terça-feira, 20 de março de 2018

BRILHE A VOSSA LUZ




 
Jesus nos disse: “Vós sois a luz do mundo. Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”  (Mateus cap.5 vs. 14 a 16.) Ao recomendar aos seus apóstolos: “Brilhe a vossa luz”, Jesus estava encorajando-os a ir a campo e anunciar ao povo a Boa Nova. Esse é um trabalho árduo, que exige de cada um muita coragem, determinação e boa vontade.

Em tempos remotos, usava-se para iluminação o azeite recolhido em recipientes desengonçados aos quais se dava o nome de lamparina ou candeeiro. A luz que deles se irradiava era fumegante, baça e fétida, impregnando a atmosfera de fumo e de odor nauseabundo. Mais tarde, passou-se a empregar para o mesmo fim o petróleo na forma de querosene. Os lampiões, que vieram a substituir os candeeiros, possuíam melhoramentos apreciáveis, como a graduação da chama, para mais ou menos claridade. Descobriu-se depois no correr dos tempos, o processo de extrair do carvão de pedra, o carbureto de hidrogênio, empregado na iluminação tanto pública como particular. O gás então substituiu o petróleo das cidades e das residências. Mais ainda não era tudo. A ciência continuou marchando na conquista do melhor. Aparece, finalmente, a eletricidade destronando o gás, apresentando vantagens indiscutíveis: é clara, é límpida, é inodora, é inócua. A eletricidade hoje é o Sol das nossas noites.

Ora, se em matéria de luz artificial se verificou um progresso contínuo, sucedendo-se os sistemas numa ascensão para melhor, não há de suceder o mesmo no que diz respeito à luz espiritual? Iluminar o interior das pessoas não será, acaso, um problema mais sério e mais importante que iluminar o exterior? Eliminar as trevas do cérebro e do coração não será trabalho mais valioso que afastar as trevas que nos envolve por fora? A alvorada da mente iluminada, esclarecida e liberta da escuridão não é mais necessária e algo mais belo e empolgante do que a alvorada que anuncia um novo dia que desponta? O sol interior que, ilumina, aquece e vivifica as almas, não será mais majestoso, que o sol que ilumina, aquece e vivifica o corpo? Como então descurar da conquista do melhor, no gênero de luz espiritual, se tudo foi feito para alcançar o melhor no gênero de luz material?

Se, deixamos o  azeite, o  petróleo e  o gás  pela  eletricidade,
por quê então não fazer o mesmo com relação aos velhos e carcomidos dogmas que herdamos dos nossos antepassados? Se nos despegamos dos candeeiros sem que saudades nos deixassem, por que não nos desprendemos também das superstições, dos falsos credos e da falsa fé? Se o problema da iluminação exterior mereceu da parte do ser humano tanto esforço de inteligência e de raciocínio como então desprezar o problema da iluminação interior? Se, tratamos de nos precaver contras as sombras da noite, antes que elas nos envolvam, por que nos deixarmos ficar às escuras, mergulhados nas trevas densas da noite moral? E que a noite imoral cobre a Terra, como negro manto, quem o contesta? Que a Humanidade tateia na tenebrosa escuridão da ignorância, do vício e do crime, quem ousará negá-lo?

Por que fazer tudo pela luz que perece, e nada, ou quase nada,  pela luz que permanece? Voltemos, portanto, nossas atenções para a luz espiritual.  Busquemo-la com o interesse de quem tem fome e sede de luz, de verdade e de justiça, e seremos saciados. Desvencilhemo-nos dos dogmas arcaicos, dos preconceitos, das crendices, das atitudes dúbias e hipócritas, das várias mentiras convencionais, e procuremos obter uma luz cada vez mais intensa, cada vez mais bela,  cada vez mais brilhante, para iluminar os recônditos do nosso “eu”, como recomendou Jesus,  ao nos dizer: “Brilhe a vossa luz”...

Os espíritos conscientes da vida, em suas múltiplas dimensões, compreendem que todos nós retornamos a este planeta com uma missão, ainda que nos pareça pequenina e insignificante. Muitas delas são missões comuns, do tipo – ser pai, mãe, gari, operário, lavrador, professor, pesquisador, médico, etc.; entretanto, todas elas têm seu valor na soma do progresso que nos cabe realizar. Há muitos religiosos que sabem o que é reencarnação, mas, por orgulho a repudiam; sabem que os espíritos se comunicam com os seres humanos, mas preferem negar o fenômeno. Por que esse comportamento? – Porque a reencarnação é uma lei que a todos nos iguala o que, para os orgulhosos e vaidosos, é uma condição que não lhes agrada.

Os palestrantes não devem se calar, porque um dia não estiveram inspirados ao expor o que prepararam com esmero. O médium não deve paralisar sua atividade, porque um dia falhou. Tais ocorrências são dificuldades da prática mediúnica, a que todos estão sujeitos. Na tarefa da mediunidade, importa o serviço; entre a lâmpada apagada e as trevas não há diferença nem luz. A todo instante somos testados na nossa humildade e no nosso desejo de servir. Divulgar os ensinos doutrinários é caridade sob a forma de mais luz no coração das pessoas. O dirigente da Casa Espírita não pode reclamar do cargo, simplesmente porque o trabalho é exaustivo, exigindo dele ou dela mais abnegação. Deve seguir em frente, sabendo que a Casa Espírita é um farol que orienta, ilumina e consola as almas em aflição, restaurando-lhes a fé, a esperança e a alegria de viver. Só este motivo é suficiente para que trabalhemos com mais dedicação.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 20 item 5, o Espírito de Verdade  nos informa dizendo: “Ditosos serão os seres humanos que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade”. Trabalhar, portanto, em favor dos necessitados, sem qualquer recompensa, é um ato de grandeza e de evolução espiritual. Confiados nas palavras de Jesus, quando disse: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus”, devemos cumprir com nossos deveres, espalhando os ensinamentos do Mestre, a todos os que deles estão necessitados.

Fonte Evangelho de Jesus
+ Pequenas modificações

Jc.
S.Luis, 14/07/2008
Refeito em  22/9/2017

Nenhum comentário: