Sabemos que há vida em toda parte ao
nosso redor. Evidencia-se no zumbido dos insetos, no canto dos pássaros, na
vegetação rasteira e nos animais. Existe vida nas regiões polares e nos
escaldantes desertos. Apresenta-se a
vida nos ares, na terra, no mar, e até nas mais escuras profundezas. Em baixo
dos nossos pés, trilhões de micro-organismos operam o solo, tornando-o fértil
para as plantas que sustentam outras formas de vidas. A Terra está cheia de
vida, tão abundante e variada a ponto de desafiar nossa imaginação.
Este planeta e todos os seus habitantes
– como vieram a existir? Fomos criados
ou evoluímos? Muitas pessoas certamente dirão: “Pouco importa qual seja a minha
origem, eu estou aqui e certamente viverei 30, 50 ou 80 anos, quem sabe? Quer
tenha sido criado, quer tenha evoluído, isso não faz nenhuma diferença para mim”.
Pelo contrário, poderá fazer muita diferença, saber como se vive, as condições
em que vivemos, porque toda nossa atitude para com a vida e nosso futuro, é
influenciada por nosso conceito sobre a origem da nossa vida e de tudo o mais
que nos cerca...
Vamos analisar rapidamente o que seja criação
e evolução.
O termo criação , é a confirmação de que o surgimento de seres
vivos, só pode ser explicado pela existência de Deus, que projetou e fez o
Universo e todas as espécies básicas de vida sobre a Terra.
O termo evolução, por outro lado, refere-se à evolução orgânica
e aceita a teoria de que o primeiro organismo vivo se desenvolveu de matéria
abiótica (sem vida), e se desenvolveu em diferentes espécies de seres vivos e
de todas as formas de vida que já existiram e existem na Terra, incluindo o ser
humano. E ainda, que tudo foi realizado sem inteligência ou intervenção
sobrenatural, isto é, nega-se a existência de uma inteligência superior que
tudo criou. É verdade que há profundas diferenças entre a teoria da criação
relatada por Moysés, no livro Gênesis e a teoria da evolução.
Antes de prosseguirmos sobre o tema,
vamos refletir sobre algumas coisas:
Coisas grandes: Um por do sol que transforma o céu poente num
resplendor de cores. Um céu noturno repleto de estrelas. Uma floresta cheia de
majestosas árvores. Cadeias de montanhas, com seus picos nevados, brilhando ao
sol. Oceanos agitados pelos ventos, as quedas d’agua das cachoeiras de Foz de
Iguaçu, com seus arcos-íris multicolores. Tais coisas nos enchem de admiração.
Coisas pequenas, Pequenino pássaro voando bem alto sobre o
oceano Atlântico, a caminho da América do Sul, guiado por seu instinto
migratório, seguindo seu rumo por vários dias e por mais de 3.800 quilômetros ,
a exemplo dos maçaricos que encontramos na praia de Panaquatira, na cidade de
São José de Ribamar, no estado do Maranhão – é muita coragem e determinação
para pássaros de poucos penas. Gaivotas que dessalinizam a água do mar para
beberem. Isso também nos enche de admiração e de espanto.
Coisas engenhosas, Morcegos que empregam o sonar, para evitar se
chocarem com algum objeto. Polvos que empregam a propulsão a jato. Aves que são
tecelãs e que constroem habitações, como o “João de barro” existente no
Planalto Central. Vaga-lumes com seus faroletes.
Coisas simples, Coisas que normalmente julgamos
insignificantes; tais como: um sorriso, um aperto de mão, uma palavra bondosa,
um afago a uma criança, a brisa dos ventos, o canto dos pássaros...
Quando refletimos sobre tais coisas;
grandes que nos assombram, pequenas que despertam nossa admiração, engenhosas
que nos fascinam, e simples que não damos valor, interrogamos: Como podem tais coisas serem explicadas?
Muitas coisas que antigamente eram
apenas teorias; algumas foram confirmadas, outras modificadas por fatos
sólidos, verdades, muitas outras abandonadas, esquecidas. Por exemplo:
Antigamente acreditava-se que a Terra era plana. Atualmente já sabemos que ela
é esferóide. Acreditava-se também que a Terra era o centro do Universo e que os
outros planetas e céus giravam em torno dela. Hoje sabemos que é a Terra que
gira em órbita ao redor do sol, e que o planeta em que vivemos é um dos mais
insignificantes...
Aristóteles, o biólogo gênio da
antiguidade, que viveu nos anos 384 A/C, falando em suas obras sobre
reprodução, por faltar-lhe recursos como um simples microscópio, admitiu a tese
da autobiogênese. Pouchet, em l876,
fazendo experiências, também por não ter condições ideais, toma posição em
favor da mesma tese.
Luis Pasteur, em l894, estudando a obra
de Pouchet, escreveu-lhe, rebatendo a sua afirmação, quando diz: “Tenho a
impressão que o senhor se equivocou, não quando diz que acredita na
autobiogênese, mas quando afirma tê-la provado em definitivo. Na
ciência, é um mal não duvidar enquanto os fatos não permitirem uma conclusão
categórica.” Em face dessa divergência, Pasteur passou a testar e fazer
experiências, até poder dizer: “A autobiogênese, que significa a geração
espontânea dos seres vivos, é uma quimera, um engano. Nada comprova que os
seres microscópios tenham aparecido no mundo sem germes, sem antecessores
semelhantes a si. Os que afirmam o contrário, estão sendo vítimas de ilusões,
de experiências mal feitas, cheias de erros, que não souberam perceber ou
evitar.” Pasteur foi um gigante que se
levantou contra a tese da evolução que
considerou errônea.
Allan Kardec, ao publicar “O Livro dos
Espíritos” em 18 de abril de 1857, confirma a tese da criação defendida por
Pasteur, ao interrogar os Espíritos Superiores e receber a resposta: Tendes um
provérbio que diz: “Pela obra se reconhece o artífice. Olhai a obra e sabeis
que o homem não a fez. Ela é produto de uma inteligência superior à Humanidade;
essa inteligência é a causa primeira de todas as coisas, qualquer que seja o
nome dado pelo ser humano.”
Charles Darwin, o defensor da teoria da
evolução, ao publicar em l859, dois anos após o aparecimento de “O Livro dos
Espíritos”, sua obra intitulada “Origem das Espécies”, criou sua teoria que se
baseia em quatro pontos:
1º-A seleção natural. Triunfo dos mais
fortes. O menos forte não deixa descendência; 2º- Transmissão dos caracteres
hereditários; 3º- Origem única das plantas e dos animais. Todos os seres que já
tiveram vida ou ainda a têm podem ter origem de uma única forma primitiva; 4º-
A origem da vida é fruto de uma evolução. O homem é fruto da evolução. Entretanto, ele mesmo se contradisse ao
dizer: “Deparamo-nos aqui com a suprema ironia de que um livro, que se tornou
famoso por explicar a origem das espécies, na verdade não faz nada disso.”
O astrônomo Robert Jastrov sobre a
origem da vida, disse: “Não dispomos de uma resposta taxativa; os cientistas
jamais tiveram êxito em reproduzir as obras da natureza com base na abiótica.”
E concluiu: “Os cientistas não têm prova de que a vida não foi um ato de
criação”.
Para ilustração, tomemos como exemplo a
visão humana. A retina humana faz inveja aos cientistas especializados. Seus
l00 milhões de bastonetes e de cones, e suas camadas de neurônios, realizam
pelo menos l0 milhões de cálculos por segundo, para realizar a visão. Se isto
acontece somente com o olho, que dizer então do cérebro, do coração e do resto
do corpo humano?
Os cientistas conseguiram obter, por
meio de escavações, milhares de ossos e outras evidências de existência no
passado, que são chamados de fósseis. Darwin ficou embaraçado com os fósseis,
porque não comprovaram uma cadeia gradual de evolução. Este fracasso fez com
que os cientistas evolucionistas considerassem que a vida deve ter se originado
no espaço sideral, e daí, vindo flutuando até a Terra, o que é impossível, dada
às temperaturas em torno da Terra. Entretanto,
se a vida sob qualquer forma preexistia nos espaços cósmicos ou em outros
planetas, seria preciso saber como surgiu nesses locais. Para esses cientistas vaidosos, que não
aceitam em Deus como criador, a vida começou espontaneamente, como se o nada
pudesse criar vida inteligente, e não sabem explicar a origem do Universo.
Já a teoria da criação, conforme nos
relata Moysés no livro “Gênesis”, indica que a Terra já existia bilhões de anos
antes do primeiro dia ali indicado. O termo dia, conforme empregado na Bíblia, pode significar longos
períodos como séculos ou milênios.
Vejamos o que diz Gênesis sobre os “dias” da criação:
1º dia – Disse Deus: “Venha á luz; então
veio a haver luz”;
2º dia- “Venha a haver uma expansão
entre as águas e ocorra uma separação entre águas e águas”;
3º dia – “Ajuntem-se as águas debaixo
dos céus num só lugar e apareça a terra seca e as plantas terrestres”;
4º dia -
“Venha a haver luzeiros na expansão dos céus para fazerem separação
entre o dia e a noite, e eles terão de servir de sinais para dias, anos e
épocas”; e assim se deu.
5º dia -
“Produzam as águas um enxame de almas viventes e voem criaturas voadoras
sobre a terra, na face da expansão dos céus”;
6º dia -
“Produza a terra, almas viventes segundo suas espécies, animal doméstico
e animal selvático na terra, segundo sua espécie”, e Deus prosseguiu, dizendo:
“Faça-se o homem à nossa imagem”.
Muitas pessoas acham difícil aceitar
este relato sobre a criação. O relato de Gênesis sobre a criação revela as
categorias de animais e plantas com suas muitas variedades, porém se
reproduzindo apenas “segundo as suas espécies”. Os fósseis forneceram essa
confirmação. Wallace Pratt, geólogo de fama, falando sobre a criação, disse o
seguinte: “Se eu tivesse que explicar a origem da Terra e o desenvolvimento da
vida sobre ela, a um povo simples e ignorante, tal como o das tribos a quem foi
dirigido o livro de Gênesis, dificilmente poderia fazê-lo melhor do que como
foi dito”. Observou também, Wallace, que a ordem dos eventos narrados na
Bíblia, desde a origem dos oceanos, passando pela emergência do solo seco, até
o aparecimento da vida marinha e daí, o das aves e dos animais, é a seqüência
real das principais divisões do tempo geológico.
Se Deus se serviu de Moysés para
apresentar a Sua lei, no Monte Sinai, que é conhecida como o Decálogo, não
poderia ter também intuído a ele, em forma rudimentar, como apareceu a vida e
tudo mais que existe na Terra?...
Finda esta exposição, temos que chegar a
uma conclusão lógica. O que se ajusta aos fatos? - A criação nos informa
que a vida só procede de vida anterior; criada por uma Inteligência Superior –
Deus. A evolução declara que a vida se originou da não vida por evolução
química espontânea; Os fatos. Comprovam que a vida só procede de vida
anterior; não existindo meios do código genético complexo, ser fruto do acaso.
Tomemos um pequeno exemplo: Um relógio é
produto de um projetista inteligente. E
a precisão que existe no Universo, não é obra de um projetista de inteligência
superior à Humanidade? Entre as
condições precisas que são vitais à vida na Terra, acha-se a quantidade de luz
e calor recebidos do sol. A Terra obtém apenas pequena fração da energia solar,
entretanto, é exatamente a quantidade certa, exigida para a sustentação da
vida. Se a Terra estivesse um pouco mais próxima ou um pouco mais distante do
sol, as temperaturas seriam escaldantes ou gélidas demais para existir vida. E
a nossa atmosfera, a água, o solo produtivo; tudo foi obra do acaso? Será que o
acaso montaria um relógio desmontado e o faria funcionar? E os cientistas
evolucionistas? Na verdade, estes até
hoje não sabem quem surgiu primeiro: se ovo ou a galinha. Nós ficamos com a
teoria da criação, em que
Deus criou o universo, as galáxias, os planetas, e a vida em
todas as formas e espécies. Se os fatos comprovam em favor da criação, por que
muitos rejeitam e preferem aceitar a evolução?
Um dos motivos é o que aprenderam na
escola. Os compêndios de ciência quase sempre promovem a tese evolucionista.
Não se permite que o estudante tenha crenças pessoais ou que as expresse; mesmo
porque o assunto atinge até a religião. Quando os educadores e cientistas, por
vaidade e orgulho feridos em reconhecerem seus erros, asseveram que a evolução é
a realidade, dão a entender que, apenas os ignorantes ou fanáticos se recusam a
crer nela; e quantas pessoas se dispõem a contradizê-los?
Um motivo adicional que fazem contra a
criação é a história religiosa de hipocrisia, erros, opressão, inquisições e
crimes. Pessoas se dizendo representantes de Deus, benzem artefatos de morte e apoiam ditadores, promovem a matança e o ódio entre as pessoas.
Assim ficou difícil de aceitar um Deus injusto que essas pessoas
representam. Idéias de um tormento eterno e um inferno de fogo não se ajustam a
um Deus que dizem ser misericordioso. Outro motivo de muitas pessoas deixarem
de crer em Deus é a existência do sofrimento. Durante séculos e séculos, houve
tantas injustiças, opressão, crimes, como ainda hoje, que muitos não entendem a
razão de tantos padecimentos. Se existe um Deus de Amor e Bondade, por que
tantas guerras, tanta fome e doenças? Por que Ele permite tanto sofrimento?
Dentro da nossa fé da criação do
Universo por Deus, aceitamos também o ser humano na luta por sua evolução
espiritual. Fomos criados em estado rudimentar, e através do tempo e das
existências, fomos nos aprimorando até chegar ao estágio em que nos encontramos
presentemente. Assim é também com a pessoa que, por meio do estudo, sai da
ignorância e adquire conhecimentos e cultura. Sai da brutalidade, pela prática
dos bons costumes, da moral elevada da religiosidade e das boas ações,
tornando-se uma pessoa de bem, estimada por muitos, alcançando a paz interior,
a harmonia e a melhora de vida material e espiritual...
Somos adeptos da evolução nesse sentido,
recusando a teoria de que as várias espécies existentes surgiram de uma única
célula, até se transformar num macaco e depois no ser humano.
Sobre os sofrimentos que todos passam na
existência, a Doutrina dos Espíritos nos esclarece dizendo que não devemos nos
esquecer de que estamos vivendo atualmente num mundo inferior, onde somos
mantidos pelas nossas próprias imperfeições, igual a alunos que não procuram
melhorar-se e permanece na mesma situação. Ela nos conforta e nos dá o ânimo
necessário para prosseguirmos na jornada terrena de ascensão espiritual.
A quem culpar, pois, por todas as nossas
aflições, senão a nós mesmos? Podemos agir da maneira que quisermos; com amor
ou ódio, com amizade ou inimizade, com egoísmo ou caridade, praticando o mal ou
o bem; com a certeza de que receberemos como retorno, da mesma maneira que
tivermos agido para com nosso próximo; assim é a Lei de Deus. De acordo com
nossa concepção de vida, temos o direito de escolher como queremos viver... A decisão é nossa.
Que o Criador ilumine as nossas
consciências...
Fonte:
Livros pesquisados:
“A Vida qual sua origem?”
“O Livro dos Espíritos”
+ Pequenas modificações.
Jc.
S.Luís, 26/09/2007.
Refeito em 24/8/2013
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