terça-feira, 10 de setembro de 2019

O S U I C Í D I O






 
Em virtude do assunto referente ao suicídio de jovens voltar sempre aos noticiários, e para que ele seja comentado com as pessoas conhecidas, amigas ou parentes, de possíveis candidatos a esse ato, para que tomem conhecimento antecipado das consequências, e que não vão se livrar dos seus problemas, que estão levando-os a esse pensamento, mas, ao contrário, agravando-o com o pior crime cometido contra as Leis de Deus, é que resolvi reapresentar este artigo para contribuir com a não realização desse ato monstruoso.

Não faz muito tempo, o país foi abalado pelo pedido formulado por um casal de idosos, num anúncio de jornal, em que afirmavam “estamos cansados de sentir solidão” e procuravam um médico que lhes aplicassem uma injeção letal. O drama comoveu muitas pessoas. Segundo eles, nos últimos cinco anos, não haviam recebido nenhuma visita de seus dois filhos ou dos seus amigos de outrora.

O problema do casal foi resolvido, não como eles pediam, mas de uma maneira muito mais fraterna e de acordo com a Lei Divina. Pessoas se mobilizaram e eles foram viver em um local bonito, em meio a muito verde, flores e com outros idosos com quem passaram a compartilhar horas, carinhos e experiências.

Infelizmente, não são somente pessoas idosas que, por solidão, abandono e problemas, desejam fugir da existência terrena. Em todo o mundo, o número dos que tentam se matar é incalculável. E nos últimos quinze anos, o fantasma do suicídio tem pesado mais para os adolescentes. Os motivos alegados são: separação dos pais, contaminação pelo vírus HIV, ou o uso de drogas. São ainda fatores de riscos apontados, a perda de dinheiro, de parentes, a depressão, mudança de condições econômicas, de saúde, intoxicação por álcool, abandono, desesperança, falta de religiosidade e fé na bondade de Deus.

As cifras dizem que, para cada suicídio consumado, existem ainda, dez tentativas frustradas. Por quê?  Se as causas são conhecidas, ainda assim não se resolve o problema. É necessário oferecer o remédio eficaz, e este reside na fé, no conhecimento dos objetivos da existência. Quando o ser humano se conscientizar de que a vida não é somente a  existência terrena; que morto o corpo físico, a vida prossegue na Espiritualidade, verificará que não lhe adiantará nada destruir o seu corpo. Ele como Espírito, continuará a existir e os problemas que lhe levaram a tal gesto,  serão, agravado pela infração à Lei Divina.

Quando o ser humano tomar conhecimento de que ele é produto exclusivo do amor de Deus, Pai de Amor, de Bondade e Misericórdia,  que na Terra vive uma etapa curta que objetiva lhe fornecer condições de crescer em moral, inteligência, conhecimento e amor; quando se der conta de que é chamado todos os dias a cooperar na grande obra da criação, então não mais tentará fugir da existência terrena, porque a nossa vida não acaba jamais; a imortalidade é a nossa dádiva maior.

De todas as mortes a pior é a morte pelo suicídio. Nesta não existe a suave quietação da morte comum nas pessoas normais. Sócrates, já ensinava a um discípulo:  “Será para ti motivo de estranheza verificar que há para todos necessidade de viver, mesmo para os que têm a esperar mais da morte do que da existência. E notarás que não lhe é permitido procurar a morte por suas próprias mãos, sendo obrigado a esperar outro libertador”.

Pensando que se destrói, o suicida vai ao encontro de situações e sofrimentos horríveis. Quando recupera a consciência, surpreende-se de estar vivo, porém sem possibilidade de movimentar o seu cadáver. Cercam-no horrendas entidades vampirizadoras desejosas de sugando-lhe as energias vitais soltas pelas células em decomposição, e ainda, adversários ou simples zombeteiros que o atormentam com ofensas, deboches e recriminações. E como se não bastasse, revive a cena suicida quase que constantemente com a sensação das dores sofridas pelo corpo. Acompanhando a lenta decomposição do corpo, procura desvencilhar-se, mas não consegue; o seu perispírito fica preso por longo tempo nos seus restos mortais, vendo a decomposição do seu corpo.

Quando o ser humano estabelecer objetivos para sua existência, que não sejam apenas ao pequeno período na carne, descobrirá os tesouros dos dias e se enriquecerá de paz. Quando a pessoa acreditar que é um fluído divino, isto é, um Espírito com enorme potencial de superação dos problemas, não mais fugirá, dando atestado de covardia, porque muitos aflitos afirmam: “Não tenho coragem de me matar”. Por isso o suicídio não é um ato de coragem; mas de covardia. Covardia essa que motiva a criatura a fugir dos problemas, antes de buscar resolvê-los. Covardia que faz com que o suicida procure se omitir, deixando as dificuldades para os que ficam saudosos feridos e abandonados. É ainda um ato egoísta porque o suicida só vê a si mesmo, o seu problema, a sua dor, sem se importar com os sofrimentos que causa aos outros. Em nenhum momento pensou no sofrimento que causará aos pais aflitos, na companheira ou companheiro abandonado, nos filhos jogados às mãos dos outros, nos parentes e amigos que se empenharam para que sua reencarnação fosse de progresso e evolução.

Ato de coragem mesmo é existir, é viver. Enfrentar todos os dias as mesmas dificuldades e superá-las. Ato de coragem é trabalhar todos os dias construindo o mundo novo que começa dentro de cada um. Se você está pensando em desertar da existência, pare e pense. Em que a sua morte melhorará a sua situação, visto que os problemas que o afligem, seguirão com você para além do túmulo? – Retire os óculos escuros do pessimismo que lhe fazem ver tudo negro e coloque lentes claras da esperança. A solução para sua dificuldade pode vir amanhã. Quem sabe haja uma saída que você ainda não tentou? Vá deitar com o problema e acorde com a solução. Dê uma chance a você mesmo, creia em Deus, faça uma oração com fé e peça a Sua proteção e tudo passará.

O que pode levar o ser humano a cometer esse gesto de extremo desespero, eis á pergunta inquietante. Em tese, apontamos algumas das principais motivações que leva a pessoa a cometer esse ato desesperador, sabendo que existem outras causas que podem também conduzir a essa situação: 1- Falta de fé; 2-orgulho exacerbado; 3-desespero e tédio; 4- desequilíbrio nervoso; 5- desânimo por moléstias consideradas incuráveis; 6- sugestões de encarnados e desencarnados.

A falta de fé,  é sem dúvida a maior responsável pela totalidade dos suicídios. É pela fé que nos propomos a fazer a parte que nos cabe executar, e confiantes em Deus e seus desígnios,  que não depende de nossa vontade.
O orgulho exacerbado,  que é a ausência da humildade, tem sido causa de desastres e dores que castigam familiares e levam seus executores (os suicidas) a séculos de desequilíbrios e sofrimentos.
O desespero e o tédio,  que atingem grande parte dos seres humanos, os levam a se acharem sem quaisquer perspectivas de melhora, e julgam como solução para seus problemas, acabar com a existência. São muitas as mensagens de desesperados suicidas, com referência ao “desencanto com a existência”, lamentando não terem procurado buscar ajuda e sem esperanças de dias melhores.
O desequilíbrio nervoso,  que poderia ter sido combatido e evitado no início, se a pessoa tivesse procurado os recursos da medicina convencional e da medicina espiritual, certamente o equilíbrio emocional voltaria ao normal e não teria chegado a tal procedimento.
O desânimo com moléstias consideradas incuráveris . Os portadores dessas moléstias não vêem mais motivos para continuarem vivos, sem perceberem que para Deus tudo é perfeitamente possível, e que muitas das enfermidades, hoje, são controladas pela medicina moderna. Esclarecem os Espíritos Superiores que o desânimo é sem dúvida, na maioria dos casos, o início de tudo; muitas vezes da Espiritualidade vem á cura quando a Medicina já desistiu, por ter chegado ao limite dos seus conhecimentos.
Sugestões de encarnados e desencarnados. Muito desses atos extremos foi estimulado por entidades infelizes, inimigos do passado, que induzem o infeliz ao suicídio como vingança. Por outro lado, pessoas há que só sabem conversar sobre assuntos negativos, desanimadores, influenciando o fraco de espírito ao desespero e à desdita.

Muitos suicidas se deixaram envolver pelas sugestões de pessoas desequilibradas dos dois mundos e se já acalentavam motivos pessoais para cometer esse ato lastimável, encontram poderoso estímulo para seu cometimento. Muitas obras especializadas de origem mediúnica, falam-nos de vales sinistros, onde se congregam em infelizes e trevosas sociedades, onde os quadros são terríveis, de desespero, angústia, lamentações, solidão, trevas e pesadelos horrendos. O suicida que teve a ilusão de ver seus problemas resolvidos com a extinção do corpo físico, que pensava cessarem seus problemas e dores, depara-se com uma situação agravada pelo seu ato, com os mesmos sofrimentos e mergulhado na tortura.

Emmanuel, tratando da questão no livro “O Consolador”, informa: “A primeira decepção que aguarda o suicida, é a realidade da vida que não se extinguiu com a destruição do corpo físico. Suicidas há que continuam experimentando os sofrimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo perispiritual. Anos após anos, sentem as impressões terríveis do que lhes aniquilou as energias. Comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo de decomposição do corpo abandonado na Terra”. De todos os desvios da existência humana, o suicídio é o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca deixou de existir e se fez com a devida misericórdia.

Em outra obra intitulada “Pronto Socorro”, Emmanuel fala aos que pensam em desertar da existência pela morte provocada: “Quando a idéia de suicídio te assome à cabeça, reflete, antes de tudo, na Infinita Bondade de Deus, que te instalou na residência planetária; em seguida ora, pedindo socorro aos Mensageiros da Providência Divina. Se a idéia continuar a torturar-te, refugia-te no trabalho edificante, sendo útil aos que te cercam. Visita um hospital, para avaliar quantos irmãos portadores de situações piores, ás vezes com moléstias irreversíveis, lutando para viver, enquanto queres desistir dela por nada. Entrega-te ao serviço do bem ao próximo e faze empenho em esquecer-te, porque a voluntária deserção e destruição de tuas possibilidades físicas representarão um ato de desconsideração para com Deus, e as bênçãos que te possibilitaram a existência”.

Um espírito evoluído já nos recomendava: “Aceitem as dores, a cegueira, as deformações, a desgraça, a miséria e tudo que de injusto possam ter na Terra, que ainda são coisas pequenas em comparação ao que espera o suicida na sua atitude de se despedir da existência”. Jesus, no Sermão da Montanha, nos acalma dizendo: “Bem-aventurados os que sofrem e choram, porque serão consolados”. A calma e a resignação na existência terrena, acompanhada da fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. A existência na Terra é uma viagem corretiva e de evolução. Começa na meninice, avança pelos caminhos da plenitude física e altera-se na velhice, para renovar-se além da morte.

Não devemos nos escravizar aos bens materiais, mas usando o estritamente necessário. Há muitos viajantes que sucumbem na caminhada sob pesados cofres de ouro, a que se agarram desvairados. Não devemos prosseguir a viagem guardando ressentimento, para que não aconteça ficarmos presos ao labirinto do ódio. Vamos recordar que iniciamos a jornada terrena, sem qualquer patrimônio material e encontramos carinhosos braços maternos que nos embalaram e nos ampararam em nome do Eterno Pai.

Prazer e dor, simplicidade e complexidade, escassez e abastança, beleza de forma ou deformidade do corpo, são simples lições para a ascensão. Não menosprezemos o tempo que é empréstimo divino, que recebemos para a edificante peregrinação, e o nosso corpo é o veículo santo colocado pelo Pai Celestial, a nosso serviço. Não devemos nunca jogar fora a existência que nos foi concedida porque muitos e muitos Espíritos estão a espera de uma oportunidade para retornar à Escola Terrena.

Oremos em favor dos criminosos e dos suicidas e daqueles que pensam em tal atitude como solução para seus problemas, certos de que nossa oração produzirá efeitos altamente benéficos, pois quem precisa de auxílio, somente através da oração e da fé em Deus, encontrará a resignação e a paz para completar a sua existência. A existência é para ser vivida, e não para ser sacrificada... Que o Pai Celestial e Jesus na sua infinita bondade, nos ilumine a fim de afastar esse pensamento suicida dos nossos irmãos,

Bibliografia:
Maria Helena Marcon
Milton Luz / Emmanuel
Evangelho de Jesus
+ acréscimos e alterações.

Jc.
S. Luís, 2001
Refeito em 2/11/2017










JESUS, O MÉDIUM E O MÉDICO DE DEUS





 
Jesus foi um médium de Deus e um terapeuta, (ramo da medicina que trata da escolha e administração dos remédios) cujos métodos e processos de cura por Ele utilizados, estão à espera de estudos e pesquisas que aprofundem o conhecimento sobre seus mecanismos. Como terapeuta, o Mestre demonstrou, objetivamente, não só um profundo conhecimento como também um poder que Lhe permitiram intervir e curar múltiplas situações patológicas. 

Prova de sua operosidade é o expressivo número de curas relatadas pelos evangelistas, que se sabe, não relataram todas. Mateus, no Cap. VII do seu Evangelho, faz um relato das curas mais marcantes, que mencionamos para reflexão. Refere-se ele, às curas de um leproso; do criado do centurião, que estava paralítico; da sogra de Pedro, que estava acamada de muitos endemoninhados, cujos espíritos foram expulsos pela palavra de Jesus; do paralítico de Cafarnaum, a quem mandou tomar o leito e ir para casa; da filha de Jairo, que era julgada morta e a quem Jesus tomou pela mão levantando-a; da mulher que tinha hemorragia, que foi curada pela fé, apenas por ter tocado as vestes de Jesus; dos dois cegos, a quem Jesus tocou os olhos, curando-os; de um mudo endemoninhado, a quem Jesus expulsou o demônio, fazendo-o falar. Foram bastantes casos, curados de forma simples, algumas vezes apenas com um gesto, uma frase, ou mesmo um toque, como ocorreu com os cegos cuja visão foi restabelecida. As curas foram os fatos mais marcantes da trajetória do Mestre, por atraírem multidões, permitindo a disseminação das mensagens evangélicas, em Suas pregações.

Diz mais Mateus no Cap. IX:  “Percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino de Deus e curando todos os tipos de doença e enfermidades”. Mais adiante diz ainda que instruindo os apóstolos, Jesus transfere a eles as faculdades curativas que Lhe eram peculiares, dizendo: “é chegado o reino dos céus, curai os enfermos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes de graça daí”. Vê-se que Jesus associava a missão de ensinar e pregar o Evangelho a de curar os doentes; além disso, Ele admitia a possibilidade dos apóstolos adotarem os mesmos procedimentos que Ele. No exercício de Sua missão curadora, Ele utilizou métodos e procedimentos não habituais (espirituais), o que se tornou motivo de questionamentos e admiração, por onde quer que Ele fosse.

Tudo indica que, de acordo com Sua hierarquia espiritual, Ele detinha um poder extraordinário, acompanhado de grande conhecimento e poder de intervenção nas leis que regem a agregação e a desagregação das estruturas, não só dos seres, objetos e até das forças da natureza; demonstrando isso nas curas de doenças crônicas e congênitas, na multiplicação dos pães e peixes, como na ação sobre a tempestade e até na ressuscitação de Lázaro. Três, era os aspectos da ação curativa ministrada pelo Mestre:  1ª- O exercício da Sua vontade, e do paciente de ser curado;  2ª- A fé de cada um; 3ª- A prática de bons atos ou a desistência da prática do mal; eram requisitos para a cura.

Falando sobre as origens e as conseqüências das doenças, o espírito de Dias da Cruz, através de Chico Xavier, transmitiu algumas considerações. Disse ele que “todos os nossos pensamentos, palavras ou atos, definidos por vibrações, criam em nós raios específicos, sendo indispensável cuidar de nossas próprias atitudes, na autodefesa, e na defesa dos nossos semelhantes; porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a calúnia e a crueldade, a brutalidade e a violência, a tristeza e o desânimo, produzem elevada percentagem de agentes de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, sujeitos a se fixarem por tempo indeterminado, em deploráveis labirintos de desarmonia mental. Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a causadora da nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a restauração e a nossa cura”.

Emmanuel, por Chico Xavier, na obra “Pensamento e Vida”, diz o seguinte: “Ninguém poderá dizer que toda enfermidade esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental; mas podemos garantir que os processos da vida mental exercem positiva influência sobre todas as doenças”.  A partir das colocações de Dias da Cruz e de Emmanuel, e considerando que a Terra é um planeta de expiação e provas, isto é, destinado à habitação de espíritos em início de caminhada evolutiva, portanto, carentes de sabedoria, fica fácil compreender as dificuldades que temos de enfrentar para conseguir um nível de saúde satisfatório, e comprova porque existem tantos doentes perambulando pelos consultórios, em busca de uma cura que nem sempre conseguem.
A terapêutica espírita recomendada tem que ser direcionada para as causas efetivas das doenças, conseqüência da ignorância e do atraso espiritual, razão porque terá sempre um fundamento educativo. E, pensar em educação à luz do Espiritismo, é cuidar do aprimoramento progressivo do espírito, que deve vencer suas limitações, adotando um padrão de comportamento compatível com a dignidade humana. O tratamento efetivo do corpo deverá começar pelo aprimoramento do espírito, através de bons pensamentos, falas construtivas e elevadas, e atos de caridade e amor, num processo em que à proporção que o espírito melhora, o corpo recebe o reflexo e se torna mais sadio.

As libertações de possessos e as curas figuram entre os atos mais numerosos de Jesus. A imensa superioridade do Mestre dava-lhe tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, então chamados de demônios, que lhe bastava mandá-los se retirarem. Nas curas que Ele operava agia como médium de Deus. Era Ele um poderoso médium curador. Podemos dizer que se Ele recebia alguma assistência, esta só poderia ser de Deus, embora a Sua condição superior lhe permitisse assistir os outros, agindo por si mesmo, em virtude do seu imenso poder. Do mesmo modo que as doenças físicas são resultado de influências perniciosas exteriores, a doença espiritual é sempre causada por imperfeição moral. A uma causa física combate-se com a medicação física; a uma causa moral, é necessário se opor uma força também moral. Para se evitar as doenças, que não sejam congênitas, fortifica-se o corpo; para se livrar de uma perturbação espiritual é preciso fortificar a alma, no trabalho do próprio aprimoramento.

A prática médico-espírita se inspira e se sedimenta nos ensinos de Jesus. Não o faz de forma aleatória, mística, mas dentro de um entendimento de tais ensinamentos, obedecendo a leis naturais e têm origem nas mesmas fontes dos princípios científicos. Em razão disso, aceita os princípios da medicina convencional que se constitui na prática, o socorro àquele que sofre, associando os procedimentos médicos habituais ao estudo do Evangelho e da Doutrina dos Espíritos, e usando os passes magnéticos, a água fluidificada, as preces e, principalmente, o convite ao paciente para a mudança de hábitos, isto é, a moralização e edificação pessoal.

Examinando o problema das curas, Allan Kardec na obra “A Gênese”, no cap. 14, diz o seguinte: “Os efeitos da ação fluídica sobre os doentes são extremamente variados, segundo as circunstâncias; esta ação é algumas vezes lenta, e reclama um tratamento mais demorado; outras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há médiuns dotados de tal poder, que operam sobre certos doentes, curas instantâneas, por somente a imposição das mãos, ou mesmo por um ato de vontade. Entre os dois pólos extremos de tal faculdade, há infinitas variações. O princípio é sempre o mesmo: o fluído que desempenha o papel de agente terapêutico, e cujo efeito é subordinado a vontade, a fé e ao merecimento da pessoa”.

Considerando-se que muitas universidades já estão envolvidas nesse assunto, é possível que, em tempo não muito longo, tenhamos informações mais completas, tal como acontece com a tese da reencarnação, que vem recebendo reforço e estudo de técnicos sem nenhuma vinculação com a Doutrina dos Espíritos. Eles estão constatando fatos compatíveis com os ensinamentos e práticas criadas por Jesus que são praticados no meio espírita há muito tempo.

Ao longo do seu ministério Jesus realizou, em muitas ocasiões, os chamados milagres, na verdade fatos incomuns, considerados sobrenaturais, dada a Sua condição de Espírito Superior, médium e médico divino, mas que, graças aos esclarecimentos dos mentores espirituais, sabemos terem se produzido dentro da ordem natural, mediante o emprego de leis e recursos até então desconhecidos, que o Mestre sabia utilizar com absoluta segurança, valendo recordar que Ele afirmou que não vinha destruir a Lei (divina), mas sim dar-lhe cumprimento.


Bibliografia:
“Evangelho de Jesus”
Livro “Pensamento e Vida”
        “A Gênese”

Jc.
São Luís, 29/05/2000
Refeito em 30/7/2019