terça-feira, 10 de abril de 2018

QUANDO OS FILHOS SAEM DE CASA





 
Depois que os filhos crescem e procuram seguir seu destino, muitos deles saem da casa dos seus pais, embora outros continuem, e muitos casais se deparam com um grande desafio de suas existências: o chamado “Ninho vazio.”  Essa situação pode até fazer com que o casal tenha a impressão de que eles nem se conhecem mais.
Um especialista em assuntos familiares, disse: “Eu já ajudei muitos casais que não faziam ideia de como podiam ficar unidos novamente. Depois que os filhos saíram de casa, parece que eles não têm mais nada para conversar ou compartilhar.” Muitos pais estão passando por esse problema e não sabem como agir, porque os filhos sempre foram a alegria, a esperanças e a prioridade do casal.
Como isso, o casal fica tão acostumado com as atenções e responsabilidades de pai e mãe que acabam se afastando um do outro; isso fica bem evidente quando os filhos saem de casa. Uma mãe declarou que “quando meus filhos estavam em casa nós ainda fazíamos algumas coisas juntos.” Mas, depois que os filhos se foram de casa, ela voltou a dizer: “Eu e meu marido passamos a ter prioridades diferentes.” Esse distanciamento deles, chegou ao ponto dela dizer para o esposo: “Parece que nós só estamos atrapalhando um ao outro.”
Um livro sobre assuntos familiares disse o seguinte: “Quando enfrentam essa situação, muitos têm a impressão de que estão casados com uma pessoa completamente diferente.” Nessa situação muitos casais ficam com a sensação de que eles têm pouca coisa em comum, e cada um passa a buscar os seus próprios interesses e não mais o do casal. O resultado disso é que eles parecem ser apenas conhecidos que moram juntos, e não um casal outrora harmonioso.
A boa notícia sobre o assunto é que vocês podem evitar esses problemas. Na verdade,  podem até gostar dessa nova fase em suas existências, e como ajudá-los a conseguir isso. Para início, devem aceitar a mudança, porquanto as Escrituras Sagradas dizem: “O novo ser humano deixará seu pai e sua mãe.” Quando os filhos moravam com os pais, o objetivo era treiná-los para lidar com os desafios da idade adulta. Se os pais olharem por esse lado, vão se sentir orgulhosos quando  saírem de casa, porque a missão de treiná-los foi cumprida.
É claro que os pais vão sempre ser pai e mãe dos seus filhos. Mas, agora eles cresceram e a função dos genitores não é mais de aconselhar, mas de supervisionar e ajudar dentro do possível, sem interferir.  Essa nova relação com seus filhos vai permitir que continuem bem achegados a eles. Ao mesmo tempo, vão conseguir dar mais tempo para eles mesmos. O mais aconselhável é  que o casal converse sobre o que cada um está sentindo nessa nova fase; escutem um ao outro com carinho e atenção e sejam sempre pacientes e compreensivos. Esse vácuo que os pais estão sentindo talvez demore um pouco, mas logo vocês se reaproximarão e esse esforço vale a pena, não só para vocês como também para os seus filhos, noras, genros e netos.
Certamente, levou algum tempo para aceitarem que tinha havido uma mudança. Porém, agora com mais tempo, comentem as qualidades que mais chamaram a atenção quando vocês se conheceram. Tentem lembrar como foi lidar com as dificuldades iniciais da existência em casal. Na verdade vocês podem ser muito felizes nessa nova fase. Conversem sobre as coisas que vocês gostariam de fazer ou que vocês poderiam realizar como passeios, viagens, visitas ao(s) filho(s) e netos, pois vocês se tornaram pessoas livres aptas a novas realizações.  Uma das maneiras de melhor aproveitar o tempo é ajudando outras pessoas e compartilhar suas experiências com elas. Para isso, existem muitas Entidades que necessitam de voluntários para algumas tarefas, e se engajando numa delas vão observar que o serviço vai fazer o tempo passar e a satisfação de ajudar o próximo, vai aproximá-los de Deus.
Essa é a fase em que devemos nos voltar para as realizações positivas a fim de adquirir merecimento e podermos ajudar a todos àqueles que necessitam de amparo e auxílio, tanto material como espiritual. Só assim, estaremos trabalhando pela nossa evolução espiritual como diletos filhos do Pai Celestial...
Fonte:
Revista “Despertai” nº 4
+  Acréscimos e modificações.

Jc.
São Luís, 22/11/2017

VITOR RONALDO DE SOUZA COSTA





 
Em 19 de setembro de 1943, nascia em Natal-RN, Vitor Ronaldo de Sousa Costa, filho de Lauro e de Adelina. Nascido em família espírita, sempre vivenciou a doutrina participando de reuniões mediúnicas e aprendia desde cedo á importância da caridade na vida de uma pessoa. Retornou ele para a espiritualidade em 21 de novembro de 2015, devido a um câncer de pâncreas diagnosticado apenas 20 dias antes.
Na infância dividida entre Natal e Recife, já mostrava inclinação pelo inexplicável. A sua mãe contava que, ainda pequeno, gostava de sentar-se à mesa, com papel e caneta na mão, dizendo que ia psicografar, e em posição bem compenetrada, escrevia: “Jesus é amor”; a mãe achava graça e dizia: - Muito bem! Ótima a sua mensagem!” E ele saia satisfeito pela sua tarefa espiritual.
Aos 14 anos, estava brincando na casa de um amigo, quando ouviu pelo rádio, a notícia da morte do seu pai, no momento em que este participava de um grupo que trabalhava por moradia para uma comunidade carente. Diante da orfandade paterna, tornou-se o “homem” da casa, começando a trabalhar muito cedo. Pensou em ser veterinário, geólogo e até ator! Mas a oportunidade de cuidar do próximo falou mais alto e ele optou pela medicina como seu caminho profissional.
Sua mãe, mulher forte e generosa foi a responsável pela sua moral espírita, e na luta do cotidiano para criar os filhos e viver a diretriz espírita, foi acometida por um câncer de mama que ela acolheu com serenidade e resignação. Ela dizia que só faleceria quando Vitor estivesse formado. E, de fato, veio ela a falecer no dia da sua colação de grau.
Dona Janete, companheira de 45 anos de matrimônio, sempre lhe apoiou nos trabalhos espirituais. Era ela quem oferecia o primeiro acolhimento àqueles que procuravam o consolo e tratamento espiritual. Eles tiveram quatro filhos que nunca deixaram de admirar a agradecer pela educação que receberam. Avô de cinco netos, o deixava ainda mais emotivo e carinhoso com as pessoas. Foi ele o grande responsável na família pela semeadura da fé, da caridade e do amor a Deus, aos que puderam usufruir da sua companhia com maior intimidade. Com seu jeito divertido era um entusiasta da vida.
Na medicina, como clínico geral, adotou a homeopatia como o restabelecimento da saúde das pessoas. E, na medicina da alma, por meio dos seus trabalhos mediúnicos, buscava oferecer alívio para os sofredores encarnados e desencarnados, sempre usando a filosofia do auxílio ao próximo e do perdão para a reforma íntima. Como médico militar foi morar em Porto Alegre, buscando resposta para aprimorar as terapias desobsessivas dos doentes psiquiátricos do Hospital Espírita. Foi quando conheceu o Dr. José Lacerda de Azevedo e se tornou o fiel companheiro dele, o mestre que o introduziu na desobsessão em casos complexos, utilizando-se da Apometria, e o ensinou como exercê-la. Ele chegou a escrever dois livros sobre a desobsessão por Apometria, sempre enfatizando a caridade no trato com as pessoas para o sucesso da terapia.
Posteriormente se radicou em Brasília e labutou na caridade desobsessiva  como dirigente mediúnico em várias casas espíritas, finalizando sua tarefa nos trabalhos mediúnicos do Grêmio Espírita Atualpa, casa que o acolheu com grande generosidade. Foram milhares de assistidos sem diferenciação de credo ou classe social. Foi doutrinador por mais de 40 anos de prática amorosa, algo que fazia com o maior prazer. Era disciplinado e estudante incansável da Doutrina Espírita, e dono de grande habilidade usava a palavra com muita propriedade e chegou a escrever 11 livros.
Combatia a ganância e o uso de técnicas espirituais para proveito financeiro e a medicina orientada aos procedimentos que colocava o lucro acima do paciente. Inspirado em Ivone Pereira, fazia um trabalho de irradiação de segunda a sexta-feira, realizado em sua casa, quando rogava a ajuda espiritual e auxiliava muitos assistidos, dedicando um dia para cada grupo: suicidas, drogados, cancerosos,  doentes psiquiátricos e obsidiados, sendo a sua principal ocupação depois que se aposentou como médico.
Vitor reconhecia suas imperfeições e lutava contra elas, buscando sempre seu aprimoramento espiritual. Como distração praticava o aeromodelismo, um convite a se sentir livre nos céus, e apreciava todo tipo de música. Adepto do vegetarianismo também não bebia álcool nem fumava. Gostava de usar bonés que protegiam sua calvície e brincava que quando desencarnasse iria pedir uma vasta cabeleira. Ele era pontual, alegre e divertido, um homem de bem que apreciava as coisas simples da vida e viveu com a beleza do amor de Cristo em seu coração.
Ele tinha convicção na continuação da vida e no amparo dos bons espíritos e ao receber o diagnóstico afirmou: “Eu estou pronto”  Não sucumbiu à revolta, à negação quando defrontado com a doença fatal, nem murmurou queixas. Dizia estar tudo bem e minimizava os incômodos dos cateteres e dos drenos, e diante da cirurgia, só manifestava confiança e gratidão aos enfermeiros e médicos. Sabia que ia desencarnar, mas minimizou a situação para que a família não sofresse. 
Para quem o conheceu, ficou a saudade da sua presença e a certeza de que Vitor Ronaldo de Sousa Costa foi um grande ser humano. Atualmente, no plano espiritual, reencontra seus entes queridos e todos aqueles que ele pode auxiliar durante mais de quatro décadas de trabalhos espirituais realizados com base no amor e na caridade.
Fazemos nossas as palavras que ele sempre encerrava as atividades mediúnicas:  “Que possamos nos sentir cada vez mais fortalecidos na prática do bem e do amor ao próximo”.
Fonte:
Jornal “Brasília Espírita” – 01-02/2016.

Jc.
São Luís, 13/2/2016

ENTREVISTA COM O SENADOR PEDRO SIMON





 
A revista “Isto É”, publica em seu nº 2520, uma entrevista feita com o ex-senador Pedro Simon, a respeito da prisão do cidadão Luiz Inácio da Silva, pela justiça brasileira. Ele que foi senador da república por 32 anos, participou de alguns capítulos da história do Brasil, diz que optou por não se candidatar mais, hoje com 88 anos e aposentado, deu essa entrevista a André Vargas.
Ele acredita como velho tribuno que foi, que podemos estar diante de um ponto de virada na construção de um consenso em substituição ao “toma lá dá cá” até então existente, e uma melhora nas instituições jurídicas do país.
Isto É: - Para onde vai o Brasil após o julgamento do STF?
Pedro Simon: - Deus estava do nosso lado. Se a decisão fosse inversa, seria criada uma situação incontrolável. A Lava Jato terminaria e os presos com bons advogados, seriam soltos e mantida a expectativa de que a impunidade garantiria o futuro de qualquer vigarista. Essa última sessão do STF vai ficar na história. Duas mulheres salvaram o Supremo da desonra total: A presidente Carmem Lúcia, que marcou para votar essa questão em vez daquela que o quarteto queria, e a ministra Rosa Weber, que deu o seu voto decisivo. Todos que tinham dúvidas descobriram que qualquer um pode ir para a cadeia. Esse é o início de uma perspectiva de que o Brasil pode mudar para melhor.
Isto É: - Antes a justiça era mais parcial?
Pedro Simon: - Sempre foi, até agora. Eu era guri em 1954, na morte de Getúlio. Fui para o enterro dele em São Borja. Quando terminou, não se apurou nada sobre o tal mar de lama da qual se falava. Depois, em 1964, derrubaram o Jango. Diziam que ele era o mais corrupto da história, que comprava uma fazenda por ano. A Igreja Católica foi para as ruas, defendendo Deus, a pátria e a família. Os militares ficaram 21 anos no poder, prenderam, mataram e nomearam cinco presidentes e não teve ninguém do governo de João Goulart que foi preso por corrupção. Não apuraram nada e não se falou mais nisso. Depois, eu fui ser coordenador do Movimento das Diretas Já, pelo PMDB.  Foi espetacular ver topo aquele povo nas ruas e o 
povo todo favorável. Resultado: Tancredo foi eleito, morreu e assumiu o Sarney. E não se apurou nada da ditadura. Por isso o Brasil é o país da impunidade. Jamais o STF botou empresário, deputado ou ministro na cadeia. Nossa corrupção não tem paralelo com os gangsteres de Chicago nem com a máfia italiana. Agora é preciso mudar; o mundo inteiro está nos olhando.
Isto É:-  O que permitiu haver tanta corrupção?
Pedro Simon: - Não foram os políticos nem gente do Poder Executivo que começaram. A corrupção nos governos de Lula começou com os maiores empresários, que se reuniram na hora em q     ue surgiram as novas grandes obras. O esquema era para facilitar os negócios. Uma empreiteira pegava uma obra no Rio, outra para São Paulo, uma terceira para o Nordeste. A partir daí, eles começaram a indicar os dirigentes das estatais. Quando o Lula diz que não foi ele que indicou, é capaz até de ser verdade. Mas não é tudo; esse pessoal foi colocado lá para participar do esquema. O Sarney, quando presidente era da tese do “É dando que se recebe”. Levou um monte de gente para o lado dele por causa das estatais e dos bancos.
Isto É: - Algo mudou desde então?
Pedro Simon: - O que mudou foi agora o Supremo Tribunal Federal, ao definir que condenado em segunda instância deve ir para a cadeia. Aquela votação de 7x4 é que mudou tudo. O que ocorreu depois é consequência. Na segunda votação, essa decisão foi mantida por 6x5, agora de novo. Por causa disso, ficarão presos, o ex-presidente da Câmara Federal (Eduardo Cunha), o ex-todo-poderoso ministro da Fazenda (Antônio Palocci), o ex chefe da Casa Civil (Zé Dirceu) e o milionário das empreiteiras (Marcelo Odebrecht). As celas estão cheias e, mais importante, há uma série de processos e investigações em apuração. Então, graças principalmente a Lava Jato, já não dá para se dizer que não há justiça no Brasil. O Lula finalmente foi preso, o Geddel (Vieira Lima) que tinha uma montanha de dinheiro em um apartamento, teve todos os direitos garantidos. O Maluf foi para a cadeia e hoje está fora. O problema está nos processos que permitem recursos sobre recursos, frustrando a população. Uma reforma das leis seria um segundo passo. Só que isso não pode ser feito agora.
Isto É: - O senhor acredita no “acordão” para salvar quem escapou até agora, como disse Romero Jucá?
Pedro Simon: - O que sei é o que todo mundo sabe. O “acordão” é tácito: Eles não precisam conversar entre si para chegar a isso. Ontem, dia 4, era isso que estava em vigor. Um ministro (Gilmar Mendes) veio de Portugal, antecipou o voto e foi embora. Por quê? Todos os partidos envolvidos estavam nessa jogada, como quando não votaram para processar o presidente Temer, assim como não prenderam o Aécio. Só que ontem deu errado o esquema para liquidar com a Lava Jato.
Isto É: -  A Lava Jato é um padrão para investigar a corrupção?
Pedro Simon: - Ela mudou o Brasil. Houve uma falha aqui ou acolá, como quando um procurador fez um espalhafato dando a entender que estava tudo acabado quando não conseguiram levar o Lula para depor na Federal. Foi um exagero. Eles agiram com rigor com todos. O PT se queixa, mas o MDB e o PSDB e outros estão na mesma situação. Agora há até a possibilidade de uma terceira denúncia contra o presidente. Não há o  que discutir sobre o desempenho da Procuradoria e da Justiça.
Isto É: - O que acha do Lula começar a cumprir pena já?
Pedro Simon: - Não estou muito preocupado se vai ser o Lula ou outro que vai para a cadeia. Não passa pela minha cabeça sequer que ele tenha que pagar e sofrer. O que interessa é o simbolismo da questão. Ele tem que ir para o resto ir atrás. Agora está todo mundo assustado. Alguns que ainda estão na fase de denúncia já sabem qual será seu destino.
Isto É: - Qual o resultado dessa situação?
Pedro Simon: - Quem sabe será possível fazer um governo sério com quem ficou de fora. Para tanto, teríamos que pensar no conjunto da sociedade e não apenas nos partidos. Quando fizemos o impeachment do Collor, tínhamos conosco a CNBB e os presidentes da ABI e da OAB, assim como gente de toda a sociedade. Hoje a Igreja Católica está quieta. Naquela época, tínhamos o cardeal D. Paulo Evaristo Arns, que era uma maravilha. Hoje não tem ninguém atuando de verdade.
Isto É: - O senhor imaginou que a Constituinte de 1988 produziria um texto que desse ao STF margem de interpretar a prisão em segunda instância?
Pedro Simon: - Na Constituinte, vivíamos ainda o fim das prisões, das torturas, da falta de liberdade e da inexistência de habeas-corpus. Foram mais de vinte anos. Na hora de criar a nova Constituição, não se falava em corrupção. O que entrou em jogo ali foram os direitos de defesa, in dubio pro réu,  quem manda é o povo, liberdade de expressão. Tem direito para todo mundo, deveres e obrigações, só para alguns. Foi um grande erro, mas algo justificável pelo clima de então.
Isto É: - o Congresso está com o presidente Temer?
Pedro Simon: - Há sempre grande perigo quando um presidente diz que precisa da maioria para governar. E com esse Congresso que está aí. Temer não tinha como escapar. É algo que já aconteceu antes. O Sarney quando presidente rompeu com o Ulysses e criou o bloco dele, o Centrão, junto com o Roberto Cardoso Alves do PMDB. Eles eram da tese do “é dando que se recebe”. Eu e outros acabamos de fora na hora que o partido chegou ao poder. Nós queríamos moralizar o País, só que Sarney levou um monte de gente para o lado dele por causa das estatais e dos bancos públicos.
Isto É: - Michel Temer deveria concorrer?
Pedro Simon: - Acho que não. O governo dele acabou. Ele está na mesma posição que o Sarney no fim do seu governo, quando ninguém queria o seu apoio. Só que o governo Temer tem aspectos positivos. Ele conteve a inflação e, aos poucos, o desemprego diminui. Acho que ele só fala em concorrer para continuar tendo alguma perspectiva de poder.
Isto É: - Em 2017, no escândalo da JBS, o senhor chegou a defender a renúncia de Temer.
Pedro Simon: - Se o Temer tivesse renunciado, teria assumido a presidente do Supremo (Carmem Lúcia), que certamente faria um governo acima do bem e do mal. Acho que ela levaria adiante as coisas que estão acontecendo.
Isto É: - No panorama atual, quem seriam os grandes candidatos à presidência?
Pedro Simon: - Hoje vejo o Jair Bolsonaro (PSL) crescendo, mas não acredito que ele possa fazer metade mais um dos votos no segundo turno. O Ciro Gomes (PDT) Foi bem no Ministério da Fazenda e no governo do Ceará. O problema está em seu gênio que é algo imprevisível se for para ele assumir uma presidência nas atuais circunstâncias. Marina Silva (Rede) é boa para isso que está aí. Ela escolheria um ministério de alto gabarito, como o Itamar fez após a saída do Collor. O problema dela está na troca de partido e não negocia, não dá para ninguém. O Álvaro Dias (Podemos) é um homem de bem, mas não sei se ele teria condições de ultrapassar as barreiras de seu partido. O Geraldo Alckmin (PSDB) Foi por três vezes governador de São Paulo. Já provou tudo que tinha que provar, mas acho que não está na linha de renovação que todo mundo está querendo. O PSDB foi muito atingido, visto as acusações contra o ex-governador (Aécio Neves) de Minas Gerais.
Isto É: - No passado, o senhor criticou duramente o PMDB. Agora, como MDB, seu partido apresenta condições de seguir no comando do executivo?
Pedro Simon: - Se analisarmos, nem o PSDB têm condições de governar hoje. Não surgiu alguém para fazer o entendimento político necessário. Daí vão buscar o dono da Riachuelo (Flávio Rocha) ou aquele rapaz da televisão (Luciano Huck), sem contar esse ex-capitão da direita (Bolsonaro). Onde fomos parar? Ninguém tem coragem de chamar para si essa missão.
Isto É: - O senhor pensa em voltar à política aos 88 anos?
Pedro Simon: - (Encerrando a entrevista, respondeu:) Essa foi uma boa piada.

Fonte:
Revista “Isto É” nº 2520.
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 10/4/2018