quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

A MAGIA DO NATAL

   



   
Dentre as muitas tradições da Humanidade, em todas as épocas, comemoramos o Natal, em que festejamos o nascimento de Jesus.

Há dois mil anos atrás, na Judéia, na Palestina, na Galileia, e em outros lugares próximos, não se falava de outra coisa que não fosse à vinda do Messias, o Salvador da Humanidade. Por isso, judeus descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas para recebê-lo. As profecias eram lidas e comentadas, e, preparados com devotamento, tecidos, tapetes; perfumes raros eram trazidos de outros lugares. Palácios eram reconstruídos, pomares eram cuidados e animais eram tratados para serem sacrificados no grande banquete.

O Enviado Celeste desce ao mundo na pequenina cidade de Belém e pequena manjedoura serve-lhe de berço. Nem príncipes, nem doutores, nem sábios nem os grandes lhe assistem a chegada. Apenas humildes pastores em peles surradas, camponeses simples e pobres mulheres se achegam a Ele. Por terem os pastores, visto a estrela que os guiou e ouvindo as vozes do Céu que diziam: “Glórias a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade entre os homens”, eles se achegaram até a manjedoura.  Jesus, com o povo inicia uma nova era de progresso... Mateus, em seu Evangelho, diz que tendo nascido o Messias, guiados pela estrela vieram do Oriente três magos para adorá-lo e o presentearam com Ouro, Incenso (resina perfumada que se queima) e Mirra (resina perfumada medicinal).

Avancemos até o século IV (400 anos depois). O Imperador Constantino, ao ter a visão de uma cruz e a inscrição: “In Hoc Signus Vinci”, e ao colocar a cruz e a inscrição em seu estandarte, vence o exército inimigo. Julgando que Jesus o ajudara, resolve adotar a crença cristã como mais uma religião oficial, onde o culto aos deuses do Olimpo continuavam, sendo Júpiter o deus dos deuses, seguido de Hermes, Ceres, Afrodite e outros deuses menores...

Avancemos mais um pouco até o século VI (600 anos depois). Nesse tempo o papa Gregório decide que Jesus deveria ter uma data para comemoração de seu nascimento. Mas, que dia seria esse?  Ninguém sabia!  - Alguns diziam que Jesus nascera no ano 750 depois da Fundação de Roma; outros afirmavam que tinha sido na época do recenseamento, porém não sabiam precisar. Muitas outras datas foram citadas e eram todas contraditórias. O que fazer? O papa Gregório então decide: O nascimento de Jesus seria na data em que na Europa e no Oriente, se comemorava a entrada do inverno que se iniciava em 22 de dezembro. Como em Roma era realizada no dia 25 de dezembro, a procissão ao deus Júpiter, que durava vários dias ficando o povo a comer e beber, louvando o deus Júpiter, o papa decidiu então que nessa data também fosse comemorado o nascimento de Jesus, para agradar aos romanos pagãos e aos cristãos.

Eis porque o Natal de hoje, para muitas pessoas que se dizem “cristãos”, continua sendo uma festa pagã, em que as barrigas se enchem de comidas e de bebidas alcoólicas, trocam-se votos de felicidade e presentes, mas o aniversariante que é Jesus fica esquecido, porque na verdade, para muitos, a festa não é de sentimento e agradecimento pela sua vinda de Jesus a Terra, mas apenas uma versão atualizada da festa dos romanos, apresentando ainda a figura grotesca do papai noel criada para promover o consumismo e enganar as crianças fazendo-as esquecer Jesus, o benfeitor da Humanidade.

Avancemos agora até o século XII (1200 anos), na mesma Itália na comunidade de Lácio.  Francisco havia completado 42 anos, mas parecia ter muito mais idade. Sua existência de sacrifícios, privações e dificuldades, voltada para os seus semelhantes, havia deixado marcas em seu rosto e dores pelo corpo. Seu Espírito, entretanto, tinha um desejo e sua preocupação naqueles dias era como aproximar-se das pessoas que não saiam de suas casas em virtude do frio, e passavam o Natal sem uma noção clara do seu significado. Eram pessoas simples que preferiam não se esforçar para entender a sua fé. Seus companheiros, frades, estavam sempre em andanças pela região, sempre procurando levar o Evangelho de Jesus aos camponeses, em virtude das distorções que os teológicos medievais haviam disseminados. Lembrava Francisco de seus primeiros Natais; seu pai trazendo presentes caros e farta comida, parecendo não se lembrarem de que a festa celebrava o nascimento de Jesus! Sua memória lhe trazia as imagens descritas pela mãe e, passados tantos anos, continuava a lembrar de cada personagem do estábulo onde nascera Jesus, que havia gravado na sua imaginação infantil.  

De repente, o passado e o presente se uniram e Francisco vislumbrou a resposta para a questão de como se aproximar das pessoas. Eufórico, chamou seu companheiro, Frei Leão e, repetindo cada palavra materna, foi descrevendo ao amigo a cena do nascimento de Jesus. Era isso que precisava: criar uma imagem que reproduzisse o nascimento de Jesus. Todos, enfim, poderiam entender a posição de Jesus, o desvelo de Maria, a proteção de José, os Magos, a presença dos pastores, dos animais, e que ficariam à mostra, o tempo necessário para os fieis. Frei Leão disse a Francisco que não sabia onde encontrar esses bonecos. Chamado Frei Gil, este disse que não daria certo e foi deitar. Frei Leão, cansado, despediu-se de Francisco e também foi embora.

Mas Francisco de Assis ficou pensando em sua idéia e, de repente, foi como se tivesse sido transportado até onde estava sua mãe. Maria Picallini olhava para ele e contava a história do nascimento de Jesus. Na medida em que ela descrevia um personagem, ele modelava a figura em argila... Assim ele foi criando várias figuras representadas no Natal. Ao amanhecer, Francisco tinha diante de si o mais expressivo painel pedagógico já criado, para enaltecer o nascimento do Mestre Amado. Ali estavam todos os personagens que compunham a mística histórica, e não havia dúvidas, toda a população do Lácio iria ficar enternecida e entender o espírito do Natal.

Os frades, quando vieram dar a saudação matinal a Francisco, ficaram admirados com aquele painel tridimensional e Frei Leão, chamou a representação de “presépio”, lembrando a língua materna de Jesus. O povo, no serviço religioso foi convidado para ir até o local onde o painel estava montado. Foi um sucesso, os frades se revezavam explicando o significado da vinda de Jesus, aos diferentes grupos convidados que silenciosos e atentos estavam emocionados. ... Era o ano de 1223, e Francisco não ficaria muito mais tempo na existência terrena. Se ele não fosse lembrado na história do Cristianismo, por sua grande contribuição na construção do amor entre os seres humanos, teria seu lugar garantido na lembrança de todos, pelo único momento, naquela época de tanta ignorância, em que Jesus verdadeiramente havia nascido, trazendo sua mensagem de simplicidade, humildade e amor. . .

Assim, devemos fazer uma reformulação nas comemorações do nosso Natal. De forma alguma devemos imitar as comemorações pagãs voltadas somente para os comes e bebes e as trocas de presentes, se nos consideramos realmente cristãos. A nossa comemoração deve ser uma festa de sentimento, de fraternidade, de amor para com nossos semelhantes, tanto nas nossas reuniões, como em família; troquemos votos de paz, felicidade, porém não nos esqueçamos de elevar nossas preces a Deus e a Jesus, pedindo que nos ajude e aos nossos irmãos, nas nossas imperfeições e nos auxilie no nosso desejo de evolução espiritual. Devemos repartir com nosso irmão ou irmã necessitada, nossa alegria, nossa esperança, nossa amizade e também um pouco do nosso pão. Com essa atitude, o Natal do Mestre Amado estará sendo sempre lembrado em todos os dias da nossa existência. . .

NATAL TODO  DIA
Um clima de sonho se espalha no ar,         
Pessoas se olham com brilho no olhar,      
A gente já sente chegando o Natal,              
É tempo de Amor, todo mundo é igual!       

Os velhos amigos, irão se abraçar,
E os desconhecidos, irão se falar,
E quem for criança, vai olhar ao léu,
Fazendo um pedido do Papai do Céu.

Se a gente é capaz de espalhar a alegria,  
Se a gente é capaz de toda essa magia,     
Eu tenho certeza que a gente podia,            
Fazer com que fosse Natal todo dia...          

Um jeito mais manso de ser e falar,                 
Mais calma, mais tempo pra gente se dar,      
Me diz por que só no Natal é assim?              
Que bom se ele nunca tivesse mais fim...       

Se a gente é capaz de espalhar alegria,
Se a gente é capaz de toda essa magia,
Eu tenho certeza de que a gente podia,
Fazer com que fosse Natal todo dia...

Que o Natal comece no seu coração,
Que seja pra todos sem distinção,
Um sorriso, um abraço, o que assim for,
O melhor presente é sempre o Amor!...

Se a gente é capaz de espalhar a alegria,      
Se a gente é capaz de toda essa magia,        
Eu tenho certeza que a gente podia,           
Fazer com que fosse Natal todo dia...          

Fazer com que fosse... Natal todo dia!...   

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        Fonte:  Messenger - Internet                          
Produzido por João Vitor                             
Letra e música (Roupa Nova)                      
Escolhidas por Barbara Rayssa.                           


Desejando saber como adultos e crianças pensam sobre essa festividade, façamos uma pesquisa sobre o que representa as comemorações do Natal:

Que nome tomou o Messias, aqui na Terra? 
Em que cidade Ele nasceu?
Quem eram os seus pais? 
Pessoas importantes lhe visitaram;  Quem?
Em que palácio Ele nasceu?  
O que ouviram do Céu, os pastores?  -   
Por que nos reunimos hoje?  
Como devemos comemorar o Natal?

Muitas delas com certeza não saberão responder, ou dirão que o aniversariante é “papai noel”, o símbolo criado para o comércio e o consumismo das coisas.

Eu, seguindo a tradição da minha querida mãe, monto todos os anos, um “presépio” em nosso lar, como uma singela homenagem ao Espírito mais perfeito que veio a Terra, nos trazer uma mensagem de humildade, fraternidade, caridade e amor... Finalizando este artigo, desejo um FELIZ NATAL com muita Paz, Harmonia e Saúde para todos os meus irmãos e irmãs em Humanidade, e seus entes queridos, e que o NOVO ANO lhes possam trazer bênçãos de realizações positivas...

Fonte:
Boletim do “SEI”
+ Acréscimos diversos

Jc.
São Luís, 6/12/2010
Atualizado em 20/12/2018

O CULTO DO EVANGELHO NO LAR





 
Joanna de Ângelis descreve os benefícios do Culto do Evangelho no Lar, na obra “Messe de Amor”, dizendo: “Dedica uma noite da semana, ao Culto do Evangelho, a fim de que Jesus possa estar em tua casa. Prepara a mesa e coloca sobre ela um copo com água; abre o Evangelho e estuda a mensagem e ora para que Jesus venha visitá-los. Quando a família ora e os corações se unem em fé, o equilíbrio oferta consolo e a paz derrama saúde para todos, e a rua recebe os benefícios da comunhão com o Alto”.            

A reunião dos familiares para o Culto do Evangelho no Lar tem as seguintes . . .

FINALIDADES  (*)

1º-  Evangelizar a família;
2º-  Unir a família proporcionando-lhes paz;
3º-  Estudar em família as diretrizes do Evangelho;
4º- Proporcionar momentos de diálogo e  reflexão sobre  os  problemas  que afligem  o  ser  humano, à luz dos ensinamentos Cristãos;
5º-  Cultivar o hábito salutar da oração em família;
6º- Higienizar o lar através  de  pensamentos  e  sentimentos elevados, criando  um  padrão vibratório de harmonia;
7º- Auxiliar a família a enfrentar e superar as dificuldades materiais e espirituais, mantendo á fé e a esperança pela Oração e a Vigilância;
8º-  O  berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma.

O Mestre disse:  “Onde estiverem em meu nome, duas ou mais pessoas reunidas, aí eu estarei presente”.


PROCEDIMENTOS        

Escolhe-se um dia na semana e uma hora em que seja possível a presença dos familiares, observando-se com rigor o dia e o horário que deverá ser de ½ á 1 hora a reunião, com constância e pontualidade, para facilitar a assistência espiritual.
A direção do Culto do Evangelho no Lar caberá a um dos cônjuges ou a pessoa que disponha de maiores conhecimentos doutrinários.
Antes do início da reunião, prepara-se o local, colocando sobre a mesa, o Evangelho de Jesus e outros livros, e um copo com água, para ser beneficiada pelos Benfeitores Espirituais, em nome de Jesus.

ROTEIRO PARA O CULTO

1- Leitura dos itens de (Finalidades) (*)
2- Prece inicial
3- Leitura de uma mensagem ou de um trecho de um livro
4- Leitura, estudo e comentário do Evangelho de Jesus
5- Prece final de encerramento.

OBSERVAÇÕES

1.1- A leitura inicial tem por objetivo preparar o ambiente e proporcionar o
equilíbrio emocional, a fim de facilitar melhor o aproveitamento das lições apresentadas;

1.2- A prece  inicial   deve   ser   em   tom  de  voz  audível  a  todos  os   presentes,   de   forma   simples   e espontânea, que deverá ser acompanhada pelos demais, mentalmente em silêncio. Na prece pode-se pedir o amparo de Deus, para os necessitados e sofredores do corpo e da alma, para  o lar onde o Evangelho está sendo estudado, os presentes, os parentes e amigos, seus lares, pela Paz na Terra e por toda a humanidade, constituída de encarnados e desencarnados;

1.3- Leitura de uma mensagem ou de um trecho de um livro que trate de temas morais ou evangélicos;

1.4- O estudo do Evangelho deve ser feito em  seqüência  para o conhecimento  gradual  e ordenado dos ensinamentos  que o livro contém. Poderá ser feito comentários sobre o trecho lido,  buscando-se a necessidade da sua aplicação no dia-a-dia;


1.5- A prece de encerramento será feita por um dos presentes, agradecendo  as  bênçãos recebidas  no Culto do Evangelho  no  Lar, pela  Paz, pelo dia,  pelas lições e ainda pedindo a fluidificação da água que está sobre a mesa, pelos Protetores Espirituais, presentes a reunião.

Finaliza-se a prece, encerrando-se a reunião com as palavras: “Assim seja, se for da vontade de Deus e do nosso merecimento”.

Após o encerramento da reunião, todos devem beber um pouco da água fluidificada.

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 PRECE  DOMINICAL  (PAI NOSSO)                                                                                                                  
 

Pai nosso que estás em todo o Infinito e também no nosso íntimo,
Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o Vosso reino de Paz e Amor,
Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Universo.

O pão nosso, de cada dia,
Nos daí hoje, amanhã e sempre que merecermos;
Perdoa Bom Pai, as nossas dívidas, nos possibilitando resgatá-las,
E nos dai forças para também perdoar aos nossos devedores,
Não nos deixeis cair nas tentações das nossas próprias inferioridades,                                                                                                                                                                                    
E livra-nos do mal que ainda existe em nós mesmos, pois sois todo Poder, Bondade, Amor, Justiça e Misericórdia;

Assim seja, Senhor, se for da Vossa Vontade e do nosso merecimento.

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 PRECE  DE  FRANCISCO  DE  ASSIS       

SENHOR,
Fazei-me instrumento de Vossa Paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver a injúria, que eu leve o perdão;
Onde houver a dúvida que eu leve a fé;
Onde houver desespero que eu leve a esperança;
Onde houver trevas que eu leve a luz;
Onde houver tristeza que eu leve a alegria.
OH! Mestre, permiti que eu procure mais consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Porque é dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

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PRECE  DE  CÁRITAS

Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, daí a força àquele que passa pela provação; daí luz àquele que procura a verdade, ponha no coração do homem a compaixão e a caridade.

Deus daí ao viajou a estrela-guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso. Pai, daí ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai. Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem.

Que a Vossa bondade permita aos Espíritos Consoladores derramarem por toda parte a Paz, a Esperança e a Fé. Deus, um raio, uma faísca do vosso Amor pode abrasar a terra. Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até vós como um grito de reconhecimento e amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Poder... oh! Bondade...  oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a vossa misericórdia. Deus nos dê a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós. Nos dê a caridade pura; nos dê a fé e a razão; nos dê a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde deve refletira vossa santa e misericordiosa imagem...

OBS:
Esta prece foi ditada pelo Espírito de Cáritas,
para a médium Mme. W. Krell, em 25/12/l873

Atenção:
Uma destas orações, devemos fazer todos os dias ao levantar, agradecendo por mais um dia de existência para o exercício do bem, e ao deitar, pelo dia que passou cheio de bênçãos, de resgates, de paz, de harmonia e de saúde.

                                 
RETRATO  DE  JESUS

“Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existe nos nossos tempos, um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é proclamado com o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o veem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.

Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.  A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que  surpreende é que resplandecem no seu rosto como raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplandece, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.

Diz-se que nunca ninguém o viu sorrir, mas antes, chorar. Tem os braços e as mãos muitos belos; na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua Mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais, visto por estas partes uma mulher tão bela, porém se a Majestade Tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.

De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram. Dizem que esse tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.

Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido.

Vale da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo... Públio Lêntulo, presidente da Judéia”.
L’indizione sétima, luna seconda”.

OBS:  (Este documento foi encontrado no arquivo do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, onde se faz o retrato físico e moral de Jesus, foi mandada de Jerusalém ao Imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.)



Jc.

São Luís, 24/7/2009
Refeito em 18/11/2018