ainda que os pais queiram pela via normal ou encomendem em laboratório um bebê sadio, uma virose, uma doença um acidente ou até uma mutação, poderá reverter todos os prognósticos dos geneticistas e os sonhos dos pais. E aí, somente o amor verdadeiro dará condições àqueles pais para amar aquela criança com seqüela no corpo ou na mente, para redenção de possíveis faltas do passado. Temos visto e sabemos de muitos exemplos de mães dando imenso carinho e dedicação a seus filhos excepcionais.” Dentro destas considerações, faz ainda o escritor espírita Celso Martins, uma outra observação: “Quando a Ciência progredir a este ponto, de alterar o código genético, a fim de criar somente bebês sadios, quero crer que a humanidade já estará tão evoluída moralmente que o mundo não será mais de provas e expiações; em outras palavras; aqui não mais reencarnarão espíritos necessitados de corpos defeituosos e mentes perturbadas. Tais espíritos nascerão em outros mundos menos avançados, mais condizentes com a sua situação espiritual, onde encontrarão certamente pais que abnegadamente darão amor a esses espíritos, para a evolução de todos os envolvidos.” Assim também aconteceu com os retirantes de Capela (habitantes de outra galáxia) que vieram à Terra, em épocas remotas, para auxiliar os naturais deste planeta, na sua evolução intelectual, moral e espiritual, deixando marcas indeléveis da passagem por este planeta. Essa é a Lei de Deus, universal, de harmonia entre todos os seres criados e em todos os sistemas existentes, de fraternidade e constante progresso. Após todo este conhecimento do assunto é indispensável perguntarmos: Qual a vantagem de tudo isso: - A resposta é que a clonagem traz algumas vantagens especialmente para a indústria farmacêutica e os doentes. Por exemplo: Uma pessoa hemofílica necessita receber constantemente um medicamento chamado “globulina anti-hemofílica”. Esse remédio é conseguido de doadores de sangue, e necessita-se de muito sangue para se produzir pequena quantidade desse remédio. Pelo processo de engenharia genética pode-se isolar o gene humano da globulina anti-hemofílica e implantá-la em um animal que passará a produzir a mesma globulina em maiores quantidades. É justamente aí que a clonagem é vantajosa. De uma só célula desse animal, pode-se produzir outro igualzinho que produzirá a globulina em quantidades cada vez maiores. Consequentemente, uma boa quantidade de animais produtores de globulina pode ser obtida, com mais rapidez e qualidade, a exemplo do que foi realizado com a vaca leiteira. Resultado: O remédio fica mais barato, de alta qualidade e com maior disponibilidade. O grande perigo está no uso indevido, daí a grande importância do controle ético, moral e legal, da aplicação desses conhecimentos. O conhecimento em si mesmo é neutro; a utilização para o bem ou o mal é tarefa dos seres humanos. Tomemos como exemplo o que aconteceu com Santos Dumont que ao voar num aparelho mais pesado que o ar, inventou o avião, para servir ao bem da Humanidade. Porém, ao ver o seu invento ser usado para bombardear e matar os seus semelhantes, se apoderou dele tal tristeza, por ver seu invento ser usado para fazer o mal, que ele acabou por suicidar-se, de tanto desgosto. É possível até que a Providência Divina esteja querendo promover a confecção do tubo de ensaio na Terra, para que a reencarnação possa se realizar sem tantos sacrifícios da mulher. É até possível que a mulher esteja se aproximando de uma época em que ela também será dispensada da carga de sacrifícios que a maternidade impõe; muito embora saibamos que a maioria de milhões de mulheres de todo o planeta, se sintam imensamente felizes com a maternidade. A utilização da clonagem para melhorar o ser humano, no que diz respeito pelo menos, na eliminação de muitas doenças hereditárias; trazendo à vida corpos mais sadios e robustos, possibilitará melhores condições para a Humanidade. Não se trata de fazer pessoas robotizadas, mas de adequar o ser humano, às novas gerações, aos novos tempos de progresso que alcançará a Terra, dentro de mais algum tempo, conforme nos tem afirmado os Espíritos Superiores. Meditando sobre tudo isso, e sabendo que Deus nos dá tudo sempre com uma finalidade útil e boa, vejamos o que disse o médium Chico Xavier, com a assistência de Emmanuel: “Declaro que o poder da Ciência é infinito, porque a Ciência está credenciada pela misericórdia e pela sabedoria de Deus, para entrar em relação com todos os setores do progresso humano.” Só assim, se entenderá a clonagem humana, quando a Ciência estiver iluminada pelo conhecimento do espírito, e, trabalhando pelo engrandecimento espiritual da Humanidade... Bibliografia: Revista Espírita Allan Kardec nº. 35 Acréscimos e modificações. Jc. S.Luis, 03/2002 Refeito em 2/08/2012

AS PROFECIAS E AS CRIANÇAS DA NOVA ERA

AS PROFECIAS E AS CRIANÇAS DA NOVA ERA O discípulo Paulo, na sua carta aos Tessalonicenses, capítulo 1 vrs.20/21, recomenda: “Não deveis desprezar as profecias, e sim examinar tudo e abraçar o que é bom.” O conselho de Paulo reflete o seu grande bom senso, pois frequentemente somos surpreendidos por previsões dignas de reflexão. No século XVII, o abade Johanes, tido como um grande vidente, nome dado aos médiuns da antiguidade, previu: “A águia negra atacará o galo, arrancando-lhe muitas penas, mas será vencida pela águia branca, vindo do mar, e pelo urso, vindo por terra; o leopardo, com suas patas, e o próprio galo, com o seu esporão, irão até a toca da águia negra e lá a liquidarão.” Na época, esta profecia foi ridicularizada por cientistas, teólogos e biólogos, que não compreenderam o aspecto simbólico das palavras do abade, refletidas nas representações de animais. Porém, veio a Segunda Guerra Mundial, que se iniciou em 1939, e a visão da profecia do abade se aclarou: “A águia negra (o emblema do governo nazista alemão) atacou o galo (simbolizado pela França), arrancando-lhe as penas (referência a muitos saques e destruição), mas depois foi atacado pela águia branca (Estados Unidos) vinda pelo mar (Oceanos), ajudada pelo urso (Rússia) vindo por terra e pelo Leopardo (simbolizando a Inglaterra), que invadiram seu ninho (Alemanha), destruindo-a.” No século XIX, Allan Kardec já falava da transição por que passava o mundo. Logo este não é um fenômeno novo. Somente agora os psicólogos americanos se deram conta de que deveriam estudar tal assunto. “A Gênese”, publicada em l868, nos diz: “A época atual é de transição; confundem-se os elementos das gerações. Se formos colocados num ponto intermediário, assistiremos sempre à partida de uma geração e à chegada de outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm idéias e pontos de vista opostos as gerações, pela natureza das disposições morais, sobretudo, pelas disposições “intuitivas e inatas”, tornando-se fácil distinguir a qual das duas pertence à pessoa”. Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, cada nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento do bem e a crença espiritualistas, o que constitui sinal característico de certo grau de adiantamento anterior, se compondo de espíritos que já progrediram e se acham predispostos a assimilar as ideias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração. Assim aprendemos com Allan Kardec que, se bem compreendida e orientada, toda e qualquer criança que está chegando a Terra mudará a vida do planeta de maneira bastante significativa e jamais imaginada. Quando o lar e a escola se tornarem locais de satisfação, de aprendizado e de segurança para as crianças de agora e para as que virão, conseguiremos auxiliar esses Espíritos que, chegados ao mundo para desempenhar suas papeis missionários, de homens e mulheres de bem, possam realizar com êxito o que vieram fazer na Terra. Podemos ajudar de alguma maneira, esses Espíritos, de cada nova geração, quer vivamos na mocidade, na maturidade, na velhice. Basta que amemos aos nossos familiares, dando o exemplo, convivendo em paz com nossos visinhos, oremos pelos adversários, auxiliemos nem que seja apenas um necessitado, desejando a paz em todos os pontos da Terra. A nova geração está na criança, na mãe de família que luta para criar os filhos, nos que trabalham nos campos, em todos os lugares, em todos nós, espalhando o consolo, alimentando a esperança, pensando na harmonia, buscando o entendimento; de algum modo somos também elementos da nova geração, valorizando a vida e o amor verdadeiro, amparados pelos Espíritos Superiores e com as bênçãos de Jesus, que sustentam os que sofrem e abrem as portas da elevação espiritual. O assunto profecia, em nossa época, liga-se automaticamente ao problema do fim do ciclo evolutivo que ora vivemos, como já elucidaram os Espíritos em diversas comunicações, em locais e momentos diferentes e por diferentes médiuns em vários paises. O próprio Allan Kardec, na obra “A Gênese”, capítulo XVII, item 63, nos adverte: “Devendo o Bem reinar na Terra, será preciso dela excluir os espíritos endurecidos no mal, e que poderiam acarretar-lhe perturbações. Deus já deixou esses espíritos pelo tempo necessário à sua melhoria; mas no momento em que este mundo deve ser elevado na hierarquia dos mundos, mediante o progresso moral dos seus habitantes, tendo chegado tal tempo, a Terra será interditada àqueles que não hajam aproveitado as oportunidades e orientações que receberam, e tal interdição se aplicará não só aos encarnados como também aos desencarnados de tal grupo. Serão eles exilados para mundos inferiores, (como antes, sucedeu com a Terra ao receber as raças adâmicas), enquanto ao mesmo tempo, serão substituídos por Espíritos mais evoluídos moralmente. É a esta separação que Jesus presidirá, figurada nas suas palavras: “Os bons passarão à minha direita e os maus à minha esquerda.” Ainda no mesmo capítulo, Kardec considera no item 67: “O julgamento, por via de emigração, tal como foi definida, é racional; é fundado sobre a mais rigorosa justiça, visto que deixa ao espírito seu livre arbítrio, dado por Deus a todas as criaturas, sem exceção, para progredir, sem trazer nenhuma interrupção à marcha progressiva ao espírito. Tal é a conseqüência da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências.” Comenta ainda Kardec que o termo “julgamento final” não seria exato, pois que os espíritos passariam por vários processos de julgamento, sempre que houvesse a depuração de um mundo. Maia adequada seria a denominação de “julgamento gerais”, em todas as épocas em que ocorreram renovações totais ou parciais de populações dos mundos, com imigrações e emigrações de espíritos. Essa seleção de espírito e a promoção da Terra para mundo de regeneração é acontecimento que tem sido aguardado há algum tempo, não sendo poucas as referências que temos sobre tal acontecimento na literatura espírita e espiritualista. Aliás, tal fenômeno, tendo em vista a mudança para mundo de regeneração, só pode mesmo acontecer com a mudança de moralidade dos seus habitantes. É o melhor padrão dos habitantes que favorece a vida em sociedade em nível melhor. Esses novos espíritos evoluídos que estão chegando e habitarão a Terra, estão nascendo e recebendo o nome de crianças Índigo. No excelente livro (não é espírita), “Crianças Índigo”, publicado em 2005 pela Editora Butterfly, os seus autores norte-americanos, Lee Carol e Jan Tober, relatam que de poucas décadas para cá, os pesquisadores e educadores estão descobrindo um novo tipo de criança. Relatam, eles, que praticamente 90 % das crianças atuais são portadoras de atitudes que se configuram como crianças “Índigo”. Essa denominação se deve ao fato de que tais crianças têm suas auras azuis. Embora esses pesquisadores não tenham vidência nem sejam médiuns, enxergam ao redor dessas crianças a cor azulada. De acordo com as pesquisas científicas citadas no livro, relacionamos algumas das principais características das crianças Índigo: a- Têm inteligência superior à atual geração de adultos; b- têm nobreza de caráter; c- não aceitam a liderança imposta; d- necessitam da presença de adultos emocionalmente estáveis e seguros ao seu redor; e- se frustram quando suas ideias não podem ser colocadas em prática por falta de recursos ou da compreensão das pessoas; f- aprendem pela experiência, recusando-se a seguir metodologia repetitivas e passiva; g- resistem aos tipos de autoridade que não seja exercida de maneira democrática; etc. Apresentamos mais duas informações espíritas sobre as crianças da nova era: A primeira, consta do livro “Momentos de Harmonia”, da Editora Leal, psicografado por Divaldo Franco, ditado pelo espírito de Joanna de Angelis, que diz: “...dá-se neste momento a renovação do Planeta, graças à qualidade e moralidade dos espíritos que começam a habitá-la, enriquecidos de virtudes nobre e de interesse fraternal.” – A segunda informação consta no livro ”Reforma Íntima Sem Martírio”, psicografia de Wanderley Soares, ditado pelo espírito de Maria Modesto Cravo, e diz:”Uma geração nova regressa às fileiras carnais da humanidade para melhorar o panorama do orbe interligando e ampliando patamares de fraternidade. É tempo de renovar.” Sabemos que as crianças de hoje são muito ativas e inteligentes. E por que são tão inteligentes? – A resposta está nas comunicações dos espíritos. Informam-nos que, de poucas décadas para cá, os espíritos que estão renascendo em nosso planeta são muito especiais, nobres de alma, fraternais e, pelo progresso alcançado são inteligentes e moralmente evoluídos. Essa notícia, formidável de renovação do mundo que habitamos, por meio de espíritos especiais que estão reencarnando possivelmente é a mais importante notícia depois da vinda de Jesus e de Allan Kardec. A revista “O Reformador” de setembro de 2006, trás uma reportagem de Washington Luis Fernandes, com a foto de um menino mexicano de 6 anos, de nome Maximiliano Arellano, fazendo uma palestra (durou 45 minutos) sobre Osteoporose, na Universidade do México, para uma platéia formada por médicos. Como o púlpito era alto, ele teve que subir em uma cadeira para poder fazer a palestra. Diz ainda à reportagem que ele já fez palestra até sobre Anatomia Cardiovascular. O diretor da Faculdade de Medicina, Roberto Camacho, disse que Maximiliano fala de Fisiopatologia com o linguajar de um residente. Não há como explicar que esse menino de 6 anos, possa fazer palestra para médicos, senão admitindo que ele tenha adquirido esses conhecimentos em existências passadas. Retornando ao livro “Crianças Índigo”, um dos colaboradores relata: “Sabemos que as crianças índigo já nascem com um talento especial. Muitas têm a consciência de verdadeiros filósofos sobre o sentido da vida e sobre como salvar o planeta. Outros são grandes artistas, inventores e cientistas. Muitas crianças que nascem com talentos especiais têm sido diagnosticadas com portadoras de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), outras estão sendo destruídas no sistema público de educação. O objetivo desta exposição, além de divulgar a informação de que a Ciência e a Doutrina dos Espíritos estão de mãos dadas, é também mostrar a importância da implantação da Pedagogia Espírita. Ela não será o único instrumento educativo desta nova era, pois a Espiritualidade age por muitos outros meios e formas; mas com certeza será um dos mais bem fundamentados, pois trás os princípios morais e o fundamental conceito de que a criança é um ser reencarnante, que chega ao mundo. Voltando às profecias, sabemos que é problemática ser marcada uma época para a transição do mundo para a regeneração, e há até mesmo certa dificuldade dos Espíritos Superiores em nos revelar esse tempo, porquanto somente Deus sabe a época exata. Existe ainda uma grande dificuldade de interpretação, do que se refere a tempo e espaço. Aprendemos com os espíritos que, para o mundo espiritual, o termo “dentro em pouco”, pode significar algumas décadas ou mesmo séculos, o que se torna indecifrável. Entretanto, tomamos conhecimento de uma verdadeira ousadia do espírito de Emmanuel, via mediunidade de Chico Xavier, contida na obra “Plantão de Respostas”, onde o mentor afirma: “Na Terra já se iniciou o processo para o mundo de regeneração há alguns anos atrás e deverá ser acelerado a partir do ano de 2057... Tendo em vista o quadro desolador das condições do planeta na época atual, nos parece um período muito curto para sofrermos mudanças tão profundas, a fim de permitir a era de regeneração, mas não deixa de ser uma ótima notícia. Por outro lado, observa-se que tudo se modifica atualmente na Terra em grande velocidade, que não seria de todo impossível que chegássemos há esse ano em situação geral mais favorável. Levando-se em consideração que o mesmo Emmanuel acertou em cheio em suas previsões, quando, no romance “Há dois mil anos”, recebido por Chico Xavier, adiantou ele, as graves crises por que passaria o mundo ao ser envenenado e poluído por seus habitantes, nos tempos em que vivemos. Essa obra foi psicografada em fins de 1930, quando nada ainda se falava de ecologia, da preocupação com o derretimento do gelo das calotas polares, da poluição dos rios, lagos e mares, e as bruscas e desconcertantes mudanças climáticas que observamos nos dias atuais. No diálogo entre Lívia e Simeão, personagens do livro, este último prevê com fantástica riqueza de detalhes todos os processos dolorosos de agressão ao planeta e também às vigorosas reações que este, agredido, responde com tragédias, que temos assistidos quase que diariamente nestes últimos tempos. Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, com resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam elas renascer exuberantes com a chegada da primavera; mas também os de natureza moral, social e religiosa que assinalarão os dias tormentosos, que já vivemos. Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, os postos de trabalho convertem-se em áreas de competições desleais, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas. A turbulência vencendo a paz, o conflito dominando o amor, a luta desigual substituindo a fraternidade, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de caridade e de amor... É inevitável a colheita da sementeira, por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de espinhos venenosos. Como as leis da vida não podem ser desrespeitadas, toda infração que se lhe faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar. A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas, colaborando na harmonia do conjunto. Nenhuma conquista exterior terá êxito se não proceder do íntimo, onde estão instalados os hábitos. Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança. Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e atos dignos. O ser humano que se renova moralmente contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no Planeta. Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os Espíritos Superiores que operam em favor da grande transição. O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes da ação, motivando-os, o que ocorre também com a alegria e a felicidade. Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a desencarnação, fenômeno natural a vida continua se manifestando em outra dimensão. Portanto, são chegados os tempos em que as forças do mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições na Terra. Para aqueles que viverem bastante tempo, participando das duas situações, parecerá que um novo mundo haja surgido das ruínas do mundo antigo; o caráter, os costumes, os usos, tudo estará mudado, como já vem acontecendo há algum tempo, e muitas pessoas nem percebem; é que, com efeito, Espíritos mais evoluídos chegam trazendo novas idéias e sentimentos nobres para elevar a Humanidade, que tem novas necessidades, aspirações mais benéficas; a fraternidade será a nova ordem social. As gerações que desaparecem levarão consigo os seus preconceitos e os seus erros; enquanto que as gerações que estão chegando, imbuídas de idéias elevadas, imprimirão no mundo um movimento no sentido do progresso moral que deve marcar a nova fase da Humanidade. As grandes partidas coletivas que ceifam milhares de existências, não tem apenas o objetivo de depurar rapidamente as massas, mas libertar também muitos espíritos encarnados das más influências ainda reinantes na Terra... Na época atual de transição que vivemos, os valores das duas gerações se confundem, com idéias e sentimentos inteiramente opostos. A natureza dos sentimentos morais de cada pessoa vai definir a qual das duas gerações ela pertence. Os que estarão compondo as novas gerações, Espíritos evoluídos ou que se melhoraram, devem eles receber todo o apoio, cuidados e carinhos por parte dos que aqui se encontram, principalmente dos pais, por fazerem eles parte do movimento de renovação da Humanidade, cabendo-lhes fundar a era do progresso moral, em virtude do sentimento inato do bem, comprometidos com a mudança em diferentes níveis de atividades: familiar, educacional, ético, moral, artístico, científico, tecnológico e religioso. Em toda parte do mundo estão desabrochando e se manifestando esses Espíritos que recebem o nome de Índigo. Para preparar-lhes o caminho, de que maneira estamos colaborando para esse evento tão feliz? Já estamos contribuindo para essa era de regeneração? Todos nós temos conhecimento do que está acontecendo e o que deverá acontecer ainda. Que cada um interrogue sua consciência para saber como está procedendo nesta transição. Que o Senhor nos ajude a cumprir bem nossa missão... Jc. S.Luis 08/02/2007

domingo, 22 de julho de 2012

CACHOEIRAS DO RIO ITAPECURU

CACHOEIRAS DO ITAPECURU Desejando excursionar uma vez mais, e já tendo conhecido as Cachoeiras de Itaipu (PR), uma beleza tão fabulosa criada por Deus que todo brasileiro deveria conhecer; a cidade de Curitiba com suas atrações turísticas; a cidade de Brasília com seu contorno de avião, seus palácios e prédios imponentes; a cidade de São Paulo com sua miscigenação de povos e seus edifícios sempre cinzas; a cidade do Rio de Janeiro, com seu Cristo Redentor no Corcovado, seu Pão de Açúcar e os bondinhos, o Maracanã, a Quinta da Boa Vista, suas praias, seus edifícios coloridos e seu povo acolhedor, onde moramos 25 anos; Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza com suas praias de águas verdes; Teresina com seus rios e seu calor abrasante; São Luís, com seus prédios seculares de azulejos, suas lendas, suas praias, onde moramos; Belém com seu museu, o zoológico e o tradicional mercado do “Ver o Peso”; Manaus com seu Teatro, o rio Negro e suas indústrias, resolvemos conhecer mais algum ponto turístico do Maranhão, já que conhecemos as Dunas e Lagoas de Barreirinhas, o Rio Una, de Morros, a cidade de Alcântara e seus prédios históricos, a cidade de São José de Ribamar, cujo santo é o padroeiro do Maranhão, e aproveitando o período de férias dos professores, eu e minha esposa resolvemos excursionar até a cidade de Carolina-MA., para conhecer as Cachoeiras do Rio Itapecuru, mostrada em programa de televisão. Saímos de São Luís, as l8 horas do dia 10/07, embarcando na Empresa Açailândia que nos conduziria até o nosso destino. Seguimos pela BR-135 passando pelas cidades de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte, de onde prosseguimos pela BR-222 passamos pelas cidades de Vitória do Mearim, Santa Inês e, prosseguindo, ainda, pelas cidades de Santa Luzia, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas e chegamos à cidade de Imperatriz, onde ficamos impressionados com a grandiosidade da nova Rodoviária, construída por Jackson Lago, quando governador do Estado. De lá, seguimos pela BR-010, passando por Ribamar Fiquene, Porto Franco, Estreito, e na estrada para Carolina, observamos grandes plantações de eucaliptos, e depois de 16 horas de viagem, chegamos ao nosso destino. Carolina é uma cidade antiga, distante de São Luís, 857 km, as margens do lago do Rio Tocantins, em virtude da represa de Estreito, com enormes mangueiras seculares que enfeitam as ruas e praças. Ali, entramos em contato com o motorista de praça, Agripino, de 86 anos, que nos levou a conhecer a cidade e até o balneário, que fica no povoado de São João da Cachoeira, no Rio Itapecuru, 33 quilômetros de distância, na BR-230, km 543, que vai para Riachão e Balsas, aonde chegamos e ficamos hospedados. No rio, existem duas cachoeiras que encantam, apesar de não terem as proporções das cachoeiras de Itaipu (Paraná), e do outro lado do rio, aproximadamente 20 metros de largura, existe ainda, em estado de abandono, a primeira usina hidroelétrica da Amazônia, localizada naquele local, cujas turbinas foram trazidas da Alemanha, construída por volta dos anos mil novecentos e quarenta, que abastecia de energia a cidade de Carolina e outras localidades, e, construída a segunda usina 20 anos depois, para ampliar a capacidade de energia, também desprezada anos depois, por ser deficitária e ainda em virtude da construção das hidroelétricas de Boa Esperança e de Estreito. As águas das cachoeiras são bem frias e o banho é gratificante, bem como o passeio nos caiaques que nos levam ao banho embaixo das cachoeiras. Ficamos hospedados por sete dias, e durante esse período, todas as manhãs após o café, e a tarde após o almoço e pequeno descanso, estávamos dentro do rio a banhar e tirar alguns retratos para lembranças. Foi com saudades, que deixamos o balneário, não só pelo bom atendimento como também para voltarmos ao nosso domicílio em São Luís. Foi uma semana de descanso, relax e de renovação das forças para a continuação da nossa existência. Jc. São Luis, 20/07/2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A POLÍTICA E OS ESPÍRITAS

A POLÍTICA E OS ESPÍRITAS Nestes tempos de profundas transformações pela qual a humanidade está passando, é fácil percebermos o grande número de idéias que entram em conflito. Aliás, conflito de opiniões é algo que sempre esteve presente na história da humanidade, justamente por sermos ainda, espíritos com pouca lucidez de consciência e evolução. Os seres humanos buscam muitas vezes sem saber como, uma sociedade mais justa. Para termos uma sociedade mais justa, é preciso acima de tudo, saber administrar as diferenças. O grande problema é que a sociedade é formada por pessoas, e cada uma delas é um universo muito complexo. Então a sociedade só poderá ser justa, quando os seres humanos que participam dela foram também justos nas suas ações. Já dizia Allan Kardec: “A educação é a arte de fazer despertar nas pessoas os sentimentos da virtude e abafar os instintos dos vícios”. Além do ensino ministrado nos Centros Espíritas, muitas pessoas reclamam a falta de espíritas na vida política, por desejarem uma atitude firme na batalha contra as injustiças sociais, a corrupção e a impunidade que lavra atualmente no país. A nossa luta, entretanto, tem dimensões mais amplas; nosso trabalho realiza-se nos alicerces, na própria base da vida política e da justiça social, correspondendo à orientação e a formação do ser humano de bem, que vai retificar o futuro. Não nos interessam os efeitos superficiais. A Doutrina Espírita pretende remodelar o mundo, a partir da reforma do ser humano e de seus procedimentos. Desde Platão, os homens inteligentes já compreendiam que as verdadeiras transformações sociais e humanas, se realizam pela Educação. Na atualidade vemos vários adeptos de religiões envolvidas com a política e suas igrejas transformadas em bases de confábulos sócio-políticos. Por isso, é comum vermos indagações sobre qual a posição da Doutrina Espírita e do espírita, diante da política, frente às eleições que se realizarão no mês de outubro próximo. A resposta lógica só poderia ser com base nas nossas convicções no Evangelho de Jesus e nas obras da Doutrina Espírita, clareando e objetivando-nos o assunto. O primeiro ponto a se basear o espírita, é o próprio Jesus (modelo de conduta para todos nós) que se colocou à margem das preocupações políticas do mundo, certamente por considerá-las incompatíveis com a sua missão eminentemente espiritual e eterna. Jesus não se envolveu com os dominadores, mas também não usou nem uma só palavra, nem uma só atitude que se comprometesse com a política humana. Outro ponto importante foi aquele em que Pilatos, curioso por conhecer suas intenções políticas, inquire: E a resposta veio firme, sincera e objetiva: “O meu reino não é deste mundo”. E para os apóstolos que queriam imaginar o Reino de Deus à semelhança dos reinos da Terra, o Cristo esclareceu: “O Reino de Deus não vem com aparências exteriores”. E aponta-lhes o caminho a seguir: “Não o das armas mas o das almas e o Reino de Deus está dentro de vós”. Com Jesus, ficou comprovado que a sua mensagem jamais se dirigiu a reforma das instituições sociais e políticas, mas à transformação íntima do ser humano, faz surgir o homem novo e poderá modificar as consciências e as estruturas políticas passageiras. O ponto seguinte não aconselha os espíritas a se espalharem pelos partidos políticos, mas resume-se na questão simples e básica da necessidade de levar, cada um deles, através de exemplos e ensinos aos nossos semelhantes, os conhecimentos evangélicos, para que os seres humanos transformem a si mesmos para o bem. Essa solução nos conduzirá à equação de todos os problemas da felicidade humana. Quanto às obrigações para com o processo eleitoral, os espíritas podem colaborar com a política, cumprindo o seu dever como cidadão, porque entendemos sempre, que a nossa missão Evangelizadora é muito mais delicada e muito mais nobre. Relembramos a advertência de André Luiz, por intermédio de Chico Xavier, no livro Conduta Espírita: “O espírita deve cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos eletivos, seguindo os ditames da própria consciência”. Espero que este artigo possa ter possibilitado ao irmão, saber qual é realmente o nosso compromisso assumido na espiritualidade e a nossa missão nesta existência aqui na Terra. Bibliografia: Revista Cristã de Espiritismo Francisco Júnior ! Fábio Oliveira ! Goiás Espírita Jc. 21/6/2010

sábado, 30 de junho de 2012

A L E I T U R A

A LEITURA A leitura é uma atividade permanente da condição humana; uma habilidade a ser adquirida desde cedo e deve ser treinada em suas várias formas. Lê-se para aprender e entender. Lê-se para conhecer e ficar informado. Lê-se por prazer e curiosidade. Lê-se para questionar e resolver problemas. Lê-se para sonhar e viajar com a imaginação. Sendo a mais geral das habilidades, a leitura acaba determinando o sucesso ou o fracasso na existência das pessoas. O mau domínio da leitura cria dificuldades para a escrita como também na matemática, pois a compreensão do texto é indispensável para entender o enunciado dos problemas. Nem todas as pessoas serão leitoras habituais para sempre. Mas todos deverão estar aptos a ingressar, através da leitura e do conhecimento, no mundo do trabalho e da cidadania. Em meio a tantas formas de comunicação pelas quais somos bombardeados hoje em dia, fica meio complicado entender a importância de um livro que alguém escreveu a fim de ser lido por outras pessoas. Pense em como um romance, um poema são capazes de nos levar para determinados lugares, através do pensamento e pela imaginação, sem termos jamais visitado. Alias, é isso mesmo: ler é fazer uma grande viagem, uma aventura do espírito, algo que nos faz ir além e muito além. E quando vamos para algum lugar levados pela imaginação, não estamos sendo passivos; isto é, não estamos vendo televisão – ao contrário, somos o próprio personagem “mocinho” ou “bandido” na história. Não estamos brigando com a televisão, até porque, por sua própria natureza (a de hipnotizar pelas imagens) ela leva enorme vantagem. O que é preciso conquistar, centímetro a centímetro, é a capacidade de aprender, sabermos ler, traduzir e criticar cada texto proposto, a partir do início da alfabetização. Como sabemos, as crianças pequenas adoram ouvir histórias todos os dias, contadas pelos pais ou avós. É importante não esquecer essa paixão mundial pelas histórias da carochinha, porque esse é o ponto de partida para a grande inquietação humana. E, muito mais do que essa inquietação filosófica, é fundamental lembrar que hoje, no Brasil, onde a economia exibe 72,52% de produtos industrializados contra 27,48% de produtos agrícolas, os trabalhadores do futuro precisarão estar mais capacitados para enfrentar os desafios da modernidade. Mas, acima de tudo, ler significa pensar, refletir, estar a favor ou contra, comentar, trocar opinião, posicionar-se: enfim, exercer, sempre, a cidadania. Para a autora de “Marcelo, Marmelo, Martelo”, Ruth Rocha, “muita gente entra na Universidade sem saber ler. Ela se refere às pessoas que leem por obrigação, sem verdadeiramente saberem ler”. Ela acentua ainda que, em casas onde os pais têm o hábito da leitura, fica bem mais fácil que os filhos leiam com a mesma regularidade. Se você quer ensinar as pessoas a gostarem de ler, comece transformando a leitura numa atividade livre, pois tudo o que fazemos por obrigação tende a ficar chato. É importante evitar livros muito simplificados, bobos e sem conteúdo, porque, se o texto é simples demais, provavelmente também é pobre de linguagem. Em vez de livros simples, adote obras engraçadas, dramáticas, envolvente como os romances espíritas. “Quando a criança ouve histórias, descobre que o mundo dos livros é interessantíssimo. Ela entende muito mais pelo que ouve do que é capaz de ler com os olhos” diz o professor Luiz Percival Leme Britto, da Associação Brasileira de Leitura. Para facilitar a escolha de bons livros, consulte a lista dos Altamente Recomendáveis, divulgada anualmente pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) no seu informativo, Noticias. O Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) foi criado pelo Governo Federal em 1992 com o objetivo de criar uma política nacional de leitura. Desde 1995, o Ministério da Cultura, em parceria com a Associação Nacional de Livrarias, o Banco do Brasil e várias secretarias estaduais e municipais de cultura, faz todo mês de novembro, a campanha “Paixão de Ler”. Apesar da importância da biblioteca, ela não é uma função muito prestigiada entre os professores. “Para a biblioteca vão os readaptados ou os professores que estão em fase de aposentadoria. O professor pode assumir a função, mas não terá o título nem o salário de um bibliotecário, em geral maior que o dele, e nem pode contar o tempo de trabalho na biblioteca para sua aposentadoria”, afirma Wanda Antunes, professora da UNB. Em Curitiba existe uma rede de 45 bibliotecas públicas construídas em forma de farol. São os Faróis do Saber, que começaram a ser erguidos em 1994. Aqui no Maranhão, foram construídos alguns Faróis da Educação nos moldes dos Faróis do Saber de Curitiba, e entre eles, o do bairro do Filipinho, que se acha desativado, e o do Maiobão, no município de Paço do Lumiar, a 25 quilômetros de São Luis, que começou a funcionar em julho de 1997. No Farol do Maiobão, trabalham seis funcionários, que tomam conta de 5000 livros, que permitem pesquisas. No mesmo, são realizadas palestras e leituras de várias histórias e outras atividades feitas em conjunto com as dez escolas estaduais de 1º e 2º grau do bairro. “Isso está fazendo tanto sucesso que já tem criança que foge da escola para ir ao farol”, conta a funcionária Cassia. O saber, além do transmitido adquire-se principalmente pela leitura. Bibliografia: Elizabeth De Fiore Adriana Vera e Silva Camila Guimarães Ana Jover + Acréscimos e modificações. Jc. SLuis, 24/5/2012