segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A POLÍTICA E OS ESPÍRITAS





 
Nestes tempos de profundas transformações pela qual a humanidade está passando, é fácil percebermos o grande número de idéias que entram em conflito. Aliás, conflito de opiniões é algo que sempre esteve presente na história da humanidade, justamente por sermos ainda, espíritos com pouca lucidez de consciência e evolução. Os seres humanos buscam muitas vezes sem saber como, uma sociedade mais justa.  Para termos uma sociedade mais justa, é preciso acima de tudo, saber administrar as diferenças. O grande problema é que a sociedade é formada por pessoas, e cada uma delas é um universo muito complexo. Então a sociedade só poderá ser justa, quando os seres humanos que participam dela também foram justos nas suas ações.

Já dizia Allan Kardec: “A educação é a arte de fazer despertar nas pessoas os sentimentos da virtude e abafar os instintos dos vícios”. Além do ensino ministrado nos Centros Espíritas, muitas pessoas reclamam a falta de espíritas na vida política, por desejarem uma atitude firme na batalha contra as injustiças sociais, a corrupção a impunidade e a ganância que lavra atualmente no país.

A nossa luta, entretanto, tem dimensões mais amplas; nosso trabalho realiza-se nos alicerces, na própria base da vida política e da justiça social, correspondendo à orientação e a formação do ser humano de bem, que vai retificar o futuro. Não nos interessam apenas os efeitos superficiais. A Doutrina Espírita pretende remodelar o mundo, a partir da reforma do ser humano e de seus procedimentos. Desde Platão, os homens inteligentes já compreendiam que as verdadeiras transformações sociais e humanas, sempre se realizam pela Educação, Educação com Amor.

Na atualidade vemos vários adeptos de religiões envolvidas com a política e suas igrejas transformadas em bases de confabulos sócio-políticos, modificando as suas verdadeiras finalidades. É comum termos indagações sobre qual a posição da Doutrina Espírita e do espírita, na política, frente às eleições que se realizarão no mês de outubro próximo. A resposta lógica só poderia ser com base nas nossas convicções no Evangelho de Jesus e nas obras da Doutrina Espírita, clareando e objetivando-nos o assunto.

O primeiro ponto a se basear o espírita, é o próprio Jesus (modelo de conduta para todos nós) que se colocou à margem das preocupações políticas do mundo, certamente por considerá-las incompatíveis com a sua grande missão eminentemente espiritual e eterna. Jesus não se envolveu com os dominadores, mas também não usou nem uma só palavra, nem uma só atitude que se comprometesse com a política humana.

Outro ponto importante foi aquele em que Pilatos, curioso por conhecer suas intenções políticas, inquire: E a resposta veio firme, sincera e objetiva: “O meu reino não é deste mundo”. E para os apóstolos que queriam imaginar o Reino de Deus à semelhança dos reinos da Terra, o Cristo esclareceu:   “O Reino de Deus não vem com aparências exteriores”.  E aponta-lhes o caminho a seguir:  “Não o das armas mas o de esclarecer as almas e o Deus que está dentro de vós”. Com Jesus, ficou comprovado que a sua mensagem jamais se dirigiu a reforma das instituições sociais e políticas, mas à transformação íntima do ser humano  fazendo surgir o homem novo que poderá modificar as consciências e as estruturas políticas passageiras.

O ponto seguinte não é o de aconselhar os espíritas a se espalharem pelos partidos políticos, mas resume-se na questão simples e básica da necessidade de levar, cada um deles, através de exemplos e dos ensinos aos nossos semelhantes, os conhecimentos evangélicos, para que os seres humanos transformem a si mesmos para o bem. Essa solução nos conduzirá à equação de todos os problemas da infelicidade dos seres humanos na Terra.

Quanto às obrigações para com o processo eleitoral, os espíritas podem colaborar com a política, cumprindo o seu dever como cidadão, porque entendemos sempre, que a nossa missão Evangelizadora é muito mais delicada e muito mais nobre. Relembramos a advertência de André Luiz, por intermédio de Chico Xavier, no livro Conduta Espírita: “O espírita deve cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os melhores candidatos aos postos eletivos, seguindo os ditames da sua própria consciência”.

Espero que este artigo possa ter possibilitado ao irmão ou irmã, saber qual é realmente o nosso compromisso assumido na espiritualidade e qual a nossa  missão durante a  existência aqui na Terra. . .



Bibliografia:
Revista Cristã de Espiritismo
Francisco Júnior   
Revista  Goiás Espírita
Fábio Oliveira
+ Pequenas alterações.

Jc.
21/6/2010
Refeito em 21/8/2018  

A FAMÍLIA TAVARES DE CASTRO E OS DESCENDENTES





A nossa família se formou com o casamento do nosso pai Edésio Castro com a nossa mãe Joanna Bastos Tavares de Castro, ele natural de Pinheiro e minha mãe natural de Alcântara, municípios vizinhos do estado do Maranhão. Dessa união, nasceram os 12 filhos que passo a mencionar, em ordem de nascimento: Maria Antônia de Castro Bayma, Oliveiros de Assunção Castro (Oli de Castro), Cleonice de Castro Campos, Felizarda Tavares de Castro, José Tavares de Castro, José de Ribamar Castro (falecido em seguida), João Tavares de Castro, Edésio Tavares de Castro, Roldão Tavares de Castro, Inaldo Tavares de Castro, Jurandy Tavares de Castro e Salma de Castro Moraes.
Nossos pais há muito tempo já desencarnaram ambos na cidade de Pinheiro-MA, assim como os meus 11 irmãos, e aqueles cujos nomes seguidos de um (F) significa que também já faleceram, restando apenas eu, Jurandy Tavares de Castro, para contar a história da nossa família, com os poucos conhecimentos que tive na existência, e ainda com algumas informações que me foram passadas pelos parentes.
A 1ª - Minha irmã Maria Antônia era uma bordadeira das boas;  morávamos na linha do bonde, no bairro do Anil. Uma das vezes em que minha irmã estava na porta da casa, passou o bonde e nele estava um fiscal de nome Raimundo de Brito Bayma, que olhou minha irmã e logo sentiu o desejo de conhecê-la. Após algum tempo de namoro eles se casaram e desse casamento nasceram ás filhas: Terezinha(F), Marly, Maria Amélia, Nely e Zely. Por ordem os filhos delas são: Terezinha:  Maria Antônia,  Ana Lúcia,  Hélio(F), Ribamar, Izabel, Cláudia e Margarete.  Marly: Luís Fernando e Sílvia Helena.  Maria Amélia:  Sílvia.  Nely:  Cláudia e Flávia .  
2º - Meu irmão, Oliveiros de Assunção Castro (Oli de Castro), levado pela nossa mãe a um Centro Espírita, lhe foi revelado que tinha uma tarefa em favor dos órfãos e dos necessitados. Aos 17 anos sentou praça no quartel do 24º BC, com destino a Escola de Aviação do Rio de Janeiro, no Campo dos Afonsos em Marechal Hermes. Depois de alguns anos, conheceu uma moça chamada Margarida e com ela se casou. Passado mais algum tempo, como  eles não  tiveram filho  e ele sempre estava a viajar em serviço, resolveram depois se separar. Durante muitos anos em que viajou por muitos estados a serviço da Aeronáutica, também pregava a Doutrina Espírita. Colaborou com o professor  Leopoldo Machado
no “Lar de Jesus” em Nova-Iguaçu, fundou e construiu vários Centros Espíritas e instituições de amparo como o Lar de Maria em Macaé-RJ., Lar de Maria em Ceilândia-Brasília, o Sanatório Espírita de Campo Grande em Mato Grosso e outras entidades, e transferido para Belém do Pará, lá construiu o “Lar de Maria” com 30 lojas para manter a Lar, no bairro de Canudos. Ele foi um dos pioneiros da “Campanha do Quilo”. Musicou  a “Canção da Alegria Cristã”, que foi cantada no 1º Congresso das Mocidades Espíritas do Brasil, onde ele foi eleito vice-presidente do conclave. Serviu na Aeronáutica até se aposentar com a patente de sub-oficial. Então foi morar em Pinheiro, sua cidade natal. Por pressão da prelazia católica, ele teve de se mudar para Belém onde permaneceu por algum tempo. Depois retornou á Pinheiro onde construiu o “Centro Espírita Pinheirense e a Casa Paulo de Tarso”, antigo desejo seu de colaborar com a sua terra natal, com ajuda de alguns companheiros. Certa vez, em que encontrava em São Luís, chegou a pregar na praça João Lisbôa, no centro da cidade. Algum tempo depois voltou para Belém com a segunda esposa Raimunda e filhos, e depois eles se separam e ele foi viver com a terceira companheira chamada Rosinha, com quem teve outros filhos e lá viveram mais alguns anos até que ele veio a falecer, já como tenente. Deixou vários filhos, porém só lembro o nome dos seus últimos três filhos: Angélica, Luciano e Daniel. Para maiores esclarecimentos acesse o “site”: ambcastro.blogspot.com.br
3ª - Minha irmã Cleonice (Nini),  foi empregada nos Correios e depois se empregou nas Lojas Rianil, trabalhando como caixa. Tendo conhecido um colega de serviço chamado Manoel Augusto Campos(F), com ele se casou. Desse casamento nasceram os filhos Lilion(F), Maria Lilian, Iracema, Celina, Rosinha e Zequinha(F).Durante muito tempo eles foram nomeados para dirigir algumas filiais da empresa (ele gerente e ela caixa) em vários municípios, sendo que a última função deles nessa empresa se deu no município de São Bento. Depois, ele ainda trabalhou na Petrobrás, em São Luís, e em seguida se aposentou.  Os netos são pela ordem: Lilion:  Lélio,  Lilion  e  Liliana;   Maria Lilian:  Junior  e Tereza;     Iracema:  Afonso e Carlos Henrique:  Celina:  Fernanda e Emanuel;  Rosinha:  Ricardo, Giselle  e  Girlene:   Zequinha:  Daniel  e  Israel.  
4ª - Nossa irmã Felizarda (Filó), apesar do nome, quando pequena sofreu de congestão que lhe trouxe problemas durante a sua sofrida existência. Permaneceu por muitos anos na Terra, até que enfim veio a descansar dos seus sofrimentos com o seu falecimento.
5º - Meu irmão José (Bentivi), já rapaz, foi levado pelo nosso irmão Oli, que tinha vindo visitar a mamãe, para o Rio de Janeiro onde também foi servir na Aeronáutica e lá se casou com uma moça de nome Virgínia e do casamento nasceram três filhas: Suely, Sandra e Suzete. Depois viveu com outra moça chamada Nilza que lhe ajudou a criar as filhas. Ele trabalhou muitos anos, até que se aposentou e teve ainda a oportunidade de voltar à sua terra natal (São Luís) para recordar sua infância. De retorno ao Rio, ainda viveu algum tempo até que veio a falecer quando morava na companhia das filhas em Bento Ribeiro-RJ.  Os seus netos são:  Suely;  Jorge, Janaina e Fábio.  Sandra:  Fernando e Paulo.
6º - Meu irmão José de Ribamar veio a falecer logo após nascer.
7ª - Meu irmão João (mais conhecido como João Coqueiro) foi criado por nossas tias; se casou com uma moça chamada Ariadne, depois serviu ao exército em São Luís;. Ele fazia artigos que eram publicados no “Jornal Pequeno” desta cidade. Poucos são os assuntos sobre sua vivência que conhecemos em virtude de não ter sido ele criado junto a nós seus outros irmãos. Seus filhos são: Rogério, Eli, Tatiana  e outro filho que não recordo o nome.
8ª - Meu irmão Edésio (soldadinho), quando jovem trabalhou na Western Cabo Submarino, como entregador de telegramas. Trabalhou depois como telegrafista da Estrada de Ferro São Luís-Teresina, em Rosário, onde se casou com a professora Dóris Machado(F), e desse casamento nasceram os filhos: Ricarte,  Maria de Lourdes,  Rinaldi,  José de Ribamar  e  Edésio Filho. Depois fez concurso para o IBGE passou e foi nomeado para trabalhar em Pinheiro. Depois de alguns anos eles se separaram e ele se juntou a outra pessoa chamada Nega, com quem viveu até quando veio a falecer. Tendo criado uma firma de Peças para Carro, por ela se aposentou. Os seus netos são por ordem:  Ricarte: Dóris e Ricardo. Maria de Lourdes;  Gustavo e Sabrina.  Rinaldi; Gabriela, Rodrigo e Rafael.  Edésio Filho:  Ana, Carolina e Edésio Neto.  
9ª - Meu irmão Roldão (Bruto) se alistou na Marinha, indo para a Escola de Aprendiz de Marinheiro no Ceará onde seguiu a carreira. Depois, contraiu núpcias com uma moça chamada Nadir (F), e dessa união nasceram ás filhas: Angélica e  Helena. Viajando pelo país, com o passar do tempo, foi servir em Belém do Pará aonde chegou ao posto de subtenente e se aposentou. Constantemente vinha a São Luís, na época dos festejos de São João, apreciar a exibição dos Bumba-meu-boi e outras atrações juninas. Sua filha Angélica, vindo a Belém para visitá-lo, vendo-o viúvo e solitário resolveu então levá-lo para São Paulo, para viver com as filhas e netos, e tempo depois veio ele a falecer. Seus netos são: Helena:  Daniel  e  Bruno.  
10ª - Meu irmão Inaldo (Micuim), cresceu junto comigo e sempre trabalhamos no comércio. Em 1949 fomos morar no Rio de Janeiro, na cidade de Nova Iguaçu, levados pelo irmão Oli de Castro. Em 1950, voltamos, eu, minha irmã Salma e mamãe para o Maranhão  e o Inaldo ficou com uma família de amigos, porque estava trabalhando e não quis voltar. Tempos depois conheceu uma moça  de nome Tereza(F), e com ela se casou e tiveram três filhos: José Roberto(F), Maria Helena e Ana Lúcia. Depois de muitos anos trabalhando como vendedor se aposentou e devido ao uso do cigarro contraiu uma doença e veio a falecer. Os netos dele são: José Roberto; Nícolas. Maria Helena  Rafael,  Roberto  e  Ricardo.  
11º - Eu sou Jurandy Tavares de Castro (Bolo grosso), historiador. Depois que cheguei á juventude passei a trabalhar no comércio e depois fiz prova para o Banco da Lavoura de Minas Gerais (na época), e fui contratado e trabalhei nele por sete anos. Nesse período contrai núpcias com Maria da Conceição Pinheiro Pereira(F), e tivemos dois filhos; Douglas e Ana Maria. Mudando-nos para Niterói-RJ., onde ainda trabalhei no Banco Mercantil de Niterói.  Nesse período tivemos mais dois filhos; Raimundo e Luís Cesar. Depois por indicação de meu irmão Inaldo, fui trabalhar como vendedor das Indústrias Granfino S/A. para a filial em São Gonçalo. Depois de nove anos, sentindo-me cansado e não tendo mais condições de viajar como vendedor  adquiri um comércio onde trabalhei por mais sete anos até me aposentar. Por causa de problemas com a minha saúde (sofria muito de asma) me separei da esposa e voltei para morar no Maranhão. Posteriormente ela veio a São Luís e resolvemos nos divorciar o que foi feito. Meus netos:  Raimundo:  Mateus;   Luís Cesar:  Carolina.
Na minha volta a São Luís, eu andei frequentando a casa noturna “Tom Marrom”. Depois, eu me integrei novamente na  Associação Espírita Lar de José, (instituição de amparo a crianças pobres),  da qual tinha sido um dos fundadores, passei também a visitar o Azilo de Mendicidade, adotando uma idosa (Vicentina) como minha mãe,  e reapresentei  o programa “Luz na Penumbra” de conteúdo espírita na Rádio Timbira, durante alguns anos. Depois, frequentando o “Lar de José” conheci uma moça chamada Carmem Maria que tinha sido criada juntamente com a irmã gêmea na entidade, e começamos a nos entender o que terminou por me casar pela segunda vez. E, em consequência dessa união, passei a ter, além dos quatro filhos com a primeira esposa mais uma filha chama Ana Carmem Gizelly, com a segunda esposa, que me deu mais dois netos:  Lucius  e  Heitor.
Depois, conheci o “Centro Espírita Graça de Jesus”, onde me integrei e colaboro até hoje, sendo seu vice-presidente. Passado mais algum tempo, a convite do sobrinho Rinaldi, conheci  a Associação Espírita “Lar de Maria”, no bairro da Vila Nova, onde passei a prestar minha modesta colaboração, o que faço até hoje.  
12ª  - Minha irmã Salma, sempre foi muito querida pelos seus irmãos e era a companheira da mamãe e estimada também pelos nossos parentes, principalmente pela Marly. Ela era uma pessoa simples, sem muita vaidade, comprovando ser um Espírito bem elevado. Viveu algum tempo em São Luís, depois em Rosário e novamente em São Luís. Ao resolver nossa mãe ir morar em Pinheiro, onde já moravam o Edésio e o Oli, ela levou consigo a Salma. Passado algum tempo, Salma foi trabalhar na Coletoria e conheceu um rapaz de nome Pedro Moraes(F), com quem se casou e teve três filhos: José Alfredo, Selma e Yara. Os seus netos na ordem, são: José Alfredo: Tiago.   Selma:  André.   Yara:  Luciana.  
Desejo a todos os parentes que tomarem conhecimento deste relato, muita Paz, Harmonia e Saúde, para si e seus entes queridos.
Obs: Peço desculpas aos meus parentes se porventura esqueci algum detalhe sobre alguém ou algum fato, em virtude do desconhecimento, mesmo recorrendo a alguns parentes para complementar este relato.   
E se alguém desejar entrar em contato com os descendentes dos meus irmãos ou falar comigo pode ligar para o telefone 98- 3245-8606 que eu informarei o número do telefone deles para contato.

Jurandy Tavares de Castro      
  (  ortsac1331@gmail.com  )                    

São Luís, 27 de abril de 2018
Refeito em  9 de setembro de 2018

OS PERIGOS DE FICAR PARADO





 
Esses perigos no metabolismo, causam o envelhecimento celular, redução da imunidade, aumento do risco de diabetes tipo 2, aumento de gordura no corpo, aumento do colesterol e maior risco de câncer. No cérebro, desânimo, preguiça, letargia, aumento do risco de depressão e demência senil; no coração, aumento do risco de doenças cardíacas e problemas circulatórios; nos pulmões, redução da capacidade física e pulmonar; nos ossos e articulações, são mais fracos e sujeitos a fratura e lesões, aumentando o risco de osteoporose: nos músculos, ficam mais atrofiados.
A Organização Mundial da Saúde já considera o impacto do sedentarismo tão maléfico para o organismo quanto o vício do fumo. Já ser ativo, além de evitar problemas de saúde no corpo, colabora para a saúde mental, pois a liberação de endorfina (o hormônio do bem-estar) que a atividade física provoca ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, colaborando na redução de dores e quadros de depressão e de demência.
A atividade física influencia ainda na produção de outros hormônios, como o cortisol, que ajuda a regular o sono, a pressão e processos inflamatórios do corpo. “Pessoas sedentárias costumam ter um descompasso muito grande no cortisol, ficam mais desanimadas, sonolentas, “lenificadas”, sem dinamismo”. Conforme a pessoa se exercita, a liberação do cortisol a ajuda a ter ainda mais disposição para se movimentar, explica Roberto Rached, médico fisiatra no Hospital das Clínicas de São Paulo.
A conta de uma existência sedentária geralmente chega quando o envelhecimento se acentua, porém a sarcopenia – o processo de perda muscular ao longo dos anos - comum em idosos,  tem seu pico por volta da sétima década da existência, segundo Rached. Por conta da perda muscular, temos também perdas nos tendões, que ficam mais fracos, menos nutridos, menos hidratados e causam mais lesões por enfraquecimento. “Estamos vendo com mais frequência esse quadro em pacientes jovens e em pessoas que trabalham em escritórios ou que estão sempre sentados em linha de produção. A musculatura do pescoço também se mostra mais enfraquecida e ocorrem alterações de articulações nos joelhos e quadris” observa ainda Rached.
O impacto na musculação assim como na corrida e na caminhada fortalecem os ossos. Nas pessoas que ficam sentadas ou deitadas o dia todo, eles se enfraquecem, e com isso o risco de fratura aumentam, sobretudo na terceira e quarta idade. Há também um aumento nos casos de osteopenia e osteoporose.  Atividades físicas habituais podem até mesmo alterar as características celulares. Um estudo liderado pela Universidade Stanford (EUA) que analisou dados de saúde de mais de 500 mil pessoas, apontou que tanto homens como mulheres com herança genética de doenças cardíacas, porém com melhor condicionamento físico e capacidade aeróbica, reduziram pela metade as suas chances de terem problemas cardiovasculares. Outra pesquisa, da Universidade da Califórnia, mostrou que pessoas sedentárias podem ser biologicamente dez anos mais velhas do que aquelas que se exercitam. A explicação estaria no processo de renovação celular impulsionado pelas atividades físicas.
“Temos milhões de motivos para nos exercitar”, afirma Ricardo Munir Nahas, coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. A inatividade física responde por mais de cinco milhões de mortes no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, que já considera o sedentarismo tão maléfico quanto o fumo. A última pesquisa sobre o tema feito pelo Ministério do Esporte do Brasil não é animadora: 45% dos entrevistados não praticam qualquer atividade física, mesmo sabendo dos riscos de uma existência sedentária. Esse comportamento, aliado a uma alimentação rica em calorias que geralmente extrapolam os limites de gordura, sal e açúcar, e ao tabagismo, é como uma bomba-relógio. A boa notícia é que ela pode ser desarmada a qualquer tempo – quanto antes será melhor.
Quando surgiram na Terra, há cerca de 180 mil anos, os seres humanos precisavam conservar as energias (calorias) para suportar períodos de alimentação mais escassa, já que na época conseguir comida não era algo fácil.  Também, nesse processo evolutivo foi importante o melhor preparo físico, fazendo do corpo humano “uma máquina extremamente ágil e inteligente”. É só dar um comando que ele (o corpo) responde. E responde sempre melhorando o funcionamento e nos melhorando a saúde.
Mas, quando sedentário, é como se o corpo interpretasse não ter necessidade de funcionar no melhor de suas possibilidades de desempenho, e aí ele começa a eliminar os excessos, como músculos, células e a armazenar gordura. Na sociedade pós-revolução industrial, exercitar-se passou a ser cada vez menos necessário, enquanto conseguir comida ficou cada vez mais fácil e abundante, e fomos, então, nos tornando cada vez mais inativos, o que tem trazido consequências negativas diretas para a nossa saúde. Para romper a inércia tem que ter uma razão positiva. Além disso, as pessoas são muito imediatistas. Infelizmente, os cuidados com a saúde em geral têm resultados em médio prazo. E para piorar, não é fácil ser um ativo.
A sociedade caminha no sentido de se tornar cada vez mais comodista, e ao mesmo tempo, já se tornaram comuns as rotinas cada vez menos pesadas, com menos horas dedicadas ao trabalho e aos exercícios. A OMS recomenda pelo menos 150 minutos de práticas físicas por semana, ou seja, 30 minutos por dia ou de três a quatro vezes na semana. “Tem que entrar na nossa agenda diária, como alimentar-se, dormir, tomar banho, ou seja, tornar-se um hábito” informa Timóteo Araújo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul. “Não tem desculpa para não fazer, e não é para virar um super-herói ou um atleta de ponta, mas, se mexer o suficiente para não levar uma existência sedentária”. Atividade física significa atividade moderada com o corpo em movimento que gaste energia como caminhar, correr, dançar ou praticar algum esporte com atividades que exigem esforço muscular. . .

Fonte:
Revista “Planeta”- edição 541/2018
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 20/6/2018