quinta-feira, 20 de setembro de 2018

OS RICOS E OS POBRES





 
Desigualdade das riquezas é um dos problemas que sempre se procurou em vão resolver, considerando-se apenas a existência atual. A primeira questão que se apresenta é esta:  Por que todos os seres humanos não são igualmente ricos? – Não o são por uma razão muito simples:  É que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, se a fortuna fosse igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa partilha feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade da capacidade e das aptidões, e supondo-se ainda, cada um tendo apenas do que viver, isso seria o aniquilamento de todos os grandes e necessários empreendimentos e descobertas que concorrem para o progresso e o bem estar da humanidade. Por outro lado, cada pessoa possuindo o mesmo que os outros, não mais se sujeitaria a trabalhar para ninguém e quem iria produzir os alimentos e tudo o mais que todos precisam?
A fortuna é um poderoso meio de ação para o progresso e Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva, razão porque a desloca sempre,  porque cada um deve possuí-la para experimentar o bom uso que dela deve fazer, sendo que cada um a possui a seu turno: quem não a tem hoje, já a teve ou terá numa outra existência, e quem a tem agora, poderá não tê-la mais amanhã. Porém, a verdadeira propriedade ou posse o ser humano só possui, aquilo que deve levar deste mundo. O que ele encontrou ao chegar, e o que deixa ao partir, somente se serve do uso durante a sua permanência na Terra. O que possui ele então? –   tudo aquilo que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais, eis o que traz e o que leva e que não está no poder de ninguém lhe  tirar, e que lhe servirá mais ainda no mundo espiritual.
A riqueza que Deus permitiu ser acumulada deve ser utilizada para permitir a outras pessoas o trabalho nobre, pois quem tem riqueza e não sabe ajudar o próximo é pobre; quem guarda com avareza os dons que recebeu de Deus é pobre; quem não sabe dar uma palavra de conforto ou um sorriso de encorajamento, é pobre, quem só possui bens com egoísmo e ganância também é um pobre.
Não se diga jamais que é pobre, porque as condições de liberdade, de saúde, da visão, da audição, da fala, da locomoção  e outros dons são uma riqueza que temos e que muitos desejariam poder ter. Experimente apenas fechar os olhos e finja ser cego. A pobreza não é a falta de dinheiro: a pobreza verdadeira é a falta de compreensão. Todo aquele que compreende a vida espiritual e a existência material, que sabe dizer uma palavra de conforto, que sabe estender a mão ao que sofre, que ajuda com um copo d’água ou com um pão é rico, muito rico de bondade.
Não deseje o que pertença á outra pessoa e nem queira viver dependendo de outra pessoa; tudo o que é seu, por direito divino, lhe há de chegar às suas mãos, na hora oportuna. Procure trabalhar, confiante no Pai Celestial, e não fique ocioso esperando que as pessoas ou governos tenham a obrigação de sustentá-lo e aos seus familiares. Quem assim procede é um parasita que vive a sugar os recursos do trabalho de outras pessoas e atrasando o progresso da Nação.
A verdade é que muitos que vivem na indolência acham que os governos devem sustentá-los por serem pobres, quando o certo é os que governam, criarem condições para que cada pai ou mãe de família, tenha uma ocupação para garantir-lhes as condições de uma existência normal. Certamente não somos contra a assistência social para amparar aqueles que realmente são necessitados, mas prometer bolsas e mais bolsas sem uma averiguação do verdadeiro estado do cidadão beneficiado, isso é pura e simplesmente demagogia, para não dizer compra de votos e deveria ser proibido.
Estamos em época de eleições e os políticos ficam prometendo aos eleitores, ajudas e bolsas de todos os tipos que imaginam na esperança de receberem os votos que os elejam, e depois as promessas feitas se evaporam, e só vão ser novamente prometidas nas próximas  eleições. Como certos brasileiros gostam de ser enganados pelos políticos “promessinhas”.
Enquanto isso, as poucas verbas destinadas aos estados e municípios que são direcionadas à Saúde e à Educação, para benefício de todos os cidadãos,  não são fiscalizadas rigorosamente a aplicação dos recursos, o que ocasiona serem desviadas para outras finalidades.  

Fonte:
Livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Livreto “Minutos de Sabedoria”
+ Acréscimos

Jc.
São Luís, 17/9/2018

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