De todas as datas comemorativas, uma das mais
importantes é a que enaltece e reverencia a figura da mulher-mãe. Para se falar
das conquistas da mulher, temos que criar o referencial, antes e depois de
Jesus. – Antes, a mulher era uma criatura insignificante que nenhum
homem, fosse pai, irmão ou marido, lhe dirigia a palavra na rua. A lei judaica
declarava a mulher inferior ao homem, e, comprava-se uma mulher por dinheiro,
contrato e relação sexual. A mulher, nesse tempo, valia menos do que um animal
ou um escravo. Depois, Jesus acabou com tais preconceitos, ao se dirigir
a uma mulher samaritana, considerada uma inimiga, para pedir água; além disso,
era uma pecadora, assim como era pecadora e repudiada pela sociedade, Madalena,
a quem Ele fez a portadora da Imortalidade da alma (espírito), ao reaparecer
para ela após sua morte física. Jesus foi o primeiro a valorizar as mulheres e
a aceitá-las na sua missão.
Nos dias atuais, encontramos a mulher alçada
a altos postos, confiante e ativa. Foi uma longa jornada que ainda prossegue,
porque muito há ainda por conquistar. Falando-se, da mulher confiante e ativa,
temos que fazer algumas considerações. É que a mulher vem relegando a sua missão maior na
Terra: a maternidade. Emmanuel classifica a maternidade como “sagrado serviço
espiritual”, em que a alma se demora séculos, aperfeiçoando as qualidades do
sentimento. Sendo, pois, serviço sagrado, não pode ser violado sem causar
grandes danos a quem o violar. A figura da mulher-mãe tem sido cantada em
versos e prosas, e se generaliza à missão das mães, a ponto de transformá-las
em escravas dos filhos. Carregar uma vida, nutri-la e mantê-la, é tarefa que só a mulher
sabe e está preparada para desempenhar.
Nas páginas do Evangelho, encontramos Maria
de Nazaré, a mãe carnal de Jesus. Foi à missionária que recebeu em seu
ventre, o grande enviado de Deus, que veio a Terra, desempenhar a mais sublime
das missões, e que trouxe à Humanidade sofredora, o iluminado código de
verdades que são os seus ensinamentos. No desenvolver de sua tarefa de mãe, Maria
sofreu ver o seu filho inocente, ser preso, açoitado, torturado e crucificado.
Não podemos deixar de lembrar também das
outras três Marias
que ilustram as páginas do Evangelho:
Maria de Magdala ou Madalena, a
mulher que deve servir de exemplo para todas as mulheres do mundo. Abandonando
uma existência de luxúria, de ostentação e de pecados, ela soube sair vencedora
da dura batalha que travou. Lavando os
pés de Jesus, com perfume e com lágrimas, e os enxugando com seus cabelos, ela
demonstrou todo seu arrependimento, tornou-se a mais dedicada seguidora de
Jesus, ao ponto de tornar-se merecedora de receber a visita do Espírito de
Jesus, com prioridade, após a sua ressurreição. O Mestre assim procedeu, para
dar uma demonstração viva do seu apreço, pela reforma íntima que ela havia
realizado.
Maria de Betânia,
foi a jovem que maior apreço demonstrou aos ensinamentos de Jesus. Em sua
pureza, revelou também todo o apreço e dedicação ao Mestre, lavando sua cabeça
com valioso perfume, numa demonstração viva do modo como assimilava todos os
ensinamentos que emanavam de Jesus. Ela não perdia a oportunidade de ouvi-lo,
todas as vezes que Ele visitava Betânia.
Maria, mãe de Marcos,
foi à mulher dedicada que abrigava os apóstolos em sua casa, após a partida de
Jesus, tornando-se assim, valorosa cooperadora na tarefa de dar sustentação aos
apóstolos do Mestre, os quais tinham sobre os ombros, a enorme missão de
divulgar os ensinos evangélicos.
Apesar destes magníficos exemplos de
abnegação, observa-se, entretanto, com crescente espanto, que a maternidade é
atualmente de tal modo reduzida a segundo plano, que chega até mesmo a ser
rejeitada. Inúmeras vozes se levantam a favor do aborto – crime
inominável. “A mulher é dona do seu
corpo”, dizem algumas. “As ricas têm o direito ao aborto, em detrimento das
pobres que não têm condições financeiras”, afirmam outras. Pergunta-se então: -
Quem será realmente dona do seu corpo? O
que acontece com ele quando abandonamos o plano físico? Não é ele devolvido à Natureza? Assim, ficamos
sabendo que só é nosso aquilo que trazemos e o que podemos levar deste mundo. E
o que levamos deste mundo? – Somente os valores morais e o mérito das boas
ações que praticamos na existência, ou o
demérito das ações más, que vão nos julgar na espiritualidade.
O crime do aborto não é praticado apenas pela
mulher. São ainda
também responsáveis por ele, o parceiro que
muitas das vezes, força o ato criminoso por comodismo ou não querer assumir a
responsabilidade; a família que, em nome de preconceitos e interesses outros,
pressiona em favor do aborto; os patrões que não aceitam ou despedem as
mulheres grávidas. Existe ainda a sinistra figura da “exterminadora de anjos” e
as clínicas que praticam esse ato cruel, desumano e condenável.
O feto que está no ventre da mãe, desde o
instante da fertilização, já é um ser vivente, com um espírito a ele ligado, e
não apenas um pedaço de carne do corpo da mãe; pedaço esse que ela poderá
descartar a seu bel-prazer, que pensa não incorrer no crime que comete contra a
Lei de Deus. Interromper a vida iniciante é um delito até mais hediondo, porque
o nenê não tem condições de se defender. A mãe ou qualquer outra pessoa
cometerá um crime contra a lei divina, ao induzir ou tirar a vida de uma
criança, antes do seu nascimento. As mulheres devem ter sempre em mente que, a
cada mãe, perguntará Deus: “Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?”- É
possível que alguma mulher tenha praticado o aborto sem conhecer-lhe as conseqüências
morais, psíquicas, espirituais e o crime que cometeu. Porém, se acordou para a
responsabilidade quanto a esse ato, esforce-se para transformar o próprio
arrependimento, em socorro a outras crianças infelizes.
Em nome da realização profissional, a
mulher-mãe tem relegado e transferido para outras pessoas, a tarefa
importante da educação dos próprios filhos. Ficam as crianças entregues as mãos
de empregadas, na maior parte das vezes, ou a parentes que já se encontram
sobrecarregados com seus próprios filhos, quando não passam essa tarefa aos
idosos, sem maiores condições de atender as crianças. Perdem-se com isso, a
educação e o carinho que deveriam ter, e, cria-se para as crianças um grande
problema: a falta da mãe, o abandono.
Há pouco tempo tomamos conhecimento pela fala
de uma criança que, ao ser indagada sobre o que desejava ganhar como presente,
no dia do seu aniversário, respondeu: “Quero uma mãe”. – Responderam: “Mas você
tem uma mãe, por que quer outra?” – Voltou a dizer a criança: “É que a mãe que
eu tenho, ela sempre está fora de casa e não liga para mim”. Era o desabafo de
uma criança de sete anos, retratando a sua dura realidade.
Observamos mães que têm mais de um emprego;
que se afastam do lar por muitas horas, tudo em nome da necessidade financeira.
Ressalvadas aquelas que realmente se vêem obrigadas a longas e exaustivas horas
de trabalho fora do lar, a fim de promoverem o sustento aos pequeninos, o que
se vê por aí, são mulheres que têm por principal objetivo crescer na vida profissional,
fugindo das suas atribuições de mãe.
Outras mães deixam de cuidar dos filhos para se ocuparem com
frivolidades; com a vida dos outros, o que fazem, como se vestem, com as
novelas, com os disse me disse, etc.
Outras por não gostarem de ficar presas ao lar; outras mais por não
quererem assumir as responsabilidades e os sacrifícios de uma verdadeira mãe,
não importando o preço, mesmo que os filhos fiquem carentes do afeto e de
cuidados maternais, em prejuízo da criança, da sua necessidade afetiva que é
real, da necessidade fluídica, pois a criança se alimenta também dos fluidos da
mãe, a quem ama e de quem depende.
Meimei, numa linda mensagem dedicada às mães,
diz: “Quando o Pai Celestial precisou colocar na Terra, as primeiras
criancinhas, chegou à conclusão de que devia chamar alguém que soubesse perdoar
infinitamente; de alguém que não enxergasse o mal; que quisesse ajudar sem
exigir pagamento; que se dispusesse a amparar as crianças, com paciência e
ternura, junto ao coração; que tivesse bastante serenidade para repetir
incessantemente às pequenas lições de cada dia; que pudesse velar, noites e
noites, sem reclamação; que cantarolasse baixinho, para adormecer os bebês; que
permanecesse em casa, por amor, amparando as crianças que ainda não podiam sair
à rua; que falasse sobre a existência e
o mundo; que abraçasse e beijasse as crianças doentes; que lhe ensinasse a orar
e a dar os primeiros passos; que os conduzisse à escola, a fim de aprenderem;
que contasse muitas histórias sobre Jesus...
Dizem que nosso Pai Celestial permaneceu muito tempo examinando, e em
seguida chamou a mulher, deu-lhe o título de “Mãezinha” e confiou-lhe as
criancinhas...”.
Mães de hoje, devem repensar suas atitudes.
Vejam se não estão abdicando da mais nobre missão que o Senhor da Vida lhes
confiou: a maternidade. Missão essa que as eleva a função de educadoras
devotadas por excelência. As mães espíritas têm a seu favor o conhecimento da
reencarnação. Sabem também que
só por volta dos sete anos, se completa o
processo reencarnatório e que, por isso mesmo, é preciso trabalhar o caráter de
seus filhos até essa idade, quando o espírito está mais aberto à educação, à
aquisição de valores nobres. Temos o dever de oferecer às nossas crianças, um
ambiente de harmonia onde se cultive o hábito da oração. Não podemos nos
esquecer de oferecer também exemplos de solidariedade, de caridade, de
equilíbrio, de trabalho e de amor.
Não estamos sugerindo à mulher, um retorno
irrestrito ao lar, ao exclusivo fogão e
tanque; estamos falando das horas fora do lar, das horas perdidas dentro do
lar, sem a devida assistência aos pequeninos. Carinho de mãe pode ser
substituído? – Talvez. Mas a educação
que deixarem de dar aos seus filhos por isso terão de responder com certeza. Se
há necessidade do trabalho e este exige muitas hora fora, ao chegarem em casa,
depois de um descanso, dediquem-se a eles e parem para ouvi-los, as mil
coisinhas do dia que para eles são sempre de muita importância. Passem a lhes
dar carinho, sorrisos e a brincar com eles em algum horário do dia para que
eles possam matar as saudades pela ausência da mãe. Vejam os desenhos
(rabiscos) que fizeram e que para eles é uma obra prima. Acompanhem seus
progressos na escola. Nos finais de semana se possível, sair e passear com
eles. Ouçam as suas dúvidas, sendo suas confidentes e ensine-os a fazer uma
oração de agradecimento. Falem dos ensinamentos ou das histórias de Jesus.
Dêem-se a eles e realizem a tarefa de conduzir para o bem, essas almas que Deus
as confiou, à conta de seus filhos, pois quem ama o seu filho/a está amando a
Deus...
A mãe é a representante do Divino Amor de
Deus na Terra, ensinando-nos a ciência do perdão, do carinho da caridade e do
amor, em todos os instantes de nossa jornada terrena. Se pudermos imitá-la nos exemplos de bondade
e sacrifício que constantemente ela nos oferece, por certos seremos na
existência, felizes e preciosos auxiliares do Reino de Deus. Toda mãe acha que
seu filho ou filha será sempre a sua criança, não importando a sua idade. ( Nossa
mãe, através dos tempos, nos ensinou a ser humilde, trabalhador, honesto, falar
a verdade, não desistir e sempre recomeçar, valorizar a existência, cultivar os valores e a ter, como ela, fé em Jesus. Obrigado
mãe querida por tudo o que nos deu de lições e exemplos para nossa existência e
que tentamos repassar para nossos filhos...)
Meus irmãos e irmãs virtuais, peço permissão
para a poesia que vou apresentar, dedicando
como uma homenagem à minha mãe, que já partiu para a Espiritualidade, e as demais
mães cujo dia se comemora hoje.
ONDE ESTARÁ?
Uma mulher que partiu, por determinação de Deus;
Uma mulher que nos deixou, sem dar tempo de
nos dizer adeus;
Uma mulher de olhos castanhos, cabelos bem grisalhos,
De uma simplicidade e fé enorme, de um amor sem
igual;
Uma mulher alquebrada pelo tempo, mas de
profunda resignação.
Está mulher me recebeu, me acalentou, me
agasalhou,
Me amparou e me protegeu, e muito bem nos
criou;
Ensino-me a rezar, e me ensinou a viver bem.
Sorria com as minhas alegrias, Chorava nos
meus sofrimentos;
Para ela, eu nunca cresci, pois sempre me
considerou sua criança.
Onde quer que ela esteja hoje, quero um dia
ir ao seu encontro,
Matar as saudades que me leva ao pranto, só
não me perguntem
O seu nome, porque eu sempre a chamarei
de... MÃE! ...
Bibliografia:
“O Evangelho de Jesus”
Maria H. Márcon
Jc.
19/7/1997
Refeito em 8/5/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário