sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

AS CRIANÇAS E A TELEVISÃO, COMO AGIR?





 
O avanço tecnológico permitiu um progresso sem precedentes nos veículos de comunicação. Transmissões de locais de difícil acesso, imagens em tempo real via satélite e outros tantos recursos permitem que milhares de informações e imagens, das mais diversas culturas e fatos, invadem a nossa casa e os quartos de nossas crianças, através da TV, da Internet ou do celular. O que fazer? Liberar, proibir, ou o que deve ser proibido? São perguntas que atormentam os pais angustiados.

O fato de a Tv, Internet e o Celular terem se tornado uma “ocupação” constante para a criança e jovens, é visto com cautela pelos pais. Ao mesmo tempo em que tal ação representa o indício de que a criança está se integrando aos novos tempos, significa também que ela pode estar se envolvendo com o que há de pior neste espaço de informações e imagens indiscriminadas. Quanto maior for a oferta de informação, maior a dificuldade em julgá-la, isto é, separar seu valor de exemplo ou de contra-exemplo, distinguir seu caráter de realidade ou fantasia, como qualificar como positiva ou negativamente a informação ou a imagem.

A violência e a erotização é uma constante e para esse excesso indiscriminado é que os pais temem expor seus filhos, e pode ser exemplificada no filme “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni. Nele, um pai preso com seu filho num campo de concentração, finge que aquilo tudo não passa de uma espécie de jogo, uma brincadeira que no fundo não é tão real quanto parece. Observamos em muitos pais, o desejo de tentarem restringir o acesso a essa realidade “dura demais”, impondo limites. É melhor não saber daquilo com que não se pode lidar ou entender. Estas duas atitudes de proteção, por desqualificação ou por restrição, estão cada vez mais difíceis de se sustentar.

Em uma época onde é importante saber de tudo e o quanto antes, os pais se vêem pressionados a introduzir cada vez mais cedo os filhos nesse mundo de informações. Exemplo disso está no alto valor que a cultura “informática” adquire para a educação em nossa época. Mais além, deve-se registrar a sobreposição crescente entre o saber que se ensina formalmente nas escolas e o saber ligado ao entretenimento. Na classificação dos saberes, duas figuras encabeçam a lista do que se deve evitar expor as crianças: a violência e a erótica dos costumes. É claro que os programas que exploram diretamente tais aspectos, devem ter seu acesso vetado à criança. Há um consenso de que a exposição a tais programas é um fator de risco para o desenvolvimento social e cognitivo. Mas como fazê-lo? O veto ao acesso a certos programas ou jogos em função de seu risco potencial é difícil de cumprir.

Sabe-se que entre a oferta de um programa educativo bem produzido, para a faixa etária, e um lixo industrial potencialmente danoso, a escolha da criança pode se dirigir preferencialmente para o primeiro caso, principalmente se os pais e a escola trabalharem ativamente nesse sentido. Diante da intensa e extensa exposição da mídia, a que nossas  crianças são submetidas, e o trabalho para conter o acesso ao imaginário da violência e da sexualidade é árduo. Mesmo assim, pais e educadores devem manter a atitude criteriosa quanto à seleção e o incentivo do tipo preferencial de programação a assistir.

Nas escolas de educação infantil uma estratégia que pode ser utilizada é trazer a própria criança para o centro da avaliação do que é ruim ou bom assistir, estimulando diretamente o julgamento do que é apresentado e enfatizado, e a tarefa de qualificação da informação pela própria criança. Isso implica em deslocar o problema do que pode ou não ser assistido, interpretando o que é dado. Tal ação auxilia no que podemos chamar de formação ética ou estética de nossas crianças, desenvolvendo seu raciocínio crítico. Nesta medida, proibir um programa de baixa qualidade é muito menos eficaz do que assisti-lo e comentá-lo criticamente com a criança, mostrando por que aquele é um programa ruim. O fato, entretanto, é que poucos pais sabem efetivamente o que seus filhos assistem, e a situação tende a piorar com o passar do tempo. Exemplo: A televisão no quarto da criança onde o acesso ao que é assistido não é fiscalizado, torna-se  um  problema muito maior do que se imagina, por causa dos pedófilos.

A vida banalizada pela violência, pelas drogas e pelo sexo é diariamente retratada pela televisão. Para a criança que está em fase de desenvolvimento, período onde o mundo da fantasia e o mundo real confundem-se, os parâmetros dados pela família e pela escola de educação infantil são fundamentais, pois são eles que nortearão o saber e a construção de um aparato cognitivo que seja capaz de fazer a criança diferenciar o real do imaginário, o certo do errado, o bom do mau. É na socialização das idéias com os pais, com o professor e com os colegas de sala de aula que a criança constrói seu conhecimento que o acompanhará por toda a sua existência.

Leia também o artigo “O Poder da Televisão”

Bibliografia
Ana Cristina Dunker
Jornal “Mundo Jovem” – 05/2005
+ pequenas modificações

Jc.
S.Luis, 17/4/2012
Refeito em 8/01/2019

A PROPAGANDA DESTRUIDORA




 
 
No mundo atual, são pouquíssimas as pessoas que ocupam a visibilidade social para semear o bem, sendo uma destas raras exceções, o Papa Francisco. O líder religioso destina um carinho especial para as crianças, os adolescentes e os jovens – o futuro que vai depender do presente.
Recentemente, ao se dirigir a um grupo de adolescentes e jovens que lhe fizeram uma visita, o Papa Francisco foi direto aos seus conselhos e amorosas recomendações, dizendo: “Quando lhe disserem tome um pouco de cerveja ou lhe oferecerem um pouco de droga... digam NÃO!  Caminhem contra essa sociedade que está fazendo tanto mal”. Que efeito terão estas palavras do Papa, na mente dos jovens e adolescentes? Que efeito terão as suas palavras, num mundo doente, tão distante dos valores do Espírito? – “Quando lhe disserem tome um pouco de cerveja ou lhe oferecerem um pouco de droga... digam NÃO!” 
Infelizmente, as propagandas de cervejas acabam se revelando muito mais sedutoras para tantas crianças, adolescentes e jovens, do que as palavras do Papa Francisco. Até quando a euforia e os amplos sorrisos apresentados nos comerciais de cervejas haverão de acobertar o fato de que o álcool é uma das mais devastadoras drogas que há? Uma droga que, segundo a Organização Mundial de Saúde ceifa a existência de 3,3 milhões de vítimas, todos os anos no mundo.
Quanto vício, dor, sofrimentos e morte, as bebidas alcoólicas ainda haverão de provocar, até que consigamos banir das televisões os comerciais de bebidas alcoólicas, a exemplo do que foi feito com o cigarro? Vivenciamos hoje dias de grandes embates entre a Luz e as trevas; entre a Vida e a morte. E nesses tempos de luta, as crianças, os adolescentes e os jovens são sempre os mais atingidos, as primeiras vítimas.
A televisão nos mostra a cantora Ivete Sangalo, dizendo o seguinte: “Carnavalzão, merece um cervejão”; e a atriz Grazzi Massafera fazendo a apresentação da cerveja “devassa”, ambas com um sorriso prestes a explodir de alegria e satisfação. O que essas mensagens de tamanha apelação associada à bebida alcoólica, transmitem às crianças e aos adolescentes?
A devassidão moral que acomete a nossa sociedade faz tudo se resumir a ganhos financeiros. A promessa de paraísos artificiais; é a bebida da felicidade prometida para quem estiver disposto a beber e entorpecer os sentidos. A euforia prometida numa latinha ou garrafa de cerveja. Esses comerciais de cerveja representam o golpe mais duro e sujo contra a infância e a juventude. A exaltação dos prazeres alcoólicos, tão fácil quanto vazios e efêmeros. A propaganda nos mostra ainda uma criança a beber uma latinha de cerveja “Itaipava”. Se nada for feito, onde vamos parar?
Em virtude das campanhas publicitárias tão abusivas e persuasivas, hoje temos no Brasil a idade de 13 anos, em que se inicia o consumo de álcool, é o Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cobrid) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) que revelou o consumo de álcool por adolescentes, na faixa de 12 a 17 anos, que já atingiu 54 % dos entrevistados e desses, 17 % já apresentam dependência. Adolescentes que sofrerão pela existência afora, uma doença grave e incurável – a dependência química, e que fará toda a família sofrer.
A promessa do prazer infinito esconde a cruel realidade de um processo de desespero, de vício, de sofrimentos e de morte. As bebidas alcoólicas são a principal causa da violência doméstica no país. Cantoras, cantores e celebridades têm que compreender que ao promoverem o consumo de bebidas alcoólicas, por algumas vantagens financeiras estão disseminando o vício, os sofrimentos e a morte, e serão responsabilizados pela Lei Divina, por todos os males que tenham ocorrido por causa da propaganda estimuladora.
A menina Laura de apenas 8 anos, morreu na UTI depois de um acidente de carro ocorrido com um motorista bêbedo. Quantas  crianças mais teremos de enterrar, frustrando as esperanças de pais, até que consigamos banir os comerciais de cervejas?  É mais do que sabido que as bebidas alcoólicas representam hoje a porta de entrada para o consumo das drogas ilícitas...
Se as autoridades governamentais realmente estivessem preocupadas e dispostas a eliminar a epidemia de drogas e a combater as cracolândias que se alastram pelo país, a primeira e mais básica medida seria a proibição da publicidade de bebidas alcoólicas, a exemplo do que foi feito com o cigarro. Como poderemos pretender acabar com as drogas e as cracolândias, com uma porta de entrada tão convidativa que promovem os comerciais de cervejas? Acabar com esses comerciais é uma questão de segura pública, de civilidade e de humanidade...
As crianças de hoje são o bem mais preciosos de toda família e o futuro e a esperança do país amanhã, e nos posicionarmos e nos empenharmos pelo fim dos comerciais de bebidas alcoólicas, é o mínimo que podemos fazer para beneficiar essa juventude e criar  o bem estar no Brasil.
Que as palavras do Papa Francisco possam nos guiar nessa busca por um país e por um mundo mais saudável, feliz e cristão. No futuro essas crianças vão nos agradecer por querermos um Brasil melhor, sem álcool, sem viciados, sem violência, sem sofrimentos e sem mortes, causadas pelo uso consentido e danoso do álcool...
E, “quando lhe disserem, tome um pouco de álcool ou um pouco de droga”, lembre-se das palavras do Papa Francisco, e diga: - NÃO! 

Fonte:
Internet – Artigo: “Vida e Morte”
+ Modificações.

Jc.
São Luís, 2/11/2015
Refeito em 9/01/2019