“Senhor sei que és um
homem de rija condição; segas onde não semeou, e recolhes onde não espalhaste;
e temendo, escondi o talento que me deste na terra; eis aqui o que é teu...” O
senhor lhe respondeu: “Servo mau e preguiçoso... Lançai-o nas trevas
exteriores; ali haverá o choro e ranger de dente.”
(Jesus, Mateus XXV)
Na parábola dos Talentos,
Jesus deixa bem claro que a omissão e o descaso não servem de desculpa para o
servo preguiçoso que não ousou utilizar o talento que lhe foi confiado.
Preferindo cruzar os braços ante a oportunidade de trabalho que recebeu,
perdendo a grande oportunidade de exercitar suas potencialidades a caminho da
prosperidade.
Quantas pessoas no meio
social em que vivem, diariamente representam o servo mau e preguiçoso da
parábola em referência. Recebem da Providência Divina o talento da oportunidade
de progredir espiritualmente, rumo à perfeição, e o esquece num canto qualquer
de sua existência e ela passando como um bólido, o conduzirá ao juízo de sua
consciência que, culpada pela omissão, chorará o remorso e o arrependimento da
acomodação. E são tantos os talentos que estão à nossa disposição, em todo o
tempo, que em momento algum temos o direito de apresentar alguma reclamação.
Antes é imprescindível saber utilizá-los para extrair deles, sempre os
benefícios que podem produzir.
Com o talento da Paciência poderemos
aprender a conviver com as pessoas em situações adversas, ensaiando a
capacidade de renunciar e compreender virtudes que remetem à serenidade.
Com o talento do Trabalho
conseguiremos realizar as maiores proezas, impulsionando o progresso físico e
moral, objetivando a construção de um mundo de paz e esperanças que todos
desejamos.
Com, o talento da
Perseverança teremos a chance de continuar em busca da realização dos nossos
sonhos e metas traçadas, tendo em vista deixar a inferioridade em que estamos para
sublimar os nossos
sentimentos.
Com o talento da Coragem avançaremos
destemidos pelos
longos e às vezes pesados
caminhos da existência, superando obstáculos, vencendo barreiras e chegando ao
porto do nosso destino.
Com o talento do Companheirismo
poderemos ser no reduto familiar ou no meio social em que estivermos um notável
elemento de concórdia, de pacificação, unindo corações e reatando laços
afetivos rompidos.
Com o talento do Otimismo
demonstraremos aos que nos observam um comportamento de equilíbrio, ânimo e
firmeza ante qualquer situação que a existência nos apresente, criando um
ambiente adequado para as vitórias que nos aguardam.
Com o talento da Fé teremos
a absoluta e insofismável certeza de que Deus, nosso Pai de eterna bondade,
tudo está fazendo para que tenhamos à disposição todos os mecanismos possíveis
e capazes que nos assegurarão a paz que queremos.
Com o talento do Amor
conseguiremos ser, onde estivermos e por onde passarmos, um digno representante
da mensagem divina, servindo incansavelmente como elo entre as criaturas e o
nosso Pai Celestial.
Portanto, não vale esconder
o talento agindo como o servo preguiçoso da Parábola dos Talentos que enterrou
o talento que recebera, desagradando profundamente o seu Senhor, mas cuidemos de imitar os outros dois servos
que receberam dois e cinco talentos e em
seguida multiplicaram o dinheiro recebido. Se rico ou pobre, façamos bom uso
dos talentos recebidos como empréstimos de Deus. Se assim agirmos seremos
recebidos na Espiritualidade com louvores que nos possibilitarão voos cada vez
mais altos do nosso Espírito, na sua caminhada de evolução.
A verdadeira propriedade do
ser humano é somente aquela que ele pode levar deste mundo. Tudo o que encontra
ao chegar a Terra, e usufrui durante a sua existência, fica na Terra quando
partir. Portanto, é uma infantilidade muito grande a do homem
ganancioso que amealha
fortuna ilicitamente, que quer sempre mais e mais e que vive de se esnobar pelo
que possui. Por outro lado, infantil também é aquele que, por ser pobre ou não
ter muitas posses, não se conforma com a sua situação e até lança mão de meios
escusos para conseguir bens materiais.
Todos nós que hoje somos
pobres, em outra existência já fomos ricos de bens materiais ou seremos na
próxima existência, e todo aquele que hoje é usufrutuário de bens materiais, já
foi pobre ou na próxima existência poderá vir na condição de pobre, essa é a
Lei Universal de Deus...
Fonte: Jornal “O Imortal” –
edição de 4/2018
Editor: Waldenir A. Cuin
+ Acréscimos e pequenas
modificações
Jc.
São Luís, 18/4/2018