No
mundo antigo, salientavam-se dez grandes flagelos que rebaixavam a existência
humana: 1- A barbárie, que perpetuava os
desregramentos do instinto; 2- A fome, que atormentava o grupo tribal; 3- A
peste, que dizimava as populações; 4- O primitivismo que irmanava o engenho do
homem e a habilidade do castor; 5- A ignorância que alimentava as trevas do
espírito; 6- O insulamento, que favorecia as ilusões do feudalismo; 7- A
ociosidade, que categorizava o trabalho à conta de humilhação e penitência; 8-
O cativeiro, que vendia homens livres nos mercados de escravidão; 9- A imundice,
que relegava a habitação terrestre ao nível dos brutos; 10- A guerra, que
suprimia a paz e justificava a crueldade e o crime.
Veio
então á política e, instituindo vários sistemas de governo, anulou a barbárie;
apareceu o comércio e, multiplicando as vias de transporte, dissipou a fome;
surgiu a ciência, e exterminou a peste; eclodiu a indústria, e desfez o
primitivismo; brilhou a imprensa, e proscreveu-se a ignorância; criaram-se o
telégrafo sem fio e a navegação aérea, e acabou-se o insulamento; progrediram
os princípios morais, e o trabalho surgiu como uma dignidade humana,
desacreditando a ociosidade; cresceu a educação e aboliu-se o cativeiro;
agigantou-se a higiene, e removeu-se a imundície.
Mas
nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa,
nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação ao trabalho, nem a evolução
do direito individual e nem a higiene, conseguem resolveu o problema da falta
de Paz, porquanto a guerra, monstro de mil faces que começa no egoísmo, na
ambição e na ganância de cada um, que se corporifica na discórdia do lar, e se
prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das
raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e
rapina, tão cruel entre as nações que se dizem cristãs, supercivilizadas do
século 21, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés II.
E
a equação de todos esses desatinos será sempre a guerra... Guerra de princípios,
guerra de interesses e ganância, guerra fria superlotando os manicômios,
guerras devastadoras produzindo a morte. Diante do barbarismo e da guerra
ideológica e fanática que grassa no mundo e produz danos às criaturas e ao meio
ambiente, não nos esqueçamos do Pai Amoroso e Justo, de infinita Misericórdia
que criou a todos nós, nos dando a oportunidade de escolhermos os melhores caminhos de evolução. A dor gerada por
equívocos passados é um chamamento ao despertar do Espírito de todos; de uma
forma ou de outra, estamos nesse processo de identificação de nossas reais
necessidades.
Se,
temos sido poupados da violência, agradeçamos à Providência Divina, mas
elevemos o nosso pensamento e
dirijamos-os em direção aos agressores, procurando envolvê-los em paz e
harmonia, que por suas próprias condições não tem tido possibilidades de
conseguir. Se a doença tem passado distante de nosso lar, façamos o esforço de
diminuir as dores do nosso próximo mais próximo. Quantos de nós não temos em
nosso círculo pessoal, parentes, amigos e colegas de trabalho em desequilíbrio?
Se
as dificuldades financeiras não nos tiram o supérfluo, tratemos de cuidar
daqueles a quem falta o essencial, buscando-os, sem esperar que venham até nós,
humilhados, porque lhes faltam recursos para adquirir o pão. Não se trata de
esmola, mas sim escolha consciente de unir-se fraternalmente às agruras da
existência e da dor do nosso semelhante.
Se
tivermos inteligência para absorver os conhecimentos doutrinários do
Consolador, estendamo-la àqueles que não tiveram acesso às primeiras letras,
que não tiveram acesso aos livros que guardamos, sem leitura, em nossas
estantes para, no mais das vezes, impressionar em nossas relações. Se fizermos
uma réstia de luz aos nossos irmãos necessitados, estaremos acendendo um farol
que nos conduzirá a uma consciência tranquila e pacífica.
Lembremo-nos
sempre de que recebemos a reencarnação como oportunidade de ascensão e devoção
ao Bem, neste planeta. Não entreguemo-la ao acaso ou ao descaso de nós mesmos. Trabalhemos
e sirvamos pelo bem de todos, aperfeiçoando a nós mesmos, sabendo que
caminhamos para a exaltação da vida,
para a nossa imortalidade, com a paz verdadeira, começando por nós.
Tenhamos
calma. Se estivermos no ponto de estourar mentalmente, silenciemos alguns
instantes; se o caso é de moléstia no corpo, a intranquilidade só faz piorar;
se a doença é em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante. Se,
sofremos prejuízos materiais a reclamação não vai resolver nada; se perdemos alguma
afeição, a queixa nos tornará uma pessoa menos simpática junto aos amigos; se
deixamos passar alguma oportunidade valiosa, a lamentação é apenas desperdício
de tempo; se contrariedades se fizerem presente, o ato de esbravejar, de nada
vai nos adiantar; se praticamos algum erro, o desespero nos abrirá portas para
maiores faltas; se não conseguimos atingir o que desejávamos, a impaciência
fará mais distância entre nós e o objetivo a alcançar. Seja qual for á
dificuldade, devemos conservar a calma, manter a paz, porque em todo problema,
a serenidade nos fará ver a solução.
Existe
paz no coração dos iniciados no Evangelho, na alma dos que oram, no íntimo dos
Espíritos que alcançaram a comunhão com o Criador. Só não existe paz naqueles
que vivem longe do Pai, ignorantes do Bem e do Amor, desprovidos da única sabedoria
que importa realmente, incapazes de ter a paz no seu íntimo.
Poucos
terão conhecido tão grande agitação como o Mestre Jesus: Ele viveu na Terra à
época de grande ignorância e Ele como mensageiro da Paz, dificilmente conseguia
escapar à agitada multidão que o acompanhava, sedenta de reconforto, reclamando
a ação de suas mãos curadoras, exigindo atendimento imediato às suas
necessidades de caráter material e espiritual. No entanto, possuía Jesus em seu
próprio íntimo um tesouro de serenidade alimentado pela meditação e pela prece;
e com esses recursos de harmonia interior contava Ele que podia afirmar para
toda a humanidade: “Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou; não a dou como o mundo a dá”. ( João 14:27 )
A
Paz só haverá na Terra quando a guerra, em suas múltiplas faces, não existir mais;
quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo com que os seus
habitantes se amem como verdadeiros irmãos. É por isso que a Doutrina dos Espíritos
nos revela, sob a luz da Verdade, e fiel ao Cristo, que nos advertiu,
convincente: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres”.
O
maior divulgador da Paz, por meio da música, chama-se Nando Cordel. Se quiser
conhecê-lo e ouvir algumas de suas músicas, acesse os artigos: “A Terra é a Nossa Casa” e “Nando Cordel –
Especial Som e Vídeo”.
Mais
informações leia também o artigo “A Paz”.
Fonte:
Emmanuel – Jornal “O
Imortal” – 06/2014
Mensagem de Hipert Viana – GEABL em 6/5/2014 Livro “Ideal Espírita” -
Livro “Comentários Evangélicos”
+ Acréscimos
Jc.
São Luís, 18/2/2015
Revisto
em 16/12/2018
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