“A
minha Paz vos deixo, a minha Paz vos dou!” Quão belas as palavras de Jesus aos
seus amados apóstolos! Como a existência na Terra precisa de Paz e de quanta
paz o nosso mundo necessita! “Vinde a mim todos vós que vos encontrais aflitos
e sobrecarregados e eu vos aliviarei!”
É
assim que Jesus se apresenta aos que não têm Paz em suas existências, por
estarem na aflição de uma enfermidade ou na angústia de um sofrimento moral. Em
Jesus, todos nós encontraremos a duradoura Paz.
Os seus ensinamentos, praticados em nossa existência, haveremos de achar
á plena e valiosa Paz; como a que Jesus proporcionou aos cegos de Betsaida e de
Jericó que passaram a enxergar; como o servo do centurião que jazia quase morto
e foi curado; Jesus desenvolveu uma fé jamais vista entre os seus; como os 10
leprosos que ficaram curados de sua dolorosa enfermidade; como os coxos que
passaram a andar livremente; como os obsidiados que voltaram à normalidade de
seus pensamentos; como os desesperados que passaram a compreender as razões de
seus problemas, de par com a esplendorosa solução que lhes era sugerida: “Vai e
não peques mais”, “A tua fé te curou”.
O
mundo não tem Paz porque ama as soluções guerreiras. Desde os romanos,
dizia-se: “Se queres a Paz, prepara a guerra”. Dias virão em que esta máxima
marcial haverá de ser trocada por: “Se queres a Paz, vivas em Paz”. Aí então,
numa concordância de pensamentos e atitudes, haverá no mundo e haveremos todos
nós de usufruir uma bem valiosa e duradoura Paz. “Quem está com Jesus, está em
Paz e nova criatura é”, afirmava o discípulo Paulo. Coloque meus irmãos em seu
coração a Paz dos ensinamentos de Jesus e não haverá tumulto algum do mundo que
possa abalar você. A Paz da compreensão, a Paz da convicção passa a constituir
um bem patrimonial e inalienável do ser humano e nenhum mal poderá
intranquilizá-lo.
Na
Doutrina dos Espíritos, a Terceira Revelação Divina, podemos encontrar a
fórmula de se obter a duradoura Paz, porque toda ela é um repositório de
orientações e aconselhamentos, de ensinos e explicações, que nos fazem
compreender os percalços da existência e as provações que passamos. Com o nosso
passado se revelando nas cobranças do presente e com as perspectivas de um
futuro feliz, ao utilizarmos bem o momento atual que vivemos a alma se
robustece e se acha mais encorajada para enfrentar os embates da existência e
as durezas morais. A Paz é um estado de tranqüilidade do espírito, adquirida
nas lutas do dia a dia, de acordo com nosso esforço e com o Determinismo Divino
de Amor e Fraternidade.
Por
meio do nosso livre-arbítrio, poderemos usar de nossa vontade para
administrarmos as nossas imperfeições e escolhermos o nosso caminho de
equilíbrio, de nossa natureza física e espiritual, que nos trará a tão desejada
Paz. A nossa vontade, por outro lado, deve ser concentrada em torno de um
ideal, com perseverança, tenacidade, estudo, oração, trabalho e autoconfiança, para
que possamos compreender o real sentido da nossa existência. Devemos disciplinar
os nossos pensamentos, as nossas emoções e sublimá-las em busca de uma Paz
interior que nos ajudará a caminhar rumo a Deus, como seres fadados ao bem.
Isso só poderá se realizar com a mudança de nossos pensamentos e sentimentos
inferiores, procurando a nossa renovação mental, com a ajuda dos amigos espirituais,
das lições do Evangelho e a melhora das nossas ações na atual existência.
Não
podemos esquecer que a procura do bem e
da Paz trás obstáculos e dificuldades. O sofrimento é elemento importante de
renovação interior, mas para aceitarmos é preciso confiar na justiça de Deus. O
segredo da Paz, portanto, está na harmonia entre a vontade e a ação, no sentir,
querer e agir. Nós somos como a semente que é lançada ao solo para germinar. A semente
busca a luz do sol; a luz que os nossos espíritos buscam é a pureza do coração
e a paz interior. Nossas imperfeições de milênios são raízes que nos prendem;
vencê-las é nossa obrigação. A árvore é reconhecida pelos frutos que produz, e
nós pelas nossas obras. Aqueles, portanto, que conhecem os princípios sagrados
e não os praticam, são como as sementes que dormem no solo e não frutificam,
sendo necessário que passem por tempestades de sofrimentos para despertarem
para a realidade da existência.
Procuremos
a Paz de Jesus que é imutável; a humildade e a aceitação de Jesus em nossa existência
são os primeiros passos para começarmos a merecê-la. A harmonia mental pode ser
conseguida pelo silêncio, quietude interior, esforço e aplicação das lições
evangélicas. A Paz é assim, uma conquista íntima e pessoal, intransferível,
sendo independente de toda ajuda que possamos receber, e só será conseguida
pela vontade firme, aliada a meditação, ao estudo, trabalho, fé, amor e a
certeza de que somos espíritos em progresso contínuo, criados e fadados ao bem.
Joana
de Cusa demonstrou sua Paz no momento do martírio, permanecendo fiel e
tranqüila até o fim. João Huss, igualmente na fogueira da Inquisição,
compadeceu-se dos que o torturavam. Joana D’Arc, entre as labaredas, manteve-se
fiel e harmonizada, perdoando aos seus algozes. Giordano Bruno, também
sacrificado pela Inquisição pelo mesmo processo na fogueira, ficou sereno até
expirar. Sempre houve períodos de loucura na Terra, como os que estamos vivendo
atualmente, como também demonstrações de harmonia, resignação e fraternidade.
De quando em quando, a transição da humanidade para uma situação melhor, provoca
a eclosão das paixões alucinantes.
Estamos
vivendo um período grave. Devemos nos orientar apoiado no Evangelho de Jesus e
seguir confiante de que tudo o que acontece é da vontade de Deus, para a
evolução da humanidade. Não devemos permitir que a balbúrdia dos enfermos sorridentes,
dos embriagados jubilosos, dos intoxicados zombeteiros nos perturbem a Paz. Fomos conduzidos a vivenciar esta situação
para aferir nossos valores e contribuir para a melhora do mundo.
O
médico é útil quando surge a enfermidade, ou antes, quando possa evitar a
doença. O mestre faz-se valioso diante da ignorância do aprendiz. O cristão
deve ser a fortaleza de segurança e apoio em favor dos que necessitam de
orientação e de auxílio. Jesus sempre esteve envolvido com os seres humanos e
em situações, de certo modo, semelhantes a estas que enfrentamos. Foi nesse
clima que Ele demonstrou a Sua grandeza, permanecendo em harmonia com os objetivos
a que foi sacrificado sem perturbar-se em momento algum. Devemos deixar a
desarmonia e a intranqüilidade lá fora e não permitirmos que elas penetrem em
nosso ambiente familiar, onde deve existir o entendimento e a Paz.
Devemos
adquirir nossa Paz, conquistando novas diretrizes para a nossa existência e
entender tudo que nos envolve, aprendendo como evitar novos comprometimentos
para o futuro. Façamos por obter a nossa Paz permanente, e então, poderemos
também oferecer aos outros a nossa Paz, colaborando com o príncipe da Paz,
quando dizia aos que o procuravam e ao mundo em geral: “A minha Paz vos deixo, a minha Paz vos dou”.
Sejamos um Mensageiro da Paz, abrigando em nosso íntimo a Paz que o Mestre nos
deixou e seguindo outros mensageiros que passaram pela Terra, deixando exemplos
vibrantes, a exemplo de Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier e outros
tantos.
Certa
vez assisti a um filme em que um personagem pedia a um gênio que trouxesse a
Paz ao mundo: O gênio prontamente atendeu ao seu pedido, retirando todos os
seres humanos do mundo. Assim sendo, o mundo só terá Paz quando os seus
habitantes forem e possuírem a Paz que Jesus nos deixou. . .
Desejo
Paz, harmonia e saúde para todos os meus irmãos.
Bibliografia:
Evangelho
de Jesus
Doutrina
dos Espíritos
Jc.
S.Luis,
02/07/2002
Refeito
em 9/7/2017
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