AS DORES
Dor é a sensação
desagradável ou penosa que se segue à lesão (traumática, inflamatória,
degenerativa, etc.) de alguma parte do organismo. A dor é um sintoma bastante
comum em doenças de praticamente todos os órgãos, aparelhos e sistemas
orgânicos. Os estímulos que vão produzir a sensação de dor podem provir das
vísceras ou da periferia do corpo (pele, músculos, periósteo e articulações),
caminham até a ponta posterior da medula espinhal, sobem pelo feixe
espinotalâmico, alcançam o tálamo e, finalmente, o córtex do cérebro. A dor
pode ser sentida no próprio local da zona afeta ou em pontos distantes desta
(dor referida).
Existem cerca de 150 tipos
de dores de cabeça (Cefaleia) catalogadas por especialistas, mas apenas uma
delas é recorrente em cerca de 80% dos casos relatados por pacientes: a
cefaleia tensional, causada por tensões do dia a dia, mais conhecida como
estresse. O primeiro a sentir as consequências de que algo não vai bem é o
corpo. As manifestações se dão das formas mais variadas. Sintomas mais frequentes:
1- Pescoço, nuca e ombros duros; 2- Dor de cabeça, que pode durar 30 minutos a
sete dias; 3- Dor leve e moderada nos dois lados da cabeça; 4- Sensação de que
a cabeça está sendo espremida; 5-A dor não vem sempre acompanhada de náuseas ou
enjoos.
A dor de cabeça pode ser
causada por doenças locais, como sinusite, abscesso dentário, doenças oculares,
inflamações das meninges, e doenças sistêmicas ou gerais, como a febre,
hipertensão, nefrite, policitemia. A enxaqueca é uma dor de cabeça de origem vascular,
que ataca mais um lado da cabeça (hemicrania) e se faz acompanhar habitualmente
de distúrbios visuais e digestivos. Quando a pessoa está prestes a sofrer uma
crise de enxaqueca, ela pressente uma áurea e ás vezes sente enjoos, tontura e
enxerga pontinhos brancos brilhando. Geralmente, nas crises, evita o sol, a
claridade e o barulho, que lhes agravam o sofrer.
O peso das preocupações, o
nervosismo e a irritabilidade se manifestam em locais como ombros, pescoço e
nuca. A musculatura dessa região pode dar origem ao que se conhece por dor de
cabeça tensional. Outros fatores podem colaborar para o aparecimento da
cefaleia tensional, como sedentarismo, vícios de postura – ficar muito tempo na
frente do computador ou de jogos eletrônicos – problemas na circulação
temporo-mandibular e situações externas, como variações de temperaturas e forte
umidade do ar.
Como reconhecê-la? “Na cefaleia tensional, a dor de cabeça
costuma surgir como um aperto ou pressão, de intensidade fraca a moderada,
normalmente, aparece nos dois lados da cabeça e não costuma vir acompanhada de
enjoo e intolerância à claridade”, explica o neurologista Douglas Kazutoshi
Sato.
Ante um enfermo que
apresente dor, o médico procura investigar, em minucioso interrogatório, para
um bom diagnóstico, as seguintes características do sintoma: 1- o tipo de dor,
isto é, se é uma dor real? aguda? surda? cólica?; 2- sua localização; 3- sua
irradiação; 4- duração da crise e duração total; 5- seu modo de aparecer, isto
é, se foi súbito, se foi de dia ou de noite, se foi intermitente ou constante;
6- quais os fatores que agravam ou aliviam a dor, entre emoções, alimentos,
micção, evacuação, tosse, espirro, respiração profunda, movimentação em certa
posição do corpo, menstruação, alterações do tempo; 7- que sintomas ocorreram
em associação com a dor.
A dor é apenas o sintoma de
alguma doença. O tratamento da dor consiste basicamente em eliminar-se a causa.
Ao lado disso, pode-se fazer o tratamento sintomático da própria dor por vários
meios, como: o repouso, o calor (mediante sacos de água quente), compressas
quentes, lâmpadas infravermelhas; outras vezes, se faz necessário o frio (bolsa
de gelo e compressas frias); medicamentos como: aspirina, fenacetina, codeína,
metadone, clorpromazina e anestésicos, são recomendados nos casos.
Geralmente são indicados
para tratar a cefaleia tensional, analgésicos em menores doses, associados com
relaxante muscular e cafeína. É possível ainda evitar que a dor dê sinais
adotando alguns hábitos saudáveis que ajudam a driblar o estresse. Praticar
exercícios físicos regularmente, ginástica para alongar e relaxar os músculos e
ioga pode ser alternativas eficazes de prevenção.
Existem também outras dores
conhecidas: dor cardíaca; dor torácica, dor abdominal, dor vascular, dor causada
pelos cálculos renais e pela próstata inflamada que privam a saída da urina da
bexiga, que é das mais sofridas nos homens, dores do parto que é sofrida pelas
mulheres e outras dores, como: cólicas, dor de dente, dor de ouvido, dor de
garganta, etc., que acometem o ser humano, causando muitos sofrimentos cada uma
delas, necessitando de um diagnóstico e de remédios para saná-las...
AS DOENÇAS
Em geral, não estamos
preparados para lidar com nossas doenças e nem com as das outras pessoas. A
doença é também uma tarefa espiritual e não apenas física. Refletir sobre o
papel espiritual que a doença representa nos ajuda a conhecer melhor o próprio
corpo e a conviver conosco mesmo com mais prudência e consciência. Uma doença
pode ser uma oportunidade da pessoa se voltar mais para Deus e permanecer em
sua presença o tempo que for necessário. A doença pode ser utilizada por Deus
que quer nos tocar e mostrar sua misericórdia e seu amor.
Não é necessário procurar em
cada doença onde pecamos ou o que fizemos de errado, pois, o sentimento de
culpa e autopunição não ajuda em nada. A crueldade para consigo mesmo causa um
desastre e só dificulta o processo de recuperação. Antes de tentarmos ser
perfeitos, devemos ser misericordiosos conosco mesmos. A nossa saúde física requer
cuidado com nossos pensamentos e sentimentos. A maneira como expressamos o amor
à nossa própria pessoa revela a força interior e a vitalidade da nossa vida
espiritual. Em momentos de doença, precisamos exercitar o amor e a aceitação
para nossa realidade. Quem compreende sua existência como dádiva de Deus
procura servir a Deus com amor também na doença. A pessoa tensa e agitada, demonstra
que algo não está bem em sua vida espiritual, que deve ser elevada para manter
o corpo saudável. A oração com atenção ajuda ao próprio corpo. Trata-se de
perceber o que Deus quer nos comunicar através dos sintomas e das reações do
corpo. Nunca podemos negar nossa fragilidade. Somente quando a pessoa se
humilda a Deus de corpo e alma, a sua luz pode curar a pessoa como um todo. A
fé tem uma dimensão terapêutica, e o exame de consciência é um encontro com
Deus, não um peso de culpa por algo errado.
Vida espiritual elevada
significa existência saudável para o corpo e a alma. A alegria fortalece o
Espírito e o corpo, enquanto que o desânimo é um dos maiores obstáculos da
saúde. De uma crise existencial emerge também a tristeza, deixando a pessoa
irritada, com lamúrias e constantes reclamações, destruindo o que há de mais
precioso dentro de nós, que é nossa paz interior. Muitas doenças são
ocasionadas de mágoas não superadas ou mesmo falta de perdão. Nossa existência
é sempre medida pelo amor que gera uma nova relação com Deus e com as demais
pessoas, pois, o amor é a saúde da alma. A luz de Deus pode transformar e
santificar o mundo através de um corpo doente, por vezes até com maior
intensidade do que um corpo sadio, e aí, temos o exemplo de Jerônimo Mendonça e
outros mais.
A doença é um convite para
dar mais atenção ao próprio corpo e assim perceber o que passou despercebido em
nós. Ela nos passa uma mensagem importante sobre nossa verdadeira condição, sendo
um sinal para nos alertar sobre o nosso autoconhecimento e a revisão da existência.
Assim, o ser humano acha que foi formado para ser forte e prepotente. Ele quer
dominar o Universo com sua força e conhecimento. A doença o faz descer do seu
pedestal e o coloca em outra dimensão da existência. Está na hora de lidar com
a fragilidade, e aceitar a nova realidade, pode ser um novo começo de vida e
uma nova forma de viver, pois fomos “feito de barro”. Na doença, somos o que
somos; as máscaras caem por terra. Mas a doença pode nos ajudar; senti-la
significa reconciliar-se com a própria existência. Não se trata de se livrar o
mais rápido possível da doença, mas, antes de tudo, de compreendê-la. A
aceitação da nossa fragilidade requer humildade e paciência conosco mesmos.
Ninguém está livre de uma
doença; essa é a realidade. A saúde representa mais do que ter um corpo sadio;
ela requer um estilo de vida saudável. Ela supõe uma relação harmoniosa consigo
mesmo, com os outros e a natureza. Não podemos considerar uma doença
simplesmente como uma inimiga, mas como algo que faz parte da natureza humana,
que pode nos ensinar algo, que até então não era possível compreender. É
através da doença que o corpo está informando a sua real condição de vida. Uma
doença pode mudar nossa atitude e nosso comportamento, pode também nos trazer
uma existência mais humana e dedicada. É um tempo de aceitar os limites, mas
também as grandezas e valores espirituais da existência. A doença nos desafia a
olhar com mais atenção a quem está ao nosso redor e nossa sensibilidade aflora
com mais força nesse período. É preciso paciência e tempo para que a pessoa
perceba o que está se escondendo por trás da doença. Não querer aceitar a
doença significa não aceitar a condição humana. A doença é sempre um momento de crise, mas ela
nos permite organizar a existência de nova maneira. A doença e a saúde caminham
lado a lado, pois são as duas condições humanas. Quem conheceu a doença,
valoriza mais a saúde.
Para ter uma existência
saudável, a pessoa deve levar em conta não apenas o seu corpo, mas também o
ambiente em que vive e trabalha, e, sobretudo, o ambiente que frequenta e as
relações de amizade que cultiva. O nosso lar, o nosso ambiente de trabalho,
também pode nos adoecer ou curar. Também nosso modo de comer tem influência em
nossa saúde, no adoecimento e na mortalidade como em nossa vida espiritual. É
preciso a medida certa no trato com o comer e o beber, com o trabalho e o
descanso, com o sono e a vigília. A existência saudável e a vida espiritual
caminham juntas. O que se aplica para a existência, em termos de saúde, vale
também para a vida espiritual...
Jesus
nos consolou dizendo: “Bem-aventurados os aflitos”, nos convocando a resignação
aos desígnios de Deus, para nossa felicidade futura.
Fontes:
Revista
“Época” nº 796
Enciclopédia
Barsa
+
Acréscimos
Encarte
da Revista “Mundo Jovem” – nº 24
Agenor
Girardi
+
supressões, modificações e acréscimos.
Jc
São Luís, 09/099/2013
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