sexta-feira, 20 de abril de 2018

GUERRA PELO FUTURO





 
“Esse Brasil de Lula é o país da impunidade – onde se quer assegurar aos poderosos o direito de cometer crimes e não cumprir penas.”  “O Brasil é o país da mentira do “avanço social” do “resgate do pobre” e de outras invenções dos governos Lula e Dilma, que brigaram para sobreviver.”
O Supremo Tribunal Federal, por um triz, acaba de tirar o Brasil de uma descida perigosa, talvez fatal, em direção à desordem imediata. Já não existe aqui há muito tempo um regime que preencha boa parte ou talvez a maioria, dos requisitos necessários para merecer a classificação de “democracia”. O ex-presidente Lula, com o apoio em peso de tudo o que existe de mais potente na corrupção brasileira, quis um “salve” do STF para invalidar todas as decisões da Justiça que o condenaram até agora. Ele quis receber, oficialmente, um certificado de indulto. Quase levou. Naturalmente, vai continuar tentando, incentivado pela presença na Suprema Corte de alguns ministros que militam abertamente em favor dele e da impunidade.
Na verdade o que esteve realmente em jogo no STF foi o desfecho de mais um confronto na guerra aberta que existe hoje para controlar o Brasil. É algo maior do que Lula, ou mais que uma pura e simples questão de justiça – a punição, como manda a lei, dos crimes  de corrupção e lavagem de dinheiro pelos quais ele foi condenado a doze anos  de cadeia nos dois níveis do Judiciário que o julgaram até o momento. A questão é a verdadeira disputa, em toda essa história, sempre para decidir se continuará a mandar no país, e a mandar na vida dos cidadãos, o sistema que está mandando até hoje.
Trata-se de uma vasta federação de gangues partidárias, empreiteiras de obras públicas, altos burocratas do Estado, empresas que recebem favores do governo e mais toda uma multidão de parasitas que, de uma forma ou de outra, vive à custa dos impostos que você paga dia e noite, e vai pagar até morrer. Essa gente está destruindo o estado de direito democrático do Brasil – quer dividir o país em duas categorias de cidadãos; os que são obrigadas a cumprir a lei e os que estão autorizados a não respeitar lei alguma. É no fim das contas, os aproveitadores do Tesouro Nacional.
Esse Brasil do Lula, que hoje está em guerra para sobreviver, é muitas coisas ao mesmo tempo. É em primeiro lugar, o país da impunidade – onde se quer assegurar ao rico e ao poderoso, que dispõem de dinheiro ilimitado para pagar advogados caríssimos, o direito de cometer crimes e não cumprir, pura e simplesmente, as penas a que foram condenados. O princípio jurídico pelo qual têm lutado com tanta ferocidade ministros do STF, e bandidos de bolsos cheios e escritórios cinco-estrelas de advocacia penal é o seguinte: qualquer criminoso bem apoiado por defensores espertos, mesmo um assassino de crianças, só poderá receber punição se for condenado na “quarta instância”. Isso quer dizer, segundo eles, que é preciso condenar o sujeito, quatro vezes seguidas, o que só pode acontecer durante anos a fio, para que ele pague pelo crime que cometeu. Uma aberração como essa não existe, pura e simplesmente, em nenhum país civilizado do mundo. Em outro qualquer país um condenado como Lula vai para a cadeia e pronto.
É claro que esse “princípio legal” é apenas uma trapaça para não punir o delito – mesmo porque, depois de anos e anos à espera de uma decisão,  o crime “prescreve”, ou deixa de ser delito. Alguns ministros da STF ainda insultam a população que lhes paga o salário (benefícios) dizendo que a liberdade até a “quarta instância”, é um direito de todos os brasileiros. Isso é uma mentira grosseira. Quem tem dinheiro para sustentar anos de processo na Justiça? A “presunção de inocência” é coisa privativa de milionário. Hoje mais de 300 mil brasileiros presos em regime “provisórios”, nada de “instâncias”, nem embargos, nem agravos, nem outras tramoias judiciárias para eles. Os ministros pro-Lula, obviamente, querem que todos eles se lixem. O único interesse deles, foi salvar a impunidade que goza a elite brasileira da qual  Lula é hoje o senhor número um.
O Brasil do Lula é um Brasil sem a Lava Jato – a operação judicial que pela primeira vez em toda a história do Brasil,  processou, condenou e prendeu dezenas de marginais de primeiríssima potência. São donos de empreiteiras, chefes das diretorias da Petrobrás e outras estatais, altos executivos de empresas, políticos ladrões, chefes de partidos e toda a subespécie de delinquentes que vêm da mesma sarjeta. A principal atividade deles é roubar o Estado, ou seja, roubar os
Impostos que todos nós pagamos ás vezes com sacrifícios, sendo que muitos deles confessaram seus crimes. Mas é claro que ele não está sozinho: sua impunidade ajudaria também a impunidade de uma multidão de outros foras da lei.
Os cúmplices de Lula, os serviçais e os simples devotos dele, muitos ignorantes, por sua vez afirmam que sua condenação não tem nada a ver com o fato de que, segundo decidiu legalmente a Justiça brasileira, ele é um ladrão, culpado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo eles, a condenação foi por “ele ser o maior líder de esquerda do mundo, e que o capitalismo não ia deixar ele continuar a “salvar”  o povo  pobre do Brasil”. E a roubalheira imensa na Petrobrás, nos fundos de pensões, nos bancos e no BNDES? E os seus “companheiros” e sócios que confessaram os próprios crimes de corrupção? E os bilhões em dinheiro roubados que foram devolvidos? Não tem a ver com ele?
Neste país nenhuma obra pública é feita levando em conta o interesse do público: Ou a função é beneficiar o construtor e os seus cúmplices nos governos, ou então a obra não é construída. O Brasil da mentira, o país do “avanço social” do “resgate dos pobres” e de outras invenções dos governos Lula e Dilma, enquanto eles delapidaram o patrimônio do País.  Até hoje não se sabe de nenhum rico que tenha ficado pobre em qualquer desses dois governos. Ao contrário, temos mais 150 mil milionários (em dólares) agora no Brasil, segundo as contas e nenhum outro país da América Latina tem tantos. Quem ganhou tanto dinheiro no país das “conquistas sociais”? Aí vai: Marcelo Odebrecht, o empreiteiro-modelo de Lula, ou o miserável que recebe o Bolsa Família? Joesley Batista ou o pobre coitado da fila de ônibus? Quem se deu melhor, por causa dos feitos do ex-presidente dos pobres, o que passou a ter uma geladeira ou os que compraram jatinhos e viajaram para a Europa, ás custas do nosso imposto? O trabalhador brasileiro ou Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e tantos outros aliados íntimos do complexo Lula-PT?
A decisão do STF não faz desaparecer esse Brasil do mal, mas pôs uma barreira, sem dúvida, ao avanço de todos os que querem, através da desmoralização aberta da lei, impedir que este país se torne uma democracia de verdade. . .
Fonte:
Revista “Veja” edição especial – 11/4/2018
Artigo de J. R. Guzzo
+ Acréscimos e supressão

Jc.
São Luís, 20/4/2018

O SONO E O MANUAL DO USUÁRIO





 
Não há uma atividade que tome mais tempo de nossa existência do que dormir. Essencial para ter a saúde em dia, o descanso é ignorado em decorrência dos compromissos profissionais e sociais. Entenda as consequências dessa privação e o que você pode e deve fazer para ter o repouso necessário e noites bem dormidas.
Como a idade influencia e as particularidades do sono em cada faixa etária.
Crianças - Recém-nascidos chegam a dormir até 80% do dia. Na infância, o repouso no colchão dura por volta de 10 a 11 horas.
Adolescentes - A noite é o período em que o corpo cresce e se desenvolve. Pela ação dos hormônios, existe uma tendência de adormecer e acordar mais tarde.
Adultos -  A necessidade diária  varia de acordo com cada um – a maioria fica entre 7 e 9 horas. O trabalho e as preocupações costumam prejudicar o descanso noturno.
Idosos -  Com o avanço dos anos, os idosos dormem menos e acordam mais cedo. O sono fica mais fragmentado, daí o costume de tirar uma soneca á tarde.
Agora, misture doses generosas de estresse, preocupação e ansiedade típicas das cidades grandes; acrescente altas taxas de obesidade e uma crise financeira; adicione ainda porções de sons de aparelhos eletrônicos. Pronto, eis a receita de um problemão que assombra o Brasil e o mundo:  as pessoas não conseguem dormir bem, acordam cansadas pois não conseguiram relaxar na noite anterior. A ciência já comprovou que a qualidade do descanso noturno vai de mal a pior. Em 2007, o médico Sérgio Tufik, diretor do Instituto do Sono, em São Paulo, levou mais de mil voluntários para seu laboratório, onde realizou uma batelada de exames. Com os laudos nas mãos, ele descobriu que um terço das pessoas tinha apneia do sono, distúrbios marcados por roncos e pela interrupção do fluxo respiratório na madrugada, e 32% sofriam de insônia.
Mas calma que a coisa vai piorar. Em 2017, o especialista reavaliou o mesmo grupo de voluntários e se deparou com uma queda geral dos índices de saúde. “Para termos uma ideia, 62% não apresentavam apneia há dez anos. Hoje esse número se reduziu para 31%. Aqueles que possuíam o problema em estágio moderado
passaram de 7 para 19%. Tudo  isso  em  apenas  uma  década.  As apneias do sono são:
Definição – Trata-se da obstrução total ou parcial do fluxo de ar na garganta enquanto se dorme o que não deixa o sono ser reparador. É a dificuldade de pegar no sono e há aqueles que despertam  antes da hora.
Sintomas – Quem dorme ao lado é acordado frequentemente pelos roncos. A pessoa sente cansaço e sonolência de dia. Cansaço extremo, falta de foco, irritabilidade, lentidão e dor de cabeça no corpo por vários dias.
Causas -  O principal fator  é a obesidade. O excesso de peso faz a língua ficar maior e mais pesada – daí ela cai em direção à faringe e fecha a passagem do oxigênio. A condição pode estar relacionada a maus hábitos no período noturno ou transtornos de ansiedade.
Riscos -  Vários estudos comprovam a relação da apneia com a maior propensão a problemas cardiovasculares e neurológicos. A pouca concentração causa acidentes no trabalho ou nas vias públicas. A insônia pode levar a doenças respiratórias e cardíacas.
Diagnóstico -  Feito pela polis sonografia. É preciso ficar a noite no laboratório com equipamentos que medem diversos parâmetros. O médico, por meio de um questionário simples flagra essa encrenca na consulta. Em alguns casos é preciso recorrer a polis sonografia.
Tratamento -  O CPAP, um aparelho que joga uma corrente de ar pela boca é o principal. Mas há casos que pedem de aparelhos bucais a cirurgias. A terapia cognitivo-comportamental ajuda a pessoa  a organizar seus hábitos. Remédios podem ser indicados.
A seguir, vão alguns conselhos se você quiser dormir melhor.
  Não leve as preocupações para a cama. Anote todos os afazeres do dia seguinte num caderninho – e durma bem!
  Tenha um travesseiro que se encaixe bem entre a cabeça e o ombro para lhe dar conforto durante a noite.
  Só vá para a cama quando sentir que está com sono. A pior coisa é ficar revirando na cama de um lado para o outro por horas.
  Se você acorda mais tarde, instale uma cortina que tampe a claridade exterior para não ser despertado.
  Gosta de ler à noite? Faça essa atividade numa boa poltrona. Assim você já vai se preparando aos poucos para dormir.
  Outra tática que dá resultado é tomar um banho de água morna a fim de se relaxar, minutos antes de ir para a cama.
  Se você não tem problema com o açúcar, tome um pouco de água açucarada antes de ir dormir e acorde no dia seguinte.
  Se quiser ver algum programa de TV, fuja de coisas tensas ou assustadoras, dando preferência por coisas leves e divertidas.
  Exagerar no tempo de dormir também é prejudicial. Segundo pesquisas, quem ultrapassa sempre 10 horas deitado, tem uma mortalidade 38% maior devido a doenças do coração, explica a biomédica Lenise Jihe Kim.
10º  No Brasil, as escolas começam as aulas cedo demais. “Às 7 horas da manhã os alunos não estão aptos a aprender novas informações”, atesta o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná.
11°  Carro e sonolência não combinam. Mais de 50% dos desastres automobilísticos são devidos ao cansaço de uma noite mal dormida, diz a biomédica Mônica  Anderson, da Universidade de São Paulo.
12  Se você já pôs em prática algumas dessas dicas e mesmo assim não consegue dormir bem, procure fazer uma avaliação com um médico, para resolver seu problema de não dormir bem.

Fonte:
Revista “Saúde é Vital” – 10/2017
+ Alguns acréssimos

Jc.
São Luís, 26/10/2017

NOSSOS MEDOS




 
Classificamos o medo como um dos piores inimigos do ser humano, por alojar-se na alma, atacando as energias mais profundas. Segundo a Enciclopédia Larousse Cultural, por definição: medo é o sentimento de inquietação, de apreensão em face de um perigo real ou imaginário. A palavra medo se relaciona também com receio, temor, horror, pavor e pânico. Vejamos como se expressou sobre o medo, o filósofo inglês Thomas Hobbes, há muito tempo discutido nos meios da psicologia: “O medo é um sentimento que nos inspira sermos afetados por um mal real, de um mal que conhecemos pela experiência.”

Nós, espíritas, bem sabemos que além dos “males reais”, visíveis, tangíveis, existem também os medos invisíveis, intangíveis, que são provocados pelas obsessões. De início, se analisarmos desde quando o ser humano tem medo, certamente chegaríamos a idade da pedra lascada, com nosso ancestrais refugiados nos fundos das cavernas, ante os grandes perigos dos raios, dos trovões, dos furacões, dos vulcões, dos terremotos, dos animais, etc. etc. Tais acontecimentos, hoje bem explicados, antes, eram tidos como sobrenaturais e determinados por deuses terríveis e vingativos. Holocaustos, oferendas e promessas faziam os homens naquela época e, pelo jeito, não diminuíram a cólera daqueles deuses...

Joanna de Angelis faz uma análise do medo e apresenta seis aspectos, como responsáveis pela cultura ancestral geradora do medo, que nós trazemos embutida no inconsciente individual, e que essa culpa nos leva a uma situação tormentosa.

O primeiro medo é o da morte.  Pelo instinto de conservação da existência terrena, nós gostaríamos de não envelhecer e de não morrer, ou seja, não deixarmos o corpo que temos e não perder a nossa individualidade; o que é uma ilusão porquanto o corpo está sempre em constantes transformações. Deus no-lo deu para que nós o preservemos até que ele preencha a finalidade para a qual foi elaborado. E, apesar do instinto de conservação, não são poucos os que se atiram no labirinto da morte, por quase nada, pelas portas do suicídio.

O segundo medo é o da velhice. Ela nos aproxima da morte e a pessoa teme envelhecer porque fica mais sujeito a ela. Isto é um pequeno engano, porquanto morrem tantos jovens, tantas crianças, e hoje a população de idosos é quase igual a dos jovens, em face das conquistas da medicina e da tecnologia farmacêutica, que tem alongado a existência da espécie humana. Mas o ser humano tem pavor de envelhecer. Esse período não deveria ser chamado de velhice, que parece um termo depreciativo, mas de idade da experiência, ou idoso.

A idade idosa é uma dádiva de Deus, que nos livra de vários inimigos, quais sejam: Da ambição, da posse, da escravidão e do sexo. O Senado Romano e o Grego eram formados por pessoas idosas, respeitáveis e experientes. É verdade, entretanto, que temos muitos idosos não muito respeitáveis.... Quando, pois, lhe chamarem de velho(a) responda assim: Eu tenho a felicidade de ter chegado até aqui, enquanto você não sei se vai chegar, e se chegar, estará idoso também. Velho mesmo é o mundo, que já existia quando chegamos e vai continuar existindo quando partirmos.

O terceiro medo é o da doença. Isto porque a doença nos ameaça com a morte. Nem sempre é assim... a grande maioria dos doentes ficam bons. Porém, em nosso inconsciente, quando chega a doença, logo vem o medo da morte. Existem pessoas que, de tanto medo de morrer, se tornam hipocondríacas, isto é, pessoas hipocondria, com obsessão de doenças, médicos, remédios e tratamentos.

O quarto medo é o da pobreza. O indivíduo na pobreza não dispõe de recursos para comprar remédios quando adoecer, a fim de evitar a ameaça da morte. A pessoa que vive na pobreza acredita que vai morrer antes, pela falta de alimentação adequada, o que nem sempre acontece, pois muitas pessoas nessa situação ultrapassam a casa dos noventa e cem anos. Morre-se mais de excesso de comida ou alimentação irregular, do que pela falta de pão.

O quinto medo é o da opinião dos outros. Esse medo não tem nada a ver com a morte, mas é uma forma de morte, porque, quando descobrimos que os outros têm opinião diferente e negativa a nosso respeito, isso se torna um tormento na nossa alegria. Gostaríamos que todos tivessem um excelente conceito sobre nós, embora nos permitimos o prazer de não ter boas opiniões a respeito dos outros. As pessoas quando dizem que estamos com aspecto doentio ou envelhecido, logo nos vem a lembrança da morte.

O sexto medo é o da perda de alguém querido. Nenhum sofrimento na Terra se compara ao daquele que observa um seu ente querido sem vida, em grande silêncio. Devemos, entretanto, reprimir o desespero e a mágoa no coração, porque sabemos que os chamados “mortos”, são apenas ausentes na Terra, vivendo agora na Espiritualidade. Jesus ensinava a superioridade da alma – o espírito encarnado – que é eterno, sobre o corpo físico por ela usado em cada existência, e abandonado como roupa velha que não serve mais. Quando tomamos conhecimento da sobrevivência da alma, atravessamos todas essas situações com a maior naturalidade. A existência terrena é por algum tempo, enquanto que a vida, que representa a centelha divina é permanente.

Esses seis medos produzem o impacto dos outros medos existenciais, que mencionaremos a seguir e que aterrorizam os seres humanos:

Medos naturais: São os medos com os quais praticamente todos nascemos; medo do fogo, medo dos trovões, do mar, do desconhecido, da morte. O medo da morte se prende à infância, quando a criança sem o despertar da razão, vê os familiares com grande sofrimento em velórios e enterros de parentes ou amigos; com isso, instala-se no subconsciente infantil, que aquilo (a morte) é terrível...

Medos amigos: São os ditados pela prudência, e é por eles, que os seres vivos mantêm sua existência, como por exemplo: - O vegetal procura a luz e a água, evitando a sombra e a seca, na qual feneceria; - o animal foge do predador ou do combate no qual esteja em desvantagem, para continuar a existir; - o ser humano evitará as conseqüências prejudiciais; não brincar à beira de abismos; não riscar fósforos próximos a combustíveis; não entrar no mar sem saber nadar; não reagir a um assaltante armado, etc.  Esses são medos frutos da prudência, ditados pelo instinto de conservação, que nasce com as criaturas.

Medos inimigos: São os causados pela inação, como por exemplo: Medo de mudanças, de mudar de casa, de mudar de emprego, medo de sair de casa; medo de enfrentar desafios, medo de compromissos, de responsabilidades, sejam eles familiares, sociais, profissionais, religiosos, etc.

Medos irracionais: São os que bloqueiam os sentimentos e a razão; - medo de ir ao dentista, medo de falar em público, medo de assalto, medo de infecção, medo de altura, medo da morte, medo de andar de avião. É verdade que há desastres aéreos, mas o avião é centenas de vezes mais seguro que viajar de carro, comprovado pelas estatísticas.

Medos imaginários: Esse é o mais prejudicial dos medos, pois o medo real têm raízes no passado, a expressar-se no presente. Agora a pessoa ter medo de algo que ainda não aconteceu? Exemplos: - Um jovem que sofre por antecipação,  a angústia de não arranjar uma namorada; de não ser bem aceito no grupo, de não ser bem sucedido nas provas, de se sentir inferior aos outros, de ficar preso em um elevador; medo de terrorista, medo de tempestade, medo  de sofrer um desastre. Esses medos podem atingir a fase de pânico. A síndrome de pânico é originária de “Pan”, deus grego, tocador de flauta que metia medo nas pessoas com seus chifres e pés eqüinos (minotauro).

Existem ainda as fobias, que são medos exagerados e persistentes. Entre estes citamos: Claustrofobia – medo de lugares fechados.  Alto-fobia – medo das alturas. Gerontofobia – medo de envelhecer.  Necrofobia – medo da morte.  Antropofobia – medo da sociedade; a pessoa se isola. Obeso-fobia - medo de engordar, principalmente as que são modelos. - O fóbico sofre terrivelmente com sensações,  falta de ar, palpitações, etc...

Vencendo os Medos: Todos nós, sem exceção, temos nossos medos... Sempre resultam desses medos, grandes ou pequenos desconfortos. Assim sendo, impõe-se que idealizemos uma “administração” dos nossos medos. Em primeiro lugar, nada melhor do que identificar e classificar o medo que sentimos. Uma vez identificado e classificado, o trabalho a seguir é realizar um estudo da origem dele. Devemos saber que a Humanidade sempre se defrontou com o medo e poucos foram os que se dedicaram a estudar e explicá-lo; primeiro para poderem entendê-lo, para em seguida eliminá-lo. Todos fracassaram, uma vez que o medo, enquanto sentimento de evitar o mal é um instrumento de sobrevivência de todos os seres vivos. Até porque, há a classe de medos que é muito benéfica como vimos anteriormente. Dessa forma, o medo tanto pode ser um amigo como um inimigo.

Se o perigo for real ou imaginário, o medo também o será. Para um medo ser identificado, necessário se torna compreender como ele se instalou, melhor dizendo, como é que ele “apareceu”; quando, como, por que. Quase sempre o medo se disfarça, lançando mão de símbolos, num processo muito parecido com os sonhos, cuja interpretação é sempre problemática, justamente pelo simbolismo com o qual a maioria se apresenta ao sonhador. O medo pode e deve ser trabalhado para se tornar um instrumento de equilíbrio em nosso dia-a-dia.

Em todos esses medos, se a pessoa não conseguir dominá-lo racionalmente, um bom caminho a seguir, será procurar um aconselhamento: a)- Na fé; em primeiro lugar, fazendo orações a Jesus ou ao nosso Pai Celestial, pedindo a proteção, para o problema; b)- na família; ouvindo a experiência dos pais ou familiares mais íntimos: c)- na ajuda da Casa Espírita, por um orientador espiritual, disposto a ouvi-lo com  humildade, que poderá sugerir uma terapêutica evangélica, se houver alguma influência de um desencarnado; d)- Na assistência de um psicanalista...

O medo na Doutrina:  A Doutrina dos Espíritos explica que todos nós temos um extenso passado de múltiplas existências terrenas, que espelham atualmente nosso painel de emoções e sentimentos, painel esse que se atualiza minuto a minuto. De posse de tão precioso entendimento, ao espírita será possível iniciar, por uma enérgica e sincera auto-reforma, um intenso e permanente tratamento, visando libertar-se de seus medos, manias, fobias, neuroses e eventuais psicoses. Também poderá, através de um tratamento espiritual, se libertar de certas situações infelizes, se estas forem de origem mediúnica; influenciação de espíritos. Na questão 919 de “O Livro dos Espíritos”, o Espírito de Agostinho nos dá preciosa maneira de nos conhecermos a nós mesmos, através do balanço diário das nossas ações, ao final de cada dia, como interrogação à nossa consciência. Na introdução da mesma obra, Allan Kardec registrou a propósito dos nossos temores o seguinte: “O Espiritismo mostra a realidade das coisas e com isso afasta os funestos efeitos de um temor exagerado”.

Tratando-se da realidade das coisas, o espírita compreende muitos fatos da presente existência, cuja origem pode estar em nossas existências passadas. Sabendo que o perispírito guarda indelevelmente as chamadas “matrizes psíquicas” (fatos marcantes de outras existências), não será difícil compreender que o medo, no presente, pode ter se originado em ocorrências do passado como por exemplos: -  medo de multidão; será que essa pessoa, em outra existência, não foi condenada e quem sabe até apedrejada em público, como se fazia antigamente? – Medo de altura; não teria essa pessoa se suicidado, ou sido vítima de queda de algum penhasco? – Medo do mar; não teria essa pessoa, em outra existência, se afogado? – Medo de lugares fechados; não teria essa pessoa, ficado presa e morrido num calabouço? – Medo de animais; não teria a pessoa morrido em outra existência por ataque de algum deles?  Esses exemplos são apenas no caso desses medos se terem  originado no passado ou em outras existências.

O medo impede a reflexão, a análise e a solução dos problemas do nosso dia-a-dia, qual lanterna que se apaga. Infinitos medos existem e infinitas são também as maneiras de administrá-los. Ele sendo real, a prudência, o enfrentamento com a oração sincera e a auto-reforma, possibilita o amparo do Alto. Contudo se o medo é imaginário, deverá ser enfrentado pelo “medroso” mediante auto-análise e também por aconselhamento e assistência. A Doutrina dos Espíritos assevera: se o medo é real, com uma oração fervorosa, ela possibilita o equilíbrio emocional.

Que o Senhor da Vida, nos possibilite a força necessária para afastarmos os medos existenciais.

   
Jc.
S.Luis, 23/7/2006.
Refeito em 15/4/2018