domingo, 9 de novembro de 2014

JESUS, FAROL DA HUMANIDADE




 No transcurso dos ciclos das existências, as páginas do tempo revelaram situações e principalmente personagens que não apenas marcaram a história humana, mas transformaram-na, agindo como faróis a iluminar e apontar, com segurança, os rumos mais seguros na infinita trajetória de evolução. Seres humanos e personalidades diferenciadas sempre existiram em diversos campos do cultivo humano nas glebas do conhecimento, ciência, fé e transcendência. Graças a esses personagens, herdamos uns dos outros, e de nós mesmos no ir e vir das sucessivas romagens em mergulhos carnais, as mais belas realizações de crescimento e incorporação de valores em existências menos sofridas, mais harmoniosas e plenas.
Os expoentes que trouxeram suas colaborações, que se traduziram posteriormente em verdadeiros saltos na evolução de seus pares em suas épocas, enfrentaram, sem exceções, rejeições de todas as ordens em ações de extremadas violência, recebendo ainda o antagonismo da ignorância aferrada em mesquinhos e restritos interesses. Essas ações sempre foram motivos para as mais variadas ações de conflitos, traduzidos em guerras e crimes que imprimiram e ainda marcam com sangue e lágrimas, o solo do nosso querido globo terrestre.
A ideia transcendente de um poder absoluto, originário e sobre-humano que a tudo responde pela criação, sempre levou a todos os povos, desde os primeiros habitantes da raça humana, a buscá-lo de alguma forma nas mais variadas expressões de espiritualidade. O caráter espiritual e divino da criatura é a marca de Deus no ser humano, servindo-lhe de código seguro para as melhores resoluções na existência. Esta foi e é, sem dúvida, a essência da tarefa educativa dos seres missionários em jornadas constantes no planeta em todas as épocas: auxiliar a extrair do íntimo dos seres humanos seus potenciais divinos, traduzidos em conhecimentos e valores imperecíveis.
Entre todos os grandes guias e educadores que passaram pela Terra em todos os campos do conhecimento humano, um se destacou de forma absoluta pela grandeza de que é possuidor e de sua mensagem, de seu amor infinito a Deus e aos homens – Jesus. Este ser especial, Farol dos faróis, governa e guia o nosso planeta,
sinalizando aos navegantes da nau terrestre, os rumos seguros pelos mares tormentosos da convivência humana. Seu faixo de luz indestrutível e amoroso, agindo em nome do Pai, oferece a misericórdia infinita em suas ações que não principiaram na manjedoura singela e tão pouco terminaram no madeiro infamante, vistos pelo prisma restrito da ignorância dos seres humanos.
Nenhum dos grandes sábios e expoentes da humanidade se equipararam à superioridade do meigo Rabi da Galileia, que reduz a intensidade da sua própria luz, abrandando-a de tal forma a não ofuscar os seus irmãos terrenos e para que pudesse estar ao nosso lado sem nos humilhar. Singra nossa atmosfera terrestre como faixo luminoso que desce ao charco iluminando-o sem se contaminar. Reacende as esperanças de um novo ciclo de vida renovada para todos, desce na noite escura das trevas das iniquidades humanas para acender estrelas de novos valores nos corações dos homens.
Ofertou a todos os que o procuravam, a palavra franca e magnética que traduzia a Lei em sua feição pura, a verdade desconcertante aos iludidos pela possa efêmera dos bens perecíveis e temporais da matéria, tais como: o poder político, o poder financeiro, o poder religioso, todos revestidos pelas túnicas das vaidades, orgulhos e egoísmos humanos. Dirigiu-se particularmente aos corações sinceros que habitavam as cidades singelas da Galileia, Magdala, Dalmanuta, Cafarnaum;  comunidades essas humildes que existiam à beira do rio Jordão.  Nos muros velhos das cidades de Israel, iniciava, ali, a epopeia de amor mais bela de todas na história da humanidade. O Mestre caminha estabelecendo amigável convite para formação do seu círculo de discípulos mais próximos, buscando, inicialmente entre os pescadores do mar da Galileia, os pescadores das almas sedentas de renovação.
Ainda, nos dias atuais, há muita dificuldade em dimensionar a superioridade, a grandeza, a importância e a envergadura moral do Messias. O homem do mundo, acostumado a reverenciar a vitória estabelecida através da imposição, do jugo do mais forte ao mais fraco, daqueles que impunham o peso de seus exércitos e de suas demonstrações de superioridade evidenciadas nas construções de seus palácios, seus templos, de sua força e posição social, de títulos de nobreza que os distinguiam dos demais, não O compreendiam e ainda hoje, muitos não O compreendem.
Que homem era aquele que falava de um Reino de Deus tão feliz? Onde as dores encontrariam o lenitivo, onde todos sem exceção tinham o direito de penetrar, principalmente aqueles deserdados do mundo, os sofredores, os doentes, esquecidos e vilipendiados pela sociedade? Que espécie de líder era aquele que arrebatava a alma de quem ousava simplesmente cruzar o seu olhar? Que inspirava nos corações mais endurecidos, um misto de admiração e medo!  Que majestade oculta exalava de sua personalidade augusta que dominava todas as Leis, todas as ciências e que revelava aos homens, um Deus acessível, misericordioso, justo e, sobretudo, amoroso e de bondade infinita?
Como guia, Ele não estabeleceu divisão entre Si e o povo. Não participava do conforto dos palácios e dos tronos dos governantes, símbolos de autoridade máxima da época, ditando regras e impondo o seu cumprimento. Não, indicava apenas o caminho, mas ia lado a lado explicando e vivenciando suas máximas morais, a aplicação da lei de amor no dia a dia das pessoas. Viveu a existência simples como as pessoas, sem exaltação de sua personalidade superior, demonstrando que ninguém precisava sair do contexto em que se encontrava, para viver em sintonia com as Leis de Deus e cumprir a vontade do Pai.
Era em suma, o divino pastor por excelência, que por andar e viver junto ao seu rebanho, usando as palavras do Papa Francisco, tinha nas vestes “o cheiro de suas ovelhas”. Educador amoroso, em nenhum momento foi visto julgando a quem quer que fosse e respeitou a tal ponto a liberdade de pensamento, de arbítrio e ação do homem, que mesmo sabendo ser inocente, se submeteu à prisão injusta, ao julgamento arbitrário e vil, ao açoite, escárnios públicos e, por fim, ao calvário humilhante. Exemplificou sua mensagem de amor até o momento extremo, pedindo ao Pai que perdoasse a ignorância do ser humano.
Como farol da humanidade, segue, Ele, ao longo dos milênios, iluminando os caminhos e alertando-nos dos perigos escondidos nas mentes das perturbações humanas. Muitos já se orientam pelo farol luminoso que é a luz de Jesus, nos roteiros das jornadas terrenas e, conscientes, tornam-se por sua vez, lanternas às vezes fracas, outras vezes verdadeiros faróis com a missão de espalhar a luz de amor do Cristo por toda a Terra.
A felicidade experimentada em auxiliar os outros irmãos infelizes, que ainda permanecem na retaguarda, deve constituir incentivo maior para que a pessoa humana deixe, em definitivo, a posição de náufrago no mar tempestuoso e passe a ser um farol na escuridão das tormentas daqueles que anseiam pelo mínimo sinal de luz...

Fonte:
Jornal “Brasília Espírita” – 5 e 6/2014
Maurício Curi
+ Supressões e pequenas alterações.

Jc.
São Luís, 11/6/2014