Estudos
internacionais publicados em fevereiro, com participação brasileira, mostra que
os riscos que correm as florestas tropicais do mundo estão se intensificando em
ritmo acelerado.
Como
se o desmatamento já não fosse suficientemente ruim, uma série de outras
ameaças mata, num ritmo cada vez mais intenso, as árvores da Amazônia e de
outras florestas úmidas da Terra. Uma revisão de artigos científicos feita por
especialistas no tema, incluindo o pesquisador brasileiro Paulo Brando, do
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), e publicada na revista “New
Phytologist” em fevereiro, indica que a taxa de mortalidade dessas árvores
mostra sinais de aceleração nos últimos anos. Os motivos são o aumento da
temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, incêndios mais
extensos, e até a abundância de gás carbônico na atmosfera – uma das causas do
desmatamento, do efeito estufa e elemento fundamental da fotossíntese. As
mudanças climáticas estão ligadas a todos os problemas apontados. “O trabalho
mostra que há indícios fortes que relacionam a mortalidade das árvores de
florestas tropicais úmidas às alterações que estão sofrendo com o desmatamento essas
regiões, em escala global e regional” afirma Paulo Brando.
O
foco do estudo foi ás florestas primárias ou antigas, na América do Sul, África
e no Sudeste Asiático. A Amazônia brasileira aparece em destaque porque é o
local mais estudado de todos. “Na Amazônia, todas essas causas de mortalidade
de árvores estão presentes; mas é difícil dizer que uma é mais relevante do que
outra, porque todas têm um papel. Desmatamento que provoca as secas causam
picos de mortalidade, enquanto o aumento do CO provoca mudanças de fundo; já
eventos de tempestades de vento impactam mais áreas fragmentadas, e o fogo
causa muitos danos no sudeste da Amazônia.” É impossível estabelecer qual
desses ataques é o pior. As secas têm se tornado mais longas e severas.
Como
defesa imediata, as árvores tomam atitudes extremas, como fechar os espaços (por
onde ocorre á respiração das plantas) e perdem mais folhas. Estas por sua vez,
se acumulam em abundância no solo e servem de combustível para incêndios
florestais, que se alastram facilmente e por muito tempo. Secas e temperaturas
mais altas podem ainda levar as árvores a definhar. Outra explicação é que a
floresta se torna mais dinâmica com mais CO, crescendo e morrendo mais
rapidamente, tanto por mudanças na sua estrutura como pelo metabolismo. O fato
de estarem próximas à linha do equador traz vantagem para as florestas tropicais
úmidas num planeta mais quente.
Segundo Brando, reduzir a
taxa de mudança no clima e estabilizar o processo o quanto antes, o que envolve
tanto derrubar os níveis de emissão de CO² quanto os do desmatamento são os fatores
essenciais para manter as florestas tropicais. “Quanto menor o desmatamento da
floresta, menor será o impacto da seca, do fogo e dos ventos”.
Para nossa melhor vivência
no planeta é necessário preservar a floresta Amazônica que funciona como o
pulmão do mundo, e sem ela estaremos sujeitos a morrer sem o oxigênio que ela
produz.
Fonte:
Revista “Planeta” – edição
539.
+ Pequenas modificações.
Jc.
São Luís, 15/4/2018
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