segunda-feira, 30 de julho de 2018

PRINCÍPIOS DA EVANGELIZAÇÃO INFANTIL






 
1- DEUS -  É a inteligência suprema e soberana, único e eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo, misericordioso e bom, infinito em todas as perfeições. Tal é o ensino em que repousa o edifício universal. Esse farol cujos raios se estendem por todo o Universo, única luz capaz de guiar o ser humano na sua trajetória de evolução. Se o ser humano há errado tantas vezes, é unicamente por não ter seguido o roteiro que lhe estava indicado. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Este é o grande primeiro mandamento.  O segundo é semelhante a este. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.  Eis toda a lei divina, mediante a qual governa Deus os infinitos mundos no Universo.
2- JESUS - Constitui o tipo de Espírito com perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus nos oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei de Deus, porque sendo ele o mais puro já aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava. Muitas leis constantes no Velho Testamento são apresentadas como leis divinas, porém são simples leis humanas, criadas por Moisés conter  o povo ignorante e hostil daquela época e para servir às paixões e dominar os seres humanos.
3- DOUTRINA DOS ESPÍRITOS – (Espiritismo) Realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: relembrando tudo o que Ele ensinou, e exemplificou, em amor e bondade, com o conhecimento das coisas e fazendo com que o ser humano saiba de onde vem, para onde vai e por que está na Terra; convidando todos para o exercício dos verdadeiros princípios da lei de Deus que consola pela fé e pela esperança.
4- LEI DO AMOR -  “O amor resume a doutrina de Jesus, inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado”. “Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos”. Não esqueçamos nunca que o Espírito, qualquer que seja o grau de seu adiantamento, sua situação como reencarnado ou na Espiritualidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e o ajuda a se aperfeiçoar, e um inferior, para com o qual tem sempre que cumprir esses mesmos deveres. “Sede brandos e amorosos para com os seres mais inferiores da criação, e tereis obedecido à lei de Deus. O amor é a lei de atração para todos os seres vivos”.
5- LEI DO TRABALHO -  O Espírito formado na escola do trabalho dela sai mais forte e mais apto para as grandes realizações. Dentro dos postulados espíritas, o cuidado e o carinho têm tomado proporções gigantescas e, do norte ao sul do Brasil, ao surgirem instituições evangélicas-espíritas, onde os espíritos encarnados  recordam as lições recebidas na Espiritualidade, firmando os pontos básicos da edificação do caráter. Entretanto, dada ás ocupações rotineiras, o ensino da Doutrina dos Espíritos às crianças e aos jovens, limitam-se á algumas horas semanais, algumas leituras, sem a prática da observação e do trabalho. É necessário levar as crianças e os jovens ao trabalho prático, nos hospitais, nos  asilos, nas visitas aos enfermos, na doação de um pão aos carentes. Trabalhemos com Jesus para que o Mestre projete sua luz sobre quantos desejam em verdade trabalhar, servir e amar.
6-  AS CRIANÇAS -  São os seres que Deus manda para nós, com todos os aspectos da inocência. São como borboletas que ainda não saíram do casulo e quando saem nos encantam. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, as más ações cobrem-se com a capa da inconsistência.  Essa inocência não constitui superioridade real. Deus lhes deu esse aspecto de inocência por causa  dos pais,  de cujo amor necessita. A delicadeza  da  idade Infantil, as tornam acessíveis aos conselhos dos que devem fazê-las progredir.  Tal é o dever que Deus impôs como missão sagrada aos seus pais, parentes e professores.
7- CRIANÇA EVANGELIZADA, HUMANIDADE TRANSFORMADA – Nasce a criança, trazendo consigo o patrimônio moral que lhe marca a individualidade. No entanto, receberá os reflexos dos pais e dos mestres que lhe imprimirão as imagens cerebrais que, em certas ocasiões, lhe influenciarão a existência inteira. Desde pequenina a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. Os pais devem observar os pequenos indícios reveladores de tais vícios e cuidar de combatê-los, sem esperar que criem raízes. Também os exemplos dos pais serão importantes para moldar o caráter das crianças. “A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade, excluindo toda ideia de egoísmo e orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza”.  Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse para lhe cativar a solicitude. São importantes as lições oferecidas por Jesus, quanto à infância, uma vez que, de Sua passagem pela Terra, Ele a colocou em posição de destaque, ao dirigir-se às crianças com doçura, amorosamente abraçando-as, abençoando-as, impondo-lhe as mãos. O “deixai vir a mim as criancinhas” foi e continua sendo a preciosa lição de Jesus, que nos convida a perceber a necessidade de se cuidar desde cedo da educação da criança e do jovem. A criança abandonada  ressurge no adolescente inseguro e revoltado e como adulto, na posição de ser humano violento.
8- A EDUCAÇÃO - Qual seria, pois, o principal instrumento para o alcance do divino desígnio de evolução do ser humano? – Sem prescindir de outros fatores, a resposta em todos os tempos é a mesma – educação. Entre os instrumentos pedagógicos disponíveis a evangelização infantil, se assemelha a uma semeadura. “Eduque a criança no caminho em que deve andar e até quando envelhecer, não se desviará dele” Provérbio 22.6
9-  A NOVA HUMANIDADE -  O ser humano será o que da sua infância se faça. A tarefa da educação é de relevância, enquanto que a da evangelização é de urgência salvadora. Quem instrui, oferece meios para que a mente alargue a compreensão das coisas e entenda a existência; quem educa, cria os valores ético-culturais para uma vivência nobre e ditosa; quem evangeliza, liberta para uma existência de paz, harmonia e felicidade. Sem a renovação espiritual da criatura para o bem, jamais chegaremos  ao nível  superior  que  nos  compete  alcançar  e santificar a humanidade no mundo redimido do amanhã.
10- MENSAGEM DA CRIANÇA - “Dizes que sou o futuro. Então, não me desampare o presente. Dizes que sou a esperança da paz; não me induzas à guerra. Dizes que sou a promessa do bem; não me confies ao mal. Dizes que sou a luz dos teus olhos;  não me abandones às trevas. Não espero somente o pão; dá-me também luz e entendimento. Não desejo apenas o teu carinho; suplico-te amor com que me eduques. Não te rogo apenas brinquedos; peço-te bons exemplos e boas palavras. Não sou apenas ornamento em teu caminho; sou alguém que bate à porta em nome de Deus. Ensina-me a humildade e o trabalho, o devotamento e o perdão. Orienta-me para que eu seja bom e justo... Ajuda-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar...            (Meimei)

Fonte:                                                                                                                              9º Efas, realizado em São Luís.
Allan Kardec  -  Emmanuel  -  Bezerra de Menezes                                                                                         
+ Supressões, acréscimos e pequenas modificações.

Jc. São Luís, 24/4/2017  
 Refeito em  22/7/2018                                                                                              


A AMEAÇA DE GOLPE





 
Cultiva-se silêncio sobre a quantidade de brasileiros que são simpáticos a uma saída autoritária (militar). Mas falar dessa assombração, e falar em voz alta, é o melhor antídoto para espantá-la para longe.
Responda com franqueza, por favor: se amanhã o ministro Gilmar Mendes, por exemplo, fosse despejado do seu gabinete no Supremo Tribunal Federal, por um terceiro-sargento do Exército, enfiado num camburão verde-oliva e entregue na penitenciária da Papuda por ordem do alto-comando das Forças Armadas, quantas lágrimas você derramaria por ele? Esqueça as lágrimas. Você, ao menos, diria alguma coisa, qualquer coisa, contra a prisão do ministro? Ou ao contrário, acharia muito bem feito o que lhe aconteceu? Só mais uma coisa: entre Gilmar Mendes ou Tóffoli, ou Lewandowski,  e o general que mandou todos para o xadrez, depois de evacuar o prédio e passar a chave no STF, você ficaria ao lado de quem?
Para completar o exercício, vamos juntar ao Supremo o Congresso Nacional inteirinho, com seus 513 deputados federais e 81 senadores, os 27 governadores, as centenas de prefeitos e mais os milhares de reizinhos, sem concurso público e sem competência, nomeados para mandar na máquina pública – onde se dedicam a roubar o Erário, tirado do nosso bolso, para si e seus chefes, e a infernizar a nossa existência. Se as Formas Armadas assumissem o governo,  fechassem o Congresso e demitissem  essa gente toda,  de preferência mandando a maioria para o xadrez, tente calcular quantos brasileiros ficariam a favor dela e quantos ficariam a favor dos militares. Chegue então às suas conclusões.
Intervenção militar, regime militar – quem gosta de falar dessas coisas abertamente? É preciso ficar contra, é claro – e ficar contra agora pode vir a ser um belo problema depois, se a casa acabar caindo um dia. É verdade que o cidadão que tem algum tipo de interesse em política já não sente maiores incômodos em tocar no assunto, principalmente se não tem mais paciência com o lixo que as mais altas autoridades da República produzem sem parar e depositam todos os dias à sua porta. Não chega a ser uma surpresa fenomenal, assim, que um número cada vez maior de cidadãos esteja começando a achar
que seria uma boa ideia se os militares assumissem de novo o governo do Brasil para fazerem uma limpeza em regra na estrebaria que é hoje a vida pública do país.
Mas, entre os políticos, nos meios de comunicação, nas classes intelectuais e em outros lugares onde as pessoas supostamente “entendem” dessas coisas, é um assunto que se trata como um porco-espinho – com extremo cuidado. É melhor não ficar comentando em voz alta e dizem. Não é o momento, não é o caso, não “se trabalha com esse cenário”. É como falar mal do defunto no velório, na frente do caixão. Tudo bem. Mas não é assobiando que se espanta a assombração. Nem fazendo cara de preocupado em programa de televisão ou escrevendo artigos para solicitar aos militares, por favor, que respeitem rigorosamente a Constituição; as instituições e os monstros que criaram e hoje estão soltos por aí. É preciso muito mais do que isso.
Está complicado, em primeiro lugar, porque muita gente nem acha que essa assombração é mesmo uma assombração – ao contrário, acham que é a equipe de resgate chegando para salvar os feridos. Quantos brasileiros, hoje, seriam a favor de uma intervenção militar? É pouco provável que os institutos de pesquisas façam a pergunta, porque têm medo de ouvir a resposta – mas eis aí, justamente, um indicador muito interessante. Dá para deduzir, por ele, que uma grande parte da população receberia com uma salva de palmas, as imagens de tanques rolando nas ruas e políticos, ministros supremos e empreiteiros de obras atropelando-se uns aos outros para fugir pela porta dos fundos. Em segundo lugar, está complicado porque as democracias só ficam em pé se são vistas como um bem importante e compreensível pela maioria da população – e se há um número bem suficiente de cidadãos dispostos, de verdade, a brigar por sua manutenção.
Muito bem: quantos brasileiros acham que estão realmente beneficiados, em sua vida cotidiana,  por essa democracia que veem desfilar à sua frente no noticiário de cada dia? E quantos topariam sair à rua para defender, por exemplo, o mandato dos senadores Romero Jucá, Renan Calheiros, Edson Lobão ou Jader Barbalho? O fato, é que não vai embora por mais que se queira fazer de conta que “as instituições estão funcionando”, porque praticamente ninguém, (com raríssimas exceções) no mundo político,  merece o mínimo respeito do cidadão hoje em dia. Honestamente: alguém seria capaz de dizer o contrário? Se os encarregados de manter o regime democrático em funcionamento se desmoralizam todos os dias, e desprezam abertamente as regras da democracia com suas condutas criminosas, fica difícil supor que esteja tudo bem. Nossas autoridades “constituídas” acham que está.
Como a Constituição diz que é proibido fechar o Supremo, o Congresso, etc., imaginam os políticos que podem continuar fazendo qualquer barbaridade que lhes passar pela cabeça, Imaginam que os militares, informados de que existe uma “cláusula pétrea” mandando o Brasil ser uma democracia, se veriam obrigados, por isso  a continuar assistindo em silêncio à anarquia promovida diante de seus olhos, por magistrados do STF, presidente, governadores, ministros de Estado, lideres parlamentares e demais peixes graúdos que têm o dever e a  obrigação de sustentar o cumprimento das leis – mas vivem em pleno colapso moral e não conseguem mais segurar nem uma barraca de praia.
É cansativo ouvir, mais uma vez, que a democracia é uma coisa e as pessoas que ocupam os cargos de governo são outra. Não se devem confundir as duas, reza a doutrina, pois nesse caso um regime democrático só poderia existir numa sociedade de homens justos, racionais e bondosos. Se as pessoas que mandam estão mandando mal, a solução é substituí-las por outras por meio de eleições, processos na justiça e demais mecanismos previstos em lei. Mas o Brasil está fazendo mais ou menos isso desde 1985, e até agora não deu certo. Alguém tem alguma previsão sobre quanto tempo ainda será preciso esperar? A democracia brasileira faliu; é possível que nunca tenha tido chances reais de existir, por insuficiência de gente realmente disposta a praticá-la, mas o fato é que estão tentando fazer o motor pegar há mais de trinta anos, e ele não pega. Talvez ainda desse para ir tocando adiante por mais tempo, com um remendo aqui e outro ali. Acontece que neste momento, justamente, há muito menos esforço para escorar o que está bambo do que para tacar fogo na casa inteira.
A questão central, curiosamente, é a manutenção da lei. Nove em dez golpes são dados por quem tem o poder e quer mandar a lei para o espaço. Aqui parece estar se montando o contrário, pois os militares dizem, como deu a entender semana atrás o general  Eduardo  Villas Boas,  comandante do  Exército,  que exigem  o cumprimento da Constituição e das leis penais para continuar nos quartéis. Quem está querendo abolir a aplicação da lei são os que têm a força, mas chegaram à conclusão de que não conseguem sobreviver se forem mantidas as regras atuais da democracia brasileira. Está mais do que claro de quem se trata. Trata-se em primeiro lugar, do ex-presidente Lula, do PT e dos seus partidos auxiliares. Em segundo lugar, vem o populoso cardume de políticos, dos partidos, que estão fugindo da Justiça Penal por prática de corrupção e outros crimes – são centenas de indivíduos, sem dúvida. E em terceiro lugar, fechando a trindade, estão as empreiteiras de obras públicas, fornecedoras do governo e o restante das gangues que vivem de roubar o Tesouro Nacional.
Todos esses precisam desesperadamente de uma virada de mesa que solte Lula da prisão e salve da linha de tiro os ladrões ameaçados pela lei e devolva condições normais de operação para o negócio da malandragem de dinheiro público em geral. O último esforço em seu favor foi essa grosseira ofensiva dos ministros Gilmar, Tóffoli e Lewandowski para tirar Lula da prisão, suprimir provas dos processos criminais que ele tem pela frente, anular sua condenação, impedir o trabalho do juiz Sérgio Moro – em suma, fraudar a Justiça Penal brasileira numa trapaça de escala realmente monumental, com o vago objetivo de “zerar tudo”. É o sonho de Lula e seus bem pagos advogados ricos de Brasília, do Complexo PT-PSOL-PCdoB, etc., e de dez entre dez ladrões sob a ameaça de punição: declarar a Operação Lava Jato ilegal, sumir com tudo o que ela já fez, está fazendo ou vai fazer e demitir o juiz Sérgio Moro a bem do serviço público, e ainda com todos os magistrados que combatem a corrupção no Brasil. Eles não dizem isso, é claro: sua conversa é que estão aplicando o embargo dos embargos de agravo teratológico com efeito suspensório, diante da combinação hermenêutica de mutatis mutandis interlocutórios com ora pro nobis infringentes.
Não perca o seu tempo com o vodu jurídico do STF sobre o “direito de defesa” que a mídia repassa para você com casca e tudo: é pura tapeação para ver se soltam Lula da cadeia e ajudam a ladroagem – primeiro para que ele escape da penitenciária e, em seguida, para permitir que continue roubando em paz. É disso que se trata. Há, simplesmente, uma guerra contra o estado de direto neste país, comandada pelas forças  que não podem conviver com ele. Lula e o seu sistema de apoio não querem a democracia. Recusam-se, abertamente, a cumprir a lei e a aceitar decisões legítimas da Justiça; sabem que não têm futuro num regime democrático, com poderes independentes, Lava Jato, imprensa livre e o restante do pacote. Estar no governo, para essa gente, não é a mesma coisa que seria para você.  Eles precisam estar no governo, não só para ter empregos, fazer negócios e ganhar dinheiro da Odebrecht e outras, mas porque enfiar-se no poder é a diferença entre estar dentro ou fora da cadeia. É por isso que os senadores petistas Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, entre outros se agitam tanto. Se as leis continuarem a ser normalmente aplicadas, eles poderão ter diante de si, em breve, ações penais duríssimas.
É por isso que o deputado Wadih Damous, também do PT, disse outro dia que “é preciso fechar o Supremo Tribunal Federal” – depois de reconhecer que o ministro Gilmar é um “aliado” do partido. (O deputado não esclareceu o que pretende fazer com ele, mais os Tóffolis, Lewandowskis e similares, depois de fechar o STF.) O mundo político e a elite, caídos de quatro no chão, olham em silêncio para tudo isso, aterrorizados por Lula e assustados com a voz da tropa. Quando quiserem reclamar, poderão se ver reclamando tarde demais e em pouca companhia...

Fonte:
Revista “Veja” edição 2581
Artigo de J.R. Guzzo
+ Algumas modificações

Jc.
São Luís, 21/5/2018