quinta-feira, 30 de maio de 2019

AS ENERGIAS SUJAS E LIMPAS NO BRASIL




 
A humanidade depende cada dia mais de energia, mas a produção da energia tem tudo a ver com o aquecimento global do planeta. E o aquecimento se não for controlado ou evitado, pode levar à impossibilidade da existência humana na Terra.
É urgente se questionar: será que a humanidade precisa mesmo de toda a energia que consome para viver e ser feliz? Uma realidade precisa ficar clara: a humanidade não precisa de tudo que as empresas capitalistas produzem. É o marketing que cria as necessidades ilusórias. É possível reduzir muito a quantidade de energia suja, consumida, e suprir com energia limpa, sem prejudicar a vida das pessoas?
A prioridade de uma política energética deve ser a diminuição e, se possível, o abandono do uso dos derivados do petróleo, do carvão e do gás. Mas isso não basta. É preciso examinar  os custos sociais e ecológicos da hidroeletricidade. É nessa direção que se costuma dizer que a energia produzida pela hidroelétrica seria limpa, porém, em que sentido se usa a expressão adjetiva “limpa?” – O primeiro uso é o comparativo. Por exemplo. A energia hidrelétrica seria mais limpa porque usa fonte renovável, a água dos rios, e não emitiria gases de efeito estufa como as usinas térmicas, que usam como fonte a queima de petróleo, gás, carvão.
Estudos científicos estão demonstrando que em todas as represas construídas para reter as águas e mover as turbinas, e de modo especial em regiões de alta biodiversidade como a Amazônia, há geração  e emissão significativa de gás metano para a atmosfera. Além disso, sua construção significa interferir nas funções ecológicas dos rios, remoção de algumas comunidades indígenas e ribeirinhas,  derrubada  ou enterro de áreas imensas de florestas, alteração do ambiente de vida de animais das águas e das matas, portanto, nada limpa.
Partindo dessa possibilidade, e sendo necessidade imperiosa  rever o consumo de energia, vem à tona a questão: a energia realmente necessária produzida com a emissão de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera, como se dá com as águas das represas, o uso do carvão, do petróleo, do gás nas Termoelétricas, agrava muito o problema do planeta?


A primeira geração de energia  no Brasil foi a Hidroelétrica. Em 1883, entrou em operação a hidroelétrica no Ribeirão do  Inferno, afluente do Rio Jequitinhonha, em Diamantina, MG. Em 1889, entrou em operação a primeira Hidroelétrica de grande porte, em Juiz de Fora, MG. Em 1901, foi á vez de entrar em operação a Usina Hidroelétrica, pertencente a São Paulo Light, a primeira a utilizar uma barragem com 15 metros de altura. Em 1913, entrava em operação a Hidroelétrica Delmiro Gouveia, a primeira no Nordeste, para aproveitar a Cachoeira de Paulo Afonso, no Rio São Francisco. Outras mais foram surgindo com o tempo, em várias cidades do país:  Três Marias,   Furnas, Tucuruí, Boa Esperança, Itaipu a maior, Belo Monte, etc. etc.
Em seguida, 1954 entrava em operação, a primeira Usina Termoelétrica Piratininga, a óleo combustível, sendo a primeira Termoelétrica de grande porte, no Brasil. A energia gerada pelas Usinas Térmicas, que consomem óleo combustível, gás, carvão e urânio, poluem mais do que as Hidroelétricas,  além de prejudicar o meio ambiente, ainda promove o aumento da bandeira tarifária de eletricidade, justificadas pela falta de chuvas, contradizendo a própria Natureza. Para piorar a situação ainda estão em construção mais 26 Termoelétricas.
A geração de energia Nuclear, no Brasil, foi iniciada com a Central Nuclear  nº 1, em 1985, em Angra dos Reis, e em 2000, entrou em atividade a Usina nº 2.  A 3ª Usina que deveria entrar em atividade em 2015, com um custo de 25 bilhões, foi  prorrogada para iniciar em 2018, e até hoje está paralisada por causa de denúncias de corrupção. Para a sua conclusão ainda serão necessários mais 17 bilhões e é considerada um desastre nuclear, em virtude do preço da sua energia tornar o projeto inviável.
Entre os desastres provocados por Usinas Nuclear, temos o de Chernobyl, na Ucrânia, em 26/4/1986, que vitimou 2.4 milhões de pessoas;  O desastre do Césio, em Goiânia(Brasil) em 1987, onde morreram 11 pessoas e 600 outras foram contaminadas;  Kyshtym, na União Soviética, com 10 mil pessoas atingidas e 200 mortes;  Tokaimura em 1999 no Japão, que contaminou mais de 600 pessoas  e não foi informado o número de vítimas; Fukushima em 2011, no Japão, onde os níveis de radiação foram altos, e não foi informado o número de pessoas contaminadas nem o número de vítimas fatais.
Enquanto os outros países vão desativando suas Usinas Nuclear (O governo alemão já informou que vai desativar todas as suas usinas até 2022 e nos Estados Unidos, já foram desativadas 5 usinas e outras 4 serão desativadas em breve, e o Japão já desativou algumas usinas) no Brasil, ainda estão querendo investir mais 17 bilhões para a conclusão da Usina 3.
Segundo dados estatísticos, em 2018, a energia gerada no Brasil, ficou dividida da seguinte maneira: Hidroelétrica 60,33%, Termoelétrica 26,21%, Nuclear 1,26%,  Eólica 7,91% e Solar 0,71%, localizadas nos estados do Paraná, no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Em face da pífia geração de energia, proporcionada pelas Usinas Atômicas, no município de Angra dos Reis, que consumiram uma fortuna para serem construída, e a terceira Usina que já consumiu também muitos milhões e ainda está inacabada, não é aconselhável concluí-la. O ideal seria desativar, desmontá-la e vender como sucata, em virtude do que ainda precisaria de verba para ser acabada, e transferir os milhões para fomentar as de energia limpa.
Em relação às usinas nucleares, além dos riscos de contaminação das pessoas, de outros seres vivos, das águas e do próprio solo nos processos de extração, transporte e armazenamento do urânio, basta lembrar os desastres para perceber que essa energia não pode ser definida como limpa.
Outra mentira é a que apresenta os combustíveis extraídos de vegetais, como energia limpa. Mas, se observarmos no presente o quanto tem aumentado o preço dos alimentos por causa dos solos ocupados com a produção de cana de açúcar e soja, e já se percebe como ela é socialmente suja, pois a produção é feita em imensas monoculturas com o uso de muitos produtos químicos e venenos aplicados, onde os estragos socioambientais são gravíssimos, tornando-a assim, uma energia nada limpa.
As gerações de energias acima mencionadas, todas poluidoras do Ar, das Águas, da Natureza, da Terra e dos seres humanos, devem ser eliminadas, e não continuarem a ser exploradas, e devem ser substituídas por outras fontes de energia que não poluem o nosso mundo, como as que abaixo mencionamos:
Energia Solar:   Instalação de painéis de captação do calor do sol, gerando energia limpa, fácil, e em comparação com as outras energias, mais barata e que não poluem;
Energia Eólica:  Aproveitamento dos ventos e instalações de Cata Ventos para a geração de outro tipo de energia limpa, fácil e mais barata em comparação com as energias sujas e que não poluem o Ar, as Águas (rios e oceanos), a Natureza, a Terra e os seres humanos.
Em relação à energia eólica e solar, informamos: 1- Trata-se de fontes renováveis e limpas, proporcionada pelos ventos e pelo sol; 2-  Sua produção e uso é que podem ser consideradas limpas, a saber:  Os processos de produção industrial dos componentes necessários – as torres e hélices dos cata-ventos e as  células fotovoltaicas podem ser realizadas com cuidados e com o uso de mais ou menos energia, e a produção pode ser feita de forma centralizada em grandes usinas ou de forma descentralizada, em casas e prédios, no caso da solar, e em terrenos públicos e espaços comunitários com gestão coletiva, no caso da eólica, tornando-se as energias mais limpas. 
Aqui onde moro, na cidade de São Luís, é uma ilha, com ventos e sol muito fortes, principalmente na orla marítima, durante o dia inteiro e o ano todo, onde, se houvesse interesse, seriam colocados os cata-ventos,  usando  a  força  dos ventos,  ou os  painéis  das células fotovoltaicas, usando o calor do sol, para fornecer a energia limpa necessária a esta cidade e a outros municípios vizinhos, como já ocorre na cidade de Fortaleza.   Infelizmente, o setor público responsável nada fez até hoje, para aproveitar essas energias que nos são oferecidas pela natureza, e que seriam verdadeiramente limpas sem nenhum prejuízo para os seres humanos. O Governo Federal e as autoridades do Maranhão devem se sensibilizem para essa forma de energia barata e limpa e tratem de seguir os exemplos dos outros Estados e países que estão produzindo as energias limpas e baratas que a Natureza nos proporciona.
Esperamos que as autoridades do Brasil tomem conhecimento das informações aqui relatadas e resolvam a partir de hoje, tomar medidas que também venham a colaborar com o Meio Ambiente, a preservação da Natureza e a saúde dos seus habitantes e das futuras gerações que estão chegando ao mundo, que vão necessitar de melhores condições de vida...

Fonte:
Jornal “Mundo Jovem” – nº 14
Autor:  Ivo Poletto
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Jc.
São Luís, 27/5/2019

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