Desigualdade
das riquezas é um dos problemas que sempre se procurou em vão resolver,
considerando-se apenas a existência atual. A primeira questão que se apresenta
é esta: Por que todos os seres humanos
não são igualmente ricos? – Não o são por uma razão muito simples: É que eles não são igualmente inteligentes,
ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar.
Aliás, se a fortuna fosse igualmente repartida, daria a cada qual uma parte
mínima e insuficiente; que, supondo-se essa partilha feita, o equilíbrio
estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade da capacidade e das aptidões,
e supondo-se ainda, cada um tendo apenas do que viver, isso seria o
aniquilamento de todos os grandes e necessários empreendimentos e descobertas
que concorrem para o progresso e o bem estar da humanidade. Por outro lado,
cada pessoa possuindo o mesmo que os outros, não mais se sujeitaria a trabalhar
para ninguém e quem iria produzir os alimentos e tudo o mais que todos precisam?
A
fortuna é um poderoso meio de ação para o progresso e Deus não quer que ela fique
muito tempo improdutiva, razão porque a desloca sempre, porque cada um deve possuí-la para
experimentar o bom uso que dela deve fazer, sendo que cada um a possui a seu
turno: quem não a tem hoje, já a teve ou terá numa outra existência, e quem a
tem agora, poderá não tê-la mais amanhã. Porém, a verdadeira propriedade ou
posse o ser humano só possui, aquilo que deve levar deste mundo. O que ele
encontrou ao chegar, e o que deixa ao partir, somente se serve do uso durante a
sua permanência na Terra. O que possui ele então? – tudo aquilo que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos,
as qualidades morais, eis o que traz e o que leva e que não está no poder de ninguém
lhe tirar, e que lhe servirá mais ainda
no mundo espiritual.
A
riqueza que Deus permitiu ser acumulada deve ser utilizada para permitir a
outras pessoas o trabalho nobre, pois quem tem riqueza e não sabe ajudar o
próximo é pobre; quem guarda com avareza os dons que recebeu de Deus é pobre; quem
não sabe dar uma palavra de conforto ou um sorriso de encorajamento, é pobre,
quem só possui bens com egoísmo e ganância também é um pobre.
Não
se diga jamais que é pobre, porque as condições de liberdade, de saúde, da
visão, da audição, da fala, da locomoção
e outros dons são uma riqueza que temos e que muitos desejariam poder ter.
Experimente apenas fechar os olhos e finja ser cego. A pobreza não é a falta de
dinheiro: a pobreza verdadeira é a falta de compreensão. Todo aquele que
compreende a vida espiritual e a existência material, que sabe dizer uma
palavra de conforto, que sabe estender a mão ao que sofre, que ajuda com um
copo d’água ou com um pão é rico, muito rico de bondade.
Não
deseje o que pertença á outra pessoa e nem queira viver dependendo de outra
pessoa; tudo o que é seu, por direito divino, lhe há de chegar às suas mãos, na
hora oportuna. Procure trabalhar, confiante no Pai Celestial, e não fique ocioso
esperando que as pessoas ou governos tenham a obrigação de sustentá-lo e aos
seus familiares. Quem assim procede é um parasita que vive a sugar os recursos
do trabalho de outras pessoas e atrasando o progresso da Nação.
A
verdade é que muitos que vivem na indolência acham que os governos devem
sustentá-los por serem pobres, quando o certo é os que governam, criarem
condições para que cada pai ou mãe de família, tenha uma ocupação para
garantir-lhes as condições de uma existência normal. Certamente não somos
contra a assistência social para amparar aqueles que realmente são
necessitados, mas prometer bolsas e mais bolsas sem uma averiguação do
verdadeiro estado do cidadão beneficiado, isso é pura e simplesmente demagogia,
para não dizer compra de votos e deveria ser proibido.
Estamos
em época de eleições e os políticos ficam prometendo aos eleitores, ajudas e
bolsas de todos os tipos que imaginam na esperança de receberem os votos que os
elejam, e depois as promessas feitas se evaporam, e só vão ser novamente prometidas
nas próximas eleições. Como certos
brasileiros gostam de ser enganados pelos políticos “promessinhas”.
Enquanto
isso, as poucas verbas destinadas aos estados e municípios que são direcionadas
à Saúde e à Educação, para benefício de todos os cidadãos, não são fiscalizadas rigorosamente a aplicação
dos recursos, o que ocasiona serem desviadas para outras finalidades.
Fonte:
Livro “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”
Livreto “Minutos de
Sabedoria”
+ Acréscimos
Jc.
São Luís, 17/9/2018